sexta-feira, 20 de julho de 2018

JAMAIS ESCONDER O TALENTO RECEBIDO





 
“Senhor sei que és um homem de rija condição; segas onde não semeou, e recolhes onde não espalhaste; e temendo, escondi o talento que me deste na terra; eis aqui o que é teu...” O senhor lhe respondeu: “Servo mau e preguiçoso... Lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá o choro e ranger de dente.”                                                             
                                                                     (Jesus, Mateus XXV)

Na parábola dos Talentos, Jesus deixa bem claro que a omissão e o descaso não servem de desculpa para o servo preguiçoso que não ousou utilizar o talento que lhe foi confiado. Preferindo cruzar os braços ante a oportunidade de trabalho que recebeu, perdendo a grande oportunidade de exercitar suas potencialidades a caminho da prosperidade.

Quantas pessoas no meio social em que vivem, diariamente representam o servo mau e preguiçoso da parábola em referência. Recebem da Providência Divina o talento da oportunidade de progredir espiritualmente, rumo à perfeição, e o esquece num canto qualquer de sua existência e ela passando como um bólido, o conduzirá ao juízo de sua consciência que, culpada pela omissão, chorará o remorso e o arrependimento da acomodação. E são tantos os talentos que estão à nossa disposição, em todo o tempo, que em momento algum temos o direito de apresentar alguma reclamação. Antes é imprescindível saber utilizá-los para extrair deles, sempre os benefícios que podem produzir.

Com o talento da Paciência poderemos aprender a conviver com as pessoas em situações adversas, ensaiando a capacidade de renunciar e compreender virtudes que remetem à serenidade.

Com o talento do Trabalho conseguiremos realizar as maiores proezas, impulsionando o progresso físico e moral, objetivando a construção de um mundo de paz e esperanças que todos desejamos.

Com, o talento da Perseverança teremos a chance de continuar em busca da realização dos nossos sonhos e metas traçadas, tendo  em  vista deixar  a  inferioridade em que  estamos  para
sublimar os nossos sentimentos.

Com o  talento da Coragem  avançaremos  destemidos  pelos
longos e às vezes pesados caminhos da existência, superando obstáculos, vencendo barreiras e chegando ao porto do nosso destino.

Com o talento do Companheirismo poderemos ser no reduto familiar ou no meio social em que estivermos um notável elemento de concórdia, de pacificação, unindo corações e reatando laços afetivos rompidos.

Com o talento do Otimismo demonstraremos aos que nos observam um comportamento de equilíbrio, ânimo e firmeza ante qualquer situação que a existência nos apresente, criando um ambiente adequado para as vitórias que nos aguardam.

Com o talento da Fé teremos a absoluta e insofismável certeza de que Deus, nosso Pai de eterna bondade, tudo está fazendo para que tenhamos à disposição todos os mecanismos possíveis e capazes que nos assegurarão a paz que queremos.

Com o talento do Amor conseguiremos ser, onde estivermos e por onde passarmos, um digno representante da mensagem divina, servindo incansavelmente como elo entre as criaturas e o nosso Pai Celestial.

Portanto, não vale esconder o talento agindo como o servo preguiçoso da Parábola dos Talentos que enterrou o talento que recebera, desagradando profundamente o seu Senhor,  mas cuidemos de imitar os outros dois servos que receberam  dois e cinco talentos e em seguida multiplicaram o dinheiro recebido. Se rico ou pobre, façamos bom uso dos talentos recebidos como empréstimos de Deus. Se assim agirmos seremos recebidos na Espiritualidade com louvores que nos possibilitarão voos cada vez mais altos do nosso Espírito, na sua caminhada de evolução.

A verdadeira propriedade do ser humano é somente aquela que ele pode levar deste mundo. Tudo o que encontra ao chegar a Terra, e usufrui durante a sua existência, fica na Terra quando partir. Portanto, é uma infantilidade muito grande a do homem
ganancioso que amealha fortuna ilicitamente, que quer sempre mais e mais e que vive de se esnobar pelo que possui. Por outro lado, infantil também é aquele que, por ser pobre ou não ter muitas posses, não se conforma com a sua situação e até lança mão de meios escusos para conseguir bens materiais.
Todos nós que hoje somos pobres, em outra existência já fomos ricos de bens materiais ou seremos na próxima existência, e todo aquele que hoje é usufrutuário de bens materiais, já foi pobre ou na próxima existência poderá vir na condição de pobre, essa é a Lei Universal de Deus...

Fonte: Jornal “O Imortal” – edição de 4/2018
Editor: Waldenir A. Cuin
+ Acréscimos e pequenas modificações

Jc.
São Luís, 18/4/2018

A VERGONHA QUE É A JUSTIÇA NO BRASIL





 
Marque um x em uma das alternativas abaixo quando chegar ao final deste texto. Você considera que a Justiça no Brasil é: a-   Lenta  (  )    b-   Vergonhosa  (  )    c-  Imoral  (  )
------                                                                                                                 Veja os 5 casos abaixo: 
1º -  No início da República – ou seja, no final do século 19 não existia Copa do Mundo de Futebol, mas se existisse, de lá para cá teriam se passado trinta campeonatos, desde que a princesa Isabel de Orleans e Bragança, (logo após a Proclamação da República, quando o imóvel foi transferido e incorporado ao patrimônio da União – 1889), entrou na justiça com uma ação para recuperar o palácio que foi adquirido em 1864, como dote de casamento da princesa com o Conde d’Eu. Essa ação começou a tramitar em 1895 (123 anos).   Desde  então a família real tenta recuperar a propriedade do Palácio Guanabara (atual sede do governo do Rio de Janeiro, transferido da União), e somente agora, o mais antigo processo do Brasil entrou na pauta de julgamento do STJ.
Esse processo que tramita há tantos anos, juntamente com outra ação que chegou ao Poder Judiciário em 1950, pelas mãos dos netos da princesa Isabel, estão aguardando há anos o julgamento.  Reclamam eles a indenização que a União jamais pagou. O charmoso palácio serviu de residência a Getúlio Vargas na ditadura do Estado Novo (1937-1945).  Em 1975, ele foi doado pela União ao governo do Rio de Janeiro.
Passam uma, duas, três, trinta Copas do Mundo, e os processos ficam parados no Judiciário.
2º -  Dom Pedro II visitou a cadeia pública de São Paulo em novembro de 1886, e nela encontrou trancafiada uma negra baixa e franzina, velha e grisalha. O seu nome era Maria Madalena, seu apelido era Maria Franqueira. Dom Pedro II logo ficou sabendo que aquela senhora mofava presa já por cinquenta e dois anos. Fora escrava de Antônio Moreira Lima. Acusada de ter assassinado uma jovem na cidade paulista de Franca, foi julgada e condenada. Desde então, ali permanecia porque ninguém jamais cuidara de sua vida processual. Dom Pedro II  ordenou  ao juiz Clementino de Souza e  Castro,  que
cuidasse do caso. Foi-lhe concedido, então, o benefício do perdão e Maria Franqueira viu a luz do sol, em liberdade no dia 7 de fevereiro de 1887 – após ter sido abandonada pela Justiça por meio século. Feita a conta, deu doze Copas do Mundo, e ainda, mais dois anos de cadeia.
3º - Por dez anos o ministro Celso de Melo, decano do STF, analisou o processo em que o deputado federal Flaviano Melo era acusado de desvio de dinheiro público. A Procuradoria  Geral da República alertou o ministro de que o caso estava para prescrever. O ministro Celso de Melo, em decisão monocrática, o mandou para o arquivo. Se ele não tivesse arquivado, a prescrição teria ocorrido no mês passado. Duas Copas do Mundo se passaram (com sobra de dois anos), sem que o processo fosse julgado.
4º -  A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, e o empresário Ernesto Kugler foram absolvidos pelo trio da 2ª turma do STF, na terça-feira 19/6, das acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava-Jato. Os ministros alegaram falta de provas concretas afirmando que a denúncia do Ministério Público Federal se baseava apenas em delações. Na terça-feira 26/6, Fachin viveu seu dia de 7x1, só que do lado dos derrotados. O trio decidiu anular as provas na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava-Jato, em São Paulo, que apura o desvio de 40 milhões no Ministério do Planejamento com a participação da Gleisi Hoffmann e seu marido o ex-ministro Paulo Bernardo. O trio acolheu o pedido da defesa de Gleisi, que questionava a realização de buscas e apreensões no seu apartamento em Brasília. Lewandowski teceu críticas á operação, dizendo: “É  um absurdo um juiz de primeiro grau determinar busca em apartamento de uma senadora. Isso é inacreditável”. A verdade é que a decisão beira o surrealismo ao instaurar uma espécie de “foro privilegiado em imóveis funcionais”, isso é que é vergonhoso.
5º - A “Operação libera a jato”, sob o comando do trio,  Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, que compõem a 2ª turma do STF, acelera a revisão de condenações e escancara as portas das prisões para a libertação de políticos presos. A pressa não é atoa, pois em setembro, com a mudança de posições dos ministros, o jogo pode virar a favor da Lava Jato, e por incrível que pareça, o STF passará a ser presidido pelo ministro Dias Toffoli que já assessorou o PT, foi subordinado ao Dirceu, foi reprovado em dois concursos para juiz, e decidiu por um alvará de soltura para o mesmo. Dirceu que já havia recorrido a toda sorte de embargos infringentes, embargos declaratórios e instrumentos protelatórios possíveis, que tinha sido condenado no “Mensalão” e voltou a praticar delitos no “Petrolão”, saiu livre e serelepe pela porta da frente do cadeião da Papuda, para indignação geral e revolta da população. As libertações de José Dirceu e de João Genu configuram um escárnio à sociedade, uma humilhação civil, sinalizando o descompasso e o descrédito da Justiça de acordo com o réu em questão. Alcançar a graça de ser julgado monocraticamente ou por esse trio parece significar no entender dos advogados, um largo passo  rumo à liberdade de seus clientes. Nem bem saiu a deliberação sobre Dirceu, o jurista Cristiano Zanin, que representa o detento Lula, entrou com novos recursos e pediu que eles fossem remetidos e analisados por esse grupo. Quem perde diante de tamanha aberração?  Certo que o País, a Lava-Jato e a Justiça.

A Segunda Turma do STF, composta na maioria por togados que não se conformam com as regras em vigor e que, sempre que podem, contrariam a jurisprudência, passou a desfazer sistematicamente decisões colegiadas, numa afronta gritante à ordem estabelecida. O trio Gilmar, Ricardo e Toffoli adotou o método de liberação geral dos políticos. A prática livrou das grades, criminosos condenados em segunda instância como o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro João Cláudio Genu, ignorando a posição do plenário do Supremo que havia determinado o princípio da prisão sumária nesses casos.

O texto acabou.  Qual a alternativa que você acha correta?


Fonte:
Editorial da revista “Isto É”- edição 2532
Revista “Isto É” – Edição 2533
Artigo de Elvira Cançada
 +  Pequenas modificações e acréscimo

Jc.
São Luís, 17/7/2018

terça-feira, 10 de julho de 2018

O MÉDIUM JOÃO DE DEUS





 
Um documentário publicado na revista “Isto É”, expõe a intimidade e o método de curas do médium que afirma ser “apenas um instrumento de Deus” – mas que a palavra final está com a Ciência.
Em julho de 2013, o médium goiano João Teixeira de Faria, conhecido como John of God (João de Deus), reuniu 10 mil pessoas na Messe Basel, centro de convenções em Basiléia, para mostrar suas sessões de curas, famosas mundialmente. Na segunda viagem a Suíça, como sempre faz em turnês mundiais, realizou cirurgias espirituais munido de facas comuns, agulhas, linhas e tesouras – ferramentas nos quais se tornou exímio na juventude, quando trabalhou como alfaiate.
Na Europa, repetia a rotinas que mantém há 42 anos na Casa Dom Inácio, em Abadia, vilarejo a 80 quilômetros  de Goiânia, frequentada por pessoas de todo tipo, sobretudo sofredores e celebridades. Vestido de branco, sentado a uma cadeira de costas para um triângulo preso à parede, revirou os olhos azuis para receber uma das 40 entidades que se apossam de seu corpo. Na ocasião recebia o espírito do rei Salomão. Este, ordenava em português que os deficientes abandonassem  as muletas e caminhassem; em seguida, procedia a sangrias para sanar dores crônicas e extirpava tumores de doenças consideradas sem cura, por meio de uma tesoura inserida nas narinas dos pacientes.
O estado de espírito entre os fiéis trajados de branco era de êxtase, até ser interrompido por um homem que desafiou o paranormal, dizendo: “Se o senhor diz que é milagroso, por que não mostra algo que nenhum ser humano é capaz de fazer?” – João então espatifou um copo retirado da mesinha ao lado e mastigou os cacos de vidro. Depois cuspiu os cacos de vidro, e mostrando a língua sem ferimentos ao contendor cético, lhe perguntou: “Viu o que fiz? Você é capaz de fazer isso?” Esse episódio faz parte do longa-metragem “João de Deus, o Silêncio é uma Prece”, que entra em cartaz nesta semana. O diretor Candé Salles afirma que levou um susto e não teve tempo de filmar a cena completa, mas conseguiu  flagrar a mastigação milagrosa. “Até os médicos presentes se espantaram e disseram que um ser humano normal seria levado a um hospital para extrair os cacos de vidro” disse ele.
Segundo Edna Gomes, roteirista e assessora de imprensa do médium, foi um ato extraordinário. “O rei Salomão não incorporava havia 16 meses e não voltou de bom-humor”. O filme, diz Candé, pretende alcançar a simplicidade da Casa Dom Inácio e de seu criador. “Edna e eu estamos totalmente envolvidos com o tema”, afirma Candé. “João exigiu que passássemos  por um tratamento para acompanhá-lo. O filme surgiu nos recantos da Casa”.  Mesmo assim, o diretor não crê que o documentário possa ser usado como uma peça de propaganda.
Com a narração da atriz Cissa Guimarães, paciente da Casa Dom Inácio, o longa metragem de 100 minutos leva a plateia a penetrar na intimidade de um sertanejo rude q       ue enriqueceu no garimpo de ouro, pedras preciosas e na pecuária, e ainda por cima conquistou a glória mundial por meio de operações que obtiveram alto índice de eficácia. Mesmo dizendo que mais de 9 milhões de pacientes foram curados nos últimos 50 anos, nem por isso se considera santo. Ao contrário, ele frequentou  bordéis, viajou pelo mundo, gosta de se divertir e tem nove filhos com nove mulheres.
Nas sessões mediúnicas, afirma que permanece inconsciente. “Não curo ninguém”, repete. “Quem cura é Deus”. Apesar da simpatia pela maçonaria (refere-se a Deus como “Grande Arquiteto do Universo”) e pelo Espiritismo (Chico Xavier foi seu guia), João apesar de médium se declara católico, fiel de Santa Rita de Cássia e principalmente devoto da Ciência.
Na entrevista  a  “Isto É” por e-mail, João defende a união da espiritualidade e da ciência. “a cura no meu hospital de almas atinge a causa espiritual dos males, mas o paciente não pode dispensar a medicina convencional”, diz ele. O filme mostra como em 2015 ele venceu um câncer no estômago ao se tratar no hospital Sírio-Libanês de São Paulo, experiência para ele iluminadora, porque a partir daí passou a pensar em um sucessor nos trabalhos espirituais. Eis o trato que tanto o diferencia de outros médiuns e médicos paranormais como lhe dá credibilidade internacional, mesmo diante dos céticos que o desafiam.
Como o médium se tornou famoso e virou João de Deus.
No dia 24 de junho de 1942, nasce João Teixeira de Faria, em
Cachoeira de Goiás, em uma família de agricultores. Na sua infância chegou a passar fome. Em 1950, ele descobre que tem mediunidade, com a visita em sonho de Santa Rita de Cássia, de quem se tornou devoto. Em 1970, Chico Xavier, por recomendação de Bezerra de Menezes, diz que João deve fundar um hospital de almas em Abadiânia. Em 1976, ele funda a Casa Inácio de Loyola, em Abadiânia, em homenagem ao padre jesuíta, sua entidade mais poderosa. Em 1991, João cura a atriz Shirley MacLaine de um câncer no estômago. Ela então o apelida de “John of God” (João de Deus).
Entrevista:
Isto É – Como o senhor concilia a vida espiritual na Casa Dom Inácio e as suas atividades como empresário e ruralista?
João – Eu venho de uma família pobre, passei fome, fui alfaiate e depois fui tentar a vida nos garimpos e trabalhei muito para ter o que tenho. Hoje tenho a obrigação de retribuir o que Deus me ajudou. Tenho o dever de ser verdadeiro com a vida. O meu sucesso profissional eu devo corresponder à luz que Deus me presenteou.
Isto É – As entidades próximas do senhor variam muito?
João – Não tenho domínio sobre o meu corpo nesses momentos. Sinto a presença  de tantas entidades... Mas tenho um guardião que não me abandona nunca, Deus.
Isto É – De que forma o senhor lida com o fato de algumas pessoas não terem sido curadas pelo senhor?
João -   Se a pessoa não tem merecimento  e a fé em Deus, não sou responsável.  A fé é superior, uma força que vem e não se sabe de onde. Fé no que temos dentro de nós – e somos mais forte do que imaginamos!
Isto É – Como a cura espiritual se harmoniza com o tratamento médico convencional?
João – Espiritualidade e ciência caminham juntas para trazer a realização na existência.
Isto É – O senhor foi operado de câncer num hospital de São Paulo. Tirou alguma lição dessa experiência?
João – Sim! Que o Sol tem uma beleza única. Nunca tinha percebido o quanto é bom senti-lo na minha pele. Que Deus foi incrível comigo, me fazendo crer que a vida é por demais bela.
Isto É – As entidades que o cercam são sempre desafiadas a provar a força. Como lidar com os céticos?
João – Allan Kardec, ao se pronunciar a respeito da validade do pensamento dos imortais que inspiraram  o aparecimento do Espiritismo no mundo, nos diz em sua lucidez e extremo bom senso que, se um dia a ciência provasse que o Espiritismo estivesse errado em seus postulados, que ficássemos com a ciência...

Fonte:
Revista “Isto É” – edição de 6/6/2018
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 8/6/2018

MORTE ACELERADA DAS FLORESTAS





 
Estudos internacionais publicados em fevereiro, com participação brasileira, mostra que os riscos que correm as florestas tropicais do mundo estão se intensificando em ritmo acelerado.
Como se o desmatamento já não fosse suficientemente ruim, uma série de outras ameaças mata, num ritmo cada vez mais intenso, as árvores da Amazônia e de outras florestas úmidas da Terra. Uma revisão de artigos científicos feita por especialistas no tema, incluindo o pesquisador brasileiro Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), e publicada na revista “New Phytologist” em fevereiro, indica que a taxa de mortalidade dessas árvores mostra sinais de aceleração nos últimos anos. Os motivos são o aumento da temperatura, secas longas e piores, ventos mais fortes, incêndios mais extensos, e até a abundância de gás carbônico na atmosfera – uma das causas do desmatamento, do efeito estufa e elemento fundamental da fotossíntese. As mudanças climáticas estão ligadas a todos os problemas apontados. “O trabalho mostra que há indícios fortes que relacionam a mortalidade das árvores de florestas tropicais úmidas às alterações que estão sofrendo com o desmatamento essas regiões, em escala global e regional” afirma Paulo Brando. 
O foco do estudo foi ás florestas primárias ou antigas, na América do Sul, África e no Sudeste Asiático. A Amazônia brasileira aparece em destaque porque é o local mais estudado de todos. “Na Amazônia, todas essas causas de mortalidade de árvores estão presentes; mas é difícil dizer que uma é mais relevante do que outra, porque todas têm um papel. Desmatamento que provoca as secas causam picos de mortalidade, enquanto o aumento do CO provoca mudanças de fundo; já eventos de tempestades de vento impactam mais áreas fragmentadas, e o fogo causa muitos danos no sudeste da Amazônia.” É impossível estabelecer qual desses ataques é o pior. As secas têm se tornado mais longas e severas.
Como defesa imediata, as árvores tomam atitudes extremas, como fechar os espaços (por onde ocorre á respiração das plantas) e perdem mais folhas. Estas por sua vez, se acumulam em abundância no solo e servem de combustível para incêndios florestais, que se alastram facilmente e por muito tempo. Secas e temperaturas mais altas podem ainda levar as árvores a definhar. Outra explicação é que a floresta se torna mais dinâmica com mais CO, crescendo e morrendo mais rapidamente, tanto por mudanças na sua estrutura como pelo metabolismo. O fato de estarem próximas à linha do equador traz vantagem para as florestas tropicais úmidas num planeta mais quente.
Segundo Brando, reduzir a taxa de mudança no clima e estabilizar o processo o quanto antes, o que envolve tanto derrubar os níveis de emissão de CO² quanto os do desmatamento são os fatores essenciais para manter as florestas tropicais. “Quanto menor o desmatamento da floresta, menor será o impacto da seca, do fogo e dos ventos”.

Para nossa melhor vivência no planeta é necessário preservar a floresta Amazônica que funciona como o pulmão do mundo, e sem ela estaremos sujeitos a morrer sem o oxigênio que ela produz.

Fonte:
Revista “Planeta” – edição 539.
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 15/4/2018

sábado, 30 de junho de 2018

O C A R M A




 
Tudo o que você faz um dia volta para você. Ignorar a lei do carma não isenta ninguém de sofrer as consequências geradas por nossos atos. Diz uma afirmação budista que “se você quiser entender as causas do passado, observe os resultados que se manifestam no presente”.  É uma boa apresentação, embora algo simplista, de um conceito complexo chamado de “lei do carma”.
Carma, com frequência, é interpretado como fatalismo, mas na verdade é uma lei que depende inteiramente de nós mesmos e das nossas escolhas. Por essa razão, o carma pode mudar ao longo do tempo. Como? Segundo os budistas, seguindo o “dharma” (em sânscrito, o que sustenta, que nos mantém em um estado elevado) – ou seja, vivendo segundo nossa natureza pessoal, que deve, progressivamente, se harmonizar com o dharma universal.
Nas tradições orientais, o dharma são o caminho e as regras que permitem às pessoas livrar-se da tirania dos seus egos, da massa dos desejos acumulados nesta e nas existências anteriores, para realizar o self  impessoal e imortal. A travessia do dharma ocorre em um ciclo de mortes-renascimentos chamado, em sânscrito, de “samsara”. Nenhum ser humano pode evitá-lo, e deve percorrê-lo reencarnado em vários corpos. Liberar-se desse ciclo é exatamente o objetivo da existência-morte-renascimento.
O carma não é unicamente individual. Esse é o mais comum, mas há também o carma familiar, o coletivo, o nacional e o mundial. O tipo familiar, por exemplo, diz respeito a toda a família: significa então o “débito” espiritual (não entendido necessariamente como culpa) que recai sobre o núcleo familiar inteiro. Já o carma coletivo é o das pessoas que moram em um mesmo bairro, cidade ou país, e o mundial significa o “débito” internacional. Em todos os casos, deve-se observar que o papel de cada pessoa permanece sempre ativo: nunca somos simples vítimas, mas de algum modo colaboramos para decidir nosso presente e futuro.
 Por volta de 1974, quando era repórter no jornal “Última Hora”, do Rio de Janeiro,  entrevistei o inglês John Coats, quando ele
era presidente da Sociedade Teosófica Internacional, com sede em Adyar, na Índia, essa sociedade centenária divulgava no Oriente os conhecimentos filosóficos e esotéricos das tradições orientais. Coats viera ao Rio para uma série de conferências. Uma das minhas perguntas se referia à falada “lei do carma”. Após uma breve explanação da ideia, Coats deu um exemplo concreto, dizendo:  “Tudo que existe tem carma, está submetido à lei da ação e reação. Não apenas as pessoas, mas também as sociedades e os países. Meu país, a Inglaterra, enriqueceu e se tornou poderosa porque durante séculos, colonizou e explorou dezenas de nações mais frágeis. Fomos lá com nossos soldados e nossas armas, nos instalamos na casa dos outros sem convite e tiramos proveito de tudo o que lá encontramos. Ao fazê-lo, criamos o carma. Pois bem; passado o ciclo colonialista, o movimento da força se inverteu, como é natural e justo que aconteça”.
“Agora são nossos ex-colonizados que migram em massa para  a Inglaterra em busca de trabalho e de uma existência mais segura e confortável. E nós, ingleses, reclamamos que estamos sendo “invadidos”, que nosso território está sendo ocupado por ‘estrangeiros”... Sabe o que é isso? É a lei do retorno, ou a lei do carma em ação”. Ao tecer tais reflexões, Coats também profetizava algo que, nas décadas seguintes, devia envolver todas as nações colonialistas europeias: a “invasão” de desvalidos dos países do Terceiro Mundo colonizados e explorados pelos europeus. Desvalidos que buscam na Europa  refúgio, abrigo e proteção.
Carma em sânscrito significa ação. Seria o equivalente, na metafisica indiana, à terceira lei de Newton, que diz: “A toda ação corresponde uma reação de igual intensidade, que atua no sentido oposto”. A força é resultado da interação entre os corpos, ou seja, um corpo produz a força e outro corpo a recebe. Sempre quando pensamos, falamos ou agimos, desencadeamos uma força que gerará uma reação na forma de outra força que tenderá a voltar à sua origem. Durante a longa cadeia da nossa existência como seres conscientes e sencientes (que percebem as coisas pelos sentidos), homens e mulheres tentaram modificar, transformar ou suspender o poder da força que retorna. Talvez alguns tenham, de alguma forma, conseguido  fazê-lo mas a maioria das pessoas não tem
condições de erradicar ou desviar os efeitos das ações físicas, emocionais, mentais e espirituais que desencadeou.
O que isso significa na prática? É simples: todos somos, em maior ou menor medida, escravos das nossas ações cometidas pelo pensamento, palavra ou ação, não importando em qual dimensão existencial elas sejam praticadas. Ninguém, portanto, escapa das consequências dos seus atos. Mas ele só sofrerá esses efeitos quando, por sua iniciativa, tiver construído as condições que o deixam vulnerável a esse retorno que muitas das vezes se traduz em sofrimento. Importante: a ignorância da lei do carma não isenta a pessoa de sofrer as consequências de seus atos. Lei universal, o carma é posto automaticamente em movimento todas ás vezes em que uma ação é desencadeada.
No Ocidente, o conceito de lei do carma surge quase sempre ligado á causalidade (ou seja, a causa e ao efeito das ações desencadeadas). Mas, uma análise mais atenta dessa ideia mostra que o carma é regulado por outros fatores. O principal deles é a intencionalidade. Exemplo: uma pessoa, quando criança, experimenta emoções fortes e positivas no alto de uma montanha coberta de neve. Se ela, já adulta, vive uma situação análoga, suas emoções ressurgem. Seu corpo e sua mente respondem ao estímulo com base na memória do que viveu ou em princípios educativos. Essa é a causalidade, uma resposta destituída de livre-arbítrio que leva em conta o que foi vivido, as emoções e o próprio modo de pensar.
Já na visão oriental, através da intencionalidade o carma age num nível mais profundo e sutil. No caso, ele não é apenas  uma lei fria e mecânica, que responde de forma automática  aos estímulos. A intenção subjacente aos nossos atos é entendida como uma força viva que pode de vários modos, condicionar os efeitos que esses atos produzem. Portanto, não podemos desvincular a lei do carma dos conceitos de consciência e moralidade.
Nestes tempos turbulentos em que vivemos em que muitos, (inclusive nas mais altas esferas da sociedade) parecem ter perdido a noção da responsabilidade e das consequências, é importante refletir sobre a sabedoria contida na noção da lei do carma. Sobretudo, porque ela não se assenta apenas em uma
visão espiritual  do mundo e da nossa presença nele. A lei do carma nos fala de uma fenomenologia prática, objetiva, tão conectada às leis do Espírito quanto às da matéria a que estamos sujeitos. . .
As doze leis do carma, são:
1ª- A Grande Lei.  Tudo o que você planta você colhe um dia. Tudo que lançamos no Universo voltará para nós. Se o que desejamos é felicidade, paz e amor, devemos então ser felizes, pacíficos amorosos e amigos leais.
2ª- Lei da Criação.  A existência não acontece simplesmente, ela requer nossa participação. Somos um com o universo e tudo o que nos cerca faz parte do nosso interior. Traga para perto de si tudo o que deseja que esteja em sua existência.
3ª- Lei da Humildade.  Enquanto você se recusar a aceitar uma realidade, ela continuará a fazer parte de si. Se considerar um inimigo tudo o que vê, ou alguém com caráter que julga serem negativos, você ainda não está num nível mais elevado.
4ª- Lei do Crescimento. Se quiser crescer espiritualmente é a si mesmo que terá de mudar – e não as outras pessoas. Quando conseguimos mudar, todos os aspectos da nossa existência acompanharão essa mudança e seremos melhores.
5ª- Lei da Responsabilidade. Sempre que algo estiver errado em sua existência, haverá algo errado em você – Somos responsáveis por tudo o que acontece e devemos assumir essa responsabilidade se quisermos mudar o rumo das coisas.
6ª- Lei da Conexão.  Até mesmo quando o que fazemos parece inconsequente, é muito importante que isso seja feito porque tudo que existe no universo está conectado. A caminhada como um todo passado-presente-futuro estão todos unidos.
7ª- Lei do Foco. Você não pode pensar em duas coisas ao mesmo tempo. Se seu foco está dirigido para valores espirituais, é impossível ter pensamentos de nível mais baixo, tais como cobiça, egoísmo ou ganância.
8ª- Lei da Doação e da Hospitalidade. Se você acredita que algo é verdadeiro, em algum tempo você será chamado a demonstrar e defender essa sua verdade particular. Esse será
o momento de pôr em prática o que aprendeu em teoria.
9ª- Lei do Aqui e Agora. A tendência a olhar para trás, para examinar o que já passou, nos impede de viver plenamente o aqui e o agora. Velhos pensamentos, comportamentos, sonhos, tudo impede a vivência de experiências renovadoras.
10ª- Lei da Mudança. A mesma história se repetirá sempre até aprendermos a lição de que é preciso mudar nossa trajetória, melhorando nossas ações para o bem.
11ª- Lei da Paciência e da Recompensa. Toda recompensa requer um esforço inicial. Recompensas duradouras exigem o trabalho paciente e persistente. A verdadeira alegria chega quando concluímos a tarefa a executar.
12ª- Lei da Importância e da Inspiração. O valor dos nossos triunfos e erros depende da intenção e da energia despendida para atingir o fim. Temos que pôr todo o esforço e dedicação em cada coisa que fazemos. Cada contribuição amorosa fortalece a nossa existência e inspiram o Todo.

Fonte:
Revista “Planeta” – maio/2018
Reportagem de Luís Pellegrini
+ Acréscimos e pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 27/5/2018

O BRASIL QUE RESSURGIU





 
Graças ao choque de gestão promovido pelo governo federal, o país saiu de uma recessão brutal e voltou a exercer um papel fundamental no cenário global, como uma das maiores economias do mundo, queda de juros e a retomada do crescimento, tendo as exportações crescido mais de 17% em 2017, contribuindo para a retomada econômica.
“Temer fez isso porque é um político de operação. Se há alguém que sabe lidar com o Congresso, é Temer. Ele está fazendo em apenas dois anos o que muitos outros presidentes fizeram em quatro ou oito anos, esta é a realidade”, palavras de Mauro Leos, chefe de análise de risco da agência de rating Moody’s.
Movido por sua histórica vocação de nunca desistir diante das adversidades, apenas em 24 meses o Brasil renasceu das cinzas. Superou a pior recessão econômica da história, retomou o crescimento, -- com baixa inflação e queda dos juros -- aumentou a produção industrial, trocou as pedalas por uma responsabilidade fiscal e voltou a ocupar o papel no cenário global como uma das maiores economias do mundo. Tudo graças a uma série de medidas adotadas pelo governo federal. Sem compromissos com erros, o governo privilegiou a busca pela eficiência e pelo melhor desempenho, a gestão com foco em resultados e nos ganhos de produtividade.
Isso só foi possível graças à nova política econômica implantada a partir de maio de 2016, em sintonia com agenda política de diálogo institucional com o Congresso Nacional. As reformas arrojadas apresentadas neste tempo modernizaram as leis, criaram novos paradigmas para a administração pública e geraram um ambiente para atrair investidores, abrir vagas de empregos e aumentar a renda. A taxa básica de juros da economia (Selic) é hoje de 6,5% -- a menor da história, menos da metade do estabelecido pelo Banco Central em 2014.
A inflação caiu e, em 12 meses, e a alta nos preços ficou em 2,68%, garantindo o maior poder de compra. E foi isso o que aconteceu. O motor da economia voltou a funcionar. Em 2018 o Brasil colherá  a segundas maior safra agrícola, inferior apenas a de 2017 que foi a maior de todas, graças ao planejamento do Ministério da Agricultura e a concessão de crédito ao produtor.
Com o ambiente econômico mais arejado, o Brasil  engatou um virtuoso crescimento sustentável em todas as áreas. As estatais, antes na UTI, ganharam novo rumo; na Bolsa de Valores, a Petrobrás valia R$-67 bilhões de reais. Há duas semanas, antes da greve dos caminhoneiros, a estatal do petróleo reconquistou o título de empresa mais valiosa do Brasil, ultrapassando os R$-350 bilhões.  As cinco maiores empresas estatais  (Banco do Brasil, BNDS, Caixa, Eletrobrás e Petrobrás) deixaram para trás um prejuízo de 32 bilhões em 2015 e geraram  um lucro de R$-28,4 bilhões em 2017. Só o Banco do Brasil teve um lucro líquido de R$-11,1 bilhão. Em virtude de sua recuperação, o BB fez investimentos sociais da ordem de R$-584,1 milhões nos últimos 21 meses.
Em fevereiro, a Agência de Classificação de Risco Standard & Poor’s, melhorou a classificação de risco da dívida corporativa da Petrobrás de B+ para BB+ e a perspectiva de negativa para estável. A Caixa Econômica também respirou novos ares, e registrou seu maior lucro: R$-12.5 bilhões. A Eletrobrás é outra estatal a desfrutar também de tempos vigorosos com resultados incontáveis. Em agosto de 2017 o Ministério de Minas e Energia comunicou a proposta de redução da participação da União no capital da Eletrobrás, com sua consequente valorização na Bolsa de Valores.
As exportações brasileiras em 2017 cresceram 17.5%, primeiro aumento depois de cinco anos consecutivos de queda.  A indústria automobilística também reagiu: foram mais de 40% na produção de veículos em abril de 2018, no comparativo  com o mesmo mês de 2017. Mais uma vez, as novas diretrizes do governo federal foram decisivas para a retomada da economia com a liberação das contas inativas do FGTS, que colocou R$- 44 bilhões na economia e beneficiou cerca de 25,9 milhões de trabalhadores. Como se vê, o Brasil mudou para melhor. Vejamos as grandes realizações promovidas por Temer:
ECONOMIA.  1- Dois maiores superávits da história; 2- Crescimento das exportações; 3-  25,9 milhões de beneficiados com a liberação das contas inativas do FGTS; 4- Lucro nas principais estatais;
INFRAESTRUTURA.  1- Conclusão  do Eixo Leste do Projeto de irrigação do Rio São Francisco, beneficiando 1 milhão de pessoas; 2- 51 quilômetros do Eixo Norte do Rio São Francisco, beneficiando 7.1 milhões de pessoas ainda em 2018; 3- 18 bilhões em leilões de Petróleo e Gás, e 21,4 bilhões de investimentos em energia elétrica, etc;
EDUCAÇÃO. 1- Novo Ensino Médio e Base Nacional Comum Curricular; 2- Novo FIES; 3- Aperfeiçoamento de 190 mil professores; 4- Politica de Fomento ás Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral; 5- Programa Mais Alfabetização para 3.6 milhões de alunos, etc;
SAÚDE. – Avanços na Atenção Básica; 2- Renovação da Frota do SAMU-192; 3- Informatização das UBS;
TRABALHO E EMPREGO. – 1- Modernização da Lei Trabalhista; 2- Programa de Seguro Emprego (PSE); 3- Sistema antifraude do Seguro Desemprego, Sine Fácil; 4- Seguro Desemprego Via Web, etc;
AGRICULTURA E PECUÁRIA. 1- As duas maiores safras agrícolas da história do Brasil; 2- País Livre da Febre Aftosa;
SEGURANÇA. 1- Criação do Ministério da Segurança Pública; 2- Intervenção Federal na Segurança do Rio de Janeiro; 3- Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO);
DESENVOLVIMENTO. 1- Aumento do valor do Bolsa Família maior que a inflação; 2- 160 mil famílias a mais no Bolsa Família;  4 mil novas casas  por mês no Minha Casa  Minha Vida;
MEIO AMBIENTE. 1- Redução do desmatamento da Amazônia; 2- Criação das maiores reservas marinhas da história.
PS. No Brasil nenhum presidente da república consegue governar sem o apoio do Congresso, e para isso acontecer, tem que atender aos pedidos dos legisladores, o que significa o aumento de funcionários desnecessários e o aporte de verbas. Infelizmente, esse é um sistema corrupto e imoral (do toma lá e dá cá) além das aposentadorias vergonhosas implantadas no Brasil, bancadas e pagas essa maldição pelo sofrido povo brasileiro.

Fonte:
Reportagem da revista “Isto É” edição de 30/5/2018
+ Comentário e pequenas midificações.
Jc.
São Luís, 31/5/2018

quarta-feira, 20 de junho de 2018

O DESENCANTO DOS BRASILEIROS





 
Ás vésperas de uma copa do mundo de futebol, a inanição da ex-pátria das chuteiras é geral. Cadê as vuvuzelas, cadê as bandeiras?  Cadê o comércio enfeitado, cadê as calçadas pintadas de verde e amarelo, cadê?
Quem diria que uma das definições mais clássicas, bem-humoradas e alentadoras do sentimento nacional, iria um dia virar pó?  Virou. O locutor esportivo Antônio Maria, escreveu nos idos da década de 1960, referindo-se a si e aos demais cidadãos: “Brasileiro, profissão: esperança”.
Hoje, no Brasil, a profissão é o desencanto. Quem diria que uma das mais profundas lamentações do escritor Machado de Assis, olhando os primeiros anos da nossa República, iria atravessar mais de um século? Atravessou. Vendo a corrupção e o fisiologismo que já brotava no meio político, naquela época, ele escreveu: “tudo cansa, tudo isso exaure”. Nada muito diferente do que dizer nos dias atuais, tudo isso desencanta.
Então é bom elegermos  logo, alguns fatos pontuais que muito racionalmente componham  esse “tudo”. Em se tratando do Brasil, em se tratando de loucura, nada mais natural do que começarmos pela política. Segundo Boris Fausto, um dos mais conceituados historiadores da América Latina: “no país não há apatia diante da disputa política; há desencanto”. Claro!  É tanta gatunagem com o dinheiro público, é tanto oportunismo deslavado, é tanto cinismo esfregado na cara do povo, é tanto desmando, é tanta corrupção (e, apesar da Lava Jato, ainda é tanta impunidade), que o desencanto  bateu no brasileiro – e desencanto quando bate, é duro de ir embora. É feito praga jogada por político e essa praga é pior que praga de madrinha, pega e não sai. Desencanto se pega, se lava, esfrega e ele não acaba.
Assim, tomemos como exemplo as eleições suplementares que aconteceram no Tocantins, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Foi espantoso o aumento nos índices de abstenções e de votos nulos e em branco. No Tocantins, a taxa registrada foi de 43,54% na tentativa de eleger um governador. Isso significa que, nesse estado, 443.414 eleitores desistiram de crer nos políticos. Em Teresópolis, no Rio de Janeiro, a percentagem sobe mais ainda na escolha de prefeito: 48,97%  se omitiram na votação. Já na mineira Ipatinga, na disputa pela Prefeitura, o coro do “não estou nem aí”, chegou a 47%. No cenário  nacional a descrença é na mesma proporção.
Pesquisas de intenção de voto para presidente da República, nas eleições de outubro, apontam que 45,7% dos cidadãos não irão às urnas porque      estão desiludidos e votarão nulo, ou em branco. Boris Fausto conclui: “no regime atual partidário se troca de legenda por tudo e por nada, para vender apoio e comprar conforto. Implantou-se uma corrupção sistêmica como nunca se viu”.  E a corrupção sistêmica é parteira do desalento.
Mas nem só de política vive o desencanto do brasileiro. Vamos falar de futebol. Viveu neste país um gênio do cine-jornalismo. Chamava-se Carlos Niemeyer, e ele documentava, em seu canal 100, os melhores lances dos Fla-Flu, os jogos do Santos de Pelé, os jogos do Botafogo do genial Garrincha, do Cruzeiro de Tostão e Dirceu Lopes. Aqueles eram tempos alegres, ainda que ingênuos. Antes de qualquer filme começar, em qualquer cinema e para a plateia, exibia-se o Canal 100 com a música: “que bonito é, as bandeiras tremulando, a torcida delirando, e vendo a rede balançar...” Muitas pessoas iam ao cinema só para ver o documentário. Hoje não vão mais. A rede pode balançar, deixar de balançar, furar até a rede, tanto faz ou fez.
Estamos com uma nova Copa do Mundo e a inanição da ex-pátria de chuteiras é geral. Cadê as vuvuzelas, cadê as bandeiras, cadê? Cadê o comércio enfeitado, as calçadas pintadas de verde e amarelo? Cadê os folhetos com os jogos a serem disputados, com horários e locais que eram distribuídos para todos?  Há quem diga que a razão dessa passividade foi os 7x1 que a seleção tomou da Alemanha, aqui mesmo no país. Dizem outros que o trauma foi em 1950, na inauguração do Maracanã, quando a seleção perdeu a Copa do Mundo para o Uruguai, de virada, por 2x1. A expectativa de uma grande vitória sobre a Suíça foi frustrada com o 1x1 e, dizem por aí que o jogador Neymar vai terminar ficando fora da copa alegando alguma contusão, razão porque sempre está caindo em campo.
O desinteresse atual é fruto também de uma fraca economia, do empreguismo nos órgãos dos governos, a injustiça, somadas à penúria de cerca de 14 milhões de desempregados. Se o estômago vazio não joga bola, boca de estômago roncando de fome também não torce não, mano. E para temperar o desencanto com o pânico gerando a depressão e com a economia em frangalhos, veio a ainda a greve dos caminhoneiros que virou em baderna e escancarou a falta de autoridade reinante no País. Falamos da política vergonhosa, da economia em frangalhos e da justiça que não faz justiça aos bons cidadãos, só servindo de amparo aos corruptos e criminosos, falamos da bola que agora rola melancólica porque ninguém mais se ilude por causa da Copa de futebol.
Há, no entanto, um último retalho da colcha de desencanto. Trata-se do crescente número de brasileiros que abandonam o País porque, simplesmente, não dá mais para aguentar. São impostos exorbitantes, leis sem conta, inclusive algumas sem nenhum sentido, congresso brasileiro voltado exclusivamente para beneficiar seus membros, autoridades corrompidas etc.
Por essas e outras razões, muitos estão indo viver no exterior diante da falta de horizontes aqui dentro. E por falar em saídas, nas contas da Receita Federal, as declarações de quem vai embora explodiram mais de 50% entre 2015 a 2017. “O desencanto se agrava pelo sentimento de que não dá para mudar nada para melhor e não existe um futuro”, diz Luís Peres Neto, professor e pesquisador da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Na documentação de cada família que parte, deveria constar na identificação de saída o seguinte: “brasileiros,  profissão desencanto; tudo isso cansa, tudo isso exaure e tudo isso é vergonhoso...”
Fonte:
Revista “Isto É” – edição de 13/6/2018
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 15/6/2018.