quinta-feira, 23 de junho de 2011

CHICO XAVIER O APÓSTOLO DO AMOR

CHICO XAVIER, O APÓSTOLO DO AMOR

Jesus nos legou o ensinamento maior ao nos esclarecer que todas as Leis que emanam da Providência Divina se sintetizam no “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. E nos deixou como diretriz de comportamento o seu exemplo de amor: “Novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (João 13:34) Os Espíritos Superiores incumbidos de trazer aos seres humanos o Consolador Prometido, representado pela Doutrina dos Espíritos, revivendo o Cristianismo primitivo, ensinam que “a caridade nos leva a salvação”.

Francisco Cândido Xavier foi um Espírito nobre que, vivenciando esses ensinamentos e abriu um caminho de luz para os seres humanos, mostrando que A Doutrina dos Espíritos, quando retamente praticada, representa a construção da paz em nós mesmos, na qual a Lei do Amor é constante em nossa vida. Tudo o que se disse e se escreveu sobre Chico Xavier pode ser sintetizado nos caracteres do Homem de Bem, que Allan Kardec ressalta na questão nº 918 do “Livro dos Espíritos”, e no capítulo XVII do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, como segue:”o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Ele interroga sua consciência sobre seus próprios atos, perguntando se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele, enfim, se fez a outrem tudo o que desejaria que lhe fizessem.”

Chico Xavier nasceu em 2 de abril de 1910, na pequena cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, sendo batizado com o nome de Francisco de Paula Cândido. Em abril de 1966, Chico pediu a retificação de seu nome para Francisco Cândido Xavier, o que lhe foi autorizado judicialmente. De origem humilde, era filho de João Cândido Xavier e da lavadeira Maria João de Deus. As aparições do espírito de sua mãe, quando Chico ainda não havia completado cinco anos de idade, assinalam os primeiros fenômenos de clarividência que lhe proporcionaram grande alegria e também lhe valeram castigos e incompreensões por parte dos outros, que julgavam invencionices de menino travesso.

Em virtude da escassez de recursos com que a família numerosa sempre se debatia, o Chico foi obrigado, desde pequeno, a trabalhar para ajudar em casa e não faltasse o mínimo necessário. Fazia ele seus estudos elementares ao mesmo tempo em que se dedicava aos rudes serviços de aprendiz numa tecelagem, onde seu pai o colocara aos nove anos de idade. Pela manhã, assistia às aulas para em seguida, trabalhar até às 2 horas da madrugada na fábrica de tecidos. Tal situação não permitiu que sua instrução fosse além do primário. Chico ainda trabalhou como caixeiro, garçom, ajudante de cozinha, e, finalmente como humilde funcionário do Ministério da Agricultura, condição em que se aposentou, por invalidez, em janeiro de 1961, em razão de moléstia incurável nos olhos. Tais precariedades, de ordem social e intelectual, obedeciam a plano superior, imunizando-o contra os prejuízos da presunção acadêmica e do materialismo.

Educado sob orientação católica, Chico atravessaria essa fase de sua iniciação sob o signo da perplexidade diante de fenômenos cuja explicação satisfatória somente viria no ano de 1927, quando assistiu à primeira sessão espírita, promovida pelo casal José Hermínio Perácio e Carmem Pena Perácio, para socorrer o caso de obsessão de sua irmã Maria Xavier Pena. No Centro Espírita Luiz Gonzaga, recém-fundado pelo casal Perácio, em Pedro Leopoldo, Chico recebeu sua primeira comunicação psicográfica. Dias depois, em outra sessão na Fazenda Maquiné, dona Carmem ouve e vê o Espírito de Emmanuel, o qual lhe recomenda pedir ao Chico que tome papel e lápis. Chico recebe então de sua mãe, Maria João de Deus, conselhos em vista do tratamento da irmã que se restabelecia de processo obsessivo.

Antes de se apresentar às faculdades mediúnicas do Chico, o que ocorreria em 1931, Emmanuel criou para dona Carmem, um quadro fluídico anunciador da missão destinada a Chico Xavier. Dona Carmem vê choverem do teto, livros sobre a cabeça do Chico. É nesse ambiente de paz e de envolvimento superior, que Chico se prepara, sob a orientação dos guias e o amparo dos demais membros do Centro, para o desempenho na seara espírita. O fruto de tão decisivo contato seria o aparecimento em julho de 1932, da obra “Parnaso de Além-Túmulo”, que inauguraria a fecunda produção do médium, com vistas a sustentação dos princípios do Espiritismo Cristão no Brasil.

O ano de 1932 reservaria a Chico a alegria de outro encontro decisivo para o seu desempenho de médium sério, modesto, devotado e seguro, segundo opinião de Allan Kardec, no capítulo XVI de “O Livro dos Médiuns”. Eis que o Alto lhe envia a amizade de Antônio Wantuil de Freitas, então no exercício do jornalismo, a serviço do Consolador Prometido, através de periódicos. Wantuil escreve para Chico. Enviando-lhe alguns livros espíritas, inaugurando um intercâmbio com o querido médium que durou até o fim da existência do irmão que era presidente da FEB. Em 1933, o Chico experimenta grave necessidade material, assediada por dificuldades da subsistência da família numerosa. O escritor José Álvaro Santos condoendo-se da situação do Chico e de sua família, convida-o a ir a Belo Horizonte, onde lhe conseguiria uma colocação mais rendosa. Seu pai o encoraja, e o Chico, à noite, ouve de Emmanuel de que o plano era inoportuno e que o amparo viria sem necessidade de tal iniciativa. Para evitar que Chico contrariasse o velho pai, Emmanuel ainda lhe disse: “Ganharás conhecimentos e experiências de que muito necessitas. Não abandones a prática da oração e estaremos contigo através da prece.” – Tudo resultou inútil, pois Chico não conseguiu o emprego.

Ainda em 1934, prevenindo-se contra os ataques de alguns representantes da religião tradicional e da ciência oficial, que durante anos, atribuíram sua produção mediúnica como simulações, auto-hipnose, disritmia cerebral e outros disparates, o Espírito de Eça de Queiroz, espanta sua tristeza com este recado: “Vai continuando até que te receitem o manicômio. No cárcere ou no sanatório, alcançarás um período de repouso. Não te apavores.” O ano de 1935, seria outro marco árduo, mas luminoso no medianato do humilde operário do Cristo. É quando se lhe apresenta o Espírito do consagrado escritor, Humberto de Campos, desencarnado no Rio em 1934. Daí em diante Chico começaria a arcar com o ônus da popularidade, inevitável na trilha dos que devem sacrificar-se para eliminar as trevas dos caminhos humanos.

O início das manifestações de Humberto de Campos atrai a curiosidade da imprensa e o Chico enfrenta a primeira entrevista, promovida pelo jornal “O Globo”. E do Alto jorram as luzes da revelação e da consolação. Humberto de Campos, Emmanuel, Casimiro Cunha, André Luis, Neio Lúcio, Frederico Fígner, entre muitos outros, esclarecem consciências, reerguem caídos, revigoram enfraquecidos, servindo-se ele de instrumentos às verdades que deveriam ser veiculadas. Surgem então os livros psicografados; “A Caminho da Luz”, “Brasil Coração do Mundo”, “Paulo e Estevão”, “Vida e Sexo”, “Nos Domínios da Mediunidade”, entre outros, vivenciando o Evangelho de Jesus. Nesse período surgem os grandes romances históricos, “Há Dois Mil Anos”, “Cinqüenta Anos Depois” e outros mais.

Um episódio ocorrido em 1941, da bem a medida do zelo daquele amoroso benfeitor. A cunhada do Chico estava internada em sanatório de doentes mentais. Com o médium ficou a pesada carga de cuidar dos sobrinhos, um dos quais era paralítico. O Chico chorou muito. Emmánuel vendo a sua aflição lhe perguntou por que chorava. Chico então respondeu: “Estou chorando porque minha irmã está no sanatório e o senhor precisa saber!” – Emmanuel então dá a ele e a todo sincero discípulo de Jesus, profunda lição sobre a fraternidade, dizendo: “Eu me admiro muito, porque naquela casa, existem trezentas irmãs e nunca vi você ir lá chorar por nenhuma. A dor dos Xavier não é maior que a dor Almeida, do que a dor Pires, do que a dor Soares, a dor de toda a família que tem um doente. Se você quer mesmo seguir a doutrina que professa, ao invés de chorar por sua cunhada, tome o lugar ao lado de uma criança que está doente, precisando de calor humano, em substituição, exercendo assim a fraternidade.”

Os primeiros contatos com o Espírito de André Luiz datam também dessa época, quando o Chico começa a ver o Espírito sempre junto a Emmánuel, de quem lhe falara o amoroso guia, incumbido de revelar aspectos da vida de além-túmulo, com o objetivo de edificação. Disse-me Emmánuel que André Luiz estava treinando para se desincumbir de tarefa, e de fato, em 1943, iniciava o trabalho com o livro “Nosso Lar”. Em l946, Chico em carta a Wantuil, expressava sua crença de que André Luiz representava vastas entidades superiores, pelo fato de que, havendo sido interrompida por vários dias a obra “Missionários da Luz”, ele veio a saber que a interrupção fora provocada por reuniões para o exame de algumas teses do referido livro.

Tantas bênçãos fortaleceriam o médium para o grande testemunho a ser oferecido a Causa. No ano de 1994 quando a viúva de Humberto de Campos o intimou e a Federação, em rumoroso processo em torno da produção literária atribuída ao Espírito de seu falecido marido. O devotado servo de Jesus jamais ia supor que seu trabalho, sob a invocação de humildes preces e a amorosa solicitude dos guias espirituais, viesse a suscitar um movimento, que, despertando a opinião pública e disputas em torno de direitos autorais, vantagens financeiras, e pusesse em julgamento a autenticidade do fato mediúnico, e sua possibilidade de se comunicar com os “mortos”; enfim, a própria Doutrina. Esse rumoroso caso foi encerrado com a sentença favorável ao médium e à Federação, por despacho de 23/8/1944, assinado pelo Dr. João Frederico Mourão Russel, com o seguinte despacho: “Nossa legislação protege a propriedade em favor dos herdeiros, das obras produzidas pelo “de cujus” em vida. Não pode, entretanto, a suplicante pretender direitos autorais sobre supostas produções literárias atribuídas ao espírito do autor”.

Entre 1952 e 1953, Chico participou como médium, de sessões de materializações, deixando de participar por ordem de Emmánuel, para não prejudicar o setor de recepção de livros. As primeiras obras psicografadas por Yvonne A. Pereira, a partir de 1955, dão a Chico novo ânimo, tanto pela essência da produção da saudosa médium, quanto por seu caráter de verdadeira cristã, de médium a serviço de Jesus. Anos depois, em 5 de janeiro de 1959, transfere-se Chico Xavier para Uberaba, onde encontraria o clima adequado para amenizar a labirintite que o acometera em 1958. A nova fase da existência em nada altera as diretrizes espirituais que o guiam no cumprimento dos sagrados deveres, de médium a serviço de Jesus: fidelidade ao Evangelho e à Doutrina, sob o amparo dos seus guias, tendo à frente o estimado Emmanuel. De 1965 a 1966, Chico excursiona na companhia do Dr. Waldo Vieira, para visitar comunidades espíritas de diversas cidades dos Estados Unidos, México, Cuba, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Dessas viagens à América do Norte e à Europa surgiu publicada pela FEB, a obra “Entre Irmãos de Outras Terras”, com mensagens recebidas em outras línguas.

Suas palavras, sempre repassada de sabedoria, brandura e elevação moral, é disputada pelos veículos de comunicação, agora liderados pela televisão. Em 27/7/1971, é transmitida ao vivo a entrevista concedida a TV-Tupi, no programa “Pinga-Fogo”, atingindo níveis de audiência, nunca antes verificado. Em 12 de dezembro do mesmo ano, Chico participou de nova entrevista no mesmo programa, que também obteve grande repercussão no país. Nessa ocasião, estando em São Paulo, um comerciante tivera o prazer de receber a visita do médium de Uberaba. Desconhecendo a existência real de Chico, afirmou ser ele um privilegiado. O humilde seguidor da Doutrina Espírita, sem trair sua condição de equilíbrio, respondeu: “Meu amigo, eu não sei quais são os meus privilégios perante os céus, porque fiquei órfão de mãe com cinco anos de idade, fui entregue à proteção de uma senhora que durante quase dois anos, graças a Deus, me favoreceu com três surras de vara de marmelo por dia; empreguei-me numa fábrica de tecidos aos oito anos de idade e nela trabalhei quatro anos seguidos à noite, estudando na escola primária durante o dia. Não podendo continuar na fábrica, empreguei-me como auxiliar de cozinha, balcão e porta num pequeno empório, durante mais quatro anos. Em seguida, empreguei-me numa repartição do Ministério da Agricultura, na qual trabalhei trinta e dois anos, começando na limpeza da repartição, até chegar a escriturário, quando me aposentei, por problemas nos olhos. Em criança, sofri moléstia de pele, fui operado no calcanhar, onde me cresceu um grande tumor; sofri dos doze aos quinze anos de Corea ou “Mal de São Guido”; fui operado em 1951 de uma hérnia estrangulada, acompanhei a desencarnação de irmãos que me eram particularmente queridos. Sofri um processo público, em 1944, de muitos lances difíceis e amargos, por causa das mensagens do espírito do escritor Humberto de Campos. Em 1958, passei por escandalosa perseguição, com muitos noticiários infelizes da imprensa, perseguição de tal modo intensa, que me obrigou a sair do campo reconfortante da vida familiar em Pedro Leopoldo, onde nasci, transferindo-me para Uberaba, em 1959, para que houvesse tranqüilidade para meus familiares, que não tinham culpa de eu haver nascido médium. Em 1968, fui internado no Hospital Santa Helena, aqui em São Paulo, para ser operado numa cirurgia de muita gravidade e, agora, no princípio deste ano, agravou-se em mim um processo de angina, que começou em novembro do ano passado. Angina essa com a qual estou lutando muito, além dos problemas da visão!...” E terminou: “Se tenho privilégios como o senhor imagina devo os ter sem saber!”

Na década de 70, Chico Xavier visita por três vezes o casarão da Avenida Passos, onde se
localizava a Federação Espírita Brasileira, tomando parte em sessão pública noturna. Chico foi também convidado pela FEB para participar dos atos inaugurais da nova sede em Brasília, convite que agradeceu, mas por motivo de doença não pode comparecer. Em 1977, o Movimento Espírita Brasileiro homenageia o querido médium por haver atingido 50 anos de exercício da mediunidade, fiel a Kardec e Jesus. Em 1978, Chico mais uma vez demonstrando clarividente lucidez e critério na prudência e no conhecimento do caráter humano, sustentado pela proteção dos guias espirituais, toma a iniciativa de assegurar à vastíssima obra literária, produzida por seu intermédio e evitar futuras disputas em prejuízo da Doutrina, de ceder integralmente os direitos autorais à FEB e a outras entidades, ratificando as anteriores cessões de direitos.

Na década de 80 a obra de Chico Xavier ganha as atenções do teatro e da televisão e quatro telenovelas são apresentadas baseadas nos romances mediúnicos “Há Dois Mil Anos”, ‘Cinqüenta Anos Depois”, “Renúncia” e “Ave Cristo”. O maior sucesso vem com a peça “Além da Vida’, encenada no palco, por Ivani Ribeiro e Augusto César Vanucci. Ainda por iniciativa do deputado federal Freitas Nobre, do diretor Augusto César e do ator Dionísio Azevedo, o movimento Espírita do Brasil é mobilizado para indicar o médium Chico Xavier, como candidato ao Prêmio Nobel da Paz em 1981. A justificativa apresentava os serviços do médium, durante toda a sua existência, dedicada aos pobres e sofredores de todos os matizes. Chico não ganhou o Prêmio Nobel, que amigos carinhosos lhe pleitearam, mas...que importa? – Talvez tenha sido a vontade de Deus, que a virtude da humildade, tão exaltada por Jesus na lição da Manjedoura, e por Chico em toda a sua existência, não fosse manchada pela glória deste mundo. O Prêmio Nobel ao qual também concorreu o chefe da Igreja Católica, o Papa João Paulo II, foi conferido ao “Alto Comissariado para Refugiados nas Nações Unidas”.

Entretanto, em 1999, o Estado de Minas Gerais instituiu a “Comenda da Paz Chico Xavier”, pela Lei Estadual nº. 13.394, em homenagem ao seu ilustre filho. O médium Francisco Cândido Xavier, também foi eleito o “Mineiro do Século”, numa promoção da Rede Globo/Minas, com mais de 2,5 milhões de votos, ficando o inventor do avião, Santos Dumont, em segundo lugar. Francisco Cândido Xavier, foi o mais consagrado médium do século XX, partindo da Terra aos 92 anos de idade, dos quais, 75 anos foram de ininterruptos labores mediúnicos. O número de livros por ele psicografados atingiu 412 títulos, cujas reedições ultrapassam a casa de trinta milhões de unidades.

Registramos, como luminosa lição de humildade, e desprendimento para todos quantos se dedicam aos serviços da Doutrina dos Espíritos, a seguinte declaração: - Pergunta feita pelo jornal “Estado de Minas”: “Como ficará a Doutrina Espírita após sua morte? – O senhor acha que ela ficará abalada? – Quem poderá substituí-lo na liderança?” – Resposta de Chico Xavier: “A Doutrina Espírita estará tão bem depois da minha desencarnação quanto estava antes, porque eu não sou uma pessoa com qualidades especiais para servi-la. Eu sou apenas um médium comum, tão falível como qualquer outro. Não me sinto uma pessoa necessária e muito menos indispensável. Outros médiuns estarão interpretando o pensamento e as mensagens dos nossos amigos espirituais...”

Em 30 de junho de 2002, por volta das 19,30 horas, desencarnava em Uberaba-MG., o
médium mineiro Francisco Cândido Xavier (Chico Xavier), em meio às vibrações de alegria do povo brasileiro pela conquista de mais um troféu mundial de futebol, como se o Plano Espiritual Superior quisesse, propositadamente, diluir as repercussões que a partida do médium, por certo, viria a causar em todos os segmentos da nossa sociedade. A desencarnação do médium Francisco Cândido Xavier provocou pronunciamentos de respeito e gratidão à sua vida missionária, de autoridades públicas e religiosas, de artistas, de instituições e de pessoas diversas. Passaremos a transcrever algumas dessas manifestações: 1- Fernando Henrique Cardoso, Presidente da República: “Grande líder espiritual e figura querida e admirada pelo Brasil inteiro, Chico Xavier deixou sua marca nos corações de todos os brasileiros.” 2- Ramez Tebet, Presidente do Senado: “Era um homem extraordinário que pregava a bondade, paciência e humildade.” 3- Aécio Neves- Presidente da Câmara Federal: “Ele é uma referência única de trabalho e solidariedade. Será sempre um exemplo importante de vida e humanidade.” 4-Itamar Franco- Governador de Minas Gerais: “Chico Xavier expressava em sua face uma imensa bondade, reflexo de sua alma iluminada, particularmente em sua dedicação aos pobres.” 5- Padre José Rizon- Assessor da CNBB: “Chico Xavier foi um homem exemplar e sempre disposto a fazer o bem.” 6- Henry Sobel- Presidente do Congresso Israelita Paulista: “Eu respeitava o trabalho de Chico Xavier, principalmente o conforto espiritual que ele trazia a tanta gente, sem distinção de ricos e pobres.” 7- Carlos Vereza- Ator: “Para mim, o grande milagre de Chico foi provar, através de mensagens psicografadas, a vida após a existência.” 8- Fábio Assunção- Ator: “Ele foi um homem perfeito e ajudou muita gente.” 9- Norton Nascimento- Ator: “Para mim, ele continua vivo; só que num plano mais elevado.” 10- Cássia Kiss- Atriz: “Estive em Uberaba , junto com o Antonio Fagundes. Chico era uma pessoa de muita luz.” 11- Leonardo Boff- Teólogo: “Ele era um dos grandes anjos bons que o povo brasileiro tinha. Consolava os desesperados, enxugava lágrimas e curava os enfermos.” 12- Nicete Bruno- Atriz:”Para mim, Chico Xavier não morreu. A morte é só uma transformação.” – Muitos e muitos outros depoimentos foram feitos por autoridades e instituições internacionais e pessoas do povo, que não foram aqui mencionadas...

O que demonstra, de modo brilhante, a intervenção de Deus na História, “é o aparecimento, no tempo próprio, nas horas solenes, desses grandes missionários, que vêm estender a mão aos homens e os repor na senda abandonada, ensinando-lhes a lei moral, a fraternidade, o amor aos semelhantes, dando-lhes o grande exemplo de sacrifícios de si... pela causa dos outros...” Que Deus abençoe o irmão Francisco Cândido Xavier, onde ele se encontrar.

Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.

Bibliografia:
Revista “O Reformador”
Edição nº 2080-A
Livro “Mandato de Amor”
+ Acréscimos e modificações.
Jc.
25/10/2009


ALLAN KARDEC E CHICO XAVIER


Depois de Allan Kardec, o médium Chico Xavier é a figura de maior expressão no Espiritismo do Brasil. A sua tarefa e a sua existência se constituíram em valioso legado para a Humanidade inteira. Se a Doutrina teve por berço a França e floresceu nos meios intelectuais de Paris, foi no Brasil, a partir de Pedro Leopoldo, no estado de Minas Gerais, que ela se popularizou e se consolidou como o Consolador Prometido por Jesus. A Espiritualidade Superior houve por bem não consentir que a Doutrina dos Espíritos permanecesse restrita às elites acadêmicas e, numa nova roupagem, providenciou para que ela renascesse na condição do humilde e iletrado Chico Xavier, a fim de que a sua mensagem chegasse ao entendimento e ao coração do povo. Com Allan Kardec, a sabedoria; com Chico Xavier, o amor!

Falando desses dois vultos da Doutrina Espírita, alguns espíritas chegaram a conclusão e acreditam que Allan Kardec e Chico Xavier, são reencarnações do mesmo Espírito, em épocas diferentes, em virtude de algumas informações. No livro, “Obras Póstumas” no diálogo sob o título “Minha Volta”, em que o próprio Allan Kardec conversa com Jesus, com o pseudônimo de “Espírito da Verdade”, em 10/06/1860, através da médium Sra. Schmidt, Allan Kardec tomou conhecimento de sua morte nos anos seguintes e a sua reencarnação, entre o final do século XIX e o início do século XX. Foi Jesus quem disse isso a Kardec, e acham que ele retornou em 2 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo, como Francisco Cândido Xavier. Ao mesmo espírito, Kardec/Chico, coube a missão de primeiro codificar e depois consolidar a Terceira Revelação, porquanto, julgam, somente ele estava apto para compreender a essência dos postulados e de colocá-los em prática. Como Kardec, efetuou a triagem das comunicações que serviram de base à Codificação, e como Chico Xavier, praticou o exercício mais ostensivo da mediunidade e de fraternidade a que seria chamado desde a juventude.

Como Allan Kardec, não teve suficiente tempo para vivenciar a Doutrina que codificara visto que somente dispôs de quinze anos para fazer tudo o que fez; já na personalidade de Chico Xavier, ele pode se revelar na condição de um dos mais lúcidos e completos apóstolos do Cristo, complementando a obra! Chico não se limitou somente à recepção de mensagens dos desencarnados, mas também receber e dar à publicação a grande obra de livros psicografados, dando continuidade ao pentateuco de Kardec. Não são poucos os que, mesmo não sendo espíritas, reconheceram a importância de Chico Xavier. As duas maiores manifestações, foram: “A Comenda da Paz Chico Xavier” instituída por Lei, e a eleição dele como ‘Mineiro do Século”, ambas no Estado de Minas Gerais.

Para outros espíritas, o mesmo Espírito não poderia ter encarnado como Allan Kardec e Francisco Cândido Xavier, em virtude de circunstâncias que confirmam essa impossibilidade, e, para tanto, se baseiam em outras informações. Por mais que se ame o Chico, a verdade soa mais alto: há um profundo abismo separando-o de Kardec. Analisando as biografias desses dois grandes vultos da Humanidade, nota-se grande discrepância, principalmente no campo psicológico. Chama muito a atenção que suas personalidades são extremamente opostas. Em 28 de agosto de 1988, em entrevista ao Diário da Manhã, de Goiânia-Goiás, respondendo à pergunta se seria Kardec reencarnado, disse: “Não, não o sou... digo isto com serenidade. Consulto a minha existência, as minhas tendências e não tenho nenhuma semelhança com aquele homem corajoso e forte que, em doze anos deixou dezoito livros maravilhosos”. Ao contrário do brilhante trabalho intelectual desempenhado por Kardec, Chico se caracterizou apenas como intermediário dos Espíritos. Kardec demonstrava pulso firme e era resoluto nas suas atitudes, enquanto Chico, por seu lado, não sabia dizer “não” às pessoas. O confrade Arnaldo Rocha amigo íntimo de Chico Xavier, falando sobre o saudoso médium, em palestra proferida na União Espírita Mineira, disse que o médium lhe informara ter sido a Srta. Japhet, médium que teve papel importante na revisão dos textos do “O Livro dos Espíritos”. O fato do médium não ter vivenciado a personalidade do Codificador não o deprecia, visto que foi um vitorioso no que se propôs a executar.

Por serem justas as homenagens que se prestam a Francisco Cândido Xavier, por ocasião das comemorações do centenário do seu nascimento, me associo a elas, e que ele possa receber, onde se encontrar, as manifestações sinceras da nossa gratidão, acompanhadas das bênçãos de Jesus, e que no mundo espiritual possa continuar a difundir a paz e o amor, a toda a Humanidade... Joana de Angelis, em homenagem psicografada em 2/7/2002, diz: “Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra, e desfrutares das inefáveis alegrias do Reino dos Céus.”

Jamais o esqueceremos, e o seu exemplo ficará como um divisor do tempo, em nosso movimento, que tanto lhe deve, assinalando o Antes e o Depois de Você, da sua existência extraordinária, dos seus sacrifícios incomuns, dos seus incomparáveis sentimentos e exemplos de fraternidade e amor...


Deus o abençoe, Chico Xavier!...


Bibliografia:
“Jornal da Mediunidade”
Reformador nº. 2080-A
Jornal “O Imortal”


Jc.
S.Luis, 27/10/2009