sábado, 21 de maio de 2011

YVONNE DO AMARAL PEREIRA

YVONNE DO AMARAL PEREIRA

Véspera de Natal de 1900, seis horas da manhã, na pequena Vila de Santa Tereza de Valença, hoje Rio das Flores, no estado do Rio de Janeiro, renasce em lar espírita, Yvonne do Amaral Pereira, primogênita do casal Manoel José Pereira Filho e de Elisabeth do Amaral Pereira. Ela teve cinco irmãos, além de outro irmão mais velho, filho do primeiro casamento de sua mãe.

Seu pai, pequeno comerciante, homem generoso de coração e desprendido dos bens materiais, faliu por três vezes por favorecer a clientela em prejuízo próprio. Tornou-se pouco depois, funcionário público, de cujos poucos proventos sustentou a família, até sua desencarnação em 1935. Yvonne viveu em lar pobre e modesto, aprendendo com os pais a servir os mais necessitados, pois em sua casa sempre eram recebidos com carinho, pobres criaturas sem recursos, inclusive mendigos.

Contam seus biógrafos que, com 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio uma sufocação que a deixou como morta, em estado de catalepsia. Durante 6 horas permaneceu nesse estado; o farmacêutico e o médico atestaram a morte por sufocação, e o velório foi preparado. A suposta defunta foi vestida de branco e azul e encomendado o caixão. A sua mãe, que não acreditava que a filha estivesse morta, retirou-se para outro aposento, onde orou fervorosamente a Maria de Nazaré, pedindo por sua filha. Instantes depois, a criança acordou aos prantos.

Sua infância foi povoada de fenômenos espíritas, muitos deles narrados no livro “Recordações da Mediunidade”. Aos 4 anos de idade já se comunicava com os Espíritos, que considerava pessoas normais, encarnadas. Duas entidades lhe eram particularmente caras; o primeiro, o Espírito de Charles, que fora seu pai carnal em outra existência e a quem considerava como tal, devido a lembranças vivas de sua encarnação anterior. Foi seu orientador durante toda sua existência, inclusive nas atividades mediúnicas. O segundo, o Espírito de Roberto de Canalejas, que fora médico espanhol em meados do século XIX, pelo qual nutria um profundo afeto e com o qual tinha ligações espirituais de outros tempos. Mais tarde, como adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outras entidades evoluídas, como o Dr. Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco e Fredéric Chopin.

Aos oito anos de idade, repetiu-se o fenômeno da catalepsia, associado á um desprendimento parcial. Aconteceu à noite e a visão que teve marcou-a pelo resto da existência. Em Espírito, foi parar ante uma imagem do “Senhor dos Passos”, na igreja que freqüentava. Pedia socorro, pois sofria muito, e a imagem, então adquirindo vida, dirigiu-lhe as seguintes palavras: “Vem comigo, minha filha, será o único recurso que terás para suportar os sofrimentos que te esperam”. Aceitou a mão que lhe era estendida, subiu os degraus e não se lembra de mais nada.

De fato, Yvonne Pereira foi uma criança infeliz. Vivia acossada por uma imensa saudade do ambiente familiar que tivera na sua última encarnação na Espanha e que lembrava com extraordinária clareza. Por esse motivo, considerava sua família
atual, principalmente seu pai e irmãos, como estranhos. Para ela, o pai verdadeiro era o Espírito de Charles e a casa, a da Espanha. Esses sentimentos desencontrados e o afloramento das suas faculdades mediúnicas faziam com que ela tivesse comportamento considerado anormal por seus familiares. Por esse motivo, até os dez anos, passou a maior parte do tempo vivendo na casa da avó paterna.

Em ambientação reencarnatória propícia, teve aos 8 anos o primeiro contato com um livro espírita. Aos 12 anos, o pai deu-lhe de presente “O Evangelho Segundo o Espiritismo”e “O Livro dos Espíritos”, que a acompanharam pelo resto da existência, sendo a sua leitura repetida, sempre como um bálsamo nas horas difíceis. Aos 13 anos começou a freqüentar as sessões espíritas, que muito a encantavam, pois via os espíritos comunicantes. Ela teve como instrução escolar apenas o curso primário. Não pôde, por motivos econômicos, fazer outros cursos, o que representou uma grande provação para ela, pois amava o estudo e a boa leitura, tanto que, aos 16 anos, já tinha lido obras de grandes autores como Goethe, Bernardo Guimarães, José de Alencar, Alexandre Herculano e Arthur Conan Doyle. Desde cedo teve de trabalhar para o seu próprio sustento.

O fenômeno da catalepsia se tornou comum na sua existência a partir dos 16 anos de idade. A maior parte das reportagens de além-túmulo, dos romances, das crônicas e contos relatados por Yvonne Pereira, foram transmitidos do mundo espiritual através desse processo. A sua mediunidade, porém, foi muito diversificada. Foi médium psicógrafa e receitista, assistida por entidades de grande elevação, como o Dr. Bezerra de Menezes, Charles, Roberto de Canalejas e Bittencourt Sampaio. Possuía mediunidade de efeitos físicos, chegando a realizar algumas sessões de materialização, mas nunca sentiu atração por essa modalidade mediúnica. Os trabalhos que mais gostava de fazer, no campo da mediunidade, eram os de desdobramento, incorporação e receituário homeopático. Nessa última atividade trabalhou em diversos Centros Espíritas de várias cidades em que morou durante seus 54 anos de labor mediúnico.

Como médium psicofônica, pôde entrar em contato com obsessores, obsidiados e suicidas, aos quais devotava um carinho especial, sendo que muitos deles tornaram-se espíritos amigos dela. Era costume dela, ler nos periódicos e jornais, nomes de suicidas e orava por eles constantemente, catalogando-os num livro de preces criado por ela. Era o que fazia como forma de reparação ao seu suicídio pretérito por afogamento. Passado algum tempo, muitos deles vinham agradecer-lhe as orações e davam-lhe fortes abraços e passeavam com ela de braços dados pelo casarão em que morava, sem que ela, confusa, soubesse distinguir se o visitante era encarnado ou desencarnado...

Pelo desdobramento noturno Yvonne Pereira visitava o mundo espiritual, amparada por seus orientadores, coletando as crônicas, contos e romances com os quais hoje nos deleitamos. Ela deixou 20 obras de sua lavra mediúnica, entre as quais “Memórias de Um Suicida”, considerado por Chico Xavier a que melhor retrata a profundeza do Umbral. Esse livro, ditado pelo Espírito de Camilo Castelo Branco,
foi recebido em 1926, mas somente editado 30 anos depois, em 1956, pela FEB. São também de sua lavra os seguintes livros: “Nas Telas do Infinito”, “Amor e Ódio”, “Nas Voragens do Pecado”, “O Drama da Bretanha”, “Cavaleiro de Numiers”, “Ressurreição e Vida”, “Sublimação”, “Dramas da Obsessão”, “Devassando o Invisível” e “Recordações da Mediunidade”, tendo como autores espirituais, os Espíritos de Bezerra de Menezes, Charles, Leon Tolstoi e Roberto de Canalejas.

Embora conhecesse bem a arte poética, jamais psicografou qualquer poema. Ela deixou ainda uma série de 10 livros destinados ao público infanto-juvenil, recebidos por intuição e supervisionados por Bezerra de Menezes e Leon Denis, livros que ainda não foram publicados. Yvonne disse, em entrevista a Jorge Rizzini, em 1972: “A formação do meu caráter, foi feita pelo Dr. Bezerra; sempre segui os seus conselhos. Mas houve outros Espíritos que me guiaram como Bittencourt Sampaio e Eurípedes Barsanulfo, com quem trabalhei muito, principalmente em curas de paralíticos”. A maior parte de sua atividade mediúnica foi exercida na cidade de Lavras e outras cidades de Minas Gerais.

Ela foi esperantista convicta e trabalhou arduamente na sua propaganda e difusão, através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto do Brasil quanto do exterior. Yvonne Pereira serviu como médium, de 1926 a 1980, quando um acidente vascular cerebral impossibilitou-a para a atividade mediúnica. Sempre humilde e vivaz, mudou-se depois para o Rio de Janeiro indo morar num casarão em Piedade, num subúrbio do Rio, em companhia de sua irmã casada, Amália Pereira Lourenço, também espírita.

Na noite de 9 de março de 1984, vitimada por trombose, desencarnou durante uma cirurgia a que se submeteu no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Inhaúma. Contava ela com 83 anos de existência e mantivera-se solteira, cumprindo dignamente o mandato mediúnico exercido com amor e total devotamento aos seus semelhantes. . .




Bibliografia:
Danilo Vilela – Jorge Rizzini
Revista “Reformador” 01/1982
Jornal “Macaé Espírita” jan/fev-2000
Jornal “O Espírita Mineiro” 7/8-2008

Jc.
S.Luis, 20/5/2011.

VICENTE DE PAULO

VICENTE DE PAULO, Expoente da Codificação

Vicente de Paulo nasceu dia 24 de abril de 1581, na aldeia Pouy, sul da França. Ele foi batizado no mesmo dia de seu nascimento. Era o terceiro filho do casal João de Paulo e Bertranda de Moras, camponeses profundamente católicos. Os seis filhos receberam o ensinamento religioso em casa através da mãe. A família possuía terras e um rebanho de vacas, ovelhas e porcos. Vicente era encarregado de levar o rebanho a pastar e seu olhar se perdia na contemplação da natureza. Cedo, nele se manifestaram a inteligência aguda, o olhar observador, o espírito vivo, o coração generoso e a sincera devoção a Maria, mãe de Jesus, o que motivou seus pais a encaminhá-lo aos estudos eclesiásticos, findo os quais Vicente, aos 19 anos, ordenou-se sacerdote.

Ele fez seus primeiros estudos em Dax, onde, após quatro anos, tornou-se professor. No ano de 1604 recebeu o título de bacharel, o que lhe permitiu concluir os estudos de teologia na Universidade de Toulouse. Logo que foi ordenado sacerdote, em 23 de setembro de 1600, ele passou pela primeira provação: uma viúva que gostava de ouvir suas pregações, ciente de que ele era pobre, deixou-lhe uma herança – uma pequena propriedade e determinada importância em dinheiro, que estava com um comerciante em Marselha. Ele então seguiu para essa cidade, contudo, no retorno dessa viagem, em 1605, o navio em que se encontrava foi atacado por piratas turcos. Vicente sobreviveu ao ataque, mas foi feito prisioneiro. Os turcos o conduziram a Tunis, onde ele foi vendido como escravo. Ele foi inicialmente vendido a um pescador, depois a um químico. Com a morte deste, passou a servir o sobrinho do químico, que o vendeu para um fazendeiro que fora antes católico, mas, com medo da escravidão, adotara a religião muçulmana.

O fazendeiro tinha três esposas: uma era turca, a qual, ao ouvir os cânticos do jovem escravo, sensibilizou-se e quis saber o significado do que ele cantava. Ciente da sua história, ela censurou o marido por ter abandonado uma religião tão bonita. O fazendeiro então se arrependeu e propôs a Vicente uma fuga para a França, fato que só ocorreu dez meses depois, já em 1607. Em uma pequena embarcação, eles atravessaram o Mar Mediterrâneo e conseguiram chegar à costa francesa, onde encontraram o vice-legado do Papa. Vicente voltou, então, à condição de sacerdote e o renegado, após abjurar sua crença no Islã, voltou para a Igreja Católica. Vicente e o renegado ficaram vivendo por algum tempo com o vice-legado. Durante sua estada na cidade, ele pôde freqüentar a Universidade, formando-se em Direito Canônico e o fazendeiro foi então admitido em um mosteiro tornando monge.

Em determinada ocasião o Papa precisou mandar um documento sigiloso para o rei Henrique IV da França e o padre Vicente foi escolhido como mensageiro. O rei Henrique após receber a mensagem o nomeou capelão da rainha Margarida de Valois, a rainha Margot. Em sua função de capelão ele distribuía esmolas aos pobres e fazia visitas aos enfermos do hospital de caridade, em nome da rainha. Depois do assassinato de Henrique IV, em 1610, Vicente passou um ano na Sociedade do Oratório, fundada pelo cardeal Pierre de Bérulle, embora continuasse a viver no mundo dos grandes e ricos.
Ele se tornou o doador de esmolas da rainha Margarida e protegido da senhora De Gondi, até o dia em que optou por se dedicar à instrução e ao serviço dos camponeses, lhe sendo designada a paróquia de Châtillon, uma das problemáticas e mais desleixadas da região.

Num domingo, ele recebeu a notícia de que uma família miserável estava prestes a morrer, por estarem todos doentes. Alertados pelo seu sermão, os paroquianos se dirigiram à casa da família e prestaram-lhe auxílio. O cérebro de Vicente de Paulo lhe fervilhou: “Eis aqui uma grande caridade”, pensou, “mas está mal organizada”. Idealizou então, a criação de uma Associação e no dia 20 de agosto de 1617, graças à sua iniciativa, nasceu uma associação de mulheres com o objetivo de visitar, alimentar e prestar aos enfermos, todos os cuidados indispensáveis; nascia a Confraria do Rosário, e todos os dias realizavam visitas aos doentes.

Três anos depois, em 1620, Vicente instituiu a Confraria da Caridade dos Homens. As mulheres se dedicavam aos doentes e as viúvas, os homens deviam de dedicar aos velhos, os órfãos e os prisioneiros. Homem de visão, Vicente de Paulo orientava as Confrarias, incentivando a organização de cooperativas agrícolas, ensinando novos métodos de cultivo da terra, implantando, nas cidades, pequenas manufaturas para produzirem objetos de uso na região e, finalmente, criando centros de aprendizagem onde as crianças indigentes, pudessem receber educação cristã e aprender uma profissão, a fim de tirá-las da miséria. Como poderia Vicente falar-lhes das coisas espirituais? Era necessário primeiro, melhorar-lhes as condições de vida, visto que apodreciam vivos na miséria. O alimento era pão preto, a água era poluída e os golpes de chicote eram constantes.

Naquele período, a Marinha francesa estava em expansão e para resolver o problema da mão-de-obra necessária para o remo, era costume a condenação às galés, por pequenos delitos comuns. Vicente de Paulo empenhou-se nessa missão, lutando por mais dignidade por aqueles prisioneiros, que viviam em condições sub-humanas. No trabalho em favor dos condenados às galés, ele chegou até a se colocar no lugar de um deles para libertá-lo. Intercedeu Vicente junto ao general das galés, Sr. Manoel de Gondi, e conseguiu realizar sensíveis mudanças. Oferecia-lhes cuidados corporais, distribuía alimentos entre eles, consolava-os, falava-lhes do Jesus e do Evangelho, chamava-os de “meus filhinhos”. Ele amava profundamente as pessoas e, por isso, mostrava-se incansável na descoberta das misérias humanas de ordem material e espiritual, socorrendo pessoalmente ou enviando as Damas da Caridade a hospitais, prisões, asilos, escolas e às ruas.

Vicente de Paulo foi um mestre na arte de conquistar corações. Conseguiu o apoio de muitos nobres e ricos para atender os seus pobres. Tinha amigos como a rainha Ana da Áustria, que lhe mandou ajuda material durante o longo período da guerra que assolou a França, sustentando a obra das crianças abandonadas; Maria, duquesa de Aiguillon, que o auxiliava em todas as suas obras caritativas; o rei Luis XIII, que assistia os doentes, apoiava e incentivava com bens materiais, inúmeras obras vicentinas; Luísa de Marillac, muito trabalhadora, visitando e coordenando as diversas Confrarias da Caridade, em redor da cidade de Paris.
Desde os 35 anos de idade, Vicente sentira o desconforto da doença em sua própria carne. As pernas e os pés inchavam, chegando um tempo, em 1645, que ele já sentia dificuldade para se manter a cavalo, para realização das suas viagens. Aos 74 anos, precisou ficar encerrado por muitos dias em seu quarto, enquanto a febre se instalava em seu corpo. Era com dificuldades e o auxílio de uma bengala, que conseguia dar alguns passos, contudo, dotado de indomável energia, ele continuava proferindo as palestras, em todas as manhãs, aos seus discípulos, demonstrando serenidade e lucidez, apesar das dores atrozes que o atormentavam.

Diante da morte iminente, brincava: “Em breve enterrarão o miserável corpo deste velho, que se transformará em cinzas e o pisarão com os pés.” Então, em 27 de setembro de 1660, antes que o sol se levantasse sentado numa poltrona, perto do fogo, Vicente de Paulo desencarnou. Era um pouco antes das cinco horas da manhã, hora em que ele habitualmente se punha em oração. Os pobres, mais do que ninguém, lamentaram e sofreram com a morte do seu benfeitor, amigo e pai.

Referindo-se a ele, o espírito de Francisco de Paula Vitor, pela psicografia de Raul Teixeira, escreveu: “Verdadeira luz a brilhar, no século XVII, seus exemplos de dedicação e fidelidade ao Mestre Jesus, contagiam inumeráveis corações que, depois dele, investem tempo e a existência aos serviços portentosos, em prol da instalação do reino dos céus na Terra.”

Esse Espírito abnegado, está presente como um dos colaboradores do Consolador Prometido, assinando as respostas às questões de números 888 e 888-a, de “O Livro dos Espíritos”, em que igualmente assinou, junto com outros Espíritos eminentes, os Prolegômenos, nas mensagens de nºs XX e XXVI do Capítulo XXXI de “O Livro dos Médiuns” e no item 12 do capítulo XIII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Nessa mensagem, especialmente, é que demonstra a grandeza do seu coração, externando: “A Caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador...”



Bibliografia:
“Vicente de Paulo, servidor dos pobres” – Ed. Paulinas
Jornal ‘Mundo Espírita – maio/2001
Marinei Ferreira Rezende
Jornal “0 Imortal” – 11/2008

Jc.
S.Luis, 19/05/2011

VIANNA DE CARVALHO

VIANNA DE CARVALHO

Com entusiasmo e perseverança, desde alguns anos temos procurado rastrear os passos luminosos de Manoel Vianna de Carvalho, alma excelsa, exemplo de inclinação missionária, baluarte de um trabalho incomparável na difusão dos postulados espíritas por todo este País. Entretanto, bem poucos conhecem a dimensão exata de seu labor, disseminando os princípios de uma verdade consoladora: a doutrina sistematizada por Allan Kardec.

Assim sendo, passemos ao seu perfil biográfico. Manoel Vianna de Carvalho nasceu na cidade de Icó, no Ceará, no dia 10 de dezembro de 1874. Era filho de Tomás Antonio de Carvalho, professor de Música e Língua Portuguesa da Escola Normal, e de Josefa Vianna, mulher de muitas virtudes. Em Fortaleza, estudou no Liceu do Ceará. Em 1891, matriculou-se na Escola Militar do Ceará, onde se destacaria pelo brilho de sua inteligência. Nesse mesmo ano, juntamente com outros cadetes, conheceu a “Doutrina dos Espíritos”, na própria escola, organizado por um grupo de estudos doutrinários. Em 1894, ainda na capital cearense, avultou como poeta, participando da fundação do Centro Literário, agremiação dissidente da célebre Padaria Espiritual. No ano de 1895, transferiu-se para o Rio de Janeiro, matriculando-se no Curso Superior da antiga Escola Militar da Praia Vermelha e passou a freqüentar a União Espírita de Propaganda do Brasil. Ali, Vianna de Carvalho destacou-se como um dos mais ardorosos trabalhadores do grupo, passando a ocupar a tribuna, quase todas as noites. Sua aparência juvenil não fazia diferença, porque seu verbo inspirado e eloqüente embevecia os ouvintes, concorrendo para aumentar, diariamente, o número de pessoas para ouvi-lo.

Em 1896, foi transferido para a Escola Militar de Porto Alegre, e lá chegando procurou alguns confrades e, numa casa abandonada, desprovida de mesas e cadeiras, dentro de um terreno baldio, no bairro Parthenon, começou a divulgar a Doutrina Espírita. Em seguida, fundou um núcleo de estudos no andar térreo de uma casa comercial, à Rua dos Andradas e convocou diversas pessoas, entre as quais Mercedes Ferrari, que animada pelo cadete Vianna e com o apoio de outros companheiros, deu grande impulso no Movimento Espírita local. Em 1898, regressou ao Rio de Janeiro e retomou os trabalhos na União Espírita de Propaganda do Brasil, passando a ser requisitado para proferir conferências em todo o Distrito Federal, que na época ficava no Rio de Janeiro. Ainda no ano de 1898, de novo em Porto Alegre, publicou a sua primeira obra literária, “Facetas”, cuja segunda edição, lançada em 1910, foi prefaciada pela poetisa Carmen Dolores, pseudônimo da escritora Emília Bandeira de Melo, tendo o livro recebido os melhores elogios da crítica; e em 1923, publicou o livro, “Coloridos e Modulações”, coletânea de suas crônicas, escritas durante vários anos em periódicos espíritas e literários, sendo a obra igualmente muito bem recebida pela crítica.

Em 1905, foi transferido para o 8º Batalhão de Infantaria, em Cuiabá, e naquela cidade em 1906, fundou o Centro Espírita Cuiabano, dotando-o do necessário ao seu bom funcionamento, sendo seu primeiro presidente. Em 1907, retornou ao Rio de Janeiro a fim de se matricular no Curso de Engenharia da Escola Militar, no bairro de Realengo. Dessa vez realizou uma série de conferências na Federação Espírita Brasileira e no auditório da antiga Associação dos Empregados no Comércio, com platéias cada vez maiores. Foi também convidado para fazer conferências, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e em todo o Estado do Rio de Janeiro, sendo, em muitas dessas excursões, acompanhado por Ignácio Bittencourt, diretor do jornal “Aurora”, onde Vianna emprestou a sua colaboração, como também em tantos outros periódicos espíritas e laicos, por todo o País. Em 1910, concluiu o Curso de Engenharia Militar e mudou-se para Fortaleza em abril daquele ano.

A Doutrina Espírita no Ceará floresceu na última década do século XIX, mercê da persistência do grande pioneiro Luiz de França de Almeida e Sá, fundador do “Grupo Espírita Fé e Caridade”. Na virada do século, surgiram mais dois grupos na cidade de Maranguape, o “Verdade e Luz”, que editou um 1901 o jornal “Luz e Fé”, e o grupo “Caridade e Luz”, organizado em agosto de 1902, e que publicava o jornal “Doutrina de Jesus”, e mantinha a Escola Cristã, uma das primeiras escolas vinculadas a uma sociedade espírita no Brasil. Contudo, esses grupos espíritas, por serem mais reuniões familiares, não tiveram longa duração e não mais existiam quando da chegada de Vianna de Carvalho.

O grande desenvolvimento da Doutrina dos Espíritos no Ceará só ocorreu, efetivamente, a partir de 1910, com a chegada de Vianna de Carvalho. Sua permanência em Fortaleza, de maio de 1910 a novembro de 1911, foi pródiga em realizações. Logo ao chegar, procurou arregimentar forças para organizar o Movimento Espírita local. Publicou, repetidas vezes, nas páginas do jornal “Unitário”, anúncios como este: “Peço aos espíritas, do interior do Ceará, bem como aos socialistas, maçons, livres pensadores, adeptos em geral das idéias modernas, o obséquio de me enviarem os seus endereços, para fins de propaganda. Vianna de Carvalho – Endereço: Rua 24 de Maio nº. 26 – Fortaleza-Ceará”.

Ele promoveu o estudo sistemático de “O Livro dos Espíritos” e fazia conferências semanais nos salões das lojas maçônicas “Amor e Caridade”, “Igualdade” e “Liberdade”. Essas preleções, que passaram a ser publicadas, sinteticamente, nos jornais, “Unitário” e “A República”, tiveram grande repercussão e motivaram imediata reação de líderes católicos que, pelos jornais, “Cruzeiro do Norte” e “O Bandeirante’ combateram o Espiritismo e seu fiel pregador. A campanha insidiosa, em vez de prejudicar, aumentou grandemente o interesse pela Doutrina. Entretanto, o corolário desse missionário, filho de Iço, foi á fundação em junho de 1910, do Centro Espírita Cearense, que passou a funcionar na Rua Santa Isabel nº. 255, bem no coração da cidade.

O jornal “O Unitário”, na edição do dia 22 de junho, registrou este memorável acontecimento, publicando o seguinte: “Domingo, 19, á uma hora da tarde, realizou-se no palacete da Fênix Caixeiral, a sessão solene de fundação do Centro Espírita Cearense. Presidiu a sessão o ilustre magistrado Dr. Desembargador Olympio de Paiva, que teve a secretariá-lo os senhores Miguel Cunha e Francisco Prado. Em seguida foi dada a palavra ao Sr. Dr. Vianna de Carvalho que produziu brilhante e erudita peça oratória, discorrendo largamente sobre a Doutrina dos Espíritos. Sua Senhoria foi delirantemente aplaudido. Estiveram presentes à sessão, inúmeros cavalheiros de distinção e várias famílias que assinaram a ata de fundação da nova associação. Foi grande o número de pessoas que se inscreveram como sócios do Centro Espírita Cearense. Aos esforçados membros do Centro, enviamos os nossos votos para que tenham completo êxito em seu nobilíssimo desideratum”.

Vianna de Carvalho, na palestra de inauguração do Centro, lamentou que no Ceará, onde têm surgido os mais belos empreendimentos, ainda não se apercebesse da necessidade imperiosa de organizar um Centro Espírita, enquanto em outros estados, mesmo os mais longínquos, a Doutrina Espírita tem sulcado profundo e sua ação benéfica, pela divulgação espantosa de todos os ensinamentos capazes de remodelar os sentimentos incompatíveis com a verdadeira e genuína religião do Cristo. Disse mais, que era em nome da Federação Espírita Brasileira que assim falava e pediu ao Sr. Presidente que em nome daquela entidade, declarasse fundado nesta capital o Centro Espírita Cearense.

O Centro Espírita Cearense passou então a desenvolver notável serviço no campo da propaganda doutrinária (promoção de estudos, conferências, criação do jornal “O Lábaro”, etc.) e no campo assistencial. Por esse trabalho e a partir de Fortaleza, Vianna de Carvalho sofreria intensa perseguição de influentes membros da Igreja Católica, que passaram a pleitear sua transferência junto às autoridades militares. Assim, em novembro de 1911, depois de um ano e seis meses de grandes serviços prestados à Causa Espírita, foi transferido para a Capital Federal. Em outubro de 1923, regressou a Fortaleza como chefe interino do Estado Maior da 7ª Região Militar, com sede em Recife, no desempenho de importante comissão do Ministério da Guerra. Ele aproveitou a oportunidade para rever velhos amigos e fazer conferências no Centro Espírita Cearense, que então já possuía sede própria, e na Loja Maçônica “Liberdade”.

No dia 10 de abril de 1924, voltou para assumir as funções de fiscal do 23º Batalhão de Caçadores, sendo recebido pelos seus amigos e admiradores que o recepcionaram no desembarque. Em julho do mesmo ano, assumiu o comando interino do referido Batalhão, permanecendo em Fortaleza até 11 de setembro de 1924. Nesse período, proferiu muitas conferências e participou de atividades culturais. Decorridos treze anos de sua fecunda tarefa na organização do Movimento Espírita Cearense, não enfrentou as mesmas resistências da outra vez porquanto, além do respeito que lhe impunha o novo posto e função, vários intelectuais, figuras da sociedade fortalezense, havia se convertido ao Espiritismo. Entre estes, o tenente-coronel Francisco de Sá Roriz, que fora chefe de polícia no governo do general Setembrino de Carvalho, e fundador, em 1916 da Faculdade de Farmácia e Odontologia.

No Rio de Janeiro, Vianna de Carvalho juntamente com Ignácio Bittencourt, fundou a União Espírita Suburbana; com Arthur Machado, a Tenda Espírita de Caridade. Ele realizou inúmeras conferências públicas no Cine-Teatro Odeon e na Escola Nacional de Música. Vianna de Carvalho percorreu as principais cidades brasileiras do início do século XX. Em Recife, onde já era grande a sua fama, fundou, com Antonio José Ferreira Lima e Manoel Aarão, a Cruzada Espírita Pernambucana, em 1923. Pregou também no Cine-Teatro Polyteama e no Teatro Santa Isabel. Os jornais “A Província” e o “Diário de Pernambuco”, noticiaram que o público para ouvi-lo era incalculável, com pessoas de todas as classes sociais. Foi ele quem, em 1914, levantou a campanha para evangelização das crianças nos centros espíritas, sugerindo as aulas de Moral Cristã.

Em 1926, quando servia em Aracajú, adoeceu gravemente, vitimado por um tipo grave de beribéri. Era ele o comandante interino do 28º Batalhão de Caçadores, no posto de major. Diante da gravidade do seu estado de saúde, os médicos o encaminharam para o Hospital de São Sebastião, em Salvador. Foi conduzido de maca até o vapor “Íris”. Nas proximidades da praia de Amaralina, às 6,30 da manhã do dia 13 de outubro de 1926, desencarnou a bordo, aos 51 anos de existência, regressando ao mundo espiritual. Foi ele, um dos mais fiéis apóstolos da Terceira Revelação.


Bibliografia:
Luciano Klein Filho
Revista “O Reformador” – 10/2006

Jc.
S.Luis, 18/5/2011

S C H E I L L A

S C H E I L L A

Peixotinho, em Macaé(RJ), iniciou um trabalho de orações para as vítimas da Segunda Grande Guerra. Foi então que, de repente, chegou lá e se materializou um Espírito chamado Rodolfo, que contou que era de uma família espírita, morando da Alemanha. Ele teve que servir na guerra como oficial-médico e o pai dele. Dr. Fritz, muito reservado, educado, severo, muito autêntico, que passou muitas idéias humanitárias aos filhos, havia lhe dito: “Matar nunca”. Ao que Rodolfo respondeu: “Pai, não é isso, vou servir como médico”. Pois bem, em certa ocasião O Dr. Rodolfo foi chamado como oficial para integrar um pelotão de fuzilamento, Ele, então, disse: “A minha missão é salvar, não matar”. E, de acordo com o regulamento militar, ele passou a ser considerado um criminoso, porque deixou de servir à pátria, pois a pátria pedia a ele que matasse alguém e ele se recusava. Então lhe disseram: “Já que você não vai executar esse homem, você vai ficar junto dele para morrer como um traidor”. E ele foi fuzilado na mesma hora. A essa altura, ele manifestou-se (espiritualmente) ao pai e disse: “Pai, já estou na outra dimensão da vida. Cumpri a palavra empenhada; não matei, preferi morrer”.

Para que não continuasse no ambiente de guerra, foi amparado espiritualmente no Brasil, no Grupo Espírita Pedro, em Macaé (RJ). Peixotinho, por ter sido militar, como espírita, tinha esse trabalho de preces em benefício das vítimas da guerra e pela paz. E esses fatos se deram no auge da Segunda Guerra Mundial, quase no final. Certo dia, Rodolfo (espírito) disse assim, no Grupo de Oração do Peixotinho: “Orem por minha irmã, ela está correndo perigo”. E como a voz do alemão, com sotaque carregado, através do médium, não era bem nítida, a pronuncia do nome da sua irmã não saiu boa; ao invés de Scheilla, saía Ceila. Passados alguns dias, ele disse: “Minha irmã acabou de desencarnar; foi vítima de bombardeio de aviação. Ela e meu pai desencarnaram”. Dias depois, para agradável surpresa da equipe, materializou-se uma jovem loura e disse: “Eu sou Scheilla”. – Grande foi á alegria e os irmãos do Centro ficaram cheios de júbilos espirituais.

Segundo fontes espíritas, apenas duas encarnações de Scheilla são conhecidas: Uma na França, no século XVI, e outra na Alemanha, durante a guerra. Na França, ela chamou-se Joana Francisca Frémiot, nascida em Dijon, a 28/01/1572. Ao entrar na história, ficou mais conhecida como Santa Joana de Chantal (canonizada em 1767) ou Baronesa de Chantal. Casou-se aos 20 anos com o barão de Chantal e tendo muito cedo perdido seu marido, abandonou o mundo com seus quatro filhos, partilhando o seu tempo entre as orações, às obras piedosas e os seus deveres de mãe. Em 1604, tendo vindo pregar em Dijon, o bispo de Genebra, Francisco de Salles, ela submeteu-se à sua direção espiritual. Eles fundaram em Annecy a congregação da Visitação de Maria (1610), que contava, quando desencarnou, com 87 conventos e com 6.500 religiosos. A baronesa de Chantal, como superiora, dirigiu de 1612 a 1619 a casa que havia fundado em Paris, no bairro de Santo Antônio. Em Paris instalaram-se em pequena casa alugada, em bairro pobre, e passaram por grandes necessidades, mas a Ordem da Visitação, de Paris, foi aumentando e superou as dificuldades. Em 1619, Vicente de Paulo ficou como o superior do Convento da Ordem da Visitação. Joana de Chantal deixou o cargo de
superiora e voltou para Annecy, onde ficava a casa-mãe da ordem. Ela tornou várias vezes a ver Vicente de Paulo, seu confessor e diretor espiritual.

A outra encarnação conhecida de Scheilla verificou-se na Alemanha. Com a guerra no continente Europeu, aflições e angústias assolaram a cidade de Berlim, onde Scheilla atuava como enfermeira, cuidando das feridas físicas e, como amiga da caridade, tratando as chagas morais dos vitimados pela guerra. Seu abnegado Espírito não se furtou a conviver nos ambientes belicosos, ensinando a paz na guerra e o amor espiritual na ação silenciosa, apontando para os seus assistidos o porto seguro da fé cristã. Seu estilo simples e sua meiguice espontânea muito ajudavam em sua profissão. Bonita, tez clara, cabelos louros que lhe davam um ar de graça muito suave. Seus olhos azuis esverdeados, de um brilho intenso, refletiam a grandeza do seu Espírito. Estatura mediana, sempre com seu avental branco, Scheilla preocupada em ajudar todos indistintamente, esquecia-se de si mesma, pensando somente na sua responsabilidade; via primeiro á dor depois a criatura...

Essa moça não ouvia as terríveis explosões partidas das armas destruidoras, porque o que Scheilla ouvia era a voz de alguém que gemia de dor. Por essa razão, numa tarde quando os soldados demonstravam ódio, geradas por almas sedentas de batalha, durante violento bombardeio aéreo, heroicamente tentou salvar uma criança, eis que tomba no solo de sua pátria a jovem enfermeira, que através de sua coragem, atravessava os campos perigosos de batalha para socorrer, os que lhe vinham ao encontro e em pleno combate, em julho de 1943, na cidade de Hamburgo, desencarna Scheilla, a jovem enfermeira aos 28 anos de idade.
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Desde essa época, faz ponte entre o plano espiritual a Terra; e nós, seres humanos, já nos habituamos com a sua presença, que contabiliza ensinamentos, emoções, e, de quando em vez, o inesquecível perfume de uma rosa que ela bem representa. Atualmente nossa querida mentora trabalha na Espiritualidade, juntamente com Cairbar Schutel, coordenador da Colônia Espiritual Alvorada Nova, onde ela desenvolve um trabalho forte e muito amplo, com dedicação ímpar, coordenando quatorze equipes que formam o Conselho da Casa do Repouso, o qual se reúne periodicamente, decidindo às questões importantes.

Relata R.A. Ranieri que, numa das primeiras reuniões de materialização, iniciadas em 1948 pelo médium Peixotinho, apareceu á figura caridosa de Scheilla. Em Belo Horizonte, marcou-se uma pequena reunião que seria realizada com a finalidade de submeter ao tratamento, dona Ló de Barros Soares. No silêncio, surgiu a figura luminosa de uma mulher, vestida de luz e ostentando duas belas tranças; era Scheilla. Nas mãos trazia um aparelho semelhante a uma pedra verde-clara, ao qual se referiu dizendo tratar-se de um emissor de radioatividade, ainda desconhecido na Terra. Ela fez aplicações em dona Ló e depois de alguns minutos proferiu uma belíssima pregação evangélica com sotaque alemão.

Por volta de 1954, em Pedro Leopoldo, Scheilla participou muitas vezes de sessões de materialização, onde seus contatos com Chico Xavier eram constantes. Brilhante era a luz que inundava toda a sala, onde trazia os vários aparelhos materializados que fogem ao alcance da medicina terrena. Utilizando-se do éter, primeiramente higienizava o recinto e as enfermidades, e depois deixava espargir seu perfume de jasmim que somente ela sabia fabricar. Quando muito cansado, pelo grande número de atendimentos às criaturas necessitadas, Chico era imediatamente envolvido por seu perfume, que exalava espontaneamente, e muitas pessoas já o sentiram ao se aproximarem dele, em qualquer local ou situação.

No livro “Chico Xavier, 40 anos no Mundo da Mediunidade” de Roque Jacinto, se encontra o seguinte depoimento: “Chico aplicava passes e ao seu lado, ocorreu um ruído, qual se algum objeto de pequeno porte tivesse sido arremessado, sem muita violência. “Jacinto, Scheilla deu-lhe um presente”, disse um médium. Em seguida procuramos em nosso redor e vimos um caramujo grande e adoravelmente belo, estriado em deliciosas cores. Apanhamo-lo e verificamos nele água marinha, salgada e gelada, com restos de areia fresca; Scheilla o transportara para nós, que estávamos a centenas de kilômetros de uma nesga do mar, em manhã de sol abrasador e, em nossas mãos, o caramujo que o Espírito nos ofertara, servindo-se da mediunidade do Chico”. Na assistência reduzida, estava presente um cientista suíço, materialista, que ali viera ter por insistência de seus familiares. Scheilla, em sotaque alemão, anunciou: “Para nosso irmão que está ali, indicando o suíço, vou dar o perfume que a sua mãe usava, quando na Terra”. O suíço sentindo o perfume e, comovido pela lembrança que se lhe aflorou à memória, recordando a figura da sua mãezinha ausente, soluçou.

Tempos depois, um outro raro instante se deu com a presença de Scheilla.”Bissoli Gonçalves, Isaura e outros, compunham a equipe de beneficiados, agrupando-se numa sala da casa André, tendo Chico se retirado para o dormitório onde permanecia em transe mediúnico. Uma onda de perfume e corporificou-se Scheilla, loura e jovial, falando com seu sotaque alemão. Bissoli estabeleceu o diálogo: “Eu me sinto mal”, disse ele. Scheilla respondeu: “Você come muita manteiga; é preciso fazer uma radiografia do seu estômago”. Ao seu pedido, nosso companheiro levantou a camisa. O Espírito corporificado aproxima-se e corre num sentido horizontal, os seus dedos semi-abertos sobre a região do estômago do nosso amigo. E como uma tela de vidro no abdômen, podíamos ver as vísceras em movimento. “Pronto” disse Scheilla, apagando o fenômeno. “Agora levarei a radiografia ao Plano Espiritual para que a estudem e lhe dêem um remédio”.

Finalizando estes singelos apontamentos biográficos, com muito respeito por esse Espírito Missionário, de tanta dedicação e amor, em nome de Jesus, só nos resta agradecer a assistência doada por ela, que tem seu nome vinculado a muitas instituições espíritas, em todo o Brasil, inclusive, na cidade de Londrina, onde funciona há mais de vinte anos, o “Núcleo Espírita Irmã Scheilla”.

Bibliografia:
Marinei Ferreira Rezende
Jornal “O Imortal” – 05/2008

Jc. – S.Luis, 18/5/2011

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

Manoel Philomeno de Miranda

Manoel Philomeno de Baptista de Miranda nasceu no dia 14 de novembro de 1876, em Jangada, Município do Conde, no Estado da Bahia. Seus pais eram Manoel Baptista de Miranda e D. Umbelina Maria da Conceição. Diplomou-se pela Escola Municipal da Bahia, colando grau na turma de 1910, como Bacharel em Comércio e Fazenda. Exerceu sua profissão como um exemplo de operosidade no campo profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não pagar os seus serviços. Debilitado por uma enfermidade pertinaz em 1914, e tendo recorrido a diversos médicos, sem qualquer resultado positivo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de Alagoinhas, com passes e água fluidificada, completando o tratamento com alguns remédios da flora medicinal.

Nessa época, indo a Salvador, conheceu José Petitinga, que o convidou a freqüentar a União Espírita Bahiana. A partir daí, Philomeno de Miranda interessou-se pelo estudo e pela prática do Espiritismo, tornando-se um dos mais firmes adeptos de seus ensinamentos. Passou a presidir as reuniões mediúnicas e os trabalhos do Grupo Fraternidade, e a partir de 1921 passou a integrar a Diretoria da União Espírita Bahiana, função que exerceu até a sua desencarnação.

Fiel discípulo de Petitinga foi autêntico diplomata no trato com o movimento espírita da Bahia, com capacidade para resolver todos os assuntos pertinentes às Casas Espíritas. Educado, delicado, porém decidido na luta, não dava trégua aos ataques descabidos, arremetidos por religiosos e cientistas que tentavam destruir o trabalho dos espíritas. No campo da literatura foi autor de “Resenha do Espiritismo na Bahia” e “Excertos que Justificam o Espiritismo” e ainda, em resposta ao padre Huberto Rohden, publicou também “Por que sou Espírita”. Dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas, especialmente as de desobsessão. Achava imprescindível que as Instituições Espíritas se preparassem convenientemente para o intercâmbio espiritual, sendo de bom alvitre que os trabalhadores das atividades desobsessivas se resguardassem ao máximo na oração, na vigilância e no trabalho superior. Salientava a importância do trabalho de caridade, para se precaverem de sofrer ataques das entidades que se sentem frustradas nos planos nefastos de perseguições, e que é o caso de muitas Casas Espíritas que, a título de falta de preparo, se omitem dos trabalhos da caridade e da mediunidade.

Manoel Philomeno mesmo sofrendo do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sorrindo e sempre animado. Sentia imensa alegria em dar os seus dias ao serviço do Cristo. Querido de quantos o conheceram, porque quem o conhecia não podia deixar de amá-lo. Sobre suas últimas palavras, assim escreveu A.M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... e o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei,” Era véspera da sua desencarnação e até o último instante, demonstrou a firmeza e a tranqüilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina dos Espíritos. Sua desencarnação
ocorreu no dia 14 de julho de 1942.
Anos depois da sua desencarnação, ele passou a relacionar-se com o médium Divaldo Franco, que assim descreveu como se deu esse encontro: “Numa das viagens a Pedro Leopoldo, no ano de 1950, Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito de José Petitinga, e no próximo encontro uma outra mensagem ditada pelo Espírito Manoel Philomeno. Eu era muito jovem e, como é compreensível, fiquei muito sensibilizado. Guardei as mensagens, bebi nelas a inspiração, permanecendo confiante em Deus. No ano de 1970 em janeiro, apareceu-me o Espírito de Manoel Philomeno de Miranda dizendo que, na Terra, fora participante do movimento espírita baiano, ocupando vários cargos de direção. Teve início , desse modo, uma parceria mediúnica que trouxe a público diversas obras enfocando o tema obsessão, visando a auxiliar o seu entendimento e oferecer suporte aos trabalhos mediúnicos, desenvolvidos pelos Centros Espíritas no Brasil”.

O relato de Divaldo prossegue: “Convidado por Joanna de Angelis, para trazer a sua contribuição em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalhos que mais tarde iria enfeixar os livros. Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio. Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali, mostrou-me como eram realizadas as experiências de prolongamento da existência física, através da transfusão de energia, utilizando-se do perispírito. Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente, para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever “Nos Bastidores da Obsessão”, que são relatos em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão”.

Continua o relato de Divaldo: “Na visita que Manoel Philomeno me permitiu fazer à Colônia em que ele se hospedava, levou-me a uma curiosa biblioteca. Mostrou-me como são arquivados os trabalhos que se fazem na Terra. Disse-me que, quando um escritor ou médium, seja quem for, escreve algo que beneficia a Humanidade – no caso escritor – é um profissional, mas, o que ele produz é edificante, nessa biblioteca fica inscrito, com um tipo de letra bem característico, traduzindo a nobreza do seu conteúdo. À medida que a mente, aqui no planeta, vai elaborando, vai sendo simultaneamente plasmando lá, nesses fichários muito sensíveis, que captam a onda mental e tudo imprimem. Quando a pessoa escreve por ideal e não é renumerado, ao se abrirem esses livros, as letras adquirem relevo e são de forma muito agradável à vista, tendo uma peculiar luminosidade. Se, porém, a pessoa o faz por ideal e estando num momento difícil, sofrido, mais ainda assim escreve com beleza, esquecendo-se de si mesma, para ajudar à sociedade, ao abrir-se o livro as letras adquirem uma vibração musical e se transformam em verdadeiros cânticos, em que a pessoa ouve, vê e capta os registros psíquicos de quando o autor estava elaborando a tese”. E conclui Divaldo dizendo: “Eis por que vale a pena, quando estamos desalentados e sofridos, não desanimarmos e continuarmos as nossas tarefas, o que lhes dá um valor muito maior. Porque, o trabalho diletante, o desportivo, o do prazer, já tem, na própria ação, a sua gratificação, enquanto que o trabalho de sacrifício e de sofrimento, exige a abnegação da pessoa, o esforço, a renúncia e, acima de tudo, a tenacidade, para tornar real algo que gostaria que acontecesse, embora o esteja realizando por entre dores e lágrimas”.
Bibliografia:
Marinei Ferreira Rezende
Fontes: “Projeto Manoel P. de Miranda-Reuniões Mediúnicas”
“O Semeador de Estrelas” – “O Reformador” 11/1990
“A Obsessão: Instalação e Cura”

Jc.
S.Luis, 13/5/2011

MEIMEI ( Irma de Castro Rocha )

IRMA DE CASTRO ROCHA ( Meimei )

Irmã de Castro Rocha, esse espírito bondoso, ficou conhecida no meio espírita, como Meimei. Trata-se de carinhosa expressão familiar adotada pelo casal Arnaldo Rocha e Irmã de Castro Rocha, a partir da leitura que fizeram do livro “Momentos em Pequim”, do filósofo chinês Lyn Yutang. Ao final do livro, no glossário, encontraram o significado da palavra Meimei – “a noiva bem amada”. Este apelido ficara em segredo entre o casal. Depois de desencarnada, Irma passa a tratar o seu ex-consorte por “Meu Meimei”. Irma de Castro Rocha foi criada na Religião Católica. Ela passou a praticar alguns princípios da Doutrina Espírita, tais como caridade, benevolência, mediunidade, além de uma conduta moral ilibada.

Nasceu ela na cidade de Mateus Leme, Minas Gerais, em 22 de outubro de 1922, filha de Adolfo Castro e Mariana Castro, tendo quatro irmãos: Carmem, Ruth, Danilo e Alaíde. Aos dois anos de idade sua família transferiu-se para Itaúna – MG. Aos cinco anos ficou órfão de pai. Desde cedo se sobressaiu entre os irmãos por ser uma criança diferente, de beleza e inteligência notáveis. Cursou até o segundo ano normal, sendo destaca aluna. A infância dela foi á de uma criança pobre e era extremamente modesta e de espírito elevado. Adorava crianças e tinha um forte desejo – o de ser mãe, o que não concretizou porque o casamento durou apenas dois anos e houve o agravamento da moléstia de que era portadora: nefrite crônica, acompanhada de pressão alta e necrose nos rins.

Irmã de Castro, na flor de seus 17 anos, tornou-se uma bela morena clara, alta, cabelos negros, ondulados e compridos, grandes olhos negros bastante vivazes. Foi nessa época que se tornou grande amiga de Arnaldo Rocha, que viria a ser seu esposo. Casaram-se na igreja de São José, na matriz de Belo Horizonte. Na saída da igreja, o casal e os convidados viveram uma cena inesquecível. Eles se depararam com um mendigo, arrastando-se pelo chão, de forma chocante, sujo, maltrapilho e com mau cheiro. Irmã, inesperadamente, volta-se para o mendigo e, sensibilizada pela sua condição, inclina-se, entrega-lhe o buquê e beija-lhe a testa. Os seus olhos ficaram marejados de lágrimas...

Arnaldo Rocha afirma que toda criança que passava por ela recebia o cumprimento: “Deus te abençoe”. Ela criara um filho imaginário. Acontecia vez por outra de Arnaldo chegar do trabalho, sentar-se ao seu lado e ouvir dela a seguinte frase: “Meu bem, você está sentado em cima de meu principezinho”. Ela tinha a mediunidade muito aflorada, o que, à época, para seu marido, tratava-se de disfunção psíquica. Estes pontos na existência dela retratavam os compromissos adquiridos em existência anterior, na corte de Felipe II, ao lado do marido Fernando Álvares de Toledo – o Duque de Alba, e atual Arnaldo Rocha. Nessa época seu nome teria sido Maria Henríquez.

Apesar do pouco tempo de casados, o casal foi muito feliz. Ela tinha muito ciúme do seu “cigano”. Arnaldo explica que esse cuidado por parte dela era devido ao seu passado complicado do marido. Chico Xavier, certa vez, explicara que Meimei, vinha auxiliando Arnaldo na caminhada evolutiva, há muitos séculos, por isso o seu

cuidado em adocicar os momentos difíceis e alegrar ainda mais os instantes de ventura. A amizade entre o casal, projetando juras de eterno amor, teve início por volta do século VIII Ac. Um general do império Assírio e Babilônico, de nome Beb Alib, ficou conhecendo Mabi, bela princesa, salvando-a da perseguição de um leão faminto. Foi Meimei quem relatou a história, confirmada depois por Chico Xavier e traduzida inconscientemente pelo escritor e ex-presidente da União Espírita Mineira, Camilo Rodrigues Chaves, no livro “Semíramis”, romance histórico publicado pela editora LAKE, de São Paulo.

Essas reminiscências de existências passadas de Meimei eram tão comuns que, além desse fato contido no livro citado, há também, uma referência à personagem Blandina (Meimei) no livro “Ave, Cristo!”. Aconteceu da seguinte forma: Chico Xavier passou para Arnaldo Rocha, um determinado capítulo do livro para ele avaliar. À medida que ele lia, lágrimas escorriam por suas faces. Ao final da leitura, Arnaldo disse para Chico: “Já conheço esse trecho!” – Chico arrematou: “Meimei lhe contou, né?” Nesse romance de Emmanuel, Blandina teria sido filha de Taciano Varro (Arnaldo Rocha), definindo a necessidade de reencontro com vista à evolução espiritual. Através da mediunidade de Chico, muitas outras informações chegaram para Arnaldo sobre a trajetória espiritual de Meimei. À guisa de aprendizado, Arnaldo foi anotando essas informações e trabalhando aspectos de seu burilamento, em foro de imortalidade.

Meimei tinha a mediunidade clarividente, conversava com os espíritos e relembrava cenas do passado. Era comum, por exemplo, ela ler um livro e, de repente, ficar com o olhar perdido no tempo. Nesses instantes, Arnaldo olhava de soslaio e pensava: “Está delirando”. Algumas vezes ela afirmava: “Naldinho, vejo cenas, e nós estamos nelas; aconteceu em determinada época na cidade...” Arnaldo, à época, materialista, não sabendo lidar com o assunto, cortava o diálogo, afirmando: “Deixa isso de lado, pois quem morre, deixa de existir”.

Em seus derradeiros dias de existência terrena, Meimei começou a ter visões. Ela falava da avó Mariana, que vinha visitá-la e que em breve iria levá-la para viajar pela Alba dos céus. Depois de muitos anos veio a confirmação através de Chico Xavier. Arnaldo recebe do médium amigo, em primeira mão, o livro “Entre a Terra e o Céu”, ditado por André Luiz, no qual encontra uma trabalhadora do Mundo Espiritual – Blandina – vivendo no Lar da Bênção, junto com sua vovó Mariana, cuidando de crianças.

Em seus últimos dias terrenos, nos momentos de ternura entre o casal apaixonado, apesar do sofrimento decorrente da doença, Meimei tratava Arnaldo como “Senhor Duque” e pedia que ele a chamasse de “minha Pilarzinha”. Achando curioso o pedido, Arnaldo perguntou o motivo e recebeu uma resposta que, para ele, era mais uma de suas fantasias: “Naldinho, esse era o modo de tratamento de um casal que viveu na Espanha no século XVI. O esposo chamava-se Duque de Alba e a sua esposa Maria Henríquez”. Embevecido com a mente criativa, da esposa na arte de fazer teatro, entrava na brincadeira deixando de lado as perquirições.
Apresentamos este ângulo, da existência de Meimei, para suscitar reflexões, sobre o progresso espiritual por ela alcançado, nas diversas reencarnações, das quais, citamos apenas algumas, e que levaram nossa querida amiga Meimei ao trabalho realizado em prol da Doutrina Espírita, no Mundo Espiritual, aproveitando as vinculações afetivas com aqueles corações que permaneceram no plano terreno.

Na noite da sua desencarnação, ocorrida em 1º de outubro de 1946, Arnaldo Rocha acorda, por volta de duas horas da madrugada, com sua princesa vomitando sangue, devido a um edema agudo do pulmão. Ele sai desesperado em busca de um médico, pois não tinha telefone, e ao voltar encontra-a morta.

Arnaldo Rocha narra um fato muito importante no redirecionamento de sua existência. No romance “Ave Cristo!”, encontra-se um diálogo entre os personagens de Ticiano Varro (Arnaldo Rocha) e Lívia (Chico Xavier). Ela consola Taciano, afirmando que “no futuro encontrar-nos-emos com Blandina”. Essa profecia realizou-se 1.600 anos depois, na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, no encontro “casual” entre Arnaldo Rocha e Chico Xavier, após o qual Arnaldo, materialista convicto, deixa cair as escamas que lhe toldavam a visão espiritual. Graças à amizade fraterna entre eles, reconstituída pelo encontro “acidental” na Avenida Santos Dumont, a história de amor entre Meimei e Arnaldo manteve como farol a iluminar a existência dele, agora em bases do Evangelho. Depois daquele encontro, que marcou o cumprimento da profecia de Lívia e Taciano, Arnaldo o jovem materialista, recebeu consolo para suas dores; presentes do céu enviados por Meimei foram materializados para dirimir sua solidão; incentivos nasceram para o estudo da Doutrina Espírita, surgindo, por conseqüência, novos amigos que indicaram ao viúvo um caminho diferente das conquistas na Terra.

Passando a viajar constantemente a Pedro Leopoldo, berço da família Xavier, recebeu de Meimei, sua querida esposa, as mais belas missivas pela psicografia de Chico Xavier. Aqui expressamos nossa ternura ao espírito Meimei que, por mais de seis décadas, tem inspirado os espíritas a seguir o Caminho, a Verdade e a Vida Eterna. Finalizamos este preito de gratidão a nossa querida Irmã de Castro Rocha, a doce Meimei das criancinhas, citando o dito de Emmanuel, que sintetiza a amizade dos trabalhadores do Espiritismo em todo o Brasil para com o Espírito Meimei: “Um verdadeiro sol, que ilumina os tristes na senda da dor. Meimei, amor...”

Arnaldo Rocha, ex-consorte de Irmã de Castro, é atualmente trabalhador e conselheiro da União Espírita Mineira, desde 1946. Amigo inseparável de Chico Xavier. Organizador dos livros: “Instruções Psicofônicas” e “Vozes do Grande Além” é ainda co-autor do livro “Chico, Diálogos e Recordações”.

Bibliografia:
Jornal “O Espírita Mineiro” Edição 1-2/2007
Carlos Alberto Braga Costa

Jc.
S.Luis, 5/5/2011