sábado, 30 de junho de 2012

A L E I T U R A

A LEITURA A leitura é uma atividade permanente da condição humana; uma habilidade a ser adquirida desde cedo e deve ser treinada em suas várias formas. Lê-se para aprender e entender. Lê-se para conhecer e ficar informado. Lê-se por prazer e curiosidade. Lê-se para questionar e resolver problemas. Lê-se para sonhar e viajar com a imaginação. Sendo a mais geral das habilidades, a leitura acaba determinando o sucesso ou o fracasso na existência das pessoas. O mau domínio da leitura cria dificuldades para a escrita como também na matemática, pois a compreensão do texto é indispensável para entender o enunciado dos problemas. Nem todas as pessoas serão leitoras habituais para sempre. Mas todos deverão estar aptos a ingressar, através da leitura e do conhecimento, no mundo do trabalho e da cidadania. Em meio a tantas formas de comunicação pelas quais somos bombardeados hoje em dia, fica meio complicado entender a importância de um livro que alguém escreveu a fim de ser lido por outras pessoas. Pense em como um romance, um poema são capazes de nos levar para determinados lugares, através do pensamento e pela imaginação, sem termos jamais visitado. Alias, é isso mesmo: ler é fazer uma grande viagem, uma aventura do espírito, algo que nos faz ir além e muito além. E quando vamos para algum lugar levados pela imaginação, não estamos sendo passivos; isto é, não estamos vendo televisão – ao contrário, somos o próprio personagem “mocinho” ou “bandido” na história. Não estamos brigando com a televisão, até porque, por sua própria natureza (a de hipnotizar pelas imagens) ela leva enorme vantagem. O que é preciso conquistar, centímetro a centímetro, é a capacidade de aprender, sabermos ler, traduzir e criticar cada texto proposto, a partir do início da alfabetização. Como sabemos, as crianças pequenas adoram ouvir histórias todos os dias, contadas pelos pais ou avós. É importante não esquecer essa paixão mundial pelas histórias da carochinha, porque esse é o ponto de partida para a grande inquietação humana. E, muito mais do que essa inquietação filosófica, é fundamental lembrar que hoje, no Brasil, onde a economia exibe 72,52% de produtos industrializados contra 27,48% de produtos agrícolas, os trabalhadores do futuro precisarão estar mais capacitados para enfrentar os desafios da modernidade. Mas, acima de tudo, ler significa pensar, refletir, estar a favor ou contra, comentar, trocar opinião, posicionar-se: enfim, exercer, sempre, a cidadania. Para a autora de “Marcelo, Marmelo, Martelo”, Ruth Rocha, “muita gente entra na Universidade sem saber ler. Ela se refere às pessoas que leem por obrigação, sem verdadeiramente saberem ler”. Ela acentua ainda que, em casas onde os pais têm o hábito da leitura, fica bem mais fácil que os filhos leiam com a mesma regularidade. Se você quer ensinar as pessoas a gostarem de ler, comece transformando a leitura numa atividade livre, pois tudo o que fazemos por obrigação tende a ficar chato. É importante evitar livros muito simplificados, bobos e sem conteúdo, porque, se o texto é simples demais, provavelmente também é pobre de linguagem. Em vez de livros simples, adote obras engraçadas, dramáticas, envolvente como os romances espíritas. “Quando a criança ouve histórias, descobre que o mundo dos livros é interessantíssimo. Ela entende muito mais pelo que ouve do que é capaz de ler com os olhos” diz o professor Luiz Percival Leme Britto, da Associação Brasileira de Leitura. Para facilitar a escolha de bons livros, consulte a lista dos Altamente Recomendáveis, divulgada anualmente pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) no seu informativo, Noticias. O Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) foi criado pelo Governo Federal em 1992 com o objetivo de criar uma política nacional de leitura. Desde 1995, o Ministério da Cultura, em parceria com a Associação Nacional de Livrarias, o Banco do Brasil e várias secretarias estaduais e municipais de cultura, faz todo mês de novembro, a campanha “Paixão de Ler”. Apesar da importância da biblioteca, ela não é uma função muito prestigiada entre os professores. “Para a biblioteca vão os readaptados ou os professores que estão em fase de aposentadoria. O professor pode assumir a função, mas não terá o título nem o salário de um bibliotecário, em geral maior que o dele, e nem pode contar o tempo de trabalho na biblioteca para sua aposentadoria”, afirma Wanda Antunes, professora da UNB. Em Curitiba existe uma rede de 45 bibliotecas públicas construídas em forma de farol. São os Faróis do Saber, que começaram a ser erguidos em 1994. Aqui no Maranhão, foram construídos alguns Faróis da Educação nos moldes dos Faróis do Saber de Curitiba, e entre eles, o do bairro do Filipinho, que se acha desativado, e o do Maiobão, no município de Paço do Lumiar, a 25 quilômetros de São Luis, que começou a funcionar em julho de 1997. No Farol do Maiobão, trabalham seis funcionários, que tomam conta de 5000 livros, que permitem pesquisas. No mesmo, são realizadas palestras e leituras de várias histórias e outras atividades feitas em conjunto com as dez escolas estaduais de 1º e 2º grau do bairro. “Isso está fazendo tanto sucesso que já tem criança que foge da escola para ir ao farol”, conta a funcionária Cassia. O saber, além do transmitido adquire-se principalmente pela leitura. Bibliografia: Elizabeth De Fiore Adriana Vera e Silva Camila Guimarães Ana Jover + Acréscimos e modificações. Jc. SLuis, 24/5/2012