sábado, 17 de abril de 2010

OS TEMPLOS DE ADORAÇÃO

OS TEMPLOS DE ADORAÇÃO

Os estudos antropológicos afirmam que as sociedades mais primitivas, já desenvolviam o culto de adoração às divindades. Inicialmente, os elementos da Natureza foram divinizados; mais tarde, tomando o efeito pela causa, os seres humanos elevaram os mensageiros espirituais ao grau de deuses... Depois, passaram a edificar templos para adorar as forças superiores, os diversos deuses. Templo é uma denominação genérica dada a qualquer estrutura arquitetônica, destinada ao culto de um ou mais deuses.

A princípio, os seres humanos dirigiam suas orações aos deuses, do cimo das altas montanhas, isto quando não procuravam o recolhimento nos bosques e florestas. Os templos datam da época em que alguns sítios destinados ao culto religioso, passaram a ser protegidos por muros, ficando a parte de cima descoberta, a fim de que pudessem, do seu interior, divisar os céus.

Os primeiros templos surgiram na Mesopotâmia, por volta do quinto milênio antes de Cristo. Os templos mesopotâneos, pequenos e em forma de círculo, construídos com tijolos secos ao sol, eram bastante simples, com a abertura de acesso, e ao fundo, uma parede lisa e nela a estátua do deus a cujo culto era o templo dedicado. No terceiro milênio a/C, eles evoluíram para um formato quadrado, adquirindo mais tarde, a configuração retangular. No Egito, na época da 4ª dinastia, eram comuns os templos em forma de pirâmide. Nos templos gregos, cuja arquitetura influenciou a romana, destacavam-se as colunas, que sustentavam o frontão com os encaixes esculpidos, que mais tarde iriam circundar todo o templo. Esse tipo de templo se expandiu por todo o antigo Oriente Médio, influenciando até o Egito, durante o período do Novo Império.

E foi assim que no Oriente, os templos se multiplicaram; no Egito, as pirâmides e túmulos foram edificados; a Acrópole, na Grécia, berço da cultura ocidental, criaram-se muitos santuários. O templo grego era diferente, construído de forma retangular, ocupando o topo de uma base de três degraus. Os mais famosos e antigos templos helênicos foram: O de Diana, em Éfeso; de Apolo, em Mileto; de Júpiter, em Atenas; de Ceres, em Elêusis. Delfos resplandecia com o oráculo erigido em homenagem a Apolo. Já os romanos davam nome de templo às estruturas religiosas fundadas pelos reis e imperadores. Roma era cheia de deuses de pedra, importados da tradição helênica, inclusive, eram construídos altares nas casas das famílias nobres romanas.

Os templos budistas denominavam-se “estupa” na Índia, e “pagode” na Birmânia, contendo algumas relíquias de Buda. Pagodes são também os templos da China e do Japão, que são construídos de madeira. Muitos templos hindus, tibetanos e chineses foram construídos nas rochas, sendo o mais célebre deles o de Ajanta, na Índia.

Os templos maias, incas e astecas, na América, foram construídos de tijolos e madeira, muito similares aos templos do Egito. Somente os silvícolas não possuíam templos, pois adoravam a Natureza, por meio dos totem que representavam animais, plantas e objetos, considerando os antepassados, e por esse motivo, venerados por eles.

Na Judéia, no monte Moriá, os israelitas, representando a idéia monoteísta, fundaram o grande e famoso templo de Jerusalém, idealizado por Davi e construído por seu filho Salomão, que representava toda a grandeza daquele povo. A sua construção levou 3 anos, de 1006 a 1003 a/C.; foi destruído pelos caldeus, em 587 a/C.; reconstruído por Zorobabel, no tempo de Ciro; danificado por Pompeu em 63 a/C. e, reparado por Herodes, o Grande. O templo era constituído de dois retângulos concêntricos, separados por enormes pátios dos gentios. A porta central, no primeiro retângulo, tinha três entradas e várias colunas de mármore. Dessas colunas desciam cortinas azuis, brancas, vermelhas e roxas, simbolizando os quatro elementos da Natureza: ar, água, fogo e terra.

Nos vários pátios, ecoavam as orações ao grande Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó. No ano de 1.118 foi criada em Jerusalém, uma ordem militar e religiosa denominada “Os Templários” com a finalidade de proteger a cidade, o templo e os peregrinos. Por decisão do papa, essa ordem foi declarada extinta em 1.312, dando origem aos maçons, que não se conformaram com a extinção da ordem. Nesse templo majestoso, no pátio dos gentios, Jesus proclamou muitos ensinamentos. Certa ocasião em que Jesus tendo saído do templo, ia-se retirando quando se aproximaram dele os seus apóstolos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: “Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada”. Nos anos 70 d/C, conforme Jesus previra, o templo majestoso de Jerusalém, construído pelo rei Salomão, foi completamente destruído, restando apenas um muro que é denominado de “muro das lamentações”, onde os judeus atualmente fazem as suas orações.


A história registra que todos esses templos mundialmente conhecidos, foram ou estão sendo corroídos e consumidos pelo passar dos tempos... Dos oráculos e santuários gregos, restaram apenas as ruínas; nas terras dos faraós, os mausoléus, pirâmides e esfinge, aos poucos vão sendo destruídos pelo tempo. Todos os templos e construções de pedra são perecíveis, pois que estão sujeitos à modificações e as transformações da matéria.

Os grandes sistemas religiosos de formação mais recente, também possuem os seus templos chamados de: Basílicas, igrejas e capelas, onde antigamente também funcionavam como cemitérios de reis, fidalgos e religiosos pertencentes ao Catolicismo; templos, no Protestantismo; mesquitas, no Islamismo e finalmente, Centro Espírita, na Doutrina dos Espíritos, sem o aparato e o luxo das construções arquitetônicas grandiosas.

O Espírito mais perfeito que Deus enviou à Terra para nos servir de guia e modelo, Jesus, no seu diálogo inesquecível com a mulher samaritana, no poço de Jacó, ensinou que “Deus é Espírito, e importa que o adoremos em Espírito e Verdade”, e nos informou existir outro templo mais valioso e imperecível. Jesus fazia do seu corpo um verdadeiro templo de adoração a Deus; seu santuário era a própria Natureza, reveladora da presença divina; seu altar, a própria consciência que se elevava, em qualquer hora e lugar, para a comunhão com o Senhor do Universo, através da oração. O templo verdadeiro é o que existe em nós mesmos e também o da Natureza cheia de esplendor que nos cerca.

Vivendo numa época caracterizada por dogmas e crendices, Jesus freqüentou as sinagogas e o majestoso templo do monte Moriá (Jerusalém), sem apegar-se às fórmulas e normas vigentes. Interessava-se pelas almas e precisava ir onde o povo se reunia, a fim de pregar a sua mensagem, dando destaque a essência dos ensinos, aproveitando o espaço físico destinado às atividades espirituais, dando preferência a lugares onde a natureza lhe permitisse maior assistência aos necessitados.

Hoje, vinte séculos depois, ainda são construídos templos suntuosos para orgulho e admiração de muitos, onde Jesus ainda é representado por imagens de barro, estátuas de madeira ou bronze, em altares luxuosamente ornamentados, em contraste com a simplicidade dos montes e das cidades onde Jesus fazia suas pregações. Erguem-se também templos magníficos para impressionar as pessoas, onde é lida a Bíblia, sem maiores preocupações com a fraternidade e a caridade exemplificadas por Jesus; também são feitas construções modestas, núcleos espíritas, com simplicidade, para o estudo das lições contidas no Evangelho de Jesus e na Doutrina dos Espíritos, o Consolador prometido por Jesus, para restaurar o Cristianismo primitivo. Sendo uma religião do Espírito, dispensa toda e qualquer prática exterior de adoração, todo e qualquer simbolismo, desenvolvendo, através do estudo doutrinário, da fé raciocinada, a prática da fraternidade, pela caridade e pelo amor ao próximo.

Vários são os rituais praticados nesses templos. Ritual é formado de um conjunto de regras; ações relacionadas às religiões e ao misticismo, que podem ser realizadas individualmente ou em conjunto. O ritual também é chamado de simbolismo, destinado a lembrar fatos, crenças ou mitos de fé, como também de cerimonial, quando há necessidade de vestimentas e outros aparatos que são utilizados em casamentos, formaturas, velórios, etc.

O ritual é considerado psíquico quando pretende interferir ou modificar o estado físico. É usado para acionar ou bloquear as energias e/ou forças sobrenaturais (espirituais). Nesse ritual são usados certos elementos, como: Orações, destinadas a pedir e agradecer a Deus, as bênçãos recebidas; palavras, que têm poder e força e, por isso, devem ser usadas cautelosamente; mãos, que Jesus usava, impondo sobre as pessoas, liberando as energias que curavam, e que devem ser usadas de acordo com as necessidades; e ainda, outras utilidades como, incenso, imagens, roupas, bebidas, charutos, etc.

São também usados alguns instrumentos (objetos) que servem de auxílio, como: Livros, que contêm as orientações, os ensinos e as ordenações; água que é usada ainda para o batismo; taças, que servem para colocar água ou vinho; sal, que serve para limpar o ambiente e dar proteção; velas, que representam o ato de vigília, usada também como luz que protege da escuridão.

De todos esses instrumentos, a Doutrina dos Espíritos adota a oração (prece), que é feita para agradecer e pedir benefícios para todos os que estão necessitados do amparo espiritual; os livros, que nos trazem os conhecimentos para que possamos fazer através das boas ações, a nossa evolução; as palavras, usadas nas palestras para transmitir aos outros os ensinos do Evangelho; as mãos, usadas para transmissão de energias aos necessitados, através do passe; água, que é o veículo mais receptivo às energias espirituais, que fluidificada pela oração, pode trazer benefícios a quem necessita, e, segundo o merecimento da pessoa, a cura das suas enfermidades.

Se, queremos seguir os ensinos de Jesus devemos nos concentrar no estudo e na vivência do aspecto doutrinário, a fim de contribuir para o esclarecimento e o entendimento do que seja o Evangelho de Jesus e a Doutrina dos Espíritos; quais as responsabilidades do Centro Espírita e de seus integrantes. Que estas palavras possam chegar ao seu coração, despertando-lhe para a necessidade e responsabilidade do serviço evangélico, a fim de que possa reconhecer que, se há almas enfermas tentando contra a obra do Senhor, aproveitando as fraquezas humanas, também existem muitos benfeitores espirituais que apóiam, protegem e incentivam todo aquele que coopera de maneira honesta e verdadeira, sem lhe tirar a oportunidade, o mérito do aprendizado e seu testemunho.

Pratiquemos a vigilância, a oração, o estudo e o trabalho, guardando a certeza de que: - o que quer que venha a nos acontecer, fruto da nossa boa ou má atuação, será sempre a colheita do que houvermos praticado, além de comparecermos ao tribunal da própria consciência, convertida em juiz das leis divinas, na prestação de contas dos nossos atos praticados na presente existência.


Que o Senhor nos dê o entendimento e a força necessária para seguirmos o bom caminho ensinado por Jesus.



Bibliografia:
“Novo Testamento”
Livro “O Redentor”


Jc.
S.Luis, 10/03/2009