sábado, 5 de fevereiro de 2011

BRILHE A VOSSA LUZ

BRILHE A VOSSA LUZ

Jesus nos disse: “Vós sois a luz do mundo. Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mateus cap.5 vs. 14 a 16.) Ao recomendar aos seus apóstolos: “Brilhe a vossa luz”, Jesus estava encorajando-os a ir a campo e anunciar ao povo a Boa Nova. Esse é um trabalho árduo, que exige de cada um muita coragem, determinação e boa vontade.

Os espíritos conscientes da vida, em suas múltiplas dimensões, compreendem que todos nós retornamos a este planeta com uma missão, ainda que nos pareça pequenina e insignificante. Muitas delas são missões comuns, do tipo – ser pai, mãe, gari, operário, lavrador, professor, pesquisador, médico, etc.; entretanto, todas elas têm seu valor na soma do progresso que nos cabe realizar. Há muitos religiosos que sabem o que é reencarnação, mas, por orgulho a repudiam; sabem que os espíritos se comunicam com os seres humanos, mas preferem negar o fenômeno. Por que esse comportamento? – Porque a reencarnação é uma lei que a todos nos iguala, o que, para os orgulhosos e vaidosos, é uma condição que não lhes agrada.

Os palestrantes não devem se calar, porque um dia não estiveram inspirados ao expor o que prepararam com esmero. O médium não deve paralisar sua atividade, porque um dia falhou. Tais ocorrências são dificuldades da prática mediúnica, a que todos estão sujeitos. Na tarefa da mediunidade, importa o serviço; entre a lâmpada apagada e as trevas não há diferença nem luz. A todo instante somos testados na nossa humildade e no nosso desejo de servir. Divulgar os ensinos doutrinários é caridade sob a forma de mais luz no coração das pessoas. O dirigente da Casa Espírita não pode reclamar do cargo, simplesmente porque o trabalho é exaustivo, exigindo dele ou dela mais abnegação. Deve seguir em frente, sabendo que a Casa Espírita é um farol que orienta, ilumina e consola as almas em aflição, restaurando-lhes a fé, a esperança e a alegria de viver. Só este motivo é suficiente para que trabalhemos com mais dedicação.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. 20 item 5, o Espírito de Verdade nos informa dizendo: “Ditosos serão os seres humanos que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro motivo, senão a caridade”. Trabalhar, portanto, em favor dos necessitados, sem qualquer recompensa, é um ato de grandeza e de evolução espiritual. Confiados nas palavras de Jesus, quando disse: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus”, devemos cumprir com nossos deveres, espalhando os ensinamentos do Mestre, a todos os que deles estão necessitados.


Jc.
S.Luis, 14/07/2008

OS ESPÍRITAS E A ALTERIDADE

OS ESPÍRITAS E A ALTERIDADE

Embora pouco conhecido, o vocabulário “alteridade” tem sido bastante empregado pelos trabalhadores da Espiritualidade, em suas mensagens e orientações aos encarnados, em especial, aqueles que se reuniram em torno de uma proposta visando de modo mais concreto, ao despertar e à conscientização das lideranças espíritas, para um melhor posicionamento do quadro preocupante de distanciamento do Movimento Espírita, e dos valores simples e profundos que caracterizaram o Cristianismo Primitivo. A terceira edição atualizada do dicionário Aurélio, define a palavra “alteridade” como sendo o “estado de qualidade de que é outro, distinto, diferente”. Consiste no estabelecimento de uma relação de paz com os diferentes; a arte de conviver bem com a diferença do qual o próximo é portador”.

No Congresso Espírita Brasileiro que aconteceu em outubro de 1999, foi dado destaque ao Movimento Espírita que teve seu marco inicial nos compromissos de unificação estabelecidos no Pacto Áureo de 1949. Foi verificado na visão dos trabalhadores da Espiritualidade que o movimento de unificação edificou relevantes conquistas no curso dos últimos 50 anos. O mencionado congresso reuniu as lideranças do Movimento Espírita nacional, real e sinceramente comprometidas com os ideais da Codificação, muito embora a diversidade das percepções individuais, das diferenças regionais e culturais que pudessem criar controvérsias ocasionais, se constituíram no grande mérito do conclave por ter germinado ali “o embrião das novas e saudáveis construções do futuro, no campo da unificação”. Entretanto, os companheiros da espiritualidade chamam a atenção para uma série de ocorrências, por eles testemunhadas nos interregnos da comemoração, que deixou evidente o quanto ainda temos de trabalhar para conquistarmos posturas mais evangélicas e vigilantes, a fim de nos relacionarmos com o devido respeito diante da multiplicidade das opiniões. Ditas ocorrências se constituíram em “comentários, indisposições vibratória na convivência, mágoas, discursos vaidosos, lisonjas e dissimulações próprias das pessoas invigilantes...” Note-se que no congresso estavam reunidas as lideranças do Movimento Espírita nacional... Assim também, essas ocorrências lamentáveis são rotineiras no dia a dia das nossas Casas Espíritas.

Por que, em detrimento do conhecimento adquirido, ainda nutrimos sentimentos e manifestações tão destrutivas e desagregadoras? - Poderíamos dizer que o Movimento Espírita carece de Alteridade. Analisando o problema com o apoio das obras espíritas verificamos que o Movimento Espírita padece de duas mazelas, comuns a todos nós, que precisam ser combatidas, que são: o orgulho e o personalismo com a ausência de afeto. A propósito do orgulho, Maria Modesto, trabalhadora da Espiritualidade, costuma dizer que “os espíritas estão muito orgulhosos da humildade que imaginam possuir”.

Aqueles que buscam auxílio na Casa Espírita são, em geral, assistidos, orientados amparados, consolados. Embora meritória essas práticas, cumpre nos interrogarmos com severidade: qual o sentimento que nos impulsiona nessas ações? A compaixão que nos permite sentir o sofrimento do outro e nos impele a abraçar a sua causa, ou adotamos a postura daquele que já detém algum conhecimento e orienta e ajuda sem descer do seu nível ”superior”? – Se a segunda premissa foi o móvel das nossas ações, aí está o orgulho! – Nas palestras, cursos e exposições que fazemos como nos situamos diante dos eventuais elogios e manifestações agradecidas? Se a vaidade se apresenta, lá está o orgulho que precisa ser trabalhado no íntimo para ser extinto. Até mesmo quando nos rotulamos de tímidos, e deixamos de atuar e participar, a fim de não ficarmos em evidência, revelamos mais uma faceta do nosso orgulho; aquela que não deixa que nos exponhamos devido ao medo de sermos criticados. . .

O personalismo, igualmente, está presente toda vez que, inadvertidamente, adotamos atitude de intransigência e intolerância; quando nos colocamos como donos da verdade ou simplesmente desmerecemos a opinião ou as idéias de outras pessoas que, para o personalista, é visto como um concorrente. O indivíduo tem, então, visível dificuldade de trabalhar em equipe; não permite a troca de experiências com o outro; tem dificuldade de cultivar amizades sinceras, assim como não sabe ser solidário e companheiro. O orgulho e o personalismo bloqueiam sua capacidade afetiva. Essas duas mazelas – o orgulho e o personalismo – criam uma série de bloqueios capaz de enclausurar o ser e dificultar o relacionamento com os seus semelhantes.

Em trabalho de pesquisa e análise sobre o tema, Cairbar Schutel, na Espiritualidade, mostra com clareza que a trajetória da maioria daqueles que hoje trabalham nas frentes espíritas, está indelevelmente marcada por reencarnações sucessivas, no curso dos últimos 20 séculos, nas diversas religiões comprometidas com a mensagem do Evangelho, falhando, também sucessivamente, em decorrência do orgulho e do personalismo ao longo de tantas lutas. Prosseguindo, afirma ele: “segundo as conclusões de sábios psicólogos celestes, o maior obstáculo íntimo, para almas com esse perfil, seria a indisposição para o contato comunitário, o que levou a incitar o serviço de unificação, como medida apropriada para que a lição da convivência, em comunidade, pudessem ser aprendida e desenvolvida, considerando outros compromissos maiores no futuro”.

Em alguns aspectos, a ética da alteridade vem deixando a desejar e poderá, inclusive, resvalar por atalhos como acontece com a decantada “reforma íntima”, que acaba sendo uma prescrição para os outros e não para nós mesmos, ou então, acaba transformando-se em uma tentativa “obsessiva” de melhora, a qual, por ausência de preparo e de condições morais, não atinge os patamares que nós mesmos estimamos. O grande desafio da alteridade está na convivência dos diversos movimentos, entidades, instituições e correntes de igual teor, pois pelo exercício do livre-arbítrio, desenvolvem-se teorias e fundamentos, idéias e opiniões nem sempre homogêneas ou similares. Assim, o que importa, em essência, é a aceitação de determinados princípios básicos espíritas e, a partir daí, o que cada pessoa ou grupo faz com tal conhecimento, passa a ser de inteira responsabilidade do mesmo, sem a necessária concordância absoluta em todos os pontos.

Na Doutrina dos Espíritos, não há hierarquia e isto importa como conseqüência que “qualquer pessoa pode considerar-se espírita pela aceitação de sua filosofia e, principalmente, por sua prática de amor em relação ao seu semelhante”. Então, se estamos concordes quanto à existência de Deus, a imortalidade do Espírito, a pluralidade das existências sucessivas e dos mundos habitados, todos nós somos espíritas, ou não? É preciso algo mais para que sejamos considerados assim?

Ser alteritário não é “fechar os olhos” para o que acontece ao nosso redor, nem baixar a cabeça para desmandos e arbitrariedade, nem aceitar a violência, principalmente a coação moral, a ameaça e a dissimulação. Desse modo, sempre que nos sintamos agredidos ou que presenciemos a violência, é nosso dever denunciá-la e manifestar nosso descontentamento público. Isto não importará em “quebra de respeito” ou em atitude “anti-fraternal”, nem tampouco em redução no nível “vibratório”. Todos nós temos defeitos e isto não deve impedir de apontar aquilo que nos pareça negativo em relação à ordem espiritual, aquela que estabelece a igualdade plena em direitos e deveres perante o Criador. Se temos “telhado de vidro”, e o temos de verdade, não importa o que os outros possam dizer de nós, de nossas atitudes, de nossas atividades. Será até bem salutar que alguém possa apontar nossos equívocos e comprometimentos, para que possamos refletir recompor e prosseguir. A alteridade representa, pois, a relação pacífica e respeitosa em relação ao próximo, no respeito às diferenças, em termos de idéias, entendendo que o outro é diferente de nós e exerce o seu direito de “ser diferente”.

Assumir responsabilidades tem sido motivo de afastamento de muitas pessoas das lides religiosas, principalmente na seara espírita, não só para não se expor como também por ser caracterizado como um trabalho voluntário, onde todos indistintamente, sentem-se chamados a uma participação ativa. O voluntário, por muito tempo, foi visto como um “turista”, que agia sem regularidade ou assiduidade; que estaria fazendo um favor ao vir dar uma “mãozinha” e que voltava às suas atividades habituais, certo de que havia desempenhado sua cota de “caridade”.

A Doutrina Espírita reformulou esses conceitos quando nos chama a uma participação responsável, a uma conduta operante e a uma assiduidade que tornará a tarefa passível de ser realizada com êxito. O estar no mundo se traduz por uma responsabilidade pessoal, familiar e social; mas o Espiritismo nos convida ainda a uma participação ativa na Casa Espírita, onde podemos estudar trabalhar e assumir tarefas, observando o fim útil de estarmos visando ao nosso retorno à pátria espiritual, em melhores condições íntimas do que quando aqui chegamos. O trabalhador da Casa Espírita precisa estar consciente de que sua participação nas atividades da Casa não será uma realização apenas em proveito do outro, mas principalmente em seu próprio benefício. Nela começa o seu aprendizado de
doação, humildade, troca de idéias, renúncia, qualificação e evolução; que pode encaminhar os tarefeiros às atividades mais específicas e até aos cargos de dirigentes da própria Casa que freqüenta. O dirigente de uma Casa Espírita é sempre visto como aquele que tem a responsabilidade maior, e que por isso, tem que assumir todas as falhas e cobrir a irresponsabilidade de possíveis dirigentes e tarefeiros da Casa. Isso assusta e afasta outras pessoas de compartilhar do trabalho e de se preparar e substituir o dirigente. O movimento espírita ouve e repete com freqüência: São poucos os tarefeiros e a Seara é muito grande. – O servidor que amadurece moral e espiritualmente, vai percebendo que é exatamente nos momentos mais difíceis que ele precisa do labor, da auto-superação, que as escapatórias ou fugas só multiplicarão as amarguras e adiarão os compromissos e as genuínas soluções. Lutas, dissabores, cansaço, desânimo não podem impedir o tarefeiro ou o dirigente ou torná-lo vacilante perante a tarefa abraçada. Disciplina, abnegação, fé, boa-vontade, instrução e prece farão de todos, os trabalhadores escolhidos e comprometidos com a causa do Mestre Amado.

É importante que nos conscientizemos que é missão dos espíritas, divulgarem as palavras consoladoras, não só para os espíritas, mas para todas as pessoas. Se atentarmos à seguinte frase contida no texto “Missão dos Espíritas”; “Certamente falareis com pessoas que não quererão ouvir a palavra de Deus”, o espírito de Erasto certamente não estava se referindo aos que freqüentam a Casa Espírita. Sendo assim, concluímos que nossa missão vai além do que hoje estamos fazendo. Precisamos fazer a divulgação de nossa Doutrina de acordo com as nossas possibilidades. Se Jesus e Kardec foram audaciosos, plantando em terreno hostil, sendo maltratados, criticados e ultrajados; por que nós espírita devemos tranqüilos, continuar sendo levados ao sabor do vento calmo? – Por tudo isso, é importante sabermos que, para fazer parte do grupo que divulga a Doutrina dos Espíritos, além das quatro paredes do Centro Espírita, é preciso que o espírita tenha algumas especiais qualidades: a) Seja um conhecedor da Doutrina Espírita; b) Seja espírita praticante; c) Não forçar as pessoas tentando fazer proselitismo; d) respeitar as demais instituições religiosas sérias; e) Não entrar em polêmicas inúteis; f) Agir sempre com brandura e bom senso. - Encontrar pessoas que reúnam todas as qualidades mencionadas não é impossível, mas também não é fácil. A tendência natural é que acatam essa missão, os espíritas que mais usam as palavras do que os atos; o ideal, entretanto, seria para essa tarefa, os espíritas que mais valorizam os atos do que as palavras, porquanto o exemplo vale mais que as palavras.

Joana de Angelis reforça a necessidade de levarmos aos outros lugares, a essência da Doutrina, dizendo: “Cabem neste momento graves compromissos que não podem e nem devem ser postergados”. Essa educadora espiritual passa-nos os quatro procedimentos que cabem aos espíritas: 1- Proclamar a Era Nova; 2- Demonstrar a existência de mundo de causa e efeito; 3- Demonstrar a anterioridade do Espírito ao corpo; 4- Demonstrar os incomparáveis recursos saudáveis decorrentes da conduta correta, dos pensamentos edificantes e da ação do bem. E nos alerta ainda dizendo que esses procedimentos devem ser executados pelos espíritas conscientes das suas responsabilidades – aqueles que se equivocaram em outras encarnações e que agora recomeçam em condições melhores. “Ide e pregai a palavra divina. É chegada á hora em que deveis sacrificar, em favor da sua divulgação, o comodismo e as ocupações fúteis. Ide e pregai o Evangelho: os Espíritos Superiores estão convosco”, pois sois os trabalhadores da Última Hora. Alteridade torna-se necessária para a nossa missão, disse Erasto, e segundo Joana de Angelis, temos que assumir nossos compromissos. Sejamos espíritas audaciosos, levando além das quatro paredes, as palavras consoladoras de nossa Doutrina...


Jc.
S.Luis, 30/01/2009

PARÁBOLA DO FESTIM DAS BODAS

PARÁBOLA DO FESTIM DAS BODAS


Primeiramente vamos falar do que seja uma parábola. Parábola é uma narrativa de que se servia Jesus, e que tem a finalidade de transmitir verdades de modo alegórico, como se fosse uma história. Desse modo Jesus falava ao povo, fazendo da parábola evangélica, uma instrução de fim moral, como um meio fácil de fazer compreender uma lição espiritual. Fazendo o emprego das parábolas, Jesus tinha por fim esclarecer melhor seus ensinos, mediante comparações do que pretendia dizer com o que ocorria na vida comum, facilitando ao povo e aos seus apóstolos, a compreensão das coisas espirituais. Feito este comentário, passemos então à “Parábola do Festim das Bodas”, que se encontra descrita em Mateus cap.XXII v-1 a 14, como também encontramos em Lucas cap. XIV v-16 a 24, com o título de “Parábola da Grande Ceia”.

Jesus então falando por parábola, disse-lhes: “O Reino dos Céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho e enviou os seus servos a chamar os convidados para a festa, e estes não quiseram ir. O rei enviou ainda outros servos com este recado: “Tenho já preparado o meu banquete e tudo está pronto; vinde às bodas. Mas os convidados não fizeram caso e foram cuidar dos seus afazeres, tendo outros, agarrado os servos os maltrataram e os mataram. Então o rei sabendo do acontecido, mandou as suas tropas exterminarem aqueles assassinos e incendiar sua cidade. Então disse aos servos; está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos, ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas, a quantos encontrardes. E aqueles servos reuniram os que encontraram, e a sala nupcial ficou cheia de convivas.

Entrando então o rei para ver os convivas, notou ali um homem que não trajava a veste nupcial, e perguntou-lhe: “Amigo, como entrastes aqui sem a veste nupcial?” O convidado emudeceu. – Então o rei disse aos servos: “Atai-o de pés e mãos e lançai-o fora, nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes, porque muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos”.

O Cristianismo como a Doutrina dos Espíritos, representa a celebração das bodas de um grande rei, que não poupa trabalho, sacrifícios, para dar à festa, o maior realce, um sucesso, dela fazendo participar o maior número possível de convivas. As iguarias do banquete representam os ensinos espirituais que mantêm e vivificam o Espírito. Essa parábola é uma alegoria de Jesus, comparando-a com o que se verificava naquela época. Os primeiros convidados foram os doutos, os sábios, os sacerdotes; porque ninguém melhor do que estes, estavam preparados para participar das bodas, e se fazer representar naquela festa solene, para a qual o Rei dos Céus, sem medir sacrifícios, havia mandado à Terra, seu filho bendito, de quem queria celebrar condignamente as bodas. Eles poderiam melhor apreciar o filho e compartilhar de suas bodas, admirando o seu poder, na cura dos enfermos, na multiplicação dos pães e peixes, na materialização dos Espíritos de Moysés e
Elias, no Monte Tabor, na dominação do mar, na pesca maravilhosa e em tantos
outros fenômenos realizados. Quem estava mais apto para compreender os
Sermões do Monte, Profético e da Ceia; seus ensinos, suas parábolas... não eram os doutores, os sábios e os sacerdotes?

Infelizmente, porém, como outrora, com os profetas e no tempo de Jesus, e como acontece ainda hoje, essas pessoas se recusam a participar das bodas, do banquete espiritual, e agarram os servos encarregados dos convites e os ultrajam, ofendem, difamam, e se não os matam ainda, como nos tempos antigos, é porque atualmente existe o Código Penal. Se a Parábola das Bodas não tivesse sido proferida para as pessoas religiosas e os sábios do tempo de Jesus, ela serve perfeitamente para as mesmas pessoas que hoje repudiam, criticam, ofendem a “Doutrina dos Espíritos”, sem saberem de que ela veio ao mundo pelos mensageiros de Deus.

Jesus ao propor essa parábola, deu a entender que, para o comparecimento a essa festa, fazia-se necessário uma veste nupcial, pois era costume antigo como ainda hoje, a pessoa convidada usar para cada cerimônia, uma roupa de acordo com cada ato a que vai assistir ou praticar. Por isso, quem não estivesse com a roupagem para as bodas, seria posto para fora e lançado às trevas, onde haveria o choro e o ranger de dentes. A veste nupcial, era simbolizada por Jesus, como a humildade, a fé e a boa-vontade de encontrar a Verdade e a pureza de intenções. O egoísta, o interesseiro, o mercador e o aproveitador ou explorador do próximo, embora convidado a tomar parte no banquete, não poderia ser aceito, por não ter a túnica das virtudes, assim como um convidado a uma cerimônia, que não se traje de acordo com o ato a que vai comparecer.

Certos homens do mundo, preso aos negócios, às diversões, à ganância e ao egoísmo, esquecem-se de seus deveres para com seu Criador, para com seus semelhantes e para consigo mesmo, isto é, dos deveres espirituais a realizar no mundo. Eles então passaram a se constituir nos excluídos das bênçãos dos Céus, porque se recusaram ao banquete espiritual, preferindo os prazeres do mundo.

Os humildes, os simples, os pobres e outros mais, passaram então a participar do banquete e a serem os escolhidos para o Reino dos Céus, por eles serem os deserdados das glórias mundanas, das pompas, dos títulos e dos bens materiais, pois as palavras de Jesus estão desligadas dos preconceitos, das honras e dos prazeres terrenos, e para chegarmos a esse banquete, precisamos estar vestidos com a túnica nupcial, inocentes como uma criança que não têm idéias preconcebidas, nem bens e nem glórias terrenas.

O banquete continua à mesa, cheio de oportunidades para todos, capazes de satisfazer os mais exigentes. Como o Evangelho já se acha disseminado em todos os níveis sociais e em muitas partes do mundo, somente os seres humanos de má vontade, os orgulhosos, os vaidosos, os egoístas, os presunçosos e os de espírito preconcebido, ignoram seus deveres e repudiam a palavra divina, sendo afastados do banquete oferecido por Jesus, e substituídos pelos simples e puros de coração.
A Doutrina dos Espíritos como complemento do Cristianismo, está atualmente oferecendo esse banquete a todas às pessoas; e todas as que constituirão o rebanho
do Supremo Pastor, ouvirão o chamado que lhes está sendo feito em todos os recantos do mundo e aceitarão com alegria, participar do banquete divino. Tal é o convite e a mensagem que aprendemos com a Parábola do Festim das Bodas, proferido por Jesus.

Esta é mais uma alerta a todos os que se encontram na indolência, na insensatez, na falta de princípios espirituais, voltados exclusivamente para as coisas materiais, esquecidos de que um dia, que pode ser hoje mesmo, amanhã e em mais alguns dias, meses e anos; terão que deixar seus afazeres no mundo e responder ao Rei, porque não se prepararam devidamente para comparecerem ao banquete dos Céus. Ai dos que não puderem participar desse banquete, porque serão lançados nas trevas exteriores, onde os sofrimentos serão inenarráveis. . .


Bibliografia:
Livro “Parábolas e Ensinos de Jesus”


Jc.
S.Luis, 18/09/1999

A MÚSICA E O ESPÍRITO

A MÚSICA E O ESPÍRITO

Encontramos em “O Livro dos Espíritos”, questão 251, formulada pelo Allan Kardec, a seguinte pergunta: “São sensíveis à música os Espíritos?”

A resposta dada pelos instrutores do Plano Espiritual é esclarecedora, trazendo em seu bojo, séria restrição à música em uso na Terra. Eis a resposta: “Aludes à música terrena? – Que é ela comparada à música celeste? A esta harmonia de que nada na Terra vos pode dar idéia? Uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Entretanto, espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir certas músicas, por lhes não ser dado ainda compreender outra música mais sublime”.

Sabemos, sem dúvida, que a música exerce profunda influência na evolução do Espírito. As pesquisas tecnológicas e os estudos psicológicos atestam a importância da música sobre a estabilidade orgânica e psíquica do ser humano. A educação do ouvido começa, realmente, no ventre materno, onde são captadas as vibrações musicais das cantigas entoadas pelas mães, além de outros sons, e vai pelo tempo afora, do berço até o túmulo.

Nas maternidades e clínicas infantis, a música na sala de espera e nos gabinetes médicos, e mesmo no berçário, ela é suave possibilitando a calma e o bem estar. Nas lojas, escritórios, edifícios também é usada á música ambiente durante o horário de trabalho. Nesses locais, reina um clima de tranqüilidade e a produtividade é elevada; as relações entre as pessoas, por esse mesmo motivo, são mais cordiais. Existem pessoas que estudam, trabalham e escrevem ouvindo músicas; outras ao se prepararem para dormir, buscam ouvir música suave que acalma o sistema nervoso.

Infelizmente, porém, viver em certos centros urbanos desenvolvidos, quase sempre implica sujeitar o ser humano à audição de ruídos violentos, grosseiros, irritantes, incômodos, proporcionados por tocas-fitas, rádios, aparelhos de som em carros e nas televisões, em alto volume, além de buzinas, sirenes, apitos, gritos e outros sons urbanos, todos provocando níveis de barulho causadores de sérios distúrbios físicos e espirituais, levando à pessoa a elevados patamares de nervosismo e agressividade. Sabe-se também que a poluição sonora, pelos efeitos prejudiciais e quase sempre irreversíveis, é tão grave e condenável como à poluição dos rios, do ar e dos mares.

A Organização Mundial de Saúde determinou um limite de tolerância, com o qual os órgãos auditivos podem conviver: 70 decibéis, o equivalente a uma conversação normal. Fora disso, o ouvido humano pode sofrer danos com a exposição cotidiana de ruídos de 80, 90 e 100 decibéis. Algumas ruas de tráfico intenso, buzinas de carros e carros com som podem atingir até 125 decibéis. Vejamos a Natureza que oferece poucos sons violentos, agressores de nossa audição: Trovoadas, cachoeiras, explosões vulcânicas. Notamos que, quando andamos pelo campo, pela floresta, os sons captados pelos nossos ouvidos são delicados, agradáveis, e se compararmos com os sons provocados pelos seres humanos, observamos logo a grande diferença.
Atualmente é cada vez maior o número de pessoas atingidas por problemas auditivos; uma parcela considerável de pacientes é constituída de jovens devido o uso de aparelhos de sons em alto volume e a freqüência às discotecas, que estão levando muitos deles, ainda começando seus estudos, ao tratamento médico especializado e até ao uso de aparelhos para surdez.

Nosso espírito é sensível à música e sua natureza especial requer música especial. Desde cedo aprendemos a ouvir variados tipos de sons e identificando-os, selecionamos aqueles que nos agradam e procuramos nos livrar daqueles que nos causam desconforto. Em nível da Natureza, amamos o canto dos pássaros, enternecemo-nos com o farfalhar de folhas e ramos de árvores, o correr das águas nos riachos. Ao contrário, se nosso ouvido convive com música barulhenta, tornamo-nos pouco a pouco mal humorado, agressivo ou deprimido. Façamos um pequeno teste: Experimentemos almoçar com música barulhenta para ver como fica nossos nervos. Por outro lado, faça uma refeição, ouvindo música suave. Em ambos os casos, o nosso espírito reage de formas opostas, e, sem dúvida, a última (suave) é superior e a mais agradável a nós.

A enxurrada de sons horríveis, de músicas barulhentas, trios elétricos com altíssima amplificação do som, vêm causando sérias preocupações aos pais, médicos, educadores e entidades que fiscalizam essa infração, pois além dos efeitos físicos como surdez progressiva, mal estar, agressividade, também os efeitos espirituais, de natureza duradoura, afligem o ser humano, dificultando sua ascensão na escala evolutiva. A parafernália de ruídos produzida por pessoas ignorantes e mal educadas, em desrespeito ao seu semelhante, demonstra falta de moral e comprova que ainda é um espírito muito atrasado.

“A finalidade do Espírito é a perfeição, e esta se realiza á medida que a vivência de encarnações sucessivas vai purificando os sentimentos, entre eles o de apreciar e sentir a boa música”.

Não é sem motivo que hoje existe a “Lei do Silêncio” coibindo os abusos e excessos de poucos indivíduos que não respeitam os direitos ao silêncio de muitos.

É por isso que em algumas Casas Espíritas, ouve-se música suave para a preparação do ambiente e dos trabalhos a serem realizados, o que não seria possível se houvesse barulho impedindo a manifestação dos Mentores Espirituais.



Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos”
Oswaldo Novaes Castro

Jc.
S.Luis, 09/2/2006

JC - MEUS CONTATOS COM O ESPIRITISMO

Jc = MEUS CONTATOS COM O ESPIRITISMO

Nasci e me criei no bairro do Anil, na cidade de São Luis-MA., fazendo parte de uma família muito pobre e humilde, constituída de 12 irmãos, cujos pais Edésio Castro e Joana Tavares Castro, já desencarnaram. O meu pai não cheguei a conhecer, porquanto quando ele faleceu na cidade de Pinheiro-MA. para onde tinha ido para se tratar, e lá faleceu, eu tinha apenas 1 ano de idade. Minha mãe ficou viúva sem qualquer condições e por isso passamos muitas privações e necessidades, mas graças a Jesus de quem ela era muito devota, as suas orações e seus exemplos de resignação, humildade, honestidade e trabalho, com muitas dificuldades, porquanto não existia nenhuma forma de assistência social naquele tempo (1931/32), conseguiu criar os seus filhos, sem que qualquer um deles se tornasse marginal, por força da criação austera e dos exemplos dignificantes que nos transmitiu. A minha mãe católica, conheceu o Espiritismo e a ele se integrou; e dos filhos, apenas três adotaram essa doutrina como fé religiosa; o Oliveiros de Assunção Castro (mais conhecido na doutrina como Oli de Castro), o Roldão Tavares de Castro, ainda na existência terrena, morando em Belém-PA., e eu, Jurandy Tavares de Castro.

Com a idade de 4 a 5 anos, levado pela minha mãe, por ser o caçula e não poder ficar só em casa, iniciei o meu contato com uma Casa Espírita. Na verdade o que eu queria era ficar brincando com as outras crianças, ou mesmo dormindo na minha rede. Pois as sessões espíritas eram realizadas a noite e em local fechado em virtude da perseguição ao Espiritismo, movida pela Igreja Católica, que dizia ser coisa do demônio, e era apoiada pelo governo. Geralmente, no início das sessões, a curiosidade me aguçava os sentidos, pois via as pessoas (médiuns), umas gemendo, outras falando e eu não entendia nada daquilo. Depois a imobilidade me causava sono e sempre acabava dormindo, até o final, quando era acordado pela minha mãe para voltarmos para casa. Nessa idade, é comum as crianças, quando estava deitado tive a visão de um velhote barbudo e sorrir para mim no telhado da nossa casa. No dia seguinte nossa mãe me levou a Igreja e o reconheci na imagem de S. José.

Na minha juventude, sempre acompanhado da irmã Salma e da nossa mãe, freqüentávamos o Centro Espírita “Olhar de Maria” do Mansueto, ou o Centro do Waldomiro Reis, na Rua dos Afogados, e algumas vezes, a Juventude Espírita Maranhense, no Anil, da qual fizemos parte como fundadores, eu, e meus irmãos Inaldo e Salma, e hoje conhecida como “Associação Espírita Lar de José”.

No ano de 1949, meu irmão Oli de Castro que morava em Belém-PA., passou por São Luis, de volta do Rio de Janeiro, onde fora participar do 1º Congresso Espírita Brasileiro, e nos levou (mamãe, meus irmãos Inaldo, Salma e eu) para Belém. Lá passamos a freqüentar a Mocidade Espírita Paraense e fazíamos a Campanha do Quilo, para ajudar na construção do “Lar de Maria”. Depois de meses, viajamos para o Rio de Janeiro e fomos morar em Nova Iguaçu, onde passamos a freqüentar o Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, e, novamente ingressamos na Campanha do Quilo, para a manutenção do “Lar de Jesus”, naquela cidade. Naquela ocasião, participando do movimento espírita, tivemos a satisfação de conhecer vultos importantes do Espiritismo: Professor Leopoldo Machado, Atlas de Castro, Alziro
Zarur e outros que não recordo os nomes.

Em 1950, regressamos ao Maranhão (mamãe, eu e minha irmã Salma), e como não tínhamos casa em São Luis, fomos morar no interior, na cidade de Rosário, onde esquecido o Espiritismo, passei a viver os prazeres da juventude e abusar da bebida. Dois anos depois, resolvido a acabar com aquele tipo de vida, pedi a minha mãe e viemos morar em São Luis. Nesta cidade, a minha existência se modificou e após me integrar no “Lar de José”, criei e mantive no ar, durante anos, pela Rádio Timbira, o programa “Luz na Penumbra”.

Em 1961, já casado e com dois filhos, resolvi tentar a vida no Rio, a convite do meu irmão Inaldo que tinha ficado em Nova Iguaçu, quando fomos com o Oli. No Rio de Janeiro fiquei com a família (esposa e 4 filhos) durante 25 anos. Apesar do meu trabalho de vendedor das Indústrias Granfino S/A, muito cansativo, e da minha vida desregrada e de envolvimento com mulheres, freqüentava de vez em quando, a Federação Espírita Fluminense, tendo nessa época, passado a assistir a uma velhinha e ajudado o Abrigo Cristo Redentor, instituição beneficente localizada em São Gonçalo-RJ.

Em 1986, forçado por crises de asma, deixei a minha família no Rio, e regressei ao Maranhão, para viver os meus últimos anos de vida. Aqui chegando, mais uma vez enveredei pelos caminhos dos prazeres do mundo, chegando a freqüentar o então existente clube noturno “Tom Marrom”, a semana inteira. Entretanto, existia na minha mente, a convicção de que não era aquela a vida que deveria levar e tinha me feito voltar para o Maranhão, mas que havia algo de mais nobre a realizar. Procurei então o “Lar de José” e comecei a me integrar no trabalho assistencial ali desenvolvido. Voltei a me tornar sócio contribuinte e sempre que possível, lá estava a levar bombons e a brincar com as crianças internas, levando a minha colaboração e participando das feijoadas beneficentes.

No, Natal de 1988, resolvi para alegrar as crianças, me fantasiar de “papai-noel”, levando saquinhos de doces para as crianças do “Lar de José” e para os idosos do “Asilo de Mendicidade”, instituição em que já prestava também a minha humilde colaboração. Em 1990, foi a vez de me aproximar da “Escola de Cegos” e passar a prestar a minha ajuda aos irmãos deficientes da visão. Em 1991 resolvi não mais me fantasiar de “papai-noel” por achar que estava promovendo um símbolo que representava o consumismo, em vez de representar o Natal do Senhor. Até hoje tenho o costume que aprendi com a minha mãe, de montar um Presépio na nossa casa, não só para lembrá-la, como também para homenagear o Mestre Amado Jesus.

Em 1992, voltei a apresentar pela Rádio Ribamar, o programa Cristão-Espírita “Luz na Penumbra”, que permaneceu no ar até agosto de 1994, quando a estação de rádio saiu do ar. Em 1993, a convite do meu sobrinho Rinaldi, conheci o Centro Espírita “Lar de Maria”, no bairro da Vila Nova em São Luis, e a esta casa de caridade e amor, passei também a prestar minha humilde colaboração. Em 2005, fui eleito para a Diretoria da Associação Espírita Lar de José, exercendo o cargo de Tesoureiro até o ano de 2008, quando findou meu mandato. Durante esse período procurei fazer o melhor que pude não só para as crianças internas, as idosas assistidas, os funcionários e a própria Entidade, deixando-a em situação bem estável.

Findo meu mandato na “Associação Espírita Lar de José”, continuei a prestar minha colaboração à “Associação Espírita Lar de Maria”, à “Seara Espírita Deus, Cristo e Caridade”, passei a dar maior apoio ao “Centro Espírita Graça de Jesus”, que conheci quando convidei os seus dirigentes para participar do programa “Luz na Penumbra” que apresentava na Rádio Ribamar. Posteriormente, me associei ao mesmo e atualmente estou exercendo o cargo de vice- presidente, onde iniciamos um trabalho que realizávamos no “Lar de José” com as idosas e também começamos com aulas de evangelização para crianças. Atualmente, juntamente com a esposa, estamos também freqüentando a “Associação Espírita Emmanuel”, localizada no Cohatrac IV, as quartas-feiras.

Por seis vezes, portanto, entrei no Espiritismo, mas somente na sexta vez, foi que o Espiritismo entrou em mim, me auxiliando a tentar me tornar uma nova pessoa, conforme disse o discípulo Paulo, pela orientação dos livros espíritas e exemplos de muitos irmãos. Dada a minha condição de espírito ainda imperfeito, no meu dia-a-dia, sobram atos de ignorância, de impaciência, de incompreensão, de intolerância e de desamor, e, faltam expressões de humildade, de paciência, de compreensão, de tolerância, de amor e de perseverança, para com meus atos em relação aos outros, a fim de que possa evoluir sem a necessidade de sofrimentos.´Apesar de todas essas minhas imperfeições, e, confiado de que “o verdadeiro espírita é aquele que tenta se livrar das suas imperfeições”, me considero uma Nova Pessoa, porque tomando conhecimento da filosofia espírita, compreendi e achei as respostas a muitas indagações do meu espírito; porque entendi que somente fazendo aos outros o que quero para mim, poderei evoluir espiritualmente; passei a adorar um Deus-Pai, um Deus de Amor, de Bondade, de Misericórdia, que sempre tem me amparado e aos meus familiares, ao contrário de um deus carrancudo, ameaçador, injusto e vingativo
que aprendi nas aulas de catecismo, na época da minha infância.

Sou melhor hoje? – Tento ser, apesar das minhas imperfeições como qualquer outro ser humano; porque, como ensina a Doutrina dos Espíritos, cada existência é sempre uma nova etapa de evolução do espírito; estou conseguindo pelo exercício da fraternidade, em vez de ser pela reparadora dor. Nas minhas orações, todos os dias estou pedindo ao Pai Celestial, forças para ser melhor a cada dia; para ter pensamentos melhores; para proferir palavras menos rudes e ofensivas, para ajudar outros que estejam necessitados de uma orientação; para finalmente praticar atos que me torne um cristão, e não apenas ter o rótulo de cristão.

Para neutralizar minhas atitudes negativas, tento emitir pensamentos positivos e saudáveis, mesmo sem o domínio completo dos meus pensamentos que às vezes ainda se apegam a coisas negativas; com relação as palavras, algumas vezes melhor seria se a minha língua, que vive numa caverna, fosse privada da fala, porque é por meio dela que criamos a maioria dos nossos débitos; já os meus atos, tomo cuidados ao praticá-los, mas mesmo assim, alguns são realizados impulsivamente, sem reflexão, pelos quais sou responsabilizado e colherei os frutos da minha atitude...ainda sou muito pecador, lutando para melhorar. Graças a Doutrina dos Espíritos, já sei que os Espíritos Superiores se comunicam também pelo pensamento. Assim sendo, na jornada evolutiva tenho o dever de tentar o domínio dos pensamentos, vigiar as palavras e ocupar o tempo disponível que ainda tenha na Terra, no trabalho abençoado da caridade e da fraternidade aos meus semelhantes.

Leon Denis, na obra “Depois da Morte”, diz: “Lembra-te de que a existência é curta. Enquanto ela durar, esforça-te por adquirir o que vieste procurar neste mundo: o verdadeiro aperfeiçoamento. Possa teu espírito daqui sair melhor e mais puro do que quando entrou! Acautela-te das armadilhas da carne; reflete que a Terra é um campo de batalha onde a alma é á todo momento assaltada pela matéria e pelos sentidos. Luta corajosamente contra as paixões vis; luta pelo espírito e pelo coração; corrige teus defeitos, abranda teu caráter, fortifica tua vontade. Eleva-te pelo pensamento, acima das vulgaridades terrestres; dilata as tuas aspirações sob o céu luminoso.” Esse é o meu objetivo na presente existência, caindo e levantando, fracassando e prosseguindo sempre.

Há poucos dias, criei um ”site” na Internet para que não se perdesse os artigos que vêm me servindo nas minhas exposições nos Centros Espíritas, e também para que outras pessoas possam tomar conhecimento dos mesmos. Para que isso seja possível, basta apenas digitar: http://ortsac.blogspot.com

Meditando nas palavras do Divino Mestre Amado Jesus, tenho procurado fazer do trabalho, da caridade e da oração, o vínculo a me aproximar do nosso Pai Celestial.
Obrigado, obrigado, obrigado Senhor meu Deus, meu Pai meu Criador, por mais esta existência, por mais este dia e por todas as bênçãos que tens proporcionado a mim e aos meus familiares. Obrigado, Senhor pela família que me destes, obrigado Senhor, pelo teto, pelo agasalho, pelo alimento, pela paz, pela saúde, pelas expiações que tenho passado, pela minha melhora espiritual, obrigado enfim, por tudo o que me concedestes que, como a minha mãe, creio em ti, Senhor da minha vida...

Esta é a minha história esta é a minha existência,
Jurandy T. de Castro
Jc.
21/12/2009 Refeito em 12/ 2010

OBS:
Quando iniciei a confecção destes artigos, apenas para exposições nos Centros Espíritas desta cidade (São Luis), usei trechos de artigos e livros diversos sem me preocupar de mencionar os autores. Com o passar do tempo, juntei mais de 140 artigos e, como não desejo que se perca esse trabalho de tantos anos, resolvi criar um blog para que outras pessoas possam tomar conhecimento dos assuntos tratados nos mesmos. Assim sendo, uma vez que atualmente me é impossível nomeá-los, venho pedir desculpas aos seus autores, por ter usado textos que não são meus, nos artigos.

Jc.