Existia em uma cidade uma família cujo pai era muito religioso, que tinha um filho. O rapaz desde a juventude, não queria nada com os estudos e muito menos saber de religião. O pai não sabia mais o que fazer para dar um direcionamento ao filho, até que teve uma ideia. Chamou o rapaz para conversar e lhe perguntou o que ele mais desejava. O filho estranhou a pergunta, mas respondeu: Eu gostaria de ter um carro.
O pai então lhe propôs o
seguinte: Então vá estudar e quando se
formar eu lhe darei o carro que deseja. O filho motivado pelo desejo de ter o
carro passou a estudar e depois de alguns anos se formou em médico, que era a
sua vocação. No dia da formatura, após a cerimônia, ao voltarem para casa, o
pai lhe entregou uma caixa. Ele então
pensou: - deve ser a chave do carro que eu pedi e se apressou a abri-la. Aberta
a caixa ele não encontrou a tão desejada chave, mas uma Bíblia; a sua decepção
foi tão grande que ele a jogou no chão, e em seguida foi embora de casa, com
tanta raiva que esqueceu sua mãe e nunca mais falou com o seu pai.
Quinze anos se passaram; ele
como médico se tornou famoso na sociedade e nunca procurou ter contato com os
seus pais. Certo dia, ele tomou conhecimento de que seu pai havia falecido.
Como era muito conceituado e não querendo demonstrar intolerância para com os
seus conhecidos, ele voltou á casa em que havia nascido para velar o pai, e se
encontrou com a sua mãe.
Ela então lhe disse que
desde o dia em que ele havia partido, o seu pai
tornou-se uma pessoa sem motivação de vida; amargurado, sofrido e muito
triste havia guardado a Bíblia que ele num impulso de intolerância havia jogado
no chão. Ela deixando o local onde seu esposo estava sendo velado, foi até o
quarto e voltou com a Bíblia que ele havia recusado. Num gesto de humildade ela lhe entregou o
Livro e disse que estava cumprindo o último desejo de seu pai.
Ele muito a contra gosto,
apanhou a Bíblia e, casualmente, abrindo-a encontrou um envelope; aberto o
envelope, dentro dele havia um cheque no valor de um carro novo, e um bilhete
escrito por seu pai, com as letras já um pouco desgastadas pelo tempo, que
dizia: - Meu filho, aqui está um livro
que pode direcionar sua existência e ajudá-lo a viver bem, fazendo-lhe feliz, e
também esse cheque, que por não
saber o modelo, a cor e a marca do seu
agrado, não comprei o carro, mas estou passando as suas mãos o valor
correspondente a ele, para você comprá-lo ao seu gosto.
Espero que possa
utilizá-los, tanto a Bíblia como o carro com sabedoria, durante a sua
existência. Desejo que ambos possam servir a você e que você se sinta realizado
no seu desejo e no meu desejo de lhe passar o bem que esse Livro tem
proporcionado a nossa família. Que Jesus lhe abençoe. Teu pai.
Tendo acabado de ler o
bilhete, um grande arrependimento e um a tristeza se apossou dele, pelo tempo
que havia julgado mal o pai, e pela atitude negativa que havia tomado na época,
trazendo um grande mal a seu pai e à sua mãe, e ainda a angústia que passou a
ter desde esse acontecimento. Como fora precipitado ao julgar seu pai e tomar
aquela atitude de revolta e desprezo. Como fora um filho ingrato e insensível,
durante todos esses anos em que desprezara também a sua mãe que só lhe queria o
bem.
Tomando as mãos de sua mãe,
chorou copiosamente, não pelo fato do seu pai estar morto, mas pelo sofrimento
que se impusera e também aos seus pais, e por ser o causador da morte de seu
pai. Nada traria de volta o seu pai, mas a sua mãe que estava perdendo o seu
esposo naquele dia, não ficaria só, porque o seu filho, desse dia em diante
jamais se afastaria dela enquanto ambos vivessem... Esse drama, causado por uma
atitude repentina e agressiva de decepção, pode estar acontecendo em qualquer
lugar deste mundo, trazendo sofrimentos a outras pessoas...
Filhos existem que se tornam
desafetos e inimigos de seus irmãos, quando os pais partem para a
Espiritualidade, em virtude de bens terrenos, deixados pelos falecidos, e que
ás vezes vai até o crime, para ficarem com posses que, na verdade, não são de
ninguém, porquanto todos os bens da Terra pertencem a Deus, e os seres humanos
são apenas usufrutuários deles, nada levando quando partem também pela via da
morte. Se assim é, por que tanta ganância e tanta animosidade se tudo e todos
esses bens sempre ficam na Terra?
Autor
desconhecido.
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Algumas alterações
Jc.
São
Luís, 17/9/2015