Segundo a revista alemã Der Splegel, o panorama estatístico dos religiosos atuais do Mundo, é o seguinte: Cristãos católicos (16,9%) Cristãos não católicos, incluindo os Protestantes e Espíritas (17%), Muçulmanos (23,1%), Hindus (13%), Budistas (6,1%) Judeus (0,2%) e outros (23,7%).
Observa-se
que 1/3 da humanidade procura seguir os ensinos de Jesus, e para a crença dos
outros 2/3 que não “conhecem” o Cristo, apesar do mundo globalizado atual, sempre
existiram outros seres luminares, todos eles discípulos de Jesus. Ele, durante
milênios, enviou seus emissários para instruir os povos, raças e civilizações
com conhecimentos e princípios da lei de Deus. Além disso, há dois mil anos
atrás, veio pessoalmente, conforme anunciado, ratificar e exemplificar os
conhecimentos e ensinamentos já existentes, deixando o Evangelho como
patrimônio para toda a Humanidade. . .
Allan
Kardec, na introdução de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, escolhe o Ensino
Moral dentre as cinco partes do livro, como o único que não está sujeito a
controvérsias, podendo inclusive unir todas as crenças em torno da sua mensagem
universalista. Na Terra, onde se multiplicam as conquistas da inteligência e os
quadros do sentimento enxovalhado pelo materialismo, saibamos que Jesus no
campo da Humanidade foi o único orientador completo, irrepreensível e
inquestionável, que renunciou à companhia dos anjos para viver e conviver com
os seres humanos.
Amados
por uns, odiado por outros, indiferente para muitos, Jesus deixou ensinamentos
muito singelos, todavia profundos, aplicando a filosofia que difundia,
desconcertando os seus inimigos gratuitos, granjeando apoios no povo e
confundindo os demais. Aos Espíritas sinceros cumpre não perder de vista essa
realidade transcendente - a vinculação
da Doutrina dos Espíritos com os ensinos de Jesus, porque o Mestre não abdicou
do comando da Terra e se compadece de cada um de nós, facultando-nos o recomeço
e a paz, hoje e sempre, independente de onde possamos estar ou de como estamos.
Jesus
é a personalidade mais mencionada da História e todos os milhares de volumes
dos livros sagrados, Ele resumiu em uma
única citação que abrange toda a sabedoria terrestre --
“Amar
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Ele foi um Educador por excelência, tanto que
o único título que admitiu foi o de ser chamado Mestre. Ele até hoje continua
sendo o maior enigma de todos os séculos. Para alguns religiosos, ele é
considerado uma divindade. O motivo pelo qual muitos consideram Jesus um
Semideus, é a sua colossal elevação espiritual.
Diante Dele, todos ficamos muito
pequeninos em virtude das nossas deficiências e inferioridade, daí a confusão
de alguns religiosos.
Jesus,
sendo o Consolador e o Mestre, não adulava os poderosos e não oprimia os
excluídos sociais, não repudiava as “madalenas” nem apedrejava as “adúlteras”—
mas convidava os penitentes a correção e o perdão. Por servir ao próximo, com
modéstia, sem arrogância, Ele foi tido como rebelde, insensato e violador da lei e inimigo
dos poderosos. Para a maioria dos teólogos, Ele é objeto de estudo, para os
filósofos, Ele é o centro de polêmicas e cogitações infindáveis. Para nós
Espíritas, Jesus foi, é e será sempre a síntese da Ciência, da Filosofia e da
Religião (tripé do edifício Espírita).
A
Doutrina dos Espíritos vem colocar o Evangelho de Jesus na linguagem da razão,
com explicações simples e racionais, sem abandonar o aspecto sensível da emoção
que é colocada na sua expressão profunda, demonstrando que o sentimento e a
razão podem e devem caminhar pela mesma estrada, pois elas constituem as asas
da libertação definitiva do ser humano.
Nos
tempos áureos do Evangelho, o apóstolo Pedro definiu a transcendência de Jesus,
revelando que Ele era “o Cristo, o Filho de Deus vivo”. No século XX o Espírito
de Verdade atestava ser Ele “o Condutor e Modelo do Homem”. Para o pedagogo de
Lyon (Allan Kardec), o Cristo foi “O Espírito Superior de Ordem Mais Elevada,
Enviado e Médium de Deus na Terra”; Emmanuel o denomina de “Diretor Angélico do
Orbe e Síntese do Amor Divino”.
Fonte:
Autor: Jorge Hessen
Revista “Brasília
Espírita”- 11-12/2016
+ Pequenas
modificações
Jc.
São Luís, 26/11/2016