domingo, 21 de setembro de 2014

O VOTO, ESTÁ CHEGANDO A HORA




 Herança da Grécia antiga, berço da democracia, o termo política deriva-se do grego polítikós, alusivo às antigas cidades gregas organizadas (pólis), que teriam dado origem ao modelo de vida urbano contemporâneo, onde os seres humanos se aglomeram em busca da sobrevivência e do progresso, sujeitando-se a uma administração pública regulada por normas coletivas de convivência. Sob esse prisma, ela será sempre o exercício de alguma forma de poder. Quando utilizada corretamente, gera bem-estar e prosperidade, contribuindo para a manutenção da paz e da ordem pública.

A Doutrina dos Espíritos abrange todas as áreas de conhecimento, no tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso, razão pela qual não está alheio à Ciência política ou a qualquer outro ramo do conhecimento humano. Entretanto, o movimento espírita não precisa engajar-se na militância política, a exemplo do que fazem outros segmentos religiosos, fundando partidos ou organizando bancadas, como forma de se fazerem representar perante os poderes constituídos, com o objetivo de divulgar, oficialmente, os seus princípios religiosos e defender os seus interesses. Diante disso, não é recomendável nem aceito que políticos, simpatizantes ou espíritas, façam da tribuna espírita um palanque, seguindo o exemplo de Jesus, nosso modelo e guia, quando esteve entre nós, que jamais postulou ou se valeu do poder político da época,  a fim de pregar a implantação do “Reino de Deus” na Terra.

“Deus confere a autoridade, a título de missão ou de prova quando julga conveniente, e a retira quando bem o entende”. Emmanuel, respondendo à pergunta: “Como se deverá comportar o espírita perante a política do mundo?”, aconselhou: “O discípulo de Jesus está investido de missão mais sublime, em face da tarefa política saturada de lutas materiais e essa é a razão por que não deve procurar uma situação de evidência para si mesmo nas administrações transitórias do mundo. E, quando convocado a tais situações pela força das circunstâncias, deve aceitá-las não como galardão para a doutrina que professa, mas como provação imperiosa e árdua, onde todo êxito é sempre difícil”. (... aqueles cujas leis se harmonizam com as leis eternas do Criador, viverão e servirão de farol para outras pessoas.)

De má lembrança são as conspurcações que o movimento cristão sofreu (e que a Doutrina Espírita tenta restaurar na atualidade), sobretudo a partir do século III, momento em que se deixou seduzir pela política de Roma. É óbvio que o espírita, individualmente, não está impedido de exercer a política. Se tiver vocação e for chamado para essa tarefa, deve atender ao alerta de sua consciência e procurar exercê-la com dignidade, como fizeram outros espíritas, como Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Cairbar Schutel,  José Freitas Nobre, etc..

A cidadania no Brasil é reafirmada pelo voto, que, embora obrigatório, é um exercício de aparente liberdade e participação coletiva. De dois em dois anos, outubro é tempo de eleições. Cerca de 160 milhões de brasileiros acima de 16 anos, vão eleger presidente, governadores, senadores, deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores de milhares de cidades brasileiras. Milhares de candidatos, também concorrem a esses cargos públicos, alguns dos quais, para presidente, governadores e prefeitos, que talvez sejam eleitos num segundo turno. Vai ser uma grande festa democrática, com debate nas TVs, substituindo os antigos comícios e pessoas empunhando bandeiras de partidos. Muitos serão eleitos pelo quociente eleitoral, uma alquimia praticada pela Justiça Eleitoral, onde um candidato de uma legenda com mais votos, é preterido por outro de outra legenda com votação inferior, tirando do eleitor o direito de eleger o seu candidato.

Por isso, muitos eleitores costumam dizer que votam apenas porque é obrigatório, e dizem: “O meu voto é desconsiderado, além disso, não vai melhorar minha vida”, completam. Mas, no segundo caso, estão enganados. Embora os candidatos sejam impostos pelos partidos, deve-se escolher um candidato que inspire confiança;  se ele, entretanto,não corresponder, da próxima vez vote em outro candidato. O importante é sempre tentar, através do voto, escolher um candidato que possa melhorar a situação contribuindo para resolver os problemas do país, do estado, da cidade. Se não votar, anular o voto ou votar em branco significa ser passivo, esperar que os outros decidam por você o que vai acontecer. O exercício do voto, direito de cidadania, mobiliza as pessoas para exigir, manter e ampliar direitos nas áreas econômica e social: saúde, instrução, habitação, saneamento, segurança, emprego, entre outros.

Na democracia de antigamente, os políticos honravam suas promessas e seus compromissos com a palavra dada, outros a faziam com um fio do bigode ou da barba. Depois veio a época dos coronéis, dos chefes políticos, o período das farsas nas eleições, pois as mesmas se realizam com o voto de cabresto e a “bico de pena”, baseadas na falsificação das atas. Hoje, a situação melhorou com a implantação das urnas eletrônicas. Entretanto, muitos políticos mudam de partido como quem muda de camisa, na época das eleições, e a “dança das cadeiras” é frenética, pois o tamanho da bancada possibilita o aumento do tempo de propaganda eleitoral gratuita dos partidos, nos meios de comunicação.

Para piorar as coisas, infelizmente, de alguns anos para cá, a situação mudou tanto que a grande maioria dos políticos para se elegerem, gastam fortunas, sabendo que não vão ser ressarcido apenas com a renumeração dos mandatos, razão porque, após serem empossados, tratam logo de entrar nos conchavos para se apoderarem de postos onde possam se apropriar das verbas que deveriam ser utilizadas na melhoria dos serviços prestados ao povo. E ainda, por haverem comprado os seus eleitores com alguma coisa, não devem mais a eles o cumprimento de suas promessas demagógicas e nem dão satisfações de suas atitudes puramente egoísticas. A nossa satisfação, atualmente fica ainda por conta de alguns poucos políticos, que honram o seu nome e a Instituição da qual fazem parte.

Existem candidatos “promessinha” que prometem mundos e fundos, somente para se elegerem. Outros candidatos dão camisas, canetas, chaveiros e outras coisas mais (inclusive dinheiro), para conseguirem o voto do eleitor Mas será que eles são os melhores candidatos para representar o povo? – O candidato “pula-pula” que muda de partido como quem muda de camisa; será que ele merece nosso voto?  - o candidato “fachada” que parece tão legal, mas é boa sua moralidade? Antes de votar é preciso ver se o seu partido é a favor ou contra os interesses do povo.  Há ainda políticos que querem se perpetuar nos cargos eletivos como se fosse uma função vitalícia, não dando oportunidade para outros candidatos. E o eleitor sabe que também é responsável pelo mau político a quem dá o voto? Devemos sempre renovar os cargos eletivos, votando em novos candidatos e deixando de fora aqueles que em sucessivos mandatos, só se beneficiaram, nada fazendo pelo povo e, nas épocas das eleições, chegam com as mesmas promessas mirabolantes e apelações várias, inclusive, apertando as mãos das pessoas, carregando crianças para impressionar os eleitores e nos seus cartazes, estão rindo e felizes porque sabem que muitos eleitores se deixam levar pelas suas promessas e mentiras. Precisamos dar um basta a esses vigaristas que só pensam no seu bem; o país e os cidadãos que se danem e se afundem na miséria. 

Os milhões de brasileiros que se envolveram na “campanha das diretas já”, em 1983/84, sem dúvida queriam ter o direito de elegerem o presidente. Mas eles queriam muito mais. Queriam o direito de defender seus interesses econômicos e sociais, e de exercer o direito legal de greve sem que fosse visto como subversão. Foi por essa razão que as pessoas se mobilizaram pelas “diretas já”, e é por isso que muitas votam hoje em dia: não por ser “obrigatório”, mas para somar forças em torno da defesa dos seus interesses e do bem para o país. Hoje é tal a quantidade de partidos que nem sabemos quantos existem, e a maioria deles, criado apenas para barganhar o apoio ou alugar a legenda.  Os candidatos são tantos que fica difícil depois de poucos dias, lembrar para quem foi o nosso voto.

Sabemos que de tempos em tempos, a humanidade se modifica, e cremos que as gerações que já chegaram e estão chegando ao mundo, são de espíritos evoluídos, comprometidos com a moral e os postulados de Jesus. Por isso, observamos que está se processando uma renovação de valores, apesar da turbulência, da corrupção e da violência reinante, acredito e confio no futuro, embora por essa época eu não mais esteja aqui. A humanidade e seus políticos do amanhã, com certeza, serão muito melhores do que as gerações de políticos de hoje que estão indo embora da Terra. Essa é a esperança que nos anima ainda e nos faz suportar a situação lamentável e desagradável que vivemos atualmente no Brasil, de impunidade, corrupção e falta de segurança, além de um governo que quer se perpetuar no poder, e para isso, mantém uma condição em que milhares de brasileiros são dependentes dele e para não perderem o benefício (esmola), retribuem com o voto. Não vendam a consciência e nem o voto. Não percam a esperança de um dia vocês contribuírem com o voto para eleger pessoas que vão honrar o compromisso. Para isso, é preciso continuar acreditando e escolhendo aquele candidato que sua consciência indicar... Eu e meus familiares, temos convicção e fé de que no momento o melhor candidato para presidir o Brasil é o Sr. Aécio Neves, que desempenhou um governo de austeridade e progresso no estado de Minas Gerais, o que o credencia a receber nossos votos.

Vejam também os artigos: “O mapa da Dependência”, “A Situação do Nordeste no Brasil”, “Reformas que Podem Ajudar o Brasil” e “Eleições e a Crise de Representação”

Bibliografia:
Revista “Nova Escola” 11/1998
Christiano Torchi
Revista “Reformador” – maio/2012
Acréscimos e pequenas modificações.

Jc.
S.Luis, 16/5/2012
Modificado em 25/8/2014