quinta-feira, 1 de maio de 2014

COMODISMO O GRANDE OBSTÁCULO




 Se nós nos detivermos a examinar as múltiplas dificuldades que impedem nosso crescimento espiritual para Deus, com sinceridade, verificaremos que as dificuldades se apoiam no comodismo.
O comodismo, que é a expressão infeliz do egoísmo e da preguiça, tem gerado inúmeros prejuízos para o nosso processo evolutivo. Joanna de Ângelis, no livro Conflitos existenciais, aponta a preguiça como um dos conflitos a infelicitar a criatura humana, a se expressar como “propensão para a inatividade, para não trabalhar, também conhecida como lentidão para executar qualquer tarefa, ainda caracteriza também como negligência, moleza, tardança”, sendo dessa forma, desvio de conduta.
Sem dúvida, uma das maiores lamentações dos Espíritos, após a morte física, diz respeito ao mau uso do tempo, por terem deixado de realizar aprendizado, tarefas e boas ações que contribuiriam para a conquista da própria felicidade.
Thereza de Brito enfatiza: Por meio do comodismo, muitos dos seres estacionam na romagem terrena, quando tanto temos a realizar, conscientes do pouco tempo de que dispomos no mundo, embora esse tempo humano, se bem administrado, torne-se suficiente para os labores que nos cabe efetuar. Joanna de Ângelis diz que essa conduta enfermiça lentamente nos vai fragilizando, abrindo campo para as ideias perturbadoras que poderão se converter em pessimismo, desinteresse, tédio, vazio existencial, depressão, culminando em condutas de autodestruição, tais como o suicídio direto e os vícios que prejudicam a saúde física e mental.
Sabemos ainda, que o comodismo, por lei de afinidade, atrairá Espíritos ociosos, que tentarão ampliar os efeitos negativos da conduta enfermiça, inspirando desânimo, apatia, preguiça e sono. Há inúmeras justificativas para o comodismo: muitos têm o hábito de postergar tudo para o futuro, pensando que no amanhã as coisas estarão melhores; outros, por serem jovens, acreditam que podem adiar os compromissos nobres e a tarefa de espiritualização; outros mais, no entanto, pelo fato de serem idosos, acham que é tarde demais para qualquer realização pessoal.
Não sabemos quando regressaremos para a pátria espiritual, de forma que qualquer adiamento das conquistas espirituais, seja por comodismo ou por ignorância, constitui-se de grave falta, uma vez que os compromissos protelados poderão gerar pesados débitos e pendências para o Espírito, nas reencarnações seguintes, sobretudo por termos aprendido com a Doutrina dos Espíritos que lamentaremos os males causados e o bem que deixamos de fazer a nós mesmos e ao nosso próximo.
Lembra-nos ainda Thereza de Brito, que muitos religiosos também se paralisam no comodismo, porque se julgam salvos para sempre; entretanto enfatiza-se que Jesus não endossou tal conceito e nos ensinou que a cada um será dado segundo as suas obras. Aliás, essa imperfeição moral pode se manifestar de duas formas: há aqueles que nada realizam ou produzem o mínimo no campo das conquistas espirituais, e há as pessoas que as realizam, mas que poderiam ousar muito mais na área do bem.
Há pessoas que se limitam a frequentar um templo religioso apenas para ouvir o Evangelho, outras para receber  um benefício, sem se preocuparem com uma melhor instrução no campo doutrinário, pouco se empenhando para domar as más inclinações e conquistar as virtudes. São os efeitos do comodismo. Há também aqueles que superaram o desânimo circunstancial e dedicam-se com fervor aos compromissos doutrinários e assistenciais, sem descuidar das lides familiares e profissionais. Esses, raramente desistirão dos seus compromissos assumidos e procurarão se qualificar sempre, através do estudo para executar as tarefas com responsabilidade. São aqueles que, no campo do bem, procuram sempre ser mais úteis sem tempo para a preguiça, e colherão os bons frutos porque superaram o grande obstáculo que é o comodismo.
Jesus disse que o Pai trabalha e que Ele também sempre estará a serviço do amor; portanto não negligenciemos os tesouros do  corpo físico e das horas, realizando sempre o serviço do bem que beneficia a nós mesmos e aos nossos próximos...
Fonte:
Alessandro Viana V. de Paula
Revista “Reformador” – 03/2014
+ Pequenas modificações.

Jc.
30/3/2014