sábado, 27 de fevereiro de 2010

AS DIFERENTES FORMAS DE MEDIUNIDADE

AS DIFERENTES FORMAS DE MEDIUNIDADE

O discípulo Paulo, escrevendo aos Coríntios, na sua primeira epístola, exatamente no cap. 12 vers. De 1 a 11, relaciona uma série de dons espirituais, declarando que a manifestação do Espírito é dada a cada pessoa para o que for útil. Em todo o texto bíblico, desde os livros de Moisés até o Apocalipse de João, encontramos todos os tipos de mediunidade como, as curas, os processos de obsessão e seu tratamento desobsessivo, as escritas diretas, a materialização dos espíritos, a fala em língua estranha ao médium, bem como os fenômenos de desdobramento anímico, etc. etc.

Vamos então tentar detalhar esse assunto para melhor entendimento. Um fenômeno é mediúnico quando, para acontecer, há necessidade da ação de um espírito desencarnado, que utiliza um médium para a sua realização. Dá-se, pois, tal ocorrência, em razão de um entrosamento entre o períspirito do médium e o desencarnado (espírito comunicante). O médium por seu lado, poderá ser facultativo ou voluntário, quando ele sabe controlar as faculdades que possui, só permitindo sua ocorrência, quando julgar conveniente e local apropriado (Centro Espírita), e voltada para o bem. O médium é involuntário ou natural, quando não tem consciência plena do que está se passando, devendo, então, procurar conhecer a Doutrina dos Espíritos, participando dos estudos e das práticas mediúnicas numa Casa Espírita. Antes de maiores explicações sobre os fenômenos mediúnicos, vamos comentar primeiramente as energias que servem para a realização desses fenômenos.

Formas de energias Há energias de diversos aspectos que circulam no Cosmo, alimentando a vida de todos os seres, as quais têm várias origens: O Sol, a Terra, o Espaço Infinito, os Seres Espirituais... Todas elas têm características, vibrações, ondulações e cores diferentes. As que vêm do Sol, são sete e correspondem às cores que o arco-íris reflete nas suas manifestações; as da Terra são primárias, vindo da Natureza e do centro do globo; as que vêm dos espaços infinitos são inúmeras e podemos citar, a eletricidade, os raios cósmicos, o magnetismo, etc., energias estas que o ser humano absorve pela alimentação, pela respiração e pelos centros de energia.

Centros de energias São acumuladores e distribuidores de energia espiritual, situados no corpo etéreo (desdobramento do perispírito conhecido como duplo, tendo a Codificação determinado no perispírito, vários setores da atividade psíquica do ser humano), pelos quais transitam os fluidos energéticos de uns para outros e para o exterior do espírito encarnado. No ser humano comum, o centro energético principal se apresenta como um círculo de mais ou menos cinco centímetros de diâmetro, quase sem brilho; porém no ser humano espiritualizado, é quase sempre uma auréola luminosa. Quanto mais ativo ou desenvolvido for o centro energético, maior capacidade de energia comporta e maiores possibilidades oferece em relação ao emprego dessa energia. As forças espirituais e as cósmicas vindas do Espaço e da Terra penetram nos centros de energia situados no perispírito, daí passam aos membros orgânicos e destes aos nervos, transitando por todo o organismo. Cada centro de energia despertado aumenta as possibilidades dos sentidos físicos e espirituais, como também as faculdades psíquicas e mediúnicas. Esse processo acontece no trabalho do passe; o perispírito do doador liga-se aos centros de energia do assistido agindo no sistema nervoso, para fazer a irradiação dos fluidos que irão beneficiar o recebedor. Allan Kardec, classificou os fenômenos mediúnicos em dois grupos distintos:

1º Fenômenos de efeitos físicos; assim conhecidos: a- Materializações: O espírito aproveita o ectoplasma de um médium (as vezes também da assistência) para materializações de objetos, ou mesmo do seu corpo, tornando-se visível, podendo ser tocado por qualquer pessoa; e como exemplo mais real temos as aparições de Jesus, após sua “morte”; b- Transfiguração: O espírito imprime uma sensível modificação nos traços fisionômicos do médium ou de si mesmo, e como exemplo, vimos Jesus, no Monte Tabor, se transfigurando para os apóstolos; c- Levitação: O espírito toma matéria do médium para fazer erguer objetos ou pessoas, contrariando a lei da gravidade, sem concurso mecânico, elétrico, magnético ou eletrônico; d- Transporte: Usando os mesmos recursos, o espírito faz com que entrem ou saiam objetos de recintos totalmente fechados, ou mesmo pessoas. Exemplo: Jesus, ao se fazer presente no local onde estavam trancados, seus apóstolos; e- Voz direta: O espírito faz ecoar no recinto vozes sem usar as cordas vocais do médium; Exemplo: As vozes ouvidas no ato do batismo de Jesus por João Batista; f- Escrita direta: O espírito escreve sem usar a mão de um médium, palavras mensagem, etc., conforme cita a Bíblia na festa de Baltazar; g- Sematologia: O espírito mobiliza recursos ectoplásmicos do médium para movimentar objetos sem contato físico (na Parapsicologia chamada de Psicocinésia); h- Curas Espirituais: O espírito poderá curar doenças, fazer cirurgias, como fazia Jesus, fizeram seus apóstolos e fazem os médiuns, usando ou não instrumentos materiais, a exemplo de Zé Arigó, Edson Queiroz, Chico Xavier, assim como também muitos outros médiuns fazem, ou qualquer pessoa que tenha boa assistência espiritual, ao impor as mãos, como fazia Jesus, e que disse: “Vós podeis fazer o que eu faço e muito mais se tiverdes fé”; e complementa dizendo: “Se tivermos também o “merecimento”, conseguido através das boas obras.”

2º Fenômenos de efeitos inteligentes; Conhecidos como: a)- Vidência: O médium vê o que se passa no mundo espiritual, visualizando espíritos, não com os olhos corporais, mas com o perispírito, pois é ele, o pirispírito que propicia o fato mediúnico. Têm-se, no caso a chamada dupla visão; b)- Audiência: O médium ouve o que lhe dizem os espíritos; chama-se também de clariaudidência; c)- Psicografia: O médium escreve, com mais ou menos consciência as mensagens dos espíritos; d)- Psicofonia: O médium fala, mais ou menos sem a consciência, palavras ditadas pelos espíritos; chama-se também de incorporação; e)- Xenoglossia: O médium dá comunicações escrita ou falada numa língua que lhe é estranha.

3º Fenômenos anímicos; Estes fenômenos para acontecer não há necessidade de um espírito desencarnado. O próprio espírito do médium é que é o agente do fato. Exemplo: 1- Bilocação: (desdobramento ou bicorporeidade) O espírito da pessoa separa-se do corpo e se apresenta materializado, com todas as aparências de uma pessoa viva, noutro lugar distante de onde ficou o seu corpo físico; 2- Psicometria: A pessoa sensitiva (não é necessário ser médium) pode recapitular ocorrências relacionadas a algum objeto com o qual ele está em contato; 3- Sonambulismo: O espírito afasta-se do corpo e, em estado de maior liberdade, poderá vir a usar um médium, como se fosse um espírito desencarnado, de nada recordando depois, quando voltar ao estado de acordado.

Eis, aí, as diferentes modalidades de faculdades mediúnicas e anímicas, que o discípulo Paulo já dizia aos Coríntios, na 1ª Epístola no capítulo 12. Importa então recordar que Allan Kardec nos alerta para o seguinte: “Nem todas as comunicações são instrutivas. Muitas são grosseiras porque partem de espíritos imperfeitos e inferiores, onde são encontrados erros, ensinamentos malévolos, termos inaceitáveis. Há comunicações de espíritos, que falam, falam, que se forem analisadas, não dizem nada, porque são comunicações cheias de absurdos, provenientes de espíritos levianos, zombeteiros, que se divertem com os ingênuos. Daí a necessidade de exame criterioso de qualquer comunicação, ainda que tenha a ditá-la, um espírito que use o nome de algum vulto da Humanidade.

De todas estas manifestações mediúnicas, que serviram no passado para comprovar e atestar a existência da vida do espírito, após a morte física, da realidade das comunicações entre o mundo espiritual e o mundo material; muitas delas já não são mais necessárias, pelo desenvolvimento intelectual da Humanidade, que já está ciente destas verdades; ficando apenas as mais práticas como a psicografia, a psicofônia, a vidência e as curas espirituais, meios mais usados pelos espíritos. Passemos agora a outras orientações sobre a mediunidade.

Sonho e vidência No sonho, vê-se pessoas e coisas exteriores, ou nos vemos em outras situações.. É um fenômeno que se passa fora da pessoa. A vidência é um fenômeno de faculdade psíquica e mediúnica que acontece com a pessoa; é ver e ouvir além dos limites dos sentidos físicos, além das vibrações de luz e som percebidos pelos sentidos da visão e audição.

Faculdade mediúnica Quem a possui deve desenvolvê-la e colocá-la a serviço do bem e do próximo; por isso encarna com essa faculdade e compromissos. Se não cumpre, fica sem proteção e sujeito as influências das forças do mal. Desenvolver a mediunidade é saber controlar, disciplinar e se livrar das influências cada vez mais intensas e tormentosas, evitando que os espíritos sofredores e ignorantes se manifestem por seu intermédio, em atividades condenáveis de perseguições, vinganças, vampirismo, etc. O caminho recomendado é desenvolver a mediunidade e colocá-la a serviço dos semelhantes, segundo orientação do Evangelho.

Espíritos maldosos Eles têm liberdade para fazer o mal às pessoas até certo ponto, se estas não estiverem protegidas; muitas das vezes em retribuição ao mal que sofreram. Uma coisa, porém, é os espíritos maus quererem nos agredir, outra coisa é poderem fazê-lo como desejam. Há sempre limitações de acordo com a Justiça Divina. Se não fora assim, imaginemos como seria o mundo se não houvesse esse controle?

Espírito obsessor Quando em trabalho de desobsessão, nunca se deve dizer a um espírito obsessor que desapareça ou abandone a pessoa obsidiada, sem que se peça a Deus, esclarecimento e amparo espiritual ao obsessor, para que ele abandone seus desejos de fazer o mal, porque ignoramos as razões que tem ele para isso; pode ser ele, cobrador de dívidas do passado, agindo como instrumento da Lei Divina que rege esses casos, cujo remédio precisam para se quitar dessas transgressões. Enquanto o espírito estiver obsidiando a vítima e proferindo ameaças, devemos nos amparar em preces fervorosas, pedindo a assistência espirituais dos guias protetores para ambos, sem deixar se dominar pela dúvida ou pelo medo, o que se ocorrer, pode abrir espaço para as forças do mal. Os benfeitores espirituais também estão presentes para assisti-los no que for de justiça, pelos méritos que tiverem. Eles até podem afastar o obsessor, mas as vezes não devem, porque a justiça de Deus determina que “a cada um será dado e exigido segundo suas obras e merecimento”.

Espíritos superiores Ao solicitarmos a assistência deles, nunca devemos querer que se faça conforme nossa vontade, porque os Espíritos Superiores não aceitam imposições, nem se submetem aos nossos desejos, sabendo sempre que nos ajudarão quando precisarmos e temos merecimento para tal.

Falando das manifestações espirituais através da mediunidade, Emmanuel no livro “Religião dos Espíritos”, recorda na página intitulada “Fenômenos mediúnicos” o seguinte: “Às manifestações mediúnicas são de todos os tempos e cansativo seria mostrar, num estudo simples, o papel que lhe cabe na gênese (criação) de todos os caminhos religiosos. Importa lembrar, porém, que os povos primitivos, sentindo a influência dos desencarnados a lhes perturbar o psíquico, promoviam medidas com que supunham garantir-lhes segurança e tranqüilidade no reino da morte. Egípcios, assírios-caldeus, gregos, israelitas e romanos prestavam-lhes homenagens e considerações. E, para vê-los e ouvi-los, conservavam consigo certa classe de iniciados nessas manifestações.

Equivalendo aos médiuns modernos, havia sacerdotes em Tebas, magos na Babilônia, oráculos em Atenas, profetas em Jerusalém, astrólogos em Ninive, e adivinhos em Roma. A civilização faraônica adquiriu mais esplender, ao pé dos túmulos que eram reverenciados. O Velho Testamento conta que dedos intangíveis escreveram terrível sentença no festim de Baltazar. A sociedade romana celebrava as festas lamurianas, com o intuito de apaziguar os espíritos errantes. Administrações, expedições, exércitos e esquadras movimentavam-se, quase sempre, sob invocações e predições. Contudo, quase todas as manifestações de intercâmbio, entre “mortos” e vivos evidenciavam-se mescladas de luz e sombras. No delírio de símbolos e amuletos em nome dos mortos, estimulavam-se preces e prazeres, virtudes e vícios epopéias e bacanais...”

Com Jesus, no entanto, recolhe o ser humano, o necessário crivo moral para definir responsabilidades e objetivos. Em sua luminosa passagem pela Terra, o fenômeno mediúnico, por toda parte, é ligado à redenção da consciência. É assim que vemos o Divino Mestre afirmando-nos em atitudes claras e decisivas. Não somente induz Maria de Magdala a que se liberte dos perseguidores invisíveis que a subjugavam, mas também a criar, em si própria, as qualidades com que se faria mais tarde, a mensageira ideal da ressurreição. Socorre, Ele, os alienados mentais do caminho, tirando as algemas das entidades infelizes que os atazanavam; contudo, mostra-se ele mesmo, radiante de luz com espíritos glorificados, no Monte Tabor. Promete a Simão Pedro, auxiliá-lo contra o assalto das trevas e, tolerando-lhe as fraquezas na hora do testemunho, conduze-o, pouco a pouco, à exaltação apostólica. Enaltece a humildade de Estevão, que suporta sereno à fúria dos que o apedrejam, acionando-lhe os mecanismos da clarividência, e o mártir percebe-lhe a presença sublime, antes de se render à imposição da morte. Compadece-se de Saulo de Tarso, obsidiado por seres terríveis e cruéis que o transformam em desalmado verdugo. Aparecendo-lhe em forma de Luz, para convidá-lo através de longos anos de renúncia e sofrimentos, a converter-se em padrão vivo de entendimento e fraternidade...

Continuando-lhe o ministério divino, dispomos hoje, na Terra, do novo Consolador, a Doutrina dos Espíritos, a restaurar-lhe as lições como força que educa o fenômeno psíquico, demonstrando-nos que não bastam mediunidades fulgurantes, endereçadas ao regozijo da inteligência, mas sim, que é inadiável a nossa purificação de espírito, para que a mediunidade seja de exercício do bem.

Interessa-nos, sem dúvida, as comunicações instrutivas, sérias e verdadeiras, trazendo-nos consolo e esclarecimentos, com fundamentos lógicos, que contribuam para o nosso progresso moral e espiritual.

Finalizando esta exposição, fazemos uma pequena comparação. Ao comprarmos um aparelho novo, tomamos o cuidado de ler o manual de instruções antes de ligá-lo, para não corrermos o risco de perder o aparelho ou danificá-lo. O mesmo deve ocorrer com a mediunidade. Se não a estudarmos primeiro e partirmos diretamente para a prática, invertendo os papeis, corremos o risco de complicar e prejudicar a nossa mediunidade. Daí, o dever de todas as Casas Espíritas no empenho do estudo sistematizado da mediunidade. Existem médiuns que já estão no exercício da mediunidade e acham que não precisam mais estudar. Grande equívoco como também esquecem dos objetivos principais de uma reunião mediúnica: amparar, socorrer, orientar os desencarnados e ensinar aos encarnados lições vivas da rotina da mediunidade, das conseqüências do mau uso do livre-arbítrio, e, ainda, do papel decisivo do amor e da vibração fraterna em tais atividades, que, mais que as palavras, permitirão aos espíritos comunicantes em sofrimento, sentirem-se reconfortados e propensos a modificarem suas posições íntimas... Às reuniões mediúnicas que se realizam, sem o devido estudo, não existe mediunidade com qualidade que possibilite a comunicação de Espíritos Elevados.

Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações e mentes.

Bibliografia:
“Livro dos Médiuns”
Evangelho de Jesus
Livro “Religião dos Espíritos”
“ “Nova Era Espírita”

Jc.
S.Luis, 03/04/2004
Refeito em 20/10/2004

domingo, 21 de fevereiro de 2010

OS SERES HUMANOS E O SEXO

OS SERES HUMANOS E O SEXO

O instituto da família, que até hoje tem sido a base fundamental das sociedades humanas, em todos os povos e nações, está sendo demolido por teorias e ideologias materialistas insidiosas e dissolventes. Nesta lamentável transição, de moralidade frouxa e elástica, que caracteriza os dias em que vivemos, as relações entre as pessoas se modificam constantemente para pior, e as leis do sexo ficam sendo cada vez menos compreendidas e, em conseqüência, mais deturpadas pela vivência dos instintos.

As ligações entre homens e mulheres tendem a se reger pelas concepções licenciosas do sexo livre, que o homem dos nossos tempos, apesar de sua tão decantada civilização, ainda não está em condições de usufruir com grandeza esse relacionamento, sem regresso à animalidade. O desgoverno psíquico das massas, que tende a aumentar, está a todo instante, vindo a furo nas monstruosas aberrações do sexo, que se alastram envolvendo, sobretudo, a criança desamparada e a juventude inquieta e desnorteada. Esta calamitosa situação é conhecida e debatida por estudiosos, investigadores e religiosos, porém, há fundas divergências entre eles, segundo o ponto de vista em que se colocam. É certo que no divergir não há consenso, mas o que deve prevalecer para as massas são as orientações no melhor sentido, e não no das acomodações que levarão, sem a menor dúvida, para a dissolução do instituto familiar.

No livro, ‘Vida e Sexo”, de autoria espiritual de Emmánuel, diz o mentor de Chico Xavier: “A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, do sexo desvairado, o ser humano avança, de tempos em tempos, de ensinamento em ensinamento, para a monogamia, reconhecendo a necessidade de equilíbrio em matéria de sexo. Depreende-se disso, que toda criatura na Terra, transporta em si mesma, determinada taxa de carga erótica, de que, em verdade, não se libertará unicamente por palavras e votos brilhantes, mas à custa de exercício mental, experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e estados próprios à alma de cada um, que as leis da Criação não destroem, mas sim, auxiliam cada pessoa a transformar e elevar essas energias no rumo da perfeição.”

Nos mundos inferiores, igual ao nosso, o sexo é organização material para a aproximação de espíritos e a reprodução da espécie. Nos mundos mais avançados, é atração espiritual e afinidade irresistível para vivência e refinamento emocional; emoção não de sentidos, mas de sentimentos, fusão de almas, integração recíproca. A Doutrina Espírita, oferecendo melhor ensino, explica que os espíritos não têm sexo “como o entendemos”, esclarecendo que o sexo, para os espíritos desencarnados, que não possuem perispíritos formados de matéria bruta, não é representado por órgãos de reprodução, mas por modos de sentir e por mentalidades e psiquismos diferentes.

Por necessidade de evolução, o espírito ora assume corpos femininos como também masculinos, fazendo experiências e aprendendo e desenvolvendo os conhecimentos e estreitando as afinidades com outros espíritos. A crença das “almas gêmeas” vem das atrações fortíssimas que os espíritos sentem uns pelos outros, buscando unirem-se através de todos os meios, para encontrarem a harmonia, a paz e a felicidade. Toda vez que encarnam os espíritos tomam corpos sexuados, com formas femininas ou masculinas, segundo as provas e experiências que devem realizar na presente encarnação. No sentido da evolução, os espíritos realizam experiências de muitas espécies, em vários setores de atividades, positivas ou negativas, sempre tendo em vista desenvolver sentimentos e aptidões morais. Um espírito que já tenha tido várias existências no campo das realizações positivas de virilidade, energia física, dinâmica de ação e desenvolvendo a inteligência, como homem, em certo momento, para o equilíbrio e o progresso harmonioso, submete-se à Lei e passa a realizar experiências no campo das atividades femininas, desenvolvendo sentimentos de bondade, ternura, paciência, abnegação e maternidade.

É comum verem-se homens afeminados, tímidos, propensos à existência calma dos ambientes domésticos, tendo os mesmos gostos, pendores e sentimentos próprios de mulheres; como também observamos algumas mulheres virilizadas, tanto no aspecto físico como nas tendências, nas ações e nos sentimentos. Percebe-se logo que os afeminados são espíritos que estão vindo de várias existências como mulheres; mudaram de campo e estão iniciando provas e adquirindo conhecimentos no setor masculino, cujas características de força, decisão, coragem e impetuosidade, os amedrontam e os constrangem; e os espíritos com vivências masculinas, que estão iniciando os primeiros passos no setor da vida feminina, utilizando corpos débeis e delicados, mas ainda conservando e manifestando as tendências próprias do sexo oposto que encarnavam até então, reagem a essa nova condição, gerando situações desagradáveis e ás vezes até constrangedoras, e somente após várias outras encarnações nas mesmas condições, essa rejeição tende a desaparecer. Devemos ter compreensão e paciência com esses nossos irmãos, que estão em processo de evolução.


O sexo que foi dado ao ser humano para aproximação dos espíritos afins, reprodução da espécie e para a realização de progresso nas duas condições de existência, já mencionadas, foi pelo homem, transformado exclusivamente em fonte de prazer, em que o sentimento pouco conta, mas sim, a paixão material, o desejo de posse que, muitas das vezes, quando exacerbado ou contrariado leva ao crime. Esta deformação que fizeram do sexo não é um defeito de alguns, mas de milhões, devido a inúmeros fatores, como: costumes, hábitos, legislação, educação, etc., entretanto, sendo uma só a causa fundamental: a imperfeição do ser humano.

A prática sistemática do ato sexual visando apenas o prazer, se transformou em arraigado vício, do qual o homem não se livra nem mesmo na decrepitude, na velhice, quando o corpo físico não tem mais energias viris, enquanto que o espírito continua ainda preso ao desejo, o que demonstra que se trata de uma falha do espírito e não do corpo. O espírito viciado, ao desencarnar leva consigo esse defeito, que lhe custará momentos de cruéis padecimentos nos planos espirituais, não só porque lhe retarda o progresso, como pela impossibilidade de satisfazer seus desejos, na forma pela qual estava habituado aqui na Terra. Daí à prática negra do vampirismo sexual vai um só passo; e, na atualidade, aumenta sensivelmente o número desses casos dolorosos e sombrios, principalmente nas pessoas pouco instruídas e educadas.

Aliás, é o que acontece também com espíritos possuidores de outros vícios, como o fumo, o álcool, a gula, etc., os quais não podendo satisfazê-los na Espiritualidade, acorrem aos trabalhos nos terreiros e nas macumbas, para ali, através de médiuns mal preparados e de sentimentos afins, ou se apegam às pessoas que possuem os mesmos vícios, para através delas, saciarem seus desejos, usufruindo os fluídos. Atualmente as relações humanas ligadas ao sexo, sofrem tão profunda degradação, que a compreensão do assunto em bases espirituais, está mais com o passado severo e digno, do que com o presente degenerado e aceito por diversas famílias, que não querem se preocupar com os bons costumes, a moral e a responsabilidade que assumiram pela qual responderão perante Deus.

As formas, a beleza física, a sedução, a feminilidade na mulher, e a virilidade e o porte físico no homem, eis alguns elementos determinantes nas uniões dos seres humanos, nas quais imperam a sensualidade, o desejo de posse, o prazer do sexo, e o engano dos sentidos. Surge às vezes um afeto ilusório, passageiro, que estimula a relação e que se desfaz com o tempo, deixando-se levar apenas pelas exterioridades, sem o devido valor aos sentimentos, às virtudes morais, julgando verdadeiramente amar, aquilo que simplesmente é uma sedução. Confundem-se sexo que é uma necessidade fisiológica do corpo, com amor que é um sentimento que brota do íntimo das pessoas. Sexo é uma prática física, enquanto o amor é um sentimento que faz a pessoa se doar em benefício do seu próximo.

Atualmente, com o alastramento do moderno paganismo, a intimidade precoce do sexo e os maus costumes de pessoas que os jornais, o cinema, a televisão e a internet promovem amplamente, produzem enganos e um crescente relaxamento nas uniões conjugais, predominando a carne sobre os sentimentos ou valores mais nobres. A falta de amor verdadeiro, a exemplo da grande maioria das mães, de uma afinidade real e também a ignorância da vida espiritual, são as fontes de milhares de separações que ocorrem no mundo inteiro, todos os dias. Não havendo amor, um sentimento mais forte ou mesmo uma amizade sincera, mas apenas o desejo do sexo, e, sendo as leis e costumes favoráveis às separações, tudo ajuda nesse sentido negativo.

Os homens primitivos se utilizavam das mulheres e mantinham-nas sob suas garras; os homens das civilizações antigas escravizavam-nas e repudiavam-nas segundo seus desejos; entretanto, a partir da era cristã, por força da influência de Jesus, as relações melhoraram, passando as mulheres a serem valorizadas e o homem a considerar a mulher como sua companheira, esposa, mãe e senhora de direitos e deveres; entretanto, em nossos dias, caminhamos rapidamente para a desagregação familiar em virtude da licenciosidade dos costumes e a própria atitude da mulher, abandonando o lar para se lançar nas competições do mundo, inclusive adotando seus vícios, maus costumes e desregramentos, tem contribuído para esse estado.

Algumas mulheres perguntam: “Por que os homens podem tudo em termos de sexo e a mulher se é um pouco mais liberal, é logo vista de forma preconceituosa?” – Não é que os homens possam tudo e as mulheres pouco. O problema é que a sociedade distorcida em que vivemos ainda é mais tolerante com a promiscuidade masculina. Mas isso não é vantajoso para os homens, embora pareça. Tanto o homem com a mulher tem a mesma responsabilidade em relação à postura sexual adotada. Se todos os seres humanos soubessem das conseqüências que a promiscuidade sexual acarreta às suas vidas espirituais, certamente que seriam mais comedidos. Desde a revolução sexual feminina, na década de 1960, muitas mulheres acreditam que ao conseguir a mesma liberdade sexual exercida pelos homens, está conquistando um direito. È puro engano. Esse raciocínio induz as mulheres a se nivelarem por baixo com os vícios e degradações da cultura machista. O sexo irresponsável acaba gerando sérios problemas físicos, emocionais e espirituais para aquele que o pratica, independente de ser homem ou mulher.

Mas, perguntarão: E as religiões nenhum entrave colocam a essa lamentável degradação? – Sim, algumas fazem o possível teoricamente condenando o divórcio e se batendo pela moralidade dos costumes. Porém, a questão não está em proibir os divórcios, mas em se evitar que eles se dêem, mudando os sentimentos das pessoas. Para essa delicada tarefa, as religiões dogmáticas e outras doutrinas de fundo materialista, não possuem meios eficientes, porque não encaram os problemas de forma objetiva e espiritual, não admitindo as leis da reencarnação e de causa e efeito, as únicas que explicam e podem formar nos adeptos, uma mentalidade compreensiva.

A religião tradicional condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. A Doutrina dos Espíritos reconsiderou a questão, num meio termo entre os exageros pagãos, cristãos e a castidade. É através do sexo que se processa a reencarnação do espírito e é feita a substituição dos seres humanos. Como, pois, considerá-lo impuro ou imoral? – A educação sexual deve ser encarada seriamente, apoiada na pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude acertada é a de não responder com mentiras douradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Por exemplo: Se a criança perguntar: “Como ela nasceu?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos e os cachorrinhos”, como também pode-se dizer: “Da barriguinha da mamãe”. Assim os pais vão vencer as dificuldades, sem lendas ou mentiras.

De todos os casos sexuais em que haja afinidade moral, aproximação de condições evolutivas ou então, compromissos anteriores à encarnação, ocorrem às uniões por afinidade espiritual. Nessas uniões, haverá ou não, conforme o caso, harmonia, entendimento e relativa felicidade que a existência neste planeta pode oferecer aos seus habitantes. Nestes casos, pode-se dizer que esta será uma união duradoura, pois tem suas raízes no encontro de espíritos afins e não pela carne. Se a finalidade da existência é apurar o sentimento a ponto do espírito se libertar do sexo e de todo o egoísmo, e exemplificar o “Amor ao próximo com a si mesmo”; se também é capaz de tornar o espírito submisso ao determinismo divino, por que então não se aproveitar dessa oportunidade, sejam quais forem às circunstâncias que tenham determinado a união, a fim de apressar a conquista das virtudes cristãs e a evolução espiritual?

Estamos vivendo atualmente, momentos sombrios em que as trevas dominam grande parte das pessoas, em que a abominação e a desolação, prevista por Jesus, campeiam no mundo... entretanto após essa tempestade de desamor e desagregação, dias virão em que o sopro da renovação, o esplendor da verdade, da justiça divina, da redenção pelo verdadeiro amor, brilhará novamente iluminando as mentes amarguradas dos seres humanos, consolando e enchendo de esperança os corações tristes e sofredores, dos que habitam este mundo, ainda de expiações e sofrimentos, que passará a ser uma morada de regeneração, paz e amor...

Virá para esta Terra, um tempo onde todos aqueles que seguiram os ensinamentos redentores de Jesus, e amarem seus irmãos verdadeiramente com sentimentos fraternais, serão mais felizes, porque nela estará implantado o Reino de Deus...



Que a Paz e o Amor do Mestre Amado Jesus, reine em nossos corações.




Bibliografia:
Livro “Vida e Sexo”
“O Espiritismo e a Próxima Renovação”


Jc.
Refeito em 07/09/2006.