Nas informações simbólicas da Bíblia conta-se em Gênesis: 1-3: Disse Deus: “Haja luz! e houve luz”. Assim para o planeta Terra em formação fez-se o Dia e a Noite.
Das
trevas imensas sobre as quais a Bíblia faz ligeiro comentário, o ser humano
iniciou a luta contra a escuridão. Usou, inicialmente, a tocha impregnada de
resinas inflamáveis, depois as velas, os gases, a lamparina, o lampião por
muito tempo, até que através de Edson e de muitas experiências, inventou a
lâmpada elétrica.
De
igual modo, nasceu a luz espiritual desenvolvida pelo próprio ser humano para a
aquisição do conhecimento. Iniciou-se por meio da comunicação entre as
criaturas por meios de sinais luminosos através das sombras, e começaram a
esculpir na pedra os primeiros caracteres que lhes definiram a linguagem; os mais inclinados à meditação inventaram
letras e o modo de gravá-las, em seguida umas às outras, inventaram depois a
escrita em rolos de papiros e não descansaram, até que Gutemberg criasse as
frases vacilantes na imprensa que se incumbiu de reproduzir textos escritos
para todos os povos, reclamando a dedicação de legiões de Espíritos
interessados no conhecimento superior.
De
etapa em etapa, o ser humano gastou séculos de esforço para alcançar o
conhecimento, e daí, partir para as realizações da atualidade. O mesmo combate
da luz com as trevas para que os seres humanos alcançassem as luzes da alma
prossegue há milênios, para que cada um se expresse sobre a existência, criando
critérios pessoais, nos alicerces do entendimento. E as sentinelas da luz estão
em todos os lugares da Terra, promovendo a educação, o discernimento, a
elevação e a competência, desde os chamados “comecinhos de vida das crianças”,
às universidades em que as criaturas humanas se especializam em determinadas
experiências, a que têm vocação, com as quais dignificam a luz espiritual. Eis
porque todos esses empreendimentos demandam a união e cooperação de milhares de
pessoas que trabalham a benefício dos que procuram aprender.
Assim,
somos nós todos na Vida Maior, procurando o aperfeiçoamento de que
necessitamos. Todas as conquistas humanas não aparecem por geração espontânea.
Exigem esforço, atenção, perseverança, trabalho, repetição, vontade de auxiliar
e devotamento ao próximo, nos quais milhões de pessoas e com o auxílio dos espíritos
desencarnados, estão envolvidos na condição de aprendizes e instrutores, uns
dos outros. Todos somos sentinelas da luz pela atividade que despendemos para
que a luz da compreensão e da paz se estabeleça no mundo.
Em
síntese, queremos dizer que toda criatura humana que aspira a sublimação de si
mesmo, precisa confiar em Deus e trabalhar. Enquanto buscais a revelação da
verdade, em nossa companhia, procuramos convosco o auxílio fraterno para fazer muito
mais luz, no engrandecimento comum. A Doutrina dos Espíritos não traz apenas o
adocicado conteúdo da consolação particular, no estímulo ao bem, mas acentuando
o socorro celeste à personalidade humana. Abre-nos infinita esfera de serviços,
em cujas atividades não podemos prescindir do apoio no crescimento e na
renovação.
Nos
alicerces do edifício doutrinário espírita, compreendíamos a curiosidade e o
deslumbramento acima da responsabilidade
e do dever, mas agora que já passamos o primeiro centenário da Codificação
Espírita, precisamos reconhecer a necessidade de introspecção a fim de não
perdermos de vista os sagrados objetivos que nos reúnem. A superstição levantou fortaleza de sombras,
os dogmas cristalizaram os impulsos embrionários da fé, e a indiferença
congelou preciosas oportunidades de desenvolvimento e elevação, em toda parte.
É indispensável que nosso espírito de fraternidade se manifeste e restabeleça
através do amor restaurando os caminhos da fé por meio das obras edificantes.
Não
há tarefas menores; todas são grandes pela essência divina. O fio d’agua que
flui da vertente regenera o deserto de vasta extensão. Um gesto humilde sempre
opera milagre de solidariedade. Uma simples palavra pode apagar o incêndio
emotivo, prestes a converter-se em pesadelo. Em todos os lugares precisamos
solucionar problemas, corrigir deficiências e restaurar as bases simples da
existência. Por isso mesmo, precisamos
fazer a renovação mental do mundo, sob a máxima do “amai-vos uns aos outros”,
seguindo os padrões do Mestre. Por enquanto, nem todos entenderão a mensagem.
Muitos ainda dormem anestesiados nos templos de pedra e outros
narcotizados pela ignorância,
concentrando-se nas vantagens materiais do mundo, esquecidos da própria alma.
Colaborar
com Jesus é o nosso dever essencial, plasmando o Evangelho nos pensamentos, nas
palavras e atos da nossa existência, em todos os recantos de nossa marcha para
á frente, para que a Doutrina Espírita não se faça mero mostruário de
verbalismo fascinante. Reduzi-la a mecanismo de simples investigação ou a um
floreado literário seria como transformar o movimento de benditas ideias e
realizações edificantes num parque de êxtase inoperante ou de um personalismo
ocioso e improdutivo.
Resta-nos,
pois, rogar a Jesus que nos ensine atingir convicções sadias e a clarear os
nossos ideais, a fim de que não estejamos tão somente a crer e a confortar-nos,
mas também a servir incessantemente na edificação do iluminado e eterno Reino
do Amor...
Fonte:
Livro: “Sentinelas da
Luz”
Autoria: Espírito Emmanuel
Psicografia de Chico
Xavier.
+ Pequenas
modificações.
Jc.
São Luís, 21/6/2017