domingo, 30 de dezembro de 2018

O QUE ESPERAR DO NOVO ANO?





 
Mais um ano se findou deixando para muitos, alegria de conquistas e realizações. Para outros, as lições das provações enfrentadas. Mas, mesmo com todas as dificuldades, devemos agradecer ao Pai Celestial a nova oportunidade que nos é concedida, na certeza de que dias melhores virão para nós.
De todos os rincões da Terra, elevam-se à Espiritualidade, pedidos de mais paz e felicidade; felicidade essa, para alguns, representada pelo ganho fácil, pelos bens amoedados, pela fartura de recursos, pelos bens adquiridos e pela posição de destaque... Felicidade essa, passageira e ilusória, pois na verdade não somos donos de nada, visto que nada trouxemos quando chegamos ao mundo e dele nada levaremos, a não ser o mérito ou o demérito das nossas ações praticadas durante a existência.
De diversas partes do mundo, elevam-se também os gemidos das almas desanimadas, famintas, sofredoras e descrentes. Foi-se mais um ano de infelicidade, flagelos, doenças, violências, crueldades, assassinatos, fruto da indiferença e da ignorância de muitas pessoas que se fecham em si mesmas, isolando-se da luz, da fraternidade e do amor, em opção deliberada pela negação, pelo pessimismo, pela insensatez e pelo egoísmo.
Entretanto, novas esperanças e novos projetos, novas expectativas de um mundo melhor, animam muitas outras pessoas que ainda possuem fé, praticam a fraternidade e acreditam na Providência Divina, que rege todos os fatos. Novo ano, um tempo ainda não passado; talvez símbolo de novas realizações construtivas. Tempo de história ainda não escrita, que só a nós, caberá determinar, se um tempo de harmonia ou de discórdia, de conquistas passageiras ou de reais aquisições; tempo de lutas ou de paz.
Reflitamos neste início de novo ano, o que faremos do tesouro das horas, dias e meses que nos será confiado. Fechemos o livro de páginas tristes, de lutas inglórias e dos tormentos mentais, e fitemos com esperança, as páginas brancas de um novo tempo, onde poderemos escrever uma história de paz verdadeira, de amor fraterno, de real felicidade, que nos dignifique a existência, enobrecendo o nosso próprio viver e a nossa consciência.
Para isso, eliminemos do nosso pensamento e coração, quimeras e sonhos voltados exclusivamente para as conquistas de bens terrenos, no imediatismo do hoje de ter e agora. Lancemos o nosso olhar para o alto, nos dispondo à conquista paciente, nas lutas de cada dia, na Paz por tesouro inalienável, trabalhando com amor e fraternidade, sem esmorecimento, para que a Luz do Mestre Amado nos alcance e transforme o nosso tempo de labor, na direção do Reino de Deus, nosso Pai de Infinita Bondade.
Ansiamos grandes mudanças em nossas existências e, ao final de cada ano, novas esperanças são renovadas. A expectativa é que o novo ano seja sempre melhor do que o último que se foi e, para garantir as transformações, recorremos às nossas tradicionais superstições. São tantas simpatias para a virada do ano que poderíamos escrever um livro inteiro para enumerá-las.
Sempre estamos tendo a sensação de que o ano passa tão depressa que quando percebemos, o Natal bate à nossa porta. Percebemos, então, que não colocamos nenhum daqueles antigos projetos em prática e que tudo em nossa volta permanece como antes, sem mudanças. Isso acontece com a maioria das pessoas; talvez em virtude da existência atribulada que levamos, ou simplesmente por comodismo. Mesmo não conseguindo sair do marasmo que nos envolve, em 31 de dezembro, tornamos a realizar as mesmas simpatias, de realizações positivas, com a esperança de que a nossa existência se modifique pela Vontade Divina.
Ora, sejamos racionais!  Nada e ninguém poderão mudar o curso do destino a não sermos nós mesmos. O progresso é resultado de nossas escolhas e, sobretudo de nossas ações. De nada adiante vestir certas cores, pular ondas, brindar o novo ano, se no coração e na consciência permanecemos a mesma pessoa, presa aos velhos e negativos hábitos. Albert Einstein dizia que: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar os resultados diferentes”. Certamente, se plantarmos macieiras não poderemos colher outra fruta que não seja maçã. E assim também é a nossa existência.
Nossa jornada é muito longa, mas para concluir a trajetória é preciso progredir lentamente, dando um passo de cada vez. Se não tivermos a iniciativa de caminhar para progredir, permanecemos estagnados. Portanto, um ano proveitoso só será construído dia após dia, aproveitando a oportunidade bendita de renovação que Deus nos concede a cada amanhecer. Se você deseja saúde, cuide do corpo e da mente; se quer progredir moralmente, pratique a caridade; se sonha com um novo amor, procure amar o próximo; se almeja o perdão, reconcilie-se com seu irmão; trabalhe para o bem, vigie seus pensamentos e ações e perdoe para que Deus o assista.
Saibamos também compreender que até mesmos as nossas quedas e os nossos sofrimentos são importantes para o aperfeiçoamento do nosso Espírito. Aquilo que julgamos ser uma derrota pode representar um grande salto na nossa caminhada de progresso. O pensamento escolhe; a ação realiza. O ser humano conduz o barco com os remos do desejo e a existência conduz o ser humano ao porto a que ele aspira chegar. Eis por que, segundo as Leis que nos regem, “a cada um será dado segundo suas próprias obras”.  (Jesus)
Todo final de ano é quase sempre igual, na esperança de dias melhores que virão; uma mudança no tempo, ao toque da meia-noite tudo parece mudar para melhor; explodem os fogos, abraços são dados, num toque mágico, tudo mudou de um dia para o outro. Mas o que mudou? Situações extremas nos circundam. Riqueza de um lado, miséria do outro. Opulência e pobreza, obesidade e desnutrição, alegria e tristeza, guerra e paz.
Sonhamos com o oposto da miséria, da pobreza, da violência e da guerra, Desejamos o respeito, a paz, a fraternidade, com as pessoas entrelaçadas pela tolerância e o amor. Isso, no entanto, como é natural, não se faz a um toque de relógio, nem em um dia.  É um processo trabalhoso e vagaroso, no tempo, um processo que se alcança com a maturidade. Para esse mundo que sonhamos externamente, é necessário que o interior das pessoas se transforme. É necessário que usemos o mais puro mármore que é o sentimento. É preciso buscar sempre o conhecimento que se puder e trabalhar o sentimento. É para os ensinos de Jesus que devemos nos voltar para a modificação de sentimentos que precisamos para nos tornarmos mais afáveis, dóceis e fraternos.
O novo ano chega, como sempre. Será apenas mais um modificar de ponteiros do tempo, ou o modificador de nossos sentimentos nesse tempo? Meditemos. Para um mundo melhor é preciso que sejamos melhores. Não é fácil esse processo, mas Jesus bem o disse, quando asseverou que, com a boa vontade tudo é possível.
Somos donos do nosso próprio destino e através do livre-arbítrio construímos o nosso futuro. Nossas conquistas e dissabores são sempre o resultado de nossas ações. Aproveitemos, então, os dias  deste novo ano, para realizarmos uma auto avaliação. Sócrates, antes da chegada de Jesus, já nos recomendava: “Conhece-te a ti mesmo”, pois é desta maneira que seremos capazes de nos transformar para melhor. Vamos aproveitar então o tempo, pois vemos que ele sempre passa e a nossa encarnação é breve. Façamos o melhor ao nosso alcance, edificando o reino de Deus em nossos corações.
Se lhe conforta, faça simpatias, orações, mas esteja disposto a mudar seus hábitos para que os resultados sejam diferentes. Do contrário o próximo ano será, para você, apenas mais um registro no calendário do tempo. . .

Fonte:
André Luiz Alves Jr.
Jornal “O Imortal” – 01/2015
+ Acréscimos e modificações.
Revisado em 12/2018

Jc.
São Luís, 21/12/2018

O CAMINHO DA PAZ






 
No mundo antigo, salientavam-se dez grandes flagelos que rebaixavam a existência humana:  1- A barbárie, que perpetuava os desregramentos do instinto; 2- A fome, que atormentava o grupo tribal; 3- A peste, que dizimava as populações; 4- O primitivismo que irmanava o engenho do homem e a habilidade do castor; 5- A ignorância que alimentava as trevas do espírito; 6- O insulamento, que favorecia as ilusões do feudalismo; 7- A ociosidade, que categorizava o trabalho à conta de humilhação e penitência; 8- O cativeiro, que vendia homens livres nos mercados de escravidão; 9- A imundice, que relegava a habitação terrestre ao nível dos brutos; 10- A guerra, que suprimia a paz e justificava a crueldade e o crime.
Veio então á política e, instituindo vários sistemas de governo, anulou a barbárie; apareceu o comércio e, multiplicando as vias de transporte, dissipou a fome; surgiu a ciência, e exterminou a peste; eclodiu a indústria, e desfez o primitivismo; brilhou a imprensa, e proscreveu-se a ignorância; criaram-se o telégrafo sem fio e a navegação aérea, e acabou-se o insulamento; progrediram os princípios morais, e o trabalho surgiu como uma dignidade humana, desacreditando a ociosidade; cresceu a educação e aboliu-se o cativeiro; agigantou-se a higiene, e removeu-se a imundície.
Mas nem a política, nem o comércio, nem a ciência, nem a indústria, nem a imprensa, nem a aproximação entre os povos, nem a exaltação ao trabalho, nem a evolução do direito individual e nem a higiene, conseguem resolveu o problema da falta de Paz, porquanto a guerra, monstro de mil faces que começa no egoísmo, na ambição e na ganância de cada um, que se corporifica na discórdia do lar, e se prolonga na intolerância da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das raças, alimentando-se de sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e rapina, tão cruel entre as nações que se dizem cristãs, supercivilizadas do século 21, quanto já o era na corte obscurantista de Ramsés II.
E a equação de todos esses desatinos será sempre a guerra... Guerra de princípios, guerra de interesses e ganância, guerra fria superlotando os manicômios, guerras devastadoras produzindo a morte. Diante do barbarismo e da guerra ideológica e fanática que grassa no mundo e produz danos às criaturas e ao meio ambiente, não nos esqueçamos do Pai Amoroso e Justo, de infinita Misericórdia que criou a todos nós, nos dando a oportunidade de escolhermos os melhores  caminhos de evolução. A dor gerada por equívocos passados é um chamamento ao despertar do Espírito de todos; de uma forma ou de outra, estamos nesse processo de identificação de nossas reais necessidades.
Se, temos sido poupados da violência, agradeçamos à Providência Divina, mas elevemos o nosso pensamento e  dirijamos-os em direção aos agressores, procurando envolvê-los em paz e harmonia, que por suas próprias condições não tem tido possibilidades de conseguir. Se a doença tem passado distante de nosso lar, façamos o esforço de diminuir as dores do nosso próximo mais próximo. Quantos de nós não temos em nosso círculo pessoal, parentes, amigos e colegas de trabalho em desequilíbrio?
Se as dificuldades financeiras não nos tiram o supérfluo, tratemos de cuidar daqueles a quem falta o essencial, buscando-os, sem esperar que venham até nós, humilhados, porque lhes faltam recursos para adquirir o pão. Não se trata de esmola, mas sim escolha consciente de unir-se fraternalmente às agruras da existência e da dor do nosso semelhante.
Se tivermos inteligência para absorver os conhecimentos doutrinários do Consolador, estendamo-la àqueles que não tiveram acesso às primeiras letras, que não tiveram acesso aos livros que guardamos, sem leitura, em nossas estantes para, no mais das vezes, impressionar em nossas relações. Se fizermos uma réstia de luz aos nossos irmãos necessitados, estaremos acendendo um farol que nos conduzirá a uma consciência tranquila e pacífica.
Lembremo-nos sempre de que recebemos a reencarnação como oportunidade de ascensão e devoção ao Bem, neste planeta. Não entreguemo-la ao acaso ou ao descaso de nós mesmos. Trabalhemos e sirvamos pelo bem de todos, aperfeiçoando a nós mesmos, sabendo que caminhamos  para a exaltação da vida, para a nossa imortalidade, com a paz verdadeira, começando por nós.
Tenhamos calma. Se estivermos no ponto de estourar mentalmente, silenciemos alguns instantes; se o caso é de moléstia no corpo, a intranquilidade só faz piorar; se a doença é em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante. Se, sofremos prejuízos materiais a reclamação não vai resolver nada; se perdemos alguma afeição, a queixa nos tornará uma pessoa menos simpática junto aos amigos; se deixamos passar alguma oportunidade valiosa, a lamentação é apenas desperdício de tempo; se contrariedades se fizerem presente, o ato de esbravejar, de nada vai nos adiantar; se praticamos algum erro, o desespero nos abrirá portas para maiores faltas; se não conseguimos atingir o que desejávamos, a impaciência fará mais distância entre nós e o objetivo a alcançar. Seja qual for á dificuldade, devemos conservar a calma, manter a paz, porque em todo problema, a serenidade nos fará ver a solução.
Existe paz no coração dos iniciados no Evangelho, na alma dos que oram, no íntimo dos Espíritos que alcançaram a comunhão com o Criador. Só não existe paz naqueles que vivem longe do Pai, ignorantes do Bem e do Amor, desprovidos da única sabedoria que importa realmente, incapazes de ter a paz no seu íntimo.
Poucos terão conhecido tão grande agitação como o Mestre Jesus: Ele viveu na Terra à época de grande ignorância e Ele como mensageiro da Paz, dificilmente conseguia escapar à agitada multidão que o acompanhava, sedenta de reconforto, reclamando a ação de suas mãos curadoras, exigindo atendimento imediato às suas necessidades de caráter material e espiritual. No entanto, possuía Jesus em seu próprio íntimo um tesouro de serenidade alimentado pela meditação e pela prece; e com esses recursos de harmonia interior contava Ele que podia afirmar para toda a humanidade:  “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não a dou como o mundo a dá”. ( João  14:27 )
A Paz só haverá na Terra quando a guerra, em suas múltiplas faces, não existir mais; quando o Evangelho de Jesus iluminar o coração humano, fazendo com que os seus habitantes se amem como verdadeiros irmãos. É por isso que a Doutrina dos Espíritos nos revela, sob a luz da Verdade, e fiel ao Cristo, que nos advertiu, convincente: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres”.       
O maior divulgador da Paz, por meio da música, chama-se Nando Cordel. Se quiser conhecê-lo e ouvir algumas de suas músicas, acesse os artigos:  “A Terra é a Nossa Casa” e “Nando Cordel – Especial Som e Vídeo”.
Mais informações leia também o artigo “A Paz”.
Fonte:
Emmanuel – Jornal “O Imortal” – 06/2014
Mensagem de Hipert  Viana – GEABL em 6/5/2014                     Livro “Ideal Espírita” - Livro “Comentários Evangélicos”
+ Acréscimos

Jc.
São Luís, 18/2/2015
Revisto em 16/12/2018