segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A VIDA NA ESPIRITUALIDADE

A VIDA NA ESPIRITUALIDADE Separado do corpo físico, em decorrência da desencarnação, o Espírito volta, na maioria das vezes, a reencarnar depois de intervalos mais ou menos longos, intervalos esses que atualmente podem durar desde alguns anos até vários séculos, não existindo, nesse sentido, limite determinado. A Doutrina dos Espíritos ensina que esses intervalos podem prolongar-se por muito tempo mais jamais serão perpétuos. Enquanto aguarda nova existência neste ou em qualquer outro mundo, o desencarnado fica no estado de espírito errante, estado em que espera novas oportunidades e aspira a um novo destino. Dá-se o nome de erraticidade esse estado em que se encontra o espírito. Entretanto, o fato de estar desencarnado não o coloca sempre, na condição de espírito errante. O espírito que não mais precisa encarnar para evoluir, já se encontra no estado de espírito elevado. Assim, quanto ao estado em que se encontram na Espiritualidade, os espíritos podem ser: 1- ERRANTES – desencarnados que aguardam nova encarnação; 2- ELEVADOS – desencarnados que já chegaram á determinada perfeição e por isso não necessitam de novas encarnações. Porém, podem encarnar em missão determinada pela Providência Divina, no sentido de trazer novos conhecimentos e exemplos para serem seguidos. Em todos os tempos esses Espíritos Superiores voltaram a Terra, como missionários do bem. Convém destacar que o estado de erraticidade não constitui, por exemplo, sinal de inferioridade dos espíritos, uma vez que há espíritos errantes de todos os graus de evolução. A condição de espírito encarnado será sempre um estado transitório, visto que o estado normal é quando o espírito liberto da matéria vive plenamente a vida espiritual. Na erraticidade, os espíritos não ficam inertes, ociosos como muitos pensam; eles estudam e buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento, procurando o melhor meio de se elevarem, além de trabalharem no auxílio aos necessitados. O ensino espírita acerca da vida de além-túmulo mostra que na Espiritualidade não há lugar algum destinado à contemplação ociosa. Todas as regiões estão povoadas por espíritos em constantes atividades laboriosas e assistenciais. Na condição de errante, o espírito pode, portanto, melhorar muito, conquistando novos conhecimentos, fazendo o seu progresso, dependendo naturalmente de sua maior ou menor vontade de evoluir. Entretanto, será na condição de espírito encarnado, que terá oportunidade de colocar em prática os conhecimentos que adquiriu e realizar efetivamente, o progresso que está necessitando e buscando. Gabriel Delanne, afirma que os espíritos são os próprios construtores de seu futuro, conforme o ensino de Jesus, quando disse: “A cada um segundo suas obras”. Todo espírito que se atrasar em seu progresso, somente de si mesmo pode queixar-se, do mesmo modo que aquele que se adiantou terá todo o mérito do seu progresso. A felicidade que ele conquistar terá, por isso mesmo, maior valor para si. O progresso intelectual, é causado pela atividade que ele é obrigado a desenvolver no trabalho e o progresso moral, por causa da necessidade que os seres humanos têm de se auxiliarem uns dos outros. A existência social lembra ainda Delanne, é a condição para que as pessoas desenvolvam as boas ou más qualidades. Uma questão intrigante, diz respeito à situação da criança, na morte, cuja explicação deve-se à Doutrina dos Espíritos. Ela ensina que tal qual acontece com o espírito de uma pessoa adulta, o espírito de uma criança que morre em tenra idade, volta ao mundo espiritual e assume sua condição precedente, salvo os casos das almas ainda encarceradas no inconsciente, distante por enquanto do autogoverno a que André Luiz se refere no livro “Entre a Terra e o Céu”. A curta duração da existência da criança pode representar, para o espírito que a animava, o complemento de uma existência precedente, interrompida antes do programado; outras vezes a morte da criança constitui prova ou expiação para os seus pais. O espírito cuja existência se interrompe no período da infância recomeça em nova existência, que ocorrerá na época que for julgada mais conveniente ao seu progresso. Se ele não tivesse oportunidade de reencarnar, ficaria estagnado, à margem do processo evolutivo, fato que não corresponderia à justiça de Deus. Com a possibilidade de uma nova encarnação, o progresso passa a ser uma meta acessível a todos os espíritos que necessitam evoluir. Com a experiência vivida pelo espírito da criança que morre em tenra idade, seus pais são também provados em sua compreensão acerca da vida, podendo ainda, por esse meio, resgatar débitos contraídos no passado, quando, em existências passadas, abandonaram seus filhos à própria sorte ou os mataram deliberadamente com o recurso do aborto delituoso, tirando-lhes a oportunidade de nova existência, de novas conquistas e de melhor progresso espiritual. No desencarne (morte física), e de acordo com a evolução, duas condições podem ocorrer ao espírito: 1- O espírito não possuindo virtudes e tendo praticado o mal, é levado por espíritos inferiores, para regiões de sofrimento na Espiritualidade, e lá despertando, são martirizados, sem poderem se libertar dos sofrimentos; acontecendo ainda que muitos espíritos permanecem ignorantes de que já desencarnaram; 2- Possuindo o espírito determinadas virtudes e tendo praticado o bem, ele é levado adormecido por Benfeitores Espirituais, que o assistem, para lugares de repouso, onde despertarão e, convenientemente tratados, reiniciam o trabalho de evolução. Alguns espíritos mais evoluídos, são mantidos, desperto e assistido pelos mentores espirituais, permanecem as vezes no recinto onde seu antigo corpo está sendo velado, para reconhecimento da sua nova realidade de espírito, sendo depois levados pelos seus amados que o precederam na passagem para a Espiritualidade, ao destino de que se tornaram merecedores. Essa é a dura realidade na espiritualidade para todos os espíritos. Entretanto, poucos serão os que poderão evoluir para um mundo mais adiantado; a maioria tendo merecimento voltará após um período de reajustamento que podem durar anos, para a escola da Terra, a fim de completarem resgates, provas e trabalharem em benefício dos seus semelhantes que lhes possibilitarão a evolução. Ernesto Bozzano, na obra “A Crise da Morte”, observa alguns critérios na passagem do espírito para o mundo espiritual, que resumiu em doze detalhes fundamentais, a saber: 1- Todos os espíritos afirmaram se terem encontrado com a forma humana, na vida espiritual, isto porque o espírito, por meio do “perispírito” conserva a aparência terrena; 2- Quase todos afirmaram terem ignorado durante algum tempo, que não estavam mais no plano físico; 3- Haverem passado, durante a crise do desligamento do corpo, ou pouco depois, pela prova da recordação de todos os acontecimentos da existência terrena ora encerrada; 4- Muitos terem sido acolhidos nas Espiritualidade, pelos espíritos dos que foram seus familiares e amigos; 5- Haverem passado, quase todos, por uma fase mais ou menos longa de “sono reparador”; 6- Terem-se achado num meio espiritual harmonioso (no caso de espíritos melhores), e num meio tenebroso (no caso de espíritos pouco moralizados); 7- Terem reconhecido que o meio espiritual era um novo mundo, real, semelhante ao mundo terreno, porém, mais espiritualizado; 8- Haverem aprendido que na espiritualidade, o pensamento constitui uma forma criadora, pela qual o espírito pode reproduzir em torno de si, o ambiente de suas recordações; 9- Terem sabido que a transmissão de pensamento é a forma de comunicação, embora alguns espíritos se iludam julgando conversar por meio de palavras; 10- Haverem comprovado que os espíritos podem se transferir de um lugar para outro, ainda que muito distante, apenas pela sua vontade, mas dentro do plano a que fez jus; 11-Terem verificado que se achavam em estado de perceber os objetos pelo interior, pelos lados e através deles; 12- Terem aprendido que os espíritos evoluídos seguem automaticamente para o plano espiritual que conquistaram, por motivo da lei de “merecimento e afinidade”, podendo, entretanto, visitar os planos inferiores, e os que lá estiverem, mas, estes, não podem subir aos planos superiores. Além destes doze detalhes fundamentais, Ernesto Bozzano relaciona mais alguns detalhes secundários: A- Que alguns espíritos recém-desencarnados, ao observarem seus corpos físicos, inertes, geralmente falam que estão em um “corpo etéreo” perispírito idêntico ao corpo físico; B- Afirmam que, assim como não existem pessoas absolutamente idênticas na Terra, o mesmo se dá na Espiritualidade, de modo que até a passagem para o plano espiritual não é exatamente igual para todos; C- Quando dominados por paixões humanas inferiores, os espíritos se conservam ligados ao meio onde viveram, na ilusão de se julgarem ainda na existência terrena, e tornam-se muitas das vezes, os espíritos “assombradores” ou “obsessores”, mesmo não tendo o desejo de fazer o mal; D- Na espiritualidade, os espíritos inferiores não podem ir a planos superiores, devido à diversidade vibratória de seus “corpos etéreos pesados”; E- Os espíritos afirmam ainda que, quando se encontram a sós, percebem mentalmente uma voz que lhes chega aconselhando sobre o que fazer: são os Espíritos amigos que, percebendo seus pensamentos, lhes orientam no sentido do progresso espiritual. Muitas pessoas pensam que, quando o espírito desencarna, deixa com o corpo todas as suas más paixões e seus vícios. A verdade é que depois de sua partida da Terra, o espírito conserva todas as suas boas qualidades ou as más tendências que possuía no mundo, e observam os espíritos que estão felizes, como para lhes mostrar a necessidade de trilhar o caminho do bem. Na erraticidade o espírito toma conhecimento das suas existências anteriores e vê o futuro que o aguarda e o que lhe falta fazer para atingi-lo, tal qual um viajante que chega ao alto de uma montanha e vê o caminho percorrido e o que lhe resta para alcançar o objetivo. Quando um espírito diz que sofre, ele está experimentando as angústias morais que o torturam mais que os sofrimentos físicos. O avarento vê o ouro que não pode mais possuir; o imoral vê as orgias nas quais não pode mais tomar parte; o orgulhoso vê as honras que não mais pode gozar; o viciado a bebida que não pode mais tomar e o fumo e as drogas que não pode mais consumir; o ambicioso, os bens que não pode mais possuir... Mas, seguramente, o maior sofrimento é o pensamento de serem condenados para sempre, enquanto observam a felicidade de outros espíritos que fizeram por merecê-la. A felicidade dos bons espíritos consiste em não terem ódio, nem ciúmes, nem ambição, nem egoísmo, nem qualquer outro sentimento inferior, que fazem á infelicidade do ser humano. O amor que os une e a caridade que praticam é para eles a fonte suprema de felicidade. Eles não experimentam nem as necessidades nem os sofrimentos da existência terrena; são felizes pelo bem que fazem. A situação dos espíritos e sua maneira de ver as coisas variam ao infinito, em razão do grau de desenvolvimento moral, intelectual e espiritual. Os espíritos de ordem elevada, só fazem na Terra, paradas de curta duração. Tudo o que se faz na Terra, é tão mesquinho em comparação com as grandezas do infinito, que eles se sentem desejosos de voltarem ao seu ambiente de paz e harmonia, a não ser quando convocados a promover o progresso da Humanidade, na condição de missionários do bem. Os espíritos de ordem mediana estacionam mais tempo na Terra. Os espíritos imperfeitos e vulgares são os mais adaptáveis às condições do planeta e constituem a massa da população dos mundos de provas e expiações, que é a situação atual da Terra. Com relação às qualidades íntimas, os espíritos são de diferentes ordens e graus, que são percorridos sucessivamente, à medida que vão se depurando. Quanto ao estado, podem ser encarnados, isto é, unidos a um corpo físico; errantes, livres do corpo físico, esperando uma nova encarnação para se melhorarem; elevados, que não têm mais necessidade de encarnação. A marcha ou ascensão dos espíritos é progressiva; jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente e não descem da categoria que já alcançaram. Nas suas diferentes existências corporais, podem descer como seres humanos, mas nunca como espíritos. Assim, a alma de um rei na Terra pode, mais tarde, em outra existência, animar o mais modesto trabalhador e vice-versa, porque as posições entre os seres humanos, frequentemente, estão na razão inversa da elevação dos sentimentos morais. O exemplo mais marcante, observamos em Herodes que era rei, porém espírito inferior, e Jesus que era um carpinteiro, porém um espírito puro, quando encarnou na Terra... Finalizando, recordo as palavras de Emmanuel, mentor de Chico Xavier, ao dizer: “Os que partiram na grande jornada, estão vivos e compartilham as tuas aflições. Pensa neles com saudades, convertendo teu sentimento em oração. Efetua por eles, o bem que desejariam fazer. Contempla os céus em que mundos incalculáveis nos falam da Criação e da união sem adeus, e ouvirás a vós deles no próprio coração, a dizer-te que caminham felizes, em plena imortalidade, tendo a certeza de que Deus que nos criou para nos amarmos plenamente, jamais nos separaria para sempre. . .” Quer estejamos habitando mundos, ou vivendo na Espiritualidade, fazemos parte da grande família, cujo pai é Deus, supremo criador do Universo. Se, desejamos ser recebido na Espiritualidade pelos nossos entes queridos e habitarmos um plano de paz e harmonia, tratemos de fazer por onde termos esse merecimento que é conquistado pelo bem que fizermos aos nossos semelhantes, sejam eles parentes amigos ou desconhecidos, como na parábola do “Bom Samaritano”. . . Bibliografia: O Livro dos Espíritos Livro “Entre o Céu e a Terra” Emmánuel Jc. S.Luis, 28/12/2004 Refeito em 29/12/2012

C O M P O R T A M E N T O

C O M P O R T A M E N T O S Vanda Simões, em artigo publicado no “Jornal do Lar”, nos informa “que ultimamente, os estudiosos do comportamento humano, chegaram a conclusão que, o excesso de liberdade, traz prejuízos para a formação do ser humano. Informa ainda que a teoria amplamente difundida e executada nos últimos anos, que era de não impor limites a uma criança, estava definitivamente errada e encerrada. Afirmando em seguida, que os pais americanos estavam perplexos e confusos, com a geração de jovens e seus destemperos comportamentais”. Só nos últimos cinco anos, nos Estados Unidos, ocorreram mais de 250 assassinatos cometidos por crianças e adolescentes, apesar das leis americanas serem mais rigorosas do que em qualquer outro lugar do mundo. No Brasil, uma pesquisa indica que 25% das crianças que estudam em escolas do Rio e de São Paulo, demonstraram um comportamento agressivo, nas relações com colegas e professores. E mais: embora só agora as notícias sobre a violência nas escolas tenham se tornado mais freqüentes, o problema é antigo, especialmente, nas grandes metrópoles. Outras pesquisas divulgadas pelo Grupo de Planejamento e Pesquisa, do Rio, comprovam que a questão é muito mais grave nas áreas pobres, onde já foram registrados casos de agressões com estupro, de alunas pelos colegas. A mesma pesquisa indicou ainda que, as crianças vêem mais violência nas televisões do que nas ruas, e que muitas delas, acabam alimentando o desejo de ter uma arma para seguir o exemplo dos filmes assistidos. O pesquisador Robert Blum, observou a falta de amor por parte dos pais, como o grande fator da agressividade dos jovens. Diz ele que; “a criança que não se sente amada, querida ou cuidada pelos pais, torna-se violenta, e que essa situação piorou a partir dos anos 60, quando as mães começaram a entrar no mercado de trabalho, ficando várias horas longe dos filhos, e estes passaram a ter excesso de liberdade e escassez de atenção e carinho. A criança que sente ódio, não consegue amar porque desconhece o que é amor, por não haver recebido”. É certo que o ser humano precisa e vivencia as experiências de que necessita para o seu crescimento e existência. É certo também que poderá apressar ou retardar sua marcha, dependendo da maneira pela qual se conduza. Aí, entra o livre-arbítrio, que faz o adolescente escolher este ou aquele caminho. O mundo faz o seu papel de agente das oportunidades nos vários campos, o que significa dizer que se encontra na Terra, o que se precisa para bem ou mal se conduzir na existência. Dentro dessa concepção de vida, e após séculos de lutas pela liberdade de idéias e atitudes, explode nos Estados Unidos, o movimento hippie, na década de 60, influenciando a cabeça das crianças e dos jovens, a vivenciar outros modos de atitudes e comportamentos, como forma de repúdio e de modificação da sociedade conservadora. Surgia então, o movimento desagregador dos costumes familiares, e, comportamentos estranhos eram proclamados junto aos adolescentes. Em meados dessa década, cerca de 300 mil jovens haviam deixado seus lares para juntar-se a esse movimento, que pregava o sexo livre, a liberdade para fazerem das suas existências, o que bem entendessem, incluindo o uso abusivo de bebidas alcoólicas, drogas, e ainda, o descompromisso em assumirem a responsabilidade dos seus atos. A partir daí, e em conseqüência de uma pseudoliberdade, os jovens achavam ter conquistado a felicidade, e as escolas do comportamento humano, elaboraram teses as mais absurdas sobre a formação da personalidade do ser humano. Desde a liberdade que a criança passou a ter de fazer o que bem quisesse, sem que ninguém a molestasse para não traumatizá-la, até a iniciação precoce na sexualidade, tudo era aceito como normal. Felizmente esse movimento passou, mas até os nossos dias, ainda presenciamos resquícios dessa época, aliada a outros comportamentos reprováveis, que nos impõe os programas de Tvs, quando vemos nas novelas, principalmente na infantil intitulada “Chiquititas”, abordar assuntos de namoros, transas, “ficar”, traições, etc., e muitas mães se deixam levar nessa onda, em lugar de tratarem de assuntos essenciais à existência das crianças, tais como: preocupação com os estudos, com a boa moral, com os exemplos dignificantes, os comportamentos éticos e a religiosidade, necessária principalmente a essas mentes em formação, carentes de exemplos dignos para se tornarem bons cidadãos, permitem que seus filhos prematuramente, sem as mínimas condições de arcar com suas responsabilidades, tenham encontros privados, dentro do próprio lar, possibilitando a geração de novas crianças. Elas, na condição de avós, podem cuidar desses bebês? E quando não puderem mais, o que vão fazer? Transferir os problemas gerados por elas, para os filhos? Muitos daqueles jovens da década de 60, hoje são os pais de adolescentes e jovens. Criaram seus filhos dentro de uma concepção de liberdade irrestrita, acreditando estar nisso o segredo da estabilidade emocional, das relações pessoais e da felicidade. As escolas dessas teorias criaram adeptos no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Muitos pais, sem avaliar as conseqüências futuras, entram nessa linha de pensamento e passaram a trabalhar mais em busca do sucesso material, a fim de proporcionarem aos filhos, melhores condições, brinquedos de última geração, roupas de grife, passeios ao exterior (Disneylândia de preferência), e computadores, como substitutos dos cuidados e carinhos que deveriam dar aos seus filhos. Porém, se esqueceram da educação que deve ser ministrada pelos pais no lar, para o bom comportamento na sociedade, deixando de lado a convivência tão necessária e os exemplos edificantes que deveriam ser transmitidos. Alguns dizem: “Como os tempos são outros, as crianças têm que ter liberdade de escolha”. Dessa maneira, as crianças passaram a estabelecer seus próprios limites, e como não possuem ainda a maturidade para tal, ultrapassaram as normas de bom senso, resolvendo suas próprias existências, como: horário de dormir (invariavelmente tarde), programas de televisão (geralmente todos), horário de fazer as tarefas escolares (quase nenhum), alimentar-se de sanduíches e somente do que gostam e não do que precisam, noitadas em clubes ou em outros lugares que nem mesmo os pais sabem, dormir em casas de colegas, e aí está um grande perigo da iniciação em bebidas alcoólicas, drogas e na promiscuidade sexual, e até na quantidade de dinheiro que devem receber, como mesada e não como retribuição a algum trabalho. O resultado disso tudo é que os pais, hoje, não sabem o que fazer com pequenos déspotas que têm dentro de casa. Filhos que foram criados naquela mentalidade, que se transformaram em tiranos dos próprios pais. Em muitos casos, quem manda na família são eles, pois tudo é feito para atender suas menores exigências. Estabelecer limites, é cercear a liberdade da criança e os traumas advindos disso são imensos, foi o que aprenderam esses pais com as teorias dos anos 60. E não é só por isso não, é também por comodismo que muitos pais deixam que os filhos cresçam ao sabor das influências dos colegas, da televisão, que na maioria das vezes, só mostra o que não presta para ninguém, e nas suas próprias tendências, que nem sempre são saudáveis e recomendáveis, pela falta da orientação e do exemplo dos pais. Criada essa grave situação os estudiosos do comportamento humano, chegaram à conclusão que esses excessos de liberdade, trazem prejuízos à formação do ser humano, isto após décadas de estímulo a essas teorias perniciosas, que nos dias atuais, são repetidas e apresentadas pela televisão. Estão aprendendo com a triste experiência. Sem valorizar o lado moral na formação dos jovens, vêem-se agora os pais, às voltas com duas gerações perdidas de valores, sem rumo, sem esperanças, vítimas de teorias absurdas, elaboradas por mentes em desarmonia. Fruto dessa filosofia de vida, os pais passaram a ser responsáveis pelos desregramentos dos filhos, em vista de não lhes terem doado tempo, atenção, carinho e amor. A falta de amor é a principal causa da agressividade das crianças, observou o pesquisador Robert Blum. Segunda a educadora Tânia Zagury, há muita necessidade de amor na educação dos filhos. Diz ela ainda: “Se acreditarem na importância do amor e no bom diálogo, os pais estarão dando o melhor de si para criar seus filhos, num clima de harmonia na família e de bem viver na sociedade”. Estatísticas de UTIs neonatais comprova que os bebês bem cuidados e bem alimentados que não recebem a visita e o afeto diário dos pais, não se desenvolvem, enquanto que os que recebem carinho diário se recuperam mais rápido. Isto comprova que toda criança precisa de atenção e afeto, cuidados mais essenciais do que a própria alimentação. Outra orientação é a de que, ao invés de reclamarem do ciúme infantil de algum filho, os pais devem se conscientizar que estão distribuindo seu amor de maneira errada à saúde emocional dessas crianças. As brigas e agressões entre irmãos, não precisam apenas de repreensões e punições, mas também de diálogo, porque é pela ausência do esclarecimento e do amor, que o ódio e a rivalidade se desenvolvem. Finalmente, o irmão que é alvo de hostilidade, deve manter um distanciamento, que é mais saudável, até que surja uma consciência no irmão hostil ou na família, e as condições necessárias a uma mudança de comportamento. Segundo os psicanalistas, há males existentes irrecuperáveis. A Doutrina dos Espíritos nos esclarece que há diferenças de estágios evolutivos e que existem inúmeras famílias constituídas de espíritos inimigos de outras existências, que são reunidos para iniciarem o processo de reconciliação e evolução. Se Deus colocasse esses espíritos, em cidades e famílias diferentes, jamais eles poderiam se reconciliar. Além destas orientações, para corrigir o rumo devem ser aplicados castigos de forma efetiva, nunca de maneira exagerada. Quando a disciplina é rompida, os pais devem dar à bronca. Algumas palmadas de vez em quando também costumam dar bons resultados. Se não funcionar, devem ser retirados os privilégios. Por exemplo: Não deixar que a criança assista ao programa de televisão que gosta ou brincar com o vídeo-game naquele dia. Conversar com a criança sobre o assunto para que ela reflita sobre o erro que cometeu, é aconselhável. Reaja com rigor caso os irmãos briguem frequentemente. Uma coisa é aquela briguinha caseira, outra é virar agressividade, que pode ir para fora do lar, onde a criança pode correr o risco de se envolver em brigas mais violentas. A dificuldade de ensinar o que é certo e o que é errado para os filhos, em função do comportamento anormal de determinadas pessoas, tem criado situações de ambigüidade na ética da sociedade. Vários são os exemplos com os quais convivemos. Alguns exemplos: Os traficantes das favelas do Rio, que destroem as gerações futuras com as drogas, por dispensarem alguns favores aos favelados, são aceitos, apoiados, favorecidos e imitados pelas crianças, convivendo tranquilamente nas comunidades. O seqüestrador Leonardo Pareja, quando vivo, recebia na prisão, grande quantidade de cartas de admiradoras. O jogador de futebol, Edmundo, foi ídolo mesmo com o temperamento e comportamento que lhe rendeu o apelido de “Animal”. Graças a Deus, ele evoluiu e hoje não deseja mais ser chamado de “Animal”, porquanto já é uma nova pessoa. E temos muitos outros exemplos negativos mostrados diariamente na política e na televisão. Diante destes fatos, somados a tantos outros, fica difícil transmitir valores morais para um comportamento ético. O que se pode considerar certo, ou errado? Até onde se deve impor limites? Estes são questionamentos que podem gerar uma situação aflitiva, contudo refletem hoje, a conscientização e a preocupação dos pais, sobre a existência desses problemas. O monge Agostinho, no livro “Evangelho Segundo o Espiritismo”, orienta dizendo: “Desde o berço a criança manifesta os instintos maus ou os sentimentos bons que traz de sua existência anterior...” Durante a infância, a criança recebe os conceitos dos pais. Entretanto, de nada adianta adotarem um determinado manual para as crianças, quando os pais mantêm um comportamento oposto. Citemos o caso de pais que procuram passar idéias pacifistas aos filhos, mas que ao mesmo tempo vivem discutindo e brigando dentro de casa. Mesmo com posições definidas dos valores éticos morais que queremos ensinar aos nossos filhos, às vezes nos vemos em confronto com o que o mundo e a televisão mostram, sendo necessário firmeza e perseverança para convencê-los a agir corretamente, e incutir em suas mentes o comportamento certo. Outras vezes é preciso desligar a televisão pelo péssimo programa apresentado. Deixar de atuar na formação moral de nossos filhos, pelas dificuldades de enfrentar o assunto, é uma atitude perigosa, cujas conseqüências podem ser muito mais desagradáveis, pois mesmo que não queiramos, os valores éticos são sempre transmitidos por nós, ou negativos de outras maneiras. É preciso, pois, os pais estarem atentos na formação e orientação dos seus filhos, evitando assim desgostos futuros. Cabe aos pais o papel de educador, orientador com um comportamento exemplar, a fim de encaminhá-los para uma existência responsável e consciente de direitos e deveres, perante as leis da sociedade da qual fazem parte e das leis divinas a que todos estamos submetidos. Não devem faltar orientações quanto às drogas, uso de bebidas alcoólicas, sexo e doenças transmissíveis como a AIDS, para que o jovem inexperiente, não se perca e venha a cometer erros que possa se arrepender e sofrer pelo resto da existência e também seus pais. Os pais têm que entender que o modo de agir e o comportamento perante os filhos, devem ser um modelo, pois são geralmente seguidos por eles. Exemplos: Se não queremos que nosso filho seja um fumante; se fumamos, deixemos de fumar, pois sabemos dos males que causa o tabaco. Se não queremos que ele se torne um alcoólatra, deixemos de beber. A força moral só prevalece com os exemplos. Dialogar com o filho ou a filha, tirando-lhe dúvidas, também é essencial para um bom relacionamento. É melhor a orientação dos pais do que o conhecimento deturpado feito por outras pessoas. A atenção e o interesse, pelo que o jovem faz, sempre procurando ajudar e estimular, estabelecendo uma amizade com ele, pode colaborar muito para um bom comportamento desde junto à sociedade. Finalmente, é importante acima de tudo, dar uma formação religiosa aos nossos filhos, ajudando-os a despertar sentimentos e valores, como ser útil ao próximo, estimulando a prática da caridade, do respeito e amor que devem ter aos semelhantes, principalmente aos idosos. A Doutrina dos Espíritos vem nos alertar quando diz: “Quando produzis um corpo, o espírito que nele encarna, vem para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponha todo vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal missão vos está confiada, cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes a contento”. Este é o compromisso que nos cabe ter na qualidade de pais na Terra. Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações... Bibliografia: Vanda Simões Robert Blum Livro “Evangelho Segundo o Espiritismo” Jc. S,Luis, 17/6/1999. Refeito em: 28/12/2012