A família é o laboratório sublima da sociedade. Nesse núcleo, os seus integrantes aprendem, através daqueles que são os “nossos”, a amar aos que são “dos outros”. Temos hoje uma sociedade culta, ainda pouco civilizada, rica de tecnologia e pobre de paz. Cabe ao indivíduo o exercício que o leve a uma mudança interior para melhor.
O
Dr. Miguel Ruiz, descendente de uma cultura indígena no México, com mais de
5.000 anos de história, elaborou uma pequena síntese para uma vivência saudável
em sociedade. 1º - Ser impecável com as palavras; 2º - Nunca levar nada para o
lado pessoal; 3º - Não tentar tirar conclusões apressadas; 4º - Dar sempre o
melhor de si.
Na
noite de terça-feira, dia 6 de junho, em Viena, Áustria, após ter sido
recepcionado pelos amigos do Verein fur
spiritistiche Studien Allan Kardec – VAK/Viena, Divaldo Franco realizou a
conferência na sede da Sociedade Espírita que ele ajudou a fundar. No ano de
1989, no pequenino apartamento do amigo Josef
Jackulak, aconteceu a primeira reunião espírita na Áustria após a II Guerra
Mundial, participando um grupo de cinco pessoas. Dessa modesta reunião se
originou, mais tarde, a Fundação do VAK/Viena, que até hoje prossegue fiel aos
postulados da amada Doutrina dos Espíritos e a Allan Kardec.
Divaldo
falou sobre a temática das Vivências em
Família, contando com a tradução
ao idioma alemão de Edith Burkhard. De imediato, Divaldo apresentou o amigo Dr.
Juan Danilo Rodriguez, médico equatoriano, que destacou a importância da
participação e convivência em sociedade e, referindo-se à família, frisou ser
ela um dos mais belos presentes que Deus oferece aos seres humanos, sendo uma
oportunidade de redenção no caminho do amor.
Divaldo
Franco fez uma retrospectiva histórica sobre a família, termo originado do
latim famulus, ou seja, servo,
referindo-se às famílias romanas. Porém, em uma análise contemporânea, pode-se
observar que a família possui, segundo sua natureza, duas configurações: a
biológica e a espiritual. A família é a célula da sociedade e quando esta
adoece a sociedade sofre. Apresentando dados, Divaldo explicou que a violência
urbana
se
tornou muito mais grave em razão da dissolução dos costumes familiares. Vivemos
uma explosão na busca da liberdade e os laços de respeito entre as pessoas
afrouxaram-se. A família de hoje é a da libertinagem, caminhando para um
momento onde a solidão tomará conta da sociedade.
As
linhas básicas da educação foram transferidas para a escola, os pais tentam
diminuir, a cada dia, a sua responsabilidade na formação do caráter dos filhos,
muito em razão de serem pais ainda jovens, que se uniram mais por impulso do
que por amor. Esses jovens pais não suportam os desafios que uma existência em
família exige, dando surgimento aos filhos órfãos de pais vivos.
Utilizando-se
de sua vastíssima experiência como educador de almas, Divaldo penetrou nas
intrincadas questões da educação, com a firmeza semelhante aos caminhos
revelados por Jesus, aos milhares de crianças que passaram pela obra
assistencial da Mansão do Caminho, explicitando como a Doutrina Espírita pode auxiliar na grandiosa
tarefa de educar, salientando ainda, que a grande divulgação da Doutrina dos
Espíritos é a própria conduta dos espíritas.
A
sociedade humana está cansada de
palavras vazias, aguarda por vivências, pela exemplificação através dos atos,
confirmando a teoria. “Não podemos falar
em educação sem falar nos exemplos”, afirmou Divaldo Franco. Ele asseverou
ainda que a criatura humana necessita alcançar a finalidade para a qual veio à
Terra, isto é, a plenitude, o estado luminoso, 0 Reino dos Céus. Esta é uma
busca inevitável, uma vez que todos nós marchamos na direção do progresso, pelo
amor ou pela dor. O progresso moral não atingiu, ainda, os mesmos níveis do
progresso intelectual, pois a humanidade prossegue sob o jugo das paixões
inferiores, dos instintos agressivos e das necessidades do ego.
O
psicólogo e professor Mira e Lopez, em seus estudos, concluiu que existem
gigantes devoradores de existências. Por isso ele escreveu o livro Os Quatro Gigantes da Alma, comprovando
que esses gigantes conduziram e ainda conduzem os seres humanos às paixões,
afastando-os da plenitude. A solidão, a ansiedade, o medo e o sexo tomaram
conta do pensamento humano. Outros pensadores na busca da
paz
apresentaram também projetos de autoajuda. No Oriente, por exemplo, a prática
da meditação, é proposta para a conquista da auto iluminação. A Doutrina dos
Espíritos, uma ciência filosófica e moral,
veio a lume em 1857, apresentando
recursos para iluminar a criatura humana. Descobriu-se que o grande problema do
ser humano é o próprio homem, que, atribuindo aos outros suas culpas, se
permite viver, sem coragem para assumir a realidade de sua fragilidade. O
grande vazio que o ser humano enfrenta é a falta de um sentido existencial,
vivendo sem rumo norteador, sem objetivos.
A
Doutrina Espírita, afirmou ainda, Divaldo, propõe a auto iluminação através da
caridade, por ser a mais nobre atitude transformadora para melhor, e a maior
caridade é transformar o coração, amando-se para poder amar aos outros.
Espíritos nobres, interessados em nossa plenitude, nos ajudam a entender que só
estaremos realmente bem quando tudo ao nosso redor estiver bem. A verdadeira
felicidade está na alegria de encontrar-se bem e fazendo todo o bem possível.
Na
noite de 8 de junho, nas instalações do Regina Hotel, no centro de Viena,
deu-se o encerramento do que foi denominado um roteiro de luz. Estava sendo concluída
mais uma grande jornada de divulgação da Doutrina Espírita no Velho Mundo. Ao
longo de 30 dias, Divaldo Franco percorreu 12 países e 22 cidades da Europa,
levando-lhes sua palavra de estímulo, sua alegria de viver, a renovação e a
esperança a muitos corações afetuosos e a todos que o ouviram. Foi um trabalho
hercúleo, levando os ensinamentos de Jesus aos famintos da alma que todos
somos.
Para
sua surpresa, os amigos locais o presentearam com um lindo bolo, alusivo ao seu
90º aniversário, transcorrido no dia 5 de maio de 2017. Todos saíram repletos
de alegria e felizes pela abençoada oportunidade de estar na companhia desse
querido amigo, um verdadeiro apóstolo de Jesus e da Doutrina...
Fonte:
Jornal “O Imortal” –
julho/2017
Reportagem de Enio
Medeiros.
Jc.
São Luís, 27/7/2017