quarta-feira, 20 de setembro de 2017

O CAMINHO PARA A PLENITUDE SERÁ SEMPRE O AMOR




  A família é o laboratório sublima da sociedade. Nesse núcleo, os seus integrantes aprendem, através daqueles que são os “nossos”, a amar aos que         são “dos outros”. Temos hoje uma sociedade culta, ainda pouco civilizada, rica de tecnologia e pobre de paz. Cabe ao indivíduo o exercício que o leve a uma mudança interior para melhor.
O Dr. Miguel Ruiz, descendente de uma cultura indígena no México, com mais de 5.000 anos de história, elaborou uma pequena síntese para uma vivência saudável em sociedade. 1º - Ser impecável com as palavras; 2º - Nunca levar nada para o lado pessoal; 3º - Não tentar tirar conclusões apressadas; 4º - Dar sempre o melhor de si.
Na noite de terça-feira, dia 6 de junho, em Viena, Áustria, após ter sido recepcionado pelos amigos do Verein fur spiritistiche Studien Allan Kardec – VAK/Viena, Divaldo Franco realizou a conferência na sede da Sociedade Espírita que ele ajudou a fundar. No ano de 1989, no pequenino apartamento do amigo Josef Jackulak, aconteceu a primeira reunião espírita na Áustria após a II Guerra Mundial, participando um grupo de cinco pessoas. Dessa modesta reunião se originou, mais tarde, a Fundação do VAK/Viena, que até hoje prossegue fiel aos postulados da amada Doutrina dos Espíritos e a Allan Kardec.
Divaldo falou sobre a temática das Vivências em Família, contando com a tradução ao idioma alemão de Edith Burkhard. De imediato, Divaldo apresentou o amigo Dr. Juan Danilo Rodriguez, médico equatoriano, que destacou a importância da participação e convivência em sociedade e, referindo-se à família, frisou ser ela um dos mais belos presentes que Deus oferece aos seres humanos, sendo uma oportunidade de redenção no caminho do amor.
Divaldo Franco fez uma retrospectiva histórica sobre a família, termo originado do latim famulus, ou seja, servo, referindo-se às famílias romanas. Porém, em uma análise contemporânea, pode-se observar que a família possui, segundo sua natureza, duas configurações: a biológica e a espiritual. A família é a célula da sociedade e quando esta adoece a sociedade sofre. Apresentando dados, Divaldo explicou que a violência urbana
se tornou muito mais grave em razão da dissolução dos costumes familiares. Vivemos uma explosão na busca da liberdade e os laços de respeito entre as pessoas afrouxaram-se. A família de hoje é a da libertinagem, caminhando para um momento onde a solidão tomará conta da sociedade.
As linhas básicas da educação foram transferidas para a escola, os pais tentam diminuir, a cada dia, a sua responsabilidade na formação do caráter dos filhos, muito em razão de serem pais ainda jovens, que se uniram mais por impulso do que por amor. Esses jovens pais não suportam os desafios que uma existência em família exige, dando surgimento aos filhos órfãos de pais vivos.
Utilizando-se de sua vastíssima experiência como educador de almas, Divaldo penetrou nas intrincadas questões da educação, com a firmeza semelhante aos caminhos revelados por Jesus, aos milhares de crianças que passaram pela obra assistencial da Mansão do Caminho, explicitando como a  Doutrina Espírita pode auxiliar na grandiosa tarefa de educar, salientando ainda, que a grande divulgação da Doutrina dos Espíritos é a própria conduta dos espíritas.
A sociedade humana está cansada  de palavras vazias, aguarda por vivências, pela exemplificação através dos atos, confirmando a teoria. “Não podemos falar em educação sem falar nos exemplos”, afirmou Divaldo Franco. Ele asseverou ainda que a criatura humana necessita alcançar a finalidade para a qual veio à Terra, isto é, a plenitude, o estado luminoso, 0 Reino dos Céus. Esta é uma busca inevitável, uma vez que todos nós marchamos na direção do progresso, pelo amor ou pela dor. O progresso moral não atingiu, ainda, os mesmos níveis do progresso intelectual, pois a humanidade prossegue sob o jugo das paixões inferiores, dos instintos agressivos e das necessidades do ego.
O psicólogo e professor Mira e Lopez, em seus estudos, concluiu que existem gigantes devoradores de existências. Por isso ele escreveu o livro Os Quatro Gigantes da Alma, comprovando que esses gigantes conduziram e ainda conduzem os seres humanos às paixões, afastando-os da plenitude. A solidão, a ansiedade, o medo e o sexo tomaram conta do pensamento humano. Outros pensadores na busca da
paz apresentaram também projetos de autoajuda. No Oriente, por exemplo, a prática da meditação, é proposta para a conquista da auto iluminação. A Doutrina dos Espíritos, uma ciência filosófica e moral,  veio a lume  em 1857, apresentando recursos para iluminar a criatura humana. Descobriu-se que o grande problema do ser humano é o próprio homem, que, atribuindo aos outros suas culpas, se permite viver, sem coragem para assumir a realidade de sua fragilidade. O grande vazio que o ser humano enfrenta é a falta de um sentido existencial, vivendo sem rumo norteador, sem objetivos.
A Doutrina Espírita, afirmou ainda, Divaldo, propõe a auto iluminação através da caridade, por ser a mais nobre atitude transformadora para melhor, e a maior caridade é transformar o coração, amando-se para poder amar aos outros. Espíritos nobres, interessados em nossa plenitude, nos ajudam a entender que só estaremos realmente bem quando tudo ao nosso redor estiver bem. A verdadeira felicidade está na alegria de encontrar-se bem e fazendo todo o bem possível.
Na noite de 8 de junho, nas instalações do Regina Hotel, no centro de Viena, deu-se o encerramento do que foi denominado  um roteiro de luz. Estava sendo concluída mais uma grande jornada de divulgação da Doutrina Espírita no Velho Mundo. Ao longo de 30 dias, Divaldo Franco percorreu 12 países e 22 cidades da Europa, levando-lhes sua palavra de estímulo, sua alegria de viver, a renovação e a esperança a muitos corações afetuosos e a todos que o ouviram. Foi um trabalho hercúleo, levando os ensinamentos de Jesus aos famintos da alma que todos somos.
Para sua surpresa, os amigos locais o presentearam com um lindo bolo, alusivo ao seu 90º aniversário, transcorrido no dia 5 de maio de 2017. Todos saíram repletos de alegria e felizes pela abençoada oportunidade de estar na companhia desse querido amigo, um verdadeiro apóstolo de Jesus e da Doutrina...
Fonte:
Jornal “O Imortal” – julho/2017
Reportagem de Enio Medeiros.

Jc.
São Luís, 27/7/2017