Leopoldo Machado
O Professor Leopoldo Machado nasceu em 30 de
setembro de 1891, no Arraial de Cepa Forte, hoje Jandaíra, ao norte do Estado
da Bahia, quase nos limites com Sergipe. Era o mais novo de seis filhos do
casal Eulálio de Souza Barbosa e Ana Isabel Machado Barbosa: João Leopoldo
José, Emílio, Reginaldo e, Leopoldina. Só foram conhecidas as datas de
nascimento de todos com o retorno do pai, do Amazonas, para onde houvera fugido
por motivos políticos, quando Leopoldo ainda contava uns cinco anos de idade.
Sua mãe era alva, quase ruiva, enquanto o pai era caboclo amulatado, meia
estatura, forte e áspero no trato, mas, segundo o próprio filho, com um ótimo
coração.

Com um ano de idade aproximadamente, após comer um
prato de farinha com ovo quente, uma tia, de prenome Odília, meteu o pequeno
Leopoldo em um banho frio, o que o fez estuporar. Durante dois anos oscilou
entre a vida e a morte e, por fim, foi desenganado pelo médico. Era caso para
poucos dias; até encomendaram o caixão. Um curandeiro chamado Ernesto, sabendo
da situação precária da criança, propôs a seu pai: - Se o menino vai morrer,
não custa nada ao senhor dar-lhe um remédio meu. Quer experimentar? Se ele morrer,
não há de ser por meu remédio... Este continha uma mistura de purga do campo e
jalava. O remédio foi ministrado e recuperou-se Leopoldo. O médico, vendo-o
curado, comentou:- Para o pai e a mãe dele, seria preferível que ele tivesse
morrido. Será o idiota da família, de uma estupidez sem nome. Não passará do a.
b. c.. Evitem, quando puderem, aborrecê-lo para evitar crises terríveis. Os
conselhos do médico só serviram para que ele levasse uma infância livre das
punições, fazendo tudo o que bem entendia. Leopoldo, anos depois, comentava: -
Ser espírita é ser louco... - Por mais que a gente goste de uma pessoa, morreu
acabou, que não me apareça de forma nenhuma. Deus me livre do espírito de quem
morreu...
Em Salvador mais uma vez, de volta do Interior,
ficou toda a família na Ladeira da Montanha. Num edifício que dava os fundos
para a residência de Leopoldo, realizavam-se, regularmente, sessões espíritas,
a portas e janelas fechadas. Uma noite, um Espírito fez mover-se um piano,
volitar no ambiente, abrirem-se as janelas, sair do último andar e pousar bem tranquilo
lá embaixo, na rua. Depois, tiveram de subir com o pesado instrumento,
auxiliado por guindastes e com o concurso de muitos crioulos peritos em transportes
de pianos. Leopoldo Machado foi, na adolescência, muito católico, a ponto de
desejar ser padre, depois de ter sido sacristão. Foi o único membro da família
que estudou o catecismo católico espontaneamente. Os irmãos troçavam de seus
pendores religiosos só para o verem irritado e agressivo. Fez a primeira comunhão
a 8 de dezembro de 1904. Tornando-se íntimo das sacristias, veio a se
decepcionar com os sacramentos pagos, as confissões, as pendências e o
misticismo da Igreja Católica. Ao conhecer a história da Inquisição, já
bastante desiludido, abandonou o Catolicismo.
Em seguida, passou a ler a Bíblia por influência de
Uriel, um vizinho que lhe ensinou o ofício de sapateiro. Mas não passou do
Velho Testamento. Ao encontrar um “Deus” rancoroso e vingativo, perdeu a fé.
Além disso, a posição inflexível do Protestantismo lhe deixou ainda mais
descrente. Permaneceu ateu por vários anos. Conheceu outros cultos e doutrinas
que muito o impressionaram, como o Positivismo e o Budismo. Leopoldo Machado,
com a sua família, passou a residir na Rua dos Artistas, vizinho a uma família
de operários – os Cerqueira Campos. Uma das moças – a Doriana – passou a ver
espíritos e a dizer bobagens. Os parentes não entenderam o fenômeno e a
enviaram para o Asilo São João de Deus. A Rua dos Artistas fica em Plataforma,
bairro proletário do subúrbio de Salvador, construído pela Companhia Progresso
Industrial da Bahia, defronte da península itapagipana. Quando de retorno a
Salvador, em visitas nos anos de 1940 e 1950, Leopoldo Machado fez questão de
mostrar, aos companheiros de outros Estados o local de sua infância: Zona de
praia, luz de candeeiro, água só de bica e apanhada na lata. Foi no Hotel
Central, de quarta ou quinta categoria, na Rua do Julião em Salvador, depois
zona de meretrício, que Leopoldo tomou gosto pelas leituras. Foi sua escola
superior, segundo o próprio Leopoldo. Lá conheceu o garçom Joaquim de Souza
Duarte que o ensinou a declamar e apreciar a Literatura. Da mesma forma o
influenciou para o Espiritismo, pois que foram muitos os casos espíritas
ouvidos nesse hotel. De tal maneira Leopoldo se interessou pelo assunto que,
certa feita, num sebo da Rua do Colégio, comprou três livros espíritas: O Livro
dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e O Céu e o Inferno, edições do cinquentenário
da Federação Espírita Brasileira. Comprou-os e guardou-os para leitura em
oportunidade futura. Um dia hospedou-se no Hotel Central, um amazonense católico que, não tendo como pagar a conta,
foi socorrido por Leopoldo Machado que se responsabilizou pelo débito. Grato
pela gentileza, o amazonense retribuiu-o com um exemplar de O Evangelho Segundo
o Espiritismo. De volta a Salvador, retornando de sua primeira viagem ao Rio de
Janeiro, conheceu um homem chamado Viriato que se tornaria seu amigo. Viriato
era médium, mas nada sabia de Espiritismo, todavia conhecia espíritas como José
Petitinga de quem ele falava com admiração e quem Leopoldo Machado desejou,
ansiosamente, conhecer. Uma tarde, José Petitinga apareceu no 4º Armazém das
docas de Salvador à procura de Viriato e, da mesma forma, desejoso de conhecer
Leopoldo, convidando-o, enfim, para ir à sua casa. Leopoldo Machado dedicava-se
à declamação, ao canto e à dança. Frequentava, por isso, os saraus promovidos
por várias famílias respeitáveis de Salvador àquela época, e uma delas passou a
ser a de José Petitinga, então presidente da União Espírita da Bahia. Foi nesse
período que conheceu outro ilustre espírita: Manuel Quintão. Durante o dia,
Leopoldo Machado permanecia nas docas, em trabalho que ele considerava
humilhante; à noite, transformava-se em outro homem: secretário do Grêmio
Literário da Bahia, colaborando em revistas e recebendo críticas elogiosas de
acadêmicos de Salvador, figurões da literatura. Leopoldo se escondia quando
algum deles aparecia nas docas. Jeuville Olivier foi pseudônimo adotado por
Leopoldo Machado. Com ele, publicou produções em periódicos baianos e de fora,
como O Malho, do Rio de Janeiro. Affonso Ruy teceu críticas elogiosas aos
versos de Leopoldo Machado.
Certa noite, José Petitinga convidou-o para uma
reunião mediúnica em sua casa e emprestou-lhe, na ocasião, um livro de Poesias
de Amaral Ornelas que era amigo e colega de repartição de um baiano radicado no
rio de Janeiro: Carlos Imbassay. Este lhe escreveu uma carta que lhe
apresentava seu romance “Leviana”, solicitando-lhe a opinião. Leopoldo Machado
escreveu sobre a obra no Diário da Bahia, uma apreciação que não agradou ao
autor, a respeito de uma determinada censura que havia no livro sobre uma
reunião espírita. Leopoldo Machado, espírita recente e entusiasmado, não
concordou com o conterrâneo. Trocaram cartas e, em uma delas, Carlos Imbassay dizia
que não era espírita e Deus o livrasse do Espiritismo. Leopoldo Machado não
teve argumentos para revidar. Ainda não possuía o devido conhecimento para
debater com um adversário de tal envergadura. Mal adivinhavam, à época, que
Carlos Imbassay se tornaria espírita e, não somente isso, o mais brilhante
escritor e polemista espírita do Brasil. Leopoldo Machado e José Petitinga se
tornaram, a cada dia, mais amigos. E é Leopoldo que narra: A convivência com
Petitinga foi providencial. Uma noite me encontrei com Manoel Quintão em casa
de Petitinga e pretendíamos fazer uma hora de conversa proveitosa, porém, só o
Quintão falou. Contou de memória todo o enredo do romance Na Sombra e na Luz,
psicografado por Zilda Gama, atribuído a Victor Hugo. Leopoldo ontava a Carlos
Chiacchio, dias depois, na Praça Castro Alves, o ocorrido, quando Quintão
passou por nós, a caminho da casa de Petitinga. Intrigado com a pessoa, Chiacchio perguntou: - Quem era aquele senhor
tão alto e formalizado? – É o Manoel Quintão, a figura central do episódio que
lhe estou contando. Chiacchio sorriu-se cético e meio zombeteiro. Foi com ele a
minha primeira conversa de defesa ao Espiritismo, a primeira manifestação de
que encontrara, realmente, a doutrina que procurava. Isso ocorreu no ano de
1915. Algum tempo depois, Leopoldo Machado ocuparia o cargo de secretário da
União Espírita da Bahia.
Os anos vinte chegaram. O Rio de Janeiro não era
mais a Corte do Império, apenas a Capital do País, mas continuava atraindo os
baianos em geral, até mesmo os espíritas. Como outros companheiros, Leopoldo
Machado se deslocou, definitivamente, para lá aonde viria a casar-se com aquela
que seria sua companheira de todas as horas: - Marília de Almeida Barbosa.
Esta, após os estudos normais, diplomou-se em professora na Cidade do Salvador,
no Educandário N. S. dos Perdões. Sua família e a Leopoldo conheceram-se na
ilha de Madre de Deus, na Baia de Todos os Santos, em 1921. Curioso é que,
entre ela e aquele que seria seu futuro esposo, surgiu, inicialmente, uma forte
antipatia. Posteriormente, as famílias se separaram, indo á dela para o Rio
Grande do Norte e a dele para o Rio de Janeiro e, nesse mesmo ano, Leopoldo
Machado foi dirigir um colégio em Paraíba do Sul, justamente onde Marília iria
lecionar. Aí, a antipatia foi vencida finalmente e se uniram em matrimônio no
dia 31 de dezembro de 1927. Em fins de 1929, se mudaram para a cidade de Nova
Iguaçu. Marília aceitou o Espiritismo e desenvolveu suas faculdades mediúnicas,
convencida pelo marido, naturalmente. Não tiveram filhos. Seu primeiro e único
herdeiro foi um natimorto; chamar-se-ia Leopoldo, se fosse homem, e receberia o
nome Marília, se fosse mulher.
Em 1930, Leopoldo Machado consagrou-se como
legítimo educador, ao inaugurar, a 21 de abril desse ano, o Colégio Leopoldo,
tradicional estabelecimento de ensino, com a colaboração de Marília, de Leopoldina
Barbosa, sua irmã, e do Almirante Paim Pamplona, então presidente da Federação
Espírita Brasileira. Desenvolvendo um importante trabalho na seara espírita,
fundaram a Assistência aos Necessitados do centro Espírita Fé, Esperança e
Caridade; estabeleceram a visita periódica aos presos da cadeia e aos doentes
do hospital local; fundaram o Albergue Noturno Allan Kardec. Jornalista,
professor, escritor, poeta, pregador, polemista e dramaturgo, Leopoldo Machado
defendeu a Doutrina Espírita por todos os meios e formas. Apologista do
Espiritismo de Vivos, sem fugir à pureza doutrinária. Leopoldo Machado
incentivou a criação das Mocidades Espíritas e das escolas Espíritas de
Evangelização para Infância, impulsionando, também, as semanas Espíritas, as
Tardes Fraternas, os Simpósios, as Mesas Redondas e os Congressos. Ele divide o
mérito da idealização das Mocidades Espíritas com um jovem baiano: Heitor Cardoso, um moço de Salvador, inteligente e
dinâmico, que lhe escreveu expondo um plano interessante de aproximar os moços
do movimento espírita. De aproximá-los suavemente, alegremente. Como,
entretanto, não tinha projeção no meio espírita do Brasil, voltava-se para nós,
que bem poderíamos prestar este serviço à Doutrina. Um artigo – Aonde vai,
mocidade louca do Brasil? – coincidiu com a carta do moço de Salvador. Em
qualquer evento de importância para o Movimento Espírita Brasileiro, Leopoldo
Machado estava presente, atuando ativamente.
Em 1939, Deolindo Amorim torna a iniciativa de
realizar o I Congresso Brasileiro de Jornalistas Espíritas, em que contou com o
apoio integral de Leopoldo Machado. A partir daí, outros congressos e eventos
espíritas se realizaram nos anos seguintes.
No Natal de 1940, Leopoldo Machado, Oli de Castro e outros companheiros
fundaram o Lar de Jesus em Nova Iguaçu, inaugurado, definitivamente, no Natal
de 1942, abrigando 25 crianças, vindo a se tornar uma instituição atuante na
Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, realizou-se a Caravana
da Fraternidade, tendo a frente Leopoldo Machado, Lins de Vasconcelos e outros
confrades, que percorreu os estados no nordeste e norte, conclamando todos para
a participação, no I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil (17 a 23 de
julho de 1948), que teve à frente: o próprio Leopoldo Machado, Lins de
Vasconcelos, Oli de Castro, João Batista Chagas, J.C. Moreira Guimarães,
Geraldo de Aquino, Ruth Sant’ Anna e outros idealistas. No mesmo ano, Leopoldo
Machado participou, com destaque, no Congresso Brasileiro de Unificação,
realizado no Rio de Janeiro, e, também, no Pacto Áureo. Polemista, Leopoldo
Machado nunca se acomodava quando inimigos do Espiritismo armavam investidas
contra a sua pessoa e á doutrina que abraçava. Usava os recursos da
inteligência para defendê-la com a força do argumento, através da tribuna e da
imprensa. Manteve polêmicas com sacerdotes que tentaram ridicularizar o Espiritismo,
os quais se viram em palpos de aranha por falta de argumentos que pudessem
abatê-lo.
O trabalho que Leopoldo Machado desenvolveu na
seara espírita foi imenso e poucos se igualaram a ele. Escreveu para muitos
periódicos e órgãos espíritas, entre os quais, O Clarim e a revista
Internacional do Espiritismo. Levou o Espiritismo ao rádio, com a Hora Espírita
Radiofônica, na antiga Rádio Transmissora PRE-3, hoje Rádio Globo, trazendo ao
microfone o presidente da Federação Espírita Brasileira, na época, Guillon
Ribeiro. Mesmo fraco e abatido pela doença, costumava escrever e participar do
Movimento Espírita Brasileiro. Convidado para cinco Academias de Letras, só
aceitou tomar na Cadeira nº 1 da Arcádia Iguaçuana de Letras, com tese sobre
seu patrono, Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Da sua lavra
constam, entre espíritas e profanas, as seguintes obras: Meus Últimos Versos,
Saudades, Ideias e iluminação (poesias); Doutrina Inglória, Sensacional
Polêmica, Pigmeus contra Gigantes, Guerra ao Farisaísmo (polêmicas); Para o
Alto, Natal dos Cristãos Novos, Graças sobre Graças, Caravana da Fraternidade e
Ide e Pregai (crônicas); Teatro Espiritualista (1ª e 2ª séries) e Teatro da
Mocidade (dramaturgia); Uma Grande Vida, Cruzada de espiritismo de Vivos e
Observação e sugestões (roteiros); O espiritismo é Obra de Educação, Das
Responsabilidades Maiores dos Espíritas no Brasil, Para Frente e para o Alto,
Brasil, berço da humanidade (teses). Por fim, foi ele o criador da Canção da
alegria Cristã (letra) em parceria com Oli de Castro (música).
Leopoldo passou, de etapa em etapa, por quase todas
as searas do Espiritismo: a sessão mediúnica, a tribuna de conferência, o
jornal, o rádio, a organização de movimento de mocidade, o teatro, a
assistência social. Foi, talvez, o conferencista que mais visitou cidades por
este País, a serviço da propaganda espírita. Polemista, como todos sabem, foi
dos maiores e dos mais vigorosos.
Leopoldo Machado estava á bem dizer, no apogeu da tribuna: era o
conferencista que aparecia diariamente nas colunas espíritas dos jornais A Pátria
e Vanguarda. Ele era o homem da tribuna, de segunda a domingo, no centro da
cidade e nos subúrbios do Distrito Federal. Leopoldo Machado, mais tarde,
passou a cuidar de outras atividades e desprezou o terreno da polêmica. Para
ele, a causa espírita se sobrepunha a todas as vantagens humanas. Foi
procurado, mais uma vez, para ser candidato a Prefeito local e, também, para
ser Deputado Estadual, mas a tudo recusou dizendo sempre, invariavelmente: Eu só
quero ser espirita.
Retornando ao Rio de Janeiro vindo da Bahia pela
última vez, Leopoldo Machado chegou a escrever um poema sob o título “A Bahia
de Novo”, que foi publicado em uma revista da Legião da Boa Vontade. Logo após,
na noite de 22 de agosto de 1957, às 23 horas e 25 minutos, viria a desencarnar
no Lar de Jesus, cercado de amigos, familiares e acompanhado por seu abnegado
médico. Na manhã da sua desencarnação, como se previsse que seria seu último
dia na Terra, mandou chamar, o diretor técnico do Colégio Leopoldo e pediu-lhe:
Não transforme nunca o meu Colégio em um balcão de ensino. Transforme-o antes
num hospital. Nunca, nunca, em balcão de ensino. Seu corpo foi velado no
auditório do Colégio Leopoldo. O cortejo seguiu, às 16 horas, até o Centro
Espírita Fé, Esperança e Caridade, de que foi presidente por várias gestões,
para uma prece. Voltou até a Cancela Kaonze, atravessou-a e seguiu pela rua Marechal
Floriano. Exatamente como solicitara em testamento. Todo o comércio fechou as
suas portas e centenas de pessoas formaram alas à passagem do esquife.
Estiveram presentes espíritas, católicos, protestantes e representantes de
todas as correntes políticas, de todos os colégios particulares e públicos. A
notícia de sua desencarnação correu rapidamente por todo o Brasil, transmitida
por Alziro Zarur, presidente da Legião da boa Vontade, através da Rádio Mundial.
Na ocasião, Deolindo Amorim, confrade baiano e companheiro, escreveu algumas palavras
sobre Leopoldo Machado:
O Deputado Campos Vergal, militante no Movimento
Espírita Brasileiro, prestou homenagem póstumas ao companheiro com um discurso
proferido na Câmara Federal, de que são extraídos os seguintes trechos:
Senhor Presidente, ocupo esta tribuna para tecer
algumas considerações, embora ligeiras, sobre a figura de um notável baiano,
hoje falecido, que, durante muitos anos, residiu na cidade de Nova Iguaçu – o
Professor Leopoldo Machado. O que sempre admirei na sua vida foi seu grande
espírito de luta, seu acendrado amor à paz e à Humanidade. Leopoldo Machado se
despede da existência no momento em que se lança seu último livro – Caxias, Um
Eminente Iguaçuano. Tive oportunidade de lê-lo, e senti emoções novas a
respeito da vida do Condestável da república. É indispensável se destaque o
seguinte: Leopoldo Machado teve, em sua esposa, a professora Marília de Almeida
Barbosa, companheira de raro valor, caráter bem modelado, que foi o anjo bom,
foi-lhe a alma e o braço forte na fundação e manutenção do Albergue Noturno Allan
Kardec e principalmente, do Lar de Jesus. No Lar de Jesus, no culto cristão que
se realizava todas as terças-feiras, que não era com fins mediúnicos, que um
Espírito amigo, ignorando as normas estabelecidas, incorpora, na tarde de 16 de
abril de 1957, na senhora Carlos Imbassay e diz: Aqui estão três baianos
atrevidos, teimosos, insolentes. Mas trabalham e produzem. Quem assim se
expressou foi o Espírito de Souza Ribeiro, o médico e dentista, atrevido polemista,
de Campinas, São Paulo. Ele continuou, assim como fizera na existência, difundindo
os pontos de vista sob o mau uso da prece, alegando que, sem vigilância, a
oração só não adianta. Em Recordando Leopoldo Machado, Alfredo Miguel fala do
companheiro de lides espíritas, dizendo: - Nenhum espírita militante foi igual
a Leopoldo Machado que amava uma polêmica. Era rígido e contundente, confundia
e contundia segundo Manuel Quintão... A personalidade estática do baiano de
Cepa Forte ficou eternizada no tempo e no espaço, para aqueles que o
conheceram...
Supressões e pequenas
modificações.
Jc.
São Luís, 28/02/2013