segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A VIDA NA ESPIRITUALIDADE

A VIDA NA ESPIRITUALIDADE Separado do corpo físico, em decorrência da desencarnação, o Espírito volta, na maioria das vezes, a reencarnar depois de intervalos mais ou menos longos, intervalos esses que atualmente podem durar desde alguns anos até vários séculos, não existindo, nesse sentido, limite determinado. A Doutrina dos Espíritos ensina que esses intervalos podem prolongar-se por muito tempo mais jamais serão perpétuos. Enquanto aguarda nova existência neste ou em qualquer outro mundo, o desencarnado fica no estado de espírito errante, estado em que espera novas oportunidades e aspira a um novo destino. Dá-se o nome de erraticidade esse estado em que se encontra o espírito. Entretanto, o fato de estar desencarnado não o coloca sempre, na condição de espírito errante. O espírito que não mais precisa encarnar para evoluir, já se encontra no estado de espírito elevado. Assim, quanto ao estado em que se encontram na Espiritualidade, os espíritos podem ser: 1- ERRANTES – desencarnados que aguardam nova encarnação; 2- ELEVADOS – desencarnados que já chegaram á determinada perfeição e por isso não necessitam de novas encarnações. Porém, podem encarnar em missão determinada pela Providência Divina, no sentido de trazer novos conhecimentos e exemplos para serem seguidos. Em todos os tempos esses Espíritos Superiores voltaram a Terra, como missionários do bem. Convém destacar que o estado de erraticidade não constitui, por exemplo, sinal de inferioridade dos espíritos, uma vez que há espíritos errantes de todos os graus de evolução. A condição de espírito encarnado será sempre um estado transitório, visto que o estado normal é quando o espírito liberto da matéria vive plenamente a vida espiritual. Na erraticidade, os espíritos não ficam inertes, ociosos como muitos pensam; eles estudam e buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento, procurando o melhor meio de se elevarem, além de trabalharem no auxílio aos necessitados. O ensino espírita acerca da vida de além-túmulo mostra que na Espiritualidade não há lugar algum destinado à contemplação ociosa. Todas as regiões estão povoadas por espíritos em constantes atividades laboriosas e assistenciais. Na condição de errante, o espírito pode, portanto, melhorar muito, conquistando novos conhecimentos, fazendo o seu progresso, dependendo naturalmente de sua maior ou menor vontade de evoluir. Entretanto, será na condição de espírito encarnado, que terá oportunidade de colocar em prática os conhecimentos que adquiriu e realizar efetivamente, o progresso que está necessitando e buscando. Gabriel Delanne, afirma que os espíritos são os próprios construtores de seu futuro, conforme o ensino de Jesus, quando disse: “A cada um segundo suas obras”. Todo espírito que se atrasar em seu progresso, somente de si mesmo pode queixar-se, do mesmo modo que aquele que se adiantou terá todo o mérito do seu progresso. A felicidade que ele conquistar terá, por isso mesmo, maior valor para si. O progresso intelectual, é causado pela atividade que ele é obrigado a desenvolver no trabalho e o progresso moral, por causa da necessidade que os seres humanos têm de se auxiliarem uns dos outros. A existência social lembra ainda Delanne, é a condição para que as pessoas desenvolvam as boas ou más qualidades. Uma questão intrigante, diz respeito à situação da criança, na morte, cuja explicação deve-se à Doutrina dos Espíritos. Ela ensina que tal qual acontece com o espírito de uma pessoa adulta, o espírito de uma criança que morre em tenra idade, volta ao mundo espiritual e assume sua condição precedente, salvo os casos das almas ainda encarceradas no inconsciente, distante por enquanto do autogoverno a que André Luiz se refere no livro “Entre a Terra e o Céu”. A curta duração da existência da criança pode representar, para o espírito que a animava, o complemento de uma existência precedente, interrompida antes do programado; outras vezes a morte da criança constitui prova ou expiação para os seus pais. O espírito cuja existência se interrompe no período da infância recomeça em nova existência, que ocorrerá na época que for julgada mais conveniente ao seu progresso. Se ele não tivesse oportunidade de reencarnar, ficaria estagnado, à margem do processo evolutivo, fato que não corresponderia à justiça de Deus. Com a possibilidade de uma nova encarnação, o progresso passa a ser uma meta acessível a todos os espíritos que necessitam evoluir. Com a experiência vivida pelo espírito da criança que morre em tenra idade, seus pais são também provados em sua compreensão acerca da vida, podendo ainda, por esse meio, resgatar débitos contraídos no passado, quando, em existências passadas, abandonaram seus filhos à própria sorte ou os mataram deliberadamente com o recurso do aborto delituoso, tirando-lhes a oportunidade de nova existência, de novas conquistas e de melhor progresso espiritual. No desencarne (morte física), e de acordo com a evolução, duas condições podem ocorrer ao espírito: 1- O espírito não possuindo virtudes e tendo praticado o mal, é levado por espíritos inferiores, para regiões de sofrimento na Espiritualidade, e lá despertando, são martirizados, sem poderem se libertar dos sofrimentos; acontecendo ainda que muitos espíritos permanecem ignorantes de que já desencarnaram; 2- Possuindo o espírito determinadas virtudes e tendo praticado o bem, ele é levado adormecido por Benfeitores Espirituais, que o assistem, para lugares de repouso, onde despertarão e, convenientemente tratados, reiniciam o trabalho de evolução. Alguns espíritos mais evoluídos, são mantidos, desperto e assistido pelos mentores espirituais, permanecem as vezes no recinto onde seu antigo corpo está sendo velado, para reconhecimento da sua nova realidade de espírito, sendo depois levados pelos seus amados que o precederam na passagem para a Espiritualidade, ao destino de que se tornaram merecedores. Essa é a dura realidade na espiritualidade para todos os espíritos. Entretanto, poucos serão os que poderão evoluir para um mundo mais adiantado; a maioria tendo merecimento voltará após um período de reajustamento que podem durar anos, para a escola da Terra, a fim de completarem resgates, provas e trabalharem em benefício dos seus semelhantes que lhes possibilitarão a evolução. Ernesto Bozzano, na obra “A Crise da Morte”, observa alguns critérios na passagem do espírito para o mundo espiritual, que resumiu em doze detalhes fundamentais, a saber: 1- Todos os espíritos afirmaram se terem encontrado com a forma humana, na vida espiritual, isto porque o espírito, por meio do “perispírito” conserva a aparência terrena; 2- Quase todos afirmaram terem ignorado durante algum tempo, que não estavam mais no plano físico; 3- Haverem passado, durante a crise do desligamento do corpo, ou pouco depois, pela prova da recordação de todos os acontecimentos da existência terrena ora encerrada; 4- Muitos terem sido acolhidos nas Espiritualidade, pelos espíritos dos que foram seus familiares e amigos; 5- Haverem passado, quase todos, por uma fase mais ou menos longa de “sono reparador”; 6- Terem-se achado num meio espiritual harmonioso (no caso de espíritos melhores), e num meio tenebroso (no caso de espíritos pouco moralizados); 7- Terem reconhecido que o meio espiritual era um novo mundo, real, semelhante ao mundo terreno, porém, mais espiritualizado; 8- Haverem aprendido que na espiritualidade, o pensamento constitui uma forma criadora, pela qual o espírito pode reproduzir em torno de si, o ambiente de suas recordações; 9- Terem sabido que a transmissão de pensamento é a forma de comunicação, embora alguns espíritos se iludam julgando conversar por meio de palavras; 10- Haverem comprovado que os espíritos podem se transferir de um lugar para outro, ainda que muito distante, apenas pela sua vontade, mas dentro do plano a que fez jus; 11-Terem verificado que se achavam em estado de perceber os objetos pelo interior, pelos lados e através deles; 12- Terem aprendido que os espíritos evoluídos seguem automaticamente para o plano espiritual que conquistaram, por motivo da lei de “merecimento e afinidade”, podendo, entretanto, visitar os planos inferiores, e os que lá estiverem, mas, estes, não podem subir aos planos superiores. Além destes doze detalhes fundamentais, Ernesto Bozzano relaciona mais alguns detalhes secundários: A- Que alguns espíritos recém-desencarnados, ao observarem seus corpos físicos, inertes, geralmente falam que estão em um “corpo etéreo” perispírito idêntico ao corpo físico; B- Afirmam que, assim como não existem pessoas absolutamente idênticas na Terra, o mesmo se dá na Espiritualidade, de modo que até a passagem para o plano espiritual não é exatamente igual para todos; C- Quando dominados por paixões humanas inferiores, os espíritos se conservam ligados ao meio onde viveram, na ilusão de se julgarem ainda na existência terrena, e tornam-se muitas das vezes, os espíritos “assombradores” ou “obsessores”, mesmo não tendo o desejo de fazer o mal; D- Na espiritualidade, os espíritos inferiores não podem ir a planos superiores, devido à diversidade vibratória de seus “corpos etéreos pesados”; E- Os espíritos afirmam ainda que, quando se encontram a sós, percebem mentalmente uma voz que lhes chega aconselhando sobre o que fazer: são os Espíritos amigos que, percebendo seus pensamentos, lhes orientam no sentido do progresso espiritual. Muitas pessoas pensam que, quando o espírito desencarna, deixa com o corpo todas as suas más paixões e seus vícios. A verdade é que depois de sua partida da Terra, o espírito conserva todas as suas boas qualidades ou as más tendências que possuía no mundo, e observam os espíritos que estão felizes, como para lhes mostrar a necessidade de trilhar o caminho do bem. Na erraticidade o espírito toma conhecimento das suas existências anteriores e vê o futuro que o aguarda e o que lhe falta fazer para atingi-lo, tal qual um viajante que chega ao alto de uma montanha e vê o caminho percorrido e o que lhe resta para alcançar o objetivo. Quando um espírito diz que sofre, ele está experimentando as angústias morais que o torturam mais que os sofrimentos físicos. O avarento vê o ouro que não pode mais possuir; o imoral vê as orgias nas quais não pode mais tomar parte; o orgulhoso vê as honras que não mais pode gozar; o viciado a bebida que não pode mais tomar e o fumo e as drogas que não pode mais consumir; o ambicioso, os bens que não pode mais possuir... Mas, seguramente, o maior sofrimento é o pensamento de serem condenados para sempre, enquanto observam a felicidade de outros espíritos que fizeram por merecê-la. A felicidade dos bons espíritos consiste em não terem ódio, nem ciúmes, nem ambição, nem egoísmo, nem qualquer outro sentimento inferior, que fazem á infelicidade do ser humano. O amor que os une e a caridade que praticam é para eles a fonte suprema de felicidade. Eles não experimentam nem as necessidades nem os sofrimentos da existência terrena; são felizes pelo bem que fazem. A situação dos espíritos e sua maneira de ver as coisas variam ao infinito, em razão do grau de desenvolvimento moral, intelectual e espiritual. Os espíritos de ordem elevada, só fazem na Terra, paradas de curta duração. Tudo o que se faz na Terra, é tão mesquinho em comparação com as grandezas do infinito, que eles se sentem desejosos de voltarem ao seu ambiente de paz e harmonia, a não ser quando convocados a promover o progresso da Humanidade, na condição de missionários do bem. Os espíritos de ordem mediana estacionam mais tempo na Terra. Os espíritos imperfeitos e vulgares são os mais adaptáveis às condições do planeta e constituem a massa da população dos mundos de provas e expiações, que é a situação atual da Terra. Com relação às qualidades íntimas, os espíritos são de diferentes ordens e graus, que são percorridos sucessivamente, à medida que vão se depurando. Quanto ao estado, podem ser encarnados, isto é, unidos a um corpo físico; errantes, livres do corpo físico, esperando uma nova encarnação para se melhorarem; elevados, que não têm mais necessidade de encarnação. A marcha ou ascensão dos espíritos é progressiva; jamais retrógrada. Eles se elevam gradualmente e não descem da categoria que já alcançaram. Nas suas diferentes existências corporais, podem descer como seres humanos, mas nunca como espíritos. Assim, a alma de um rei na Terra pode, mais tarde, em outra existência, animar o mais modesto trabalhador e vice-versa, porque as posições entre os seres humanos, frequentemente, estão na razão inversa da elevação dos sentimentos morais. O exemplo mais marcante, observamos em Herodes que era rei, porém espírito inferior, e Jesus que era um carpinteiro, porém um espírito puro, quando encarnou na Terra... Finalizando, recordo as palavras de Emmanuel, mentor de Chico Xavier, ao dizer: “Os que partiram na grande jornada, estão vivos e compartilham as tuas aflições. Pensa neles com saudades, convertendo teu sentimento em oração. Efetua por eles, o bem que desejariam fazer. Contempla os céus em que mundos incalculáveis nos falam da Criação e da união sem adeus, e ouvirás a vós deles no próprio coração, a dizer-te que caminham felizes, em plena imortalidade, tendo a certeza de que Deus que nos criou para nos amarmos plenamente, jamais nos separaria para sempre. . .” Quer estejamos habitando mundos, ou vivendo na Espiritualidade, fazemos parte da grande família, cujo pai é Deus, supremo criador do Universo. Se, desejamos ser recebido na Espiritualidade pelos nossos entes queridos e habitarmos um plano de paz e harmonia, tratemos de fazer por onde termos esse merecimento que é conquistado pelo bem que fizermos aos nossos semelhantes, sejam eles parentes amigos ou desconhecidos, como na parábola do “Bom Samaritano”. . . Bibliografia: O Livro dos Espíritos Livro “Entre o Céu e a Terra” Emmánuel Jc. S.Luis, 28/12/2004 Refeito em 29/12/2012

C O M P O R T A M E N T O

C O M P O R T A M E N T O S Vanda Simões, em artigo publicado no “Jornal do Lar”, nos informa “que ultimamente, os estudiosos do comportamento humano, chegaram a conclusão que, o excesso de liberdade, traz prejuízos para a formação do ser humano. Informa ainda que a teoria amplamente difundida e executada nos últimos anos, que era de não impor limites a uma criança, estava definitivamente errada e encerrada. Afirmando em seguida, que os pais americanos estavam perplexos e confusos, com a geração de jovens e seus destemperos comportamentais”. Só nos últimos cinco anos, nos Estados Unidos, ocorreram mais de 250 assassinatos cometidos por crianças e adolescentes, apesar das leis americanas serem mais rigorosas do que em qualquer outro lugar do mundo. No Brasil, uma pesquisa indica que 25% das crianças que estudam em escolas do Rio e de São Paulo, demonstraram um comportamento agressivo, nas relações com colegas e professores. E mais: embora só agora as notícias sobre a violência nas escolas tenham se tornado mais freqüentes, o problema é antigo, especialmente, nas grandes metrópoles. Outras pesquisas divulgadas pelo Grupo de Planejamento e Pesquisa, do Rio, comprovam que a questão é muito mais grave nas áreas pobres, onde já foram registrados casos de agressões com estupro, de alunas pelos colegas. A mesma pesquisa indicou ainda que, as crianças vêem mais violência nas televisões do que nas ruas, e que muitas delas, acabam alimentando o desejo de ter uma arma para seguir o exemplo dos filmes assistidos. O pesquisador Robert Blum, observou a falta de amor por parte dos pais, como o grande fator da agressividade dos jovens. Diz ele que; “a criança que não se sente amada, querida ou cuidada pelos pais, torna-se violenta, e que essa situação piorou a partir dos anos 60, quando as mães começaram a entrar no mercado de trabalho, ficando várias horas longe dos filhos, e estes passaram a ter excesso de liberdade e escassez de atenção e carinho. A criança que sente ódio, não consegue amar porque desconhece o que é amor, por não haver recebido”. É certo que o ser humano precisa e vivencia as experiências de que necessita para o seu crescimento e existência. É certo também que poderá apressar ou retardar sua marcha, dependendo da maneira pela qual se conduza. Aí, entra o livre-arbítrio, que faz o adolescente escolher este ou aquele caminho. O mundo faz o seu papel de agente das oportunidades nos vários campos, o que significa dizer que se encontra na Terra, o que se precisa para bem ou mal se conduzir na existência. Dentro dessa concepção de vida, e após séculos de lutas pela liberdade de idéias e atitudes, explode nos Estados Unidos, o movimento hippie, na década de 60, influenciando a cabeça das crianças e dos jovens, a vivenciar outros modos de atitudes e comportamentos, como forma de repúdio e de modificação da sociedade conservadora. Surgia então, o movimento desagregador dos costumes familiares, e, comportamentos estranhos eram proclamados junto aos adolescentes. Em meados dessa década, cerca de 300 mil jovens haviam deixado seus lares para juntar-se a esse movimento, que pregava o sexo livre, a liberdade para fazerem das suas existências, o que bem entendessem, incluindo o uso abusivo de bebidas alcoólicas, drogas, e ainda, o descompromisso em assumirem a responsabilidade dos seus atos. A partir daí, e em conseqüência de uma pseudoliberdade, os jovens achavam ter conquistado a felicidade, e as escolas do comportamento humano, elaboraram teses as mais absurdas sobre a formação da personalidade do ser humano. Desde a liberdade que a criança passou a ter de fazer o que bem quisesse, sem que ninguém a molestasse para não traumatizá-la, até a iniciação precoce na sexualidade, tudo era aceito como normal. Felizmente esse movimento passou, mas até os nossos dias, ainda presenciamos resquícios dessa época, aliada a outros comportamentos reprováveis, que nos impõe os programas de Tvs, quando vemos nas novelas, principalmente na infantil intitulada “Chiquititas”, abordar assuntos de namoros, transas, “ficar”, traições, etc., e muitas mães se deixam levar nessa onda, em lugar de tratarem de assuntos essenciais à existência das crianças, tais como: preocupação com os estudos, com a boa moral, com os exemplos dignificantes, os comportamentos éticos e a religiosidade, necessária principalmente a essas mentes em formação, carentes de exemplos dignos para se tornarem bons cidadãos, permitem que seus filhos prematuramente, sem as mínimas condições de arcar com suas responsabilidades, tenham encontros privados, dentro do próprio lar, possibilitando a geração de novas crianças. Elas, na condição de avós, podem cuidar desses bebês? E quando não puderem mais, o que vão fazer? Transferir os problemas gerados por elas, para os filhos? Muitos daqueles jovens da década de 60, hoje são os pais de adolescentes e jovens. Criaram seus filhos dentro de uma concepção de liberdade irrestrita, acreditando estar nisso o segredo da estabilidade emocional, das relações pessoais e da felicidade. As escolas dessas teorias criaram adeptos no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Muitos pais, sem avaliar as conseqüências futuras, entram nessa linha de pensamento e passaram a trabalhar mais em busca do sucesso material, a fim de proporcionarem aos filhos, melhores condições, brinquedos de última geração, roupas de grife, passeios ao exterior (Disneylândia de preferência), e computadores, como substitutos dos cuidados e carinhos que deveriam dar aos seus filhos. Porém, se esqueceram da educação que deve ser ministrada pelos pais no lar, para o bom comportamento na sociedade, deixando de lado a convivência tão necessária e os exemplos edificantes que deveriam ser transmitidos. Alguns dizem: “Como os tempos são outros, as crianças têm que ter liberdade de escolha”. Dessa maneira, as crianças passaram a estabelecer seus próprios limites, e como não possuem ainda a maturidade para tal, ultrapassaram as normas de bom senso, resolvendo suas próprias existências, como: horário de dormir (invariavelmente tarde), programas de televisão (geralmente todos), horário de fazer as tarefas escolares (quase nenhum), alimentar-se de sanduíches e somente do que gostam e não do que precisam, noitadas em clubes ou em outros lugares que nem mesmo os pais sabem, dormir em casas de colegas, e aí está um grande perigo da iniciação em bebidas alcoólicas, drogas e na promiscuidade sexual, e até na quantidade de dinheiro que devem receber, como mesada e não como retribuição a algum trabalho. O resultado disso tudo é que os pais, hoje, não sabem o que fazer com pequenos déspotas que têm dentro de casa. Filhos que foram criados naquela mentalidade, que se transformaram em tiranos dos próprios pais. Em muitos casos, quem manda na família são eles, pois tudo é feito para atender suas menores exigências. Estabelecer limites, é cercear a liberdade da criança e os traumas advindos disso são imensos, foi o que aprenderam esses pais com as teorias dos anos 60. E não é só por isso não, é também por comodismo que muitos pais deixam que os filhos cresçam ao sabor das influências dos colegas, da televisão, que na maioria das vezes, só mostra o que não presta para ninguém, e nas suas próprias tendências, que nem sempre são saudáveis e recomendáveis, pela falta da orientação e do exemplo dos pais. Criada essa grave situação os estudiosos do comportamento humano, chegaram à conclusão que esses excessos de liberdade, trazem prejuízos à formação do ser humano, isto após décadas de estímulo a essas teorias perniciosas, que nos dias atuais, são repetidas e apresentadas pela televisão. Estão aprendendo com a triste experiência. Sem valorizar o lado moral na formação dos jovens, vêem-se agora os pais, às voltas com duas gerações perdidas de valores, sem rumo, sem esperanças, vítimas de teorias absurdas, elaboradas por mentes em desarmonia. Fruto dessa filosofia de vida, os pais passaram a ser responsáveis pelos desregramentos dos filhos, em vista de não lhes terem doado tempo, atenção, carinho e amor. A falta de amor é a principal causa da agressividade das crianças, observou o pesquisador Robert Blum. Segunda a educadora Tânia Zagury, há muita necessidade de amor na educação dos filhos. Diz ela ainda: “Se acreditarem na importância do amor e no bom diálogo, os pais estarão dando o melhor de si para criar seus filhos, num clima de harmonia na família e de bem viver na sociedade”. Estatísticas de UTIs neonatais comprova que os bebês bem cuidados e bem alimentados que não recebem a visita e o afeto diário dos pais, não se desenvolvem, enquanto que os que recebem carinho diário se recuperam mais rápido. Isto comprova que toda criança precisa de atenção e afeto, cuidados mais essenciais do que a própria alimentação. Outra orientação é a de que, ao invés de reclamarem do ciúme infantil de algum filho, os pais devem se conscientizar que estão distribuindo seu amor de maneira errada à saúde emocional dessas crianças. As brigas e agressões entre irmãos, não precisam apenas de repreensões e punições, mas também de diálogo, porque é pela ausência do esclarecimento e do amor, que o ódio e a rivalidade se desenvolvem. Finalmente, o irmão que é alvo de hostilidade, deve manter um distanciamento, que é mais saudável, até que surja uma consciência no irmão hostil ou na família, e as condições necessárias a uma mudança de comportamento. Segundo os psicanalistas, há males existentes irrecuperáveis. A Doutrina dos Espíritos nos esclarece que há diferenças de estágios evolutivos e que existem inúmeras famílias constituídas de espíritos inimigos de outras existências, que são reunidos para iniciarem o processo de reconciliação e evolução. Se Deus colocasse esses espíritos, em cidades e famílias diferentes, jamais eles poderiam se reconciliar. Além destas orientações, para corrigir o rumo devem ser aplicados castigos de forma efetiva, nunca de maneira exagerada. Quando a disciplina é rompida, os pais devem dar à bronca. Algumas palmadas de vez em quando também costumam dar bons resultados. Se não funcionar, devem ser retirados os privilégios. Por exemplo: Não deixar que a criança assista ao programa de televisão que gosta ou brincar com o vídeo-game naquele dia. Conversar com a criança sobre o assunto para que ela reflita sobre o erro que cometeu, é aconselhável. Reaja com rigor caso os irmãos briguem frequentemente. Uma coisa é aquela briguinha caseira, outra é virar agressividade, que pode ir para fora do lar, onde a criança pode correr o risco de se envolver em brigas mais violentas. A dificuldade de ensinar o que é certo e o que é errado para os filhos, em função do comportamento anormal de determinadas pessoas, tem criado situações de ambigüidade na ética da sociedade. Vários são os exemplos com os quais convivemos. Alguns exemplos: Os traficantes das favelas do Rio, que destroem as gerações futuras com as drogas, por dispensarem alguns favores aos favelados, são aceitos, apoiados, favorecidos e imitados pelas crianças, convivendo tranquilamente nas comunidades. O seqüestrador Leonardo Pareja, quando vivo, recebia na prisão, grande quantidade de cartas de admiradoras. O jogador de futebol, Edmundo, foi ídolo mesmo com o temperamento e comportamento que lhe rendeu o apelido de “Animal”. Graças a Deus, ele evoluiu e hoje não deseja mais ser chamado de “Animal”, porquanto já é uma nova pessoa. E temos muitos outros exemplos negativos mostrados diariamente na política e na televisão. Diante destes fatos, somados a tantos outros, fica difícil transmitir valores morais para um comportamento ético. O que se pode considerar certo, ou errado? Até onde se deve impor limites? Estes são questionamentos que podem gerar uma situação aflitiva, contudo refletem hoje, a conscientização e a preocupação dos pais, sobre a existência desses problemas. O monge Agostinho, no livro “Evangelho Segundo o Espiritismo”, orienta dizendo: “Desde o berço a criança manifesta os instintos maus ou os sentimentos bons que traz de sua existência anterior...” Durante a infância, a criança recebe os conceitos dos pais. Entretanto, de nada adianta adotarem um determinado manual para as crianças, quando os pais mantêm um comportamento oposto. Citemos o caso de pais que procuram passar idéias pacifistas aos filhos, mas que ao mesmo tempo vivem discutindo e brigando dentro de casa. Mesmo com posições definidas dos valores éticos morais que queremos ensinar aos nossos filhos, às vezes nos vemos em confronto com o que o mundo e a televisão mostram, sendo necessário firmeza e perseverança para convencê-los a agir corretamente, e incutir em suas mentes o comportamento certo. Outras vezes é preciso desligar a televisão pelo péssimo programa apresentado. Deixar de atuar na formação moral de nossos filhos, pelas dificuldades de enfrentar o assunto, é uma atitude perigosa, cujas conseqüências podem ser muito mais desagradáveis, pois mesmo que não queiramos, os valores éticos são sempre transmitidos por nós, ou negativos de outras maneiras. É preciso, pois, os pais estarem atentos na formação e orientação dos seus filhos, evitando assim desgostos futuros. Cabe aos pais o papel de educador, orientador com um comportamento exemplar, a fim de encaminhá-los para uma existência responsável e consciente de direitos e deveres, perante as leis da sociedade da qual fazem parte e das leis divinas a que todos estamos submetidos. Não devem faltar orientações quanto às drogas, uso de bebidas alcoólicas, sexo e doenças transmissíveis como a AIDS, para que o jovem inexperiente, não se perca e venha a cometer erros que possa se arrepender e sofrer pelo resto da existência e também seus pais. Os pais têm que entender que o modo de agir e o comportamento perante os filhos, devem ser um modelo, pois são geralmente seguidos por eles. Exemplos: Se não queremos que nosso filho seja um fumante; se fumamos, deixemos de fumar, pois sabemos dos males que causa o tabaco. Se não queremos que ele se torne um alcoólatra, deixemos de beber. A força moral só prevalece com os exemplos. Dialogar com o filho ou a filha, tirando-lhe dúvidas, também é essencial para um bom relacionamento. É melhor a orientação dos pais do que o conhecimento deturpado feito por outras pessoas. A atenção e o interesse, pelo que o jovem faz, sempre procurando ajudar e estimular, estabelecendo uma amizade com ele, pode colaborar muito para um bom comportamento desde junto à sociedade. Finalmente, é importante acima de tudo, dar uma formação religiosa aos nossos filhos, ajudando-os a despertar sentimentos e valores, como ser útil ao próximo, estimulando a prática da caridade, do respeito e amor que devem ter aos semelhantes, principalmente aos idosos. A Doutrina dos Espíritos vem nos alertar quando diz: “Quando produzis um corpo, o espírito que nele encarna, vem para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponha todo vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal missão vos está confiada, cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes a contento”. Este é o compromisso que nos cabe ter na qualidade de pais na Terra. Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações... Bibliografia: Vanda Simões Robert Blum Livro “Evangelho Segundo o Espiritismo” Jc. S,Luis, 17/6/1999. Refeito em: 28/12/2012

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A CULPA DOS PAIS

A CULPA DOS PAIS Serão as mães as mais culpadas? – Para responder a esta pergunta temos que refletir sobre a responsabilidade que todos os pais têm, na educação, correção e formação do caráter dos filhos, e, também por alguns dissabores que os pais sofrem. Filhos ensina-nos a Doutrina dos Espíritos, são espíritos milenares com vícios, imperfeições, conhecimentos e virtudes, que estão tendo mais uma oportunidade de aperfeiçoamento, através daqueles que foram escolhidos para colaborarem na formação de um corpo, e com a tarefa de educar o espírito: os pais. Beneficiados pela dádiva do esquecimento do passado, desde a fase do feto, esses espíritos são acolhidos pelas mães e representam um grande compromisso, pois os seus desejos, atitudes e comportamento, terão reflexos na personalidade daquele pequeno ser em formação. Segundo os especialistas, ainda no ventre, têm o espírito á percepção de tudo e dos sentimentos a seu respeito, inclusive os pensamentos da sua mãe. Afirma-se que comentários dos pais, por exemplo, dizendo que querem um menino, podem criar complexo de rejeição no espírito reencarnante, cujo corpo seja de uma menina, apesar de sabermos que os espíritos não têm sexo, podendo renascer eles ora em corpo masculino como em um corpo feminino, de acordo com às necessidade do espírito. Se for menino, vem para desenvolver a inteligência; se for menina vem para desenvolver os sentimentos. Os reflexos desse sentimento de rejeição poderão surgir mais tarde, gerando problemas que incomodarão os pais. O recomendável é não comentar preferência por “ele” ou “ela”, até que seja efetuado o exame comprovando o sexo. Se porventura o sexo do feto em formação não for o do desejo do casal, deverá haver uma aceitação por parte destes, respeitando o direito e a necessidade do espírito, para que não venha a se instalar o processo de rejeição. Escolher um filho como favorito e deixar os outros de lado podem trazer sérios problemas no futuro, tanto ao eleito quanto aos preteridos. Vejamos pequeno exemplo: Em uma família, João era o predileto dos pais. Considerado o mais aplicado dos três irmãos no estudo; o mais habilidoso nos esportes e ainda era um virtuoso no instrumento musical. O exemplo retrata bem o hábito de algumas famílias de optarem pelo filho que consideram perfeito, o “eleito”. Aos olhos dos pais, ele é isento de qualquer culpa e defeito, porque só faz o que os pais se orgulham. Sobre os outros irmãos, “os preteridos”, recaem as responsabilidades pelas ações e/ou atos errados e, claro, as proibições e os castigos. A predileção por um determinado filho existe desde os tempos mais remotos da história da humanidade. A Bíblia traz narrativas sobre a inimizade, a rivalidade e a inveja entre irmãos, geradas pela predileção dos pais por um deles. O fato mais conhecido é o que Caim mata Abel, simplesmente porque este era o favorito de Adão e Eva. “José do Egito” é outro personagem prejudicado pelos irmãos. Irritados por ter o pai Jacó toda predileção por José, os irmãos o venderam como escravo aos mercadores. A psicóloga Dalka Chaves Ferraz, especialista no atendimento de crianças e adolescentes, explica que “é próprio do ser humano ter preferências e afetos direcionados a determinadas pessoas”. Porém, quando os pais entendem que isso pode trazer conseqüências para os filhos, passam a tratar todos igualmente; a não comparar e nem exaltar as qualidades de um determinado filho/filha. Muitas vezes os pais não se dão conta dos efeitos nocivos dessa preferência acintosa; ou então, quando isso é muito alardeado, os irmãos entram num quadro de ciúmes, situação que ocasiona vários riscos e atritos, como os comentados anteriormente. Existe o risco do preferido se tornar um narcisista exacerbado. “A pessoa preferida ou endeusada desde pequena cresce como se o mundo estivesse aos seus pés. Ela se considera o centro das atenções, e, no futuro será individualista, com a tendência de não ter limites, pois nunca houve um não para ela”, na avaliação da psicóloga Dalka. Esses filhos que sempre são preferidos criam um vínculo de cobrança inconsciente e fica toda a existência esperando sempre receber. No fundo, acreditam que são muito bons, mas têm muitas dificuldades em lidar com a frustração. Não podem ser contestados porque se julgam ótimos. Na existência adulta, os efeitos de ter sido preferido, se refletem em uma pessoa antissocial, exigente e incapaz de atingir as expectativas. Essa falsa impressão de que o mundo está ao seu serviço, pode fazer com que essa pessoa passe por maus momentos, quando os adultos ou superiores decidirem quebrar essa onipotência, por meios de limites rígidos. Poderá ela ter frustrações inesperadas e grandes problemas para lidar com a realidade nua e crua, que até então desconhecia. Com relação aos “preteridos”, a psicóloga Dalka Ferraz ressalta que estes sempre se sentirão em uma situação desconfortável, de comparação desfavorável, difícil de sentir-se estimulado e mais ainda, de se recuperar; serve como uma lição de vida. Em virtude dessa situação, eles vão à luta porque sabem que precisam ir com as próprias pernas, contar somente consigos mesmos. Sabem que as coisas para eles são mais difíceis. São mais desbravadores porque terão que vencer os obstáculos, terem vontades e experiências próprias e não são privilegiados, muito menos terão proteção. Por mais que subam na existência, ao longo de toda ela sempre lembrarão de que os outros são melhores. Por mais que eles façam, por mais que se esforcem, nunca conseguirão atingir as expectativas dos pais. O ambiente familiar abriga também outra figura; esta eleita como o “bode expiatório”, o caixão de pancada, responsável por tudo de errado que ocorre. Existe criança que é considerada “bode expiatório” da família inteira, a ponto de todo mundo acusá-la. Isso ocorre por várias razões, e, uma delas, é que veio ao mundo sem ser “planejada”; apareceu na hora errada e não é do sexo que os pais queriam. Ela passa a ser o motivo dos problemas e de todas as frustrações da família, ficando sempre a mais prejudicada porque existe uma intencionalidade de agressão inconsciente, porém quase consciente. A psicóloga diz ainda que “quando a pessoa tem ajuda, consegue reverter esse quadro, coso contrário, vai se afundando mais e mais. Muitas vezes, nessa situação, a criança começa a chamar a atenção em virtude do seu lado negativo que passa a se manifestar e agir”. No caso de favoritismo e de bode expiatório na família, e havendo embate entre eles, o preterido canaliza a revolta para a figura do irmão. Caso o confronto atinja os pais, o inimigo fica sendo a figura da autoridade (o pai). Por isso há os revoltosos e as Febens da vida. São os preteridos que foram escolhidos para não ter afeto, consideração e amor, porque tudo neles é errado e desagradável. Eleger um filho/filha e não ter compreensão dos problemas futuros que possam surgir, tanto para ele como para os preteridos pode ser lamentável e perigoso. Caso a pessoa seja pai ou mãe que realmente queira passar para o seu filho boas experiências, deve ter atenção redobrada nos primeiros anos de existência da criança, pois o seu “eu” individual se estrutura do nascimento até os três anos de idade. Se os pais nesse período forem tendenciosos, forem violentos, drásticos, as seqüelas ficam na criança, pois, depois tudo o que acontecer será readaptação, porque a estrutura já está implantada. “A criança que passa por situação de extrema carência afetiva nos primeiros anos de existência, pode até morrer”, complementa a psicóloga. Estes são os casos das crianças que são abandonadas e não conseguem uma substituta da figura afetiva da mãe. Falando em problemas, um dos mais freqüentes é a irresponsabilidade dos adolescentes, atualmente. Os pais reclamam que os filhos não querem fazer nada; nem cuidar dos próprios pertences. Cooperar nas tarefas de casa, nem pensar. É claro que existem muitas exceções. As mães que trabalham fora do lar arcam com pesado ônus de terem carga de trabalhos dobrada. Outras mães encarnam a figura da mãe boazinha, da mãe serva, da mãe escrava. Os filhos então passam a ser exigentes. Exige a roupa passada, a refeição pronta na hora que querem, como se estivessem num hotel de luxo, com camareiras, cozinheiras e serventes de toda espécie, sem pagarem qualquer salário. A preocupação excessiva de algumas mães em tratar os filhos, é um dos fatores que cria filhos exigentes. Sabem como? – Quando as mães se sentem na obrigação de realizar pelos filhos o que eles já podem fazer. A mãe agindo assim permite que o adolescente fique sem fazer o que deve, e ele raciocina: “Eu posso fazer, mas ela faz por mim. Por que eu vou me preocupar?” Acostumados, eles passam a exigir cada vez mais: “Por que a minha roupa não foi passada? E o meu tênis por que não foi lavado?” – A mãe se torna uma escrava, porque precisa dar conta das suas tarefas caseiras e das tarefas dos filhos. Alguns pais para não se aborrecerem procuram dar aos filhos tudo o que eles pedem, muitas vezes com renúncia de necessidades e até com sacrifícios, sem lhes mostrar o valor e quanto custa de trabalhos. Quando pequenos, pedem um brinquedo; quando adolescentes, pedem uma roupa ou um tênis de marca; quanto mais adultos os desejos também são mais dispendiosos, como uma viagem, um computador, um cartão bancário, um carro, etc., e, quando não atendidos, se voltam contra aqueles que nunca lhes mostraram que tudo tem um limite, e lhes permitiram crescessem sem saber dar o devido valor às coisas, ao dinheiro e o trabalho; outro erro cometido pelos pais. Alguns pais costumam dizer: “Não quero que meus filhos passem as dificuldades que passei”. Essa frase é cheia de boas intenções, mais infeliz, pois cada pessoa tem o seu destino. Podemos até amparar e ajudar, mas cada um faz a sua existência. Sabemos que a responsabilidade pelos filhos é de ambos, mas para a mãe, pelo contato mais direto, ficam as tarefas maiores de educação e o encaminhamento dessas almas que Deus lhe confiou. Se às vezes falhamos, é por falta de conhecimentos, por excesso de proteção e por sermos ainda espíritos imperfeitos. Afinal, filhos não chegam com manual de instruções. Errar, lutar, redirecionar e acertar faz parte do nosso crescimento como seres espirituais. Vejamos agora um exemplo de mãe indiferente. – Desejando sua realização profissional, a mulher-mãe tem relegado e transferido a outras pessoas, a tarefa importante da educação dos seus filhos. Ficam as crianças entregues aos cuidados de babás na maior parte do tempo, ou a parentes que já se encontram sobrecarregados com seus trabalhos, e às vezes, até entregues aos idosos sem maiores condições de atender as crianças. Outras mães deslumbradas com os eventos sociais, ou por não suportarem ficar presas no lar, não assumem os sacrifícios e as renúncias de uma mãe exemplar, e se afastam do lar, sob alegações várias, mesmo que os filhos fiquem carentes de afetos e cuidados. Tudo em prejuízo das crianças, das suas necessidades afetivas, da necessidade fluídica que têm da mãe, pois que a criança se alimenta também dos fluídos da mãe a quem ama e de quem depende. Carinho de mãe pode ser substituído? Talvez. Mas a educação e o amor que deixarmos de dar aos nossos filhos, iremos responder com certeza, no dia em que Deus nos perguntar: “Que fizestes do filho/filha confiado a vossa guarda?” E o pai que também não dá atenção nem amizade aos seus filhos? Alguns, indiferentes, consideram os filhos como um peso indesejável e incômodo que lhes trazem preocupações e sacrifícios. Outros, além de não assumirem com responsabilidade, a paternidade, ocupam seu tempo de lazer com futebol, festas, bebidas, e, quando resolvem levar os filhos a passeio ou à praia, os iniciam na bebida alcoólica ou no cigarro, para satisfazer seu “ego” e servir de afirmação de masculinidade para as outras pessoas. Com esses procedimentos, esses pais não deveriam constituir uma família nem ter filhos. Agora, vamos conhecer a figura de uma mãe má; seu desabafo e a opinião de seus filhos. “Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a razão que motiva pais e mães, a agirem assim, eu hei de lhes dizer: Eu os amei o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão e a que horas regressarão. Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. Eu os amei o suficiente para os fazer pagar as balas que tiraram da mercearia e os fazer dizer ao dono: “Nós tiramos isso ontem e queremos pagar”. Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês por duas horas, enquanto limpavam o quarto – tarefa que eu teria realizado em 15 minutos. Eu os amei o suficiente para os deixar ver, além do amor que eu sentia por vocês, também o desapontamento e as lágrimas em meus olhos. Eu os amei suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes “Não”, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso. Essas eram as mais difíceis batalhas que enfrentava. Estou contente, venci... porque, vocês venceram também! E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem o que motiva os pais e mães, meus filhos vão lhe dizer, quando eles lhes perguntarem se a mãe deles era má, eles responderão: “Sim... á nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo!” E por que a nossa mãe era má? – É muito simples comprovar: As outras crianças comiam doces e biscoitos no café, e nós tínhamos que comer apenas frutas e pão; as outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço; e nós tínhamos que comer arroz, feijão e carne. E ela nos obrigava a fazermos as refeições à mesa, bem diferente das outras crianças que comiam vendo televisão. Ela insistia em saber onde nós íamos. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que fazíamos juntamente com eles. Insistia que lhe disséssemos quando íamos sair, com quem e para onde, mesmo que demorássemos apenas uma hora. Enquanto os outros meninos podiam sair à noite com 12 e 13 anos, nós tivemos que esperar pelos 18 anos. A nossa vida era mesmo muito chata. Ela não deixava que nós saíssemos com os nossos amigos, sem antes ela os conhecer. Ela violou as leis de trabalho infantil: Nós tínhamos que fazer as camas, ajudar lavando as louças, aprender a cozinhar, varrer o chão e colocar o lixo fora, e outros trabalhos cruéis. Eu acho que ela gostava de nos martirizar porque quando íamos dormir, obrigava-nos a fazer uma oração de agradecimento; e penso que ela nem dormia, pois ficava pensando em coisas para nos mandar fazer! Ela insistia sempre conosco para somente dizer a verdade e apenas a verdade, mesmo que nos custasse algum castigo. E quando adolescentes, acho que ela conseguia ler até os nossos pensamentos... Por causa da nossa mãe, perdemos imensas experiências da adolescência... Nenhum de nós experimentou um cigarro, nem estivemos envolvidos em furtos, em atos de vandalismo, em violação de propriedades, nem fomos presos nenhuma vez... tudo isso foi por culpa dela! Agora que já saímos da casa dela, nós somos adultos, honestos, educados e estamos conscientes que devemos fazer o máximo para sermos “pais maus” e “mães más”, tal como a nossa mãe foi! Finalizando... achamos que este é um dos maiores males do mundo de hoje: “NÃO HÁ PAIS E MÃES SUFICIENTES MÁS COMO DEVERIA HAVER...” Há ocasiões em que os pais e mães se questionam sobre as lições transmitidas: “De que adiantou tudo o que ensinamos? Para que tivemos tanto trabalho e sacrifícios?” Referem-se eles a filhos/filhas que demonstram nada haver assimilado das lições e exemplos recebidos no lar. Porém, um dia a sementeira brotará. Nesse dia os pais sentirão a satisfação de terem encaminhados para o bem, seus filhos, embora talvez não vejam nossos olhos e nem percebam nossos sentidos... Que o Senhor nos possibilite poder encaminhar nossos filhos pela senda do bem. Bibliografia: “O Livro dos Espíritos” Jc. S.Luis, 16/06/2003 Refeito em 28/12/2012

O PROGRESSO E A EVOLUÇÃO

O PROGRESSO E A EVOLUÇÃO DO MUNDO Os avanços materiais da ciência e tecnologia fizeram a Humanidade progredir muito. Da descoberta que foi da roda, até os nossos dias, muitos conhecimentos foram acumulados e muitas mudanças ocorrem. A ciência e a tecnologia abriram caminhos até então imaginados apenas pela ficção. Computadores substituíram as mais sofisticadas máquinas e ampliaram os espaços. Vivemos atualmente em um mundo fantástico em que o conhecimento produz engenhosas criações, em busca de mais avanços, de novos conhecimentos. Já não nos basta desvendar e viver no planeta; desejamos ir além, rumo ao desconhecido que nos atrai e desafia. Somos felizes, estamos realizados? Não completamente. Ampliaram-se nossos conhecimentos em várias áreas, todavia desconhecemos a nós próprios; o que somos e de onde viemos, para onde iremos? Precisamos descobrir essas respostas e resgatar essa parte essencial de nossa existência. Estudos genéticos da população Khoisan, que vive no Sudeste da África, sugerem que o grupo pode ser o mais antigo da Terra. A descoberta de pesquisadores confirma a teoria da evolução, segundo a qual os primeiros seres humanos surgiram no continente e depois se espalharam pelo mundo, entre 180 mil anos atrás. Segundo geneticistas do Instituto de Pesquisas Médicas da África do Sul, os genes dos modernos Khoisan, são muito parecidos com os dos primeiros homens do planeta. A respeito do assunto, são muitas as revelações trazidas pela Espiritualidade sobre o princípio da vida e o surgimento do ser humano em nosso Planeta. Emmanuel no livro “A Caminho da Luz”, psicografado por Chico Xavier, diz o seguinte: “As forças espirituais que dirigem os fenômenos terrestres, sob a orientação do Cristo, estabeleceram, na época da criação dos elementos materiais, uma linhagem definitiva para todas as espécies, dentro das quais o princípio espiritual encontraria o processo depurador para a racionalidade. Os peixes, os répteis, os mamíferos tiveram suas linhagens fixas de desenvolvimento e o homem também foi criado nessa regra geral.” Os séculos correram para essas criaturas de braços alongados e de pelos densos, até que um dia as hostes do Altíssimo, operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual, preexistente, dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações. Os antropóides das cavernas espalharam-se então, aos grupos, pela superfície do globo, no curso vagaroso dos séculos, sofrendo as influências do meio ambiente e formando os iniciadores das raças futuras, em seus tipos diversificados, com a assistência das Entidades Espirituais que auxiliaram o homem, imprimindo-lhe novas expressões biológicas. As pesquisas recentes da Ciência sobre o homem de Neanderthal, reconhecendo nele a espécie do homem bestializado, e outras descobertas recentes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil, são um atestado dos experimentos biológicos a que os prepostos de Jesus procederam, até fixarem no homem “primata”, as características aproximadas do homem do futuro. Surgem então os primeiros selvagens de compleição (feições) melhoradas, tendentes à melhoria dos tempos do porvir. Como poderia operar-se semelhante transição? Certamente perguntará o nosso critério científico. Muito naturalmente. Também as nossas crianças não têm os defeitos de infância corrigidos pelos pais, que as preparam para a existência, sem que, na maioridade elas se lembrem disso? Em a “Gênese”, no capítulo XI, vamos encontrar a seguinte explicação sobre o assunto: “Os mundos progridem fisicamente pela elaboração da matéria, e também moralmente, pela depuração dos espíritos que os habitam. Nesses mundos, a felicidade está em razão da predominância do bem sobre o mal, e esse estado é o resultado do avanço moral dos espíritos. Entretanto, o simples progresso intelectual não basta ao ser humano, uma vez que, com a inteligência, poderá ele empregá-la na prática do mal”. Quando um mundo chega a um de seus períodos de transformações, que deve fazê-lo subir na hierarquia universal, mutações se operam na sua população encarnada e desencarnada, como presentemente está ocorrendo na Terra; é então quando ocorrem as grandes emigrações e imigrações, saídas e entradas de espíritos ou almas. Aqueles que, apesar de crescerem em inteligência e saber, perseveraram no mal, contra as Leis de Deus, serão doravante um entrave para o progresso moral, uma causa permanente de perturbação para a felicidade dos bons. Por isso, eles serão excluídos e enviados para mundos menos avançados, onde aplicarão seus conhecimentos ao progresso daqueles entre os quais passam a viver, ao mesmo tempo em que expiarão numa série de existências penosas e duros trabalhos, as suas faltas do passado. A Terra da qual foram e serão excluídos, era para eles um paraíso, um lugar de delícias, em comparação com o meio ingrato onde vão estar integrados durante talvez, milhares de séculos, até o dia em que terão merecido a libertação. Ao mesmo tempo em que os maus espíritos partem do mundo em que habitavam, são substituídos por espíritos melhores, vindos da erraticidade ou de um mundo menos evoluído, que mereceram deixar, e, para eles a nova morada é uma recompensa, em virtude do progresso já alcançado. Dessa maneira lenta, porém constante, o progresso vai se realizando e o mundo segue o processo de evolução, de conformidade com o determinismo divino. Como pequeno exemplo; vamos imaginar uma sala de aula composta de 30 alunos; destes 20 não se interessam pelos estudos e apenas 10 estão querendo aprender. O ambiente é desfavorável para os que desejam aprender, em função da maioria que perturba a sala de aula. Mas, imaginemos a substituição de 10 alunos dos que não querem estudar por outros que estão interessados em aprender. Com essa mudança, a maioria passa a ser a favor dos que querem estudar. Aí então os 10 displicentes, ou passam a se interessar pelos estudos, em função de serem minoria, ou então vão procurar outra escola onde possam encontrar outros iguais. Essas mutações, algumas vezes, são parciais, isto é; limitadas a um povo, a uma raça; de outras vezes são gerais, quando o período de renovação chegou ao planeta. A raça adâmica que aqui viveu, tem todos os caracteres de uma raça proscrita; os espíritos que dela faziam parte foram exilados com a missão de fazer progredir a Terra, já povoada, mas por seres primitivos, mergulhados na ignorância. Chegando essa raça a este planeta, recebeu a sentença: “Dela tirarás teu alimento com o suor do teu rosto.” Porém, Deus na Sua Infinita Bondade, prometeu que lhes enviaria um Salvador que deveria iluminar o caminho a seguir, para sair do lugar de sofrimento e chegar à felicidade dos eleitos. Esse salvador foi Jesus, que veio ensinar a Lei da Caridade e do Amor, desconhecida por eles, que só tinham o progresso intelectual. É igualmente com o objetivo de fazer progredir a Humanidade, que Espíritos Superiores, sob o comando do Cristo, se encarnam de tempos em tempos sobre a Terra, para nela cumprirem missões que, se realizadas segundo o determinismo divino, também aproveitam ao seu adiantamento espiritual... Como se encontra a Humanidade atualmente? Estará a Humanidade em declínio moral, a passos acelerados? Em conseqüência, o mundo está piorando? Javier Godinho, em artigo na revista “Allan Kardec”, nos informa que a Humanidade não está piorando. A Humanidade está se depurando, o que é muito diferente. A Humanidade já foi incomparavelmente pior do que é hoje. É fácil na História, a confirmação dessa verdade. É só conferir o ontem e o hoje. As leis se aperfeiçoam, a solidariedade se amplia (apesar de muitos atos permanecerem desconhecidos ou anônimos), o direito é muito mais vezes abrangente e eficiente do que há cinqüenta anos atrás, apesar dos senões ainda existentes. Os povos se auxiliam nas tragédias coletivas. A televisão, o jornal, o rádio e as revistas vigiam os políticos e os governos, denunciando e cobrando dos políticos. As entidades dos direitos humanos e o Ministério Público estão mais ativos do que nunca. As guerras caminham para a extinção, mesmo com alguns focos, na sociedade global em que se tornaram os seis continentes. A ciência e a tecnologia, a convivência e as relações internacionais, estão melhorando; somente a corrupção e a violência, ainda é uma exceção, fruto de espíritos ainda não integrados nas Leis Divinas, e que estão sendo expurgados do nosso convívio. A violência não se tornou incontrolável? – é indagação quase geral. – Não é bem assim. Segundo a revista “Allan Kardec”, no Centro Penitenciário Agroindustrial do estado de Goiás, estão cerca de 700 condenados. No Estado inteiro, deve haver dez mil detidos. Segundo o IBGE, a população desse Estado é de 4,5 milhões de habitantes, que divididos pelos 10 mil presos, representa uma parcela de 4,5%, o que numericamente não é muito grande. O mesmo acontece aqui no Maranhão com índices ainda menor. O que acontece é que o mal tem destaque, é notícia de todos os dias nos meios de comunicação, enquanto as ações benéficas não são exibidas e muitas das pessoas que as praticam querem ficar no anonimato. Na metade do século XX, Pitigrilli, um dos mais críticos da sociedade contemporânea, admitia existir no mundo, mais gente boa do que ruim. Os maus aparecem mais porque são mais ativos e provocam mais comentários. Por exemplo, neste momento, sacia-se a fome e a sede alheia, aqui, ali acolá. Milhares de crianças estão na escola. Dezenas de milhares são acolhidas em creches e instituições. Milhões de meninos, meninas, mulheres e homens estão sorrindo, ajudando, trabalhando. Milhares de pessoas se dedicam ao bem do seu próximo e nada disso vira notícia. Mas, se um infeliz qualquer dispara um revolver numa rua movimentada, dentro de poucas horas será notícia na rádio, na televisão, e no dia seguinte vira destaque sensacionalista em manchete nas páginas dos jornais, porque causou escândalo, e o povo ainda se afina com esse tipo de coisas. Será uma exceção entre milhões de outras pessoas. As exceções aguçam a curiosidade; é uma realidade antiga. Muito antes de Matusalém, a exceção provocando o mal já estava nos primeiros lugares dos comentários. Estamos já no Terceiro Milênio, que chamam de final dos tempos, em que se abriram as prisões da Espiritualidade, possibilitando que muitos espíritos voltados para o mal, renasçam, nas suas últimas chances na Terra. É esta a explicação para tanta violência e crimes de todos os tipos. Corrupção sem precedentes; decadência dos bons costumes; a televisão, o cinema e as revistas vulgarizando a crueldade, o crime e o sexo. Em face dessa situação, muitos pensam em pena de morte, que não resolve, porque morrendo os delinqüentes renascem outra vez nas mesmas condições de espíritos ignorantes, em que foram para a Espiritualidade. Eles são minoria, mas aparecem muito mais por serem exceções. Aqui se faz aqui se paga – diz a sabedoria popular. Ou então se paga em outros mundos, até o último ceitíl, conforme disse Jesus, porque a impunidade não existe na Justiça Divina. Nos próximos decênios, os renitentes no mal não mais reencarnarão na Terra, que ficará livre dos tormentos e sofrimentos que eles causam. Irão para mundos primitivos, de sofrimentos indescritíveis, onde terão utilidade na evolução, graças aos conhecimentos que já possuem e levarão daqui. Assim foi na Terra, então um mundo selvagem, em formação, na Idade da Pedra. Enquanto os espíritos surgidos aqui animavam os homens das cavernas, os exilados de outros mundos que para cá vieram, criavam as sociedades e as obras que até hoje, são admiradas e desafiam a nossa inteligência. Os tempos são chegados aonde grandes acontecimentos e transformações vão se operar para a regeneração da Humanidade. O nosso planeta, como tudo o que existe, está também submetido à Lei do Progresso. O progresso físico e moral devem seguir paralelamente, porque a perfeição da habitação está em relação com a do habitante. Fisicamente, a Terra sofreu e vem sofrendo transformações constatadas por nós e a ciência; a Humanidade tem progredido muito em inteligência e mais lentamente em moralidade e no sentido religioso, e, pelo abrandamento dos costumes que também comprovamos. Sob o comando de Jesus, tudo se move, tudo funciona numa ordem perfeita, apesar dos nossos questionamentos e da nossa falta de entendimento. A Humanidade até hoje, alcançou incontáveis progressos; as pessoas pela sua inteligência chegaram a resultados que jamais atingiram em relação às ciências e ao bem estar material; restando-lhes ainda um imenso progresso a realizar; fazer reinar entre elas a caridade, a solidariedade e a fraternidade, para assegurar o bem estar moral. Esse é o período em que estamos entrando, e que marcará uma das fases principais da Humanidade. É por isso que se diz que os tempos são chegados. Não se trata de uma mudança parcial, de uma revolução limitada a uma região, a uma raça ou a um povo; é um movimento mundial que se opera no sentido do progresso moral das pessoas. Uma nova ordem tende a se estabelecer; a nova geração, formada por espíritos mais nobres, virá animada de idéias e de sentimentos mais elevados. O velho mundo viverá apenas na história, como hoje vivem os tempos da Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas. Mas, uma mudança tão radical quanto a que se aproxima, não pode se cumprir sem comoção, haverá lutas inevitáveis entre as idéias. Desses conflitos, nascerão forçosamente, perturbações temporárias, até que o terreno seja aplainado e o equilíbrio seja restabelecido. Dessas perturbações surgirão os graves acontecimentos anunciados por Jesus. Hoje não são somente as entranhas do globo que se agitam também as da Humanidade. Ela se transformará como já aconteceu em outras épocas, e cada transformação é marcada por crises penosas, dolorosas, que carregam com elas as gerações e as instituições; mas, sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. Veja-se o exemplo da segunda guerra mundial: Provocou milhões de mortes e sofrimentos, mas, como até dos acontecimentos negativos a Providência Divina faz surgir coisas benéficas, trouxe também enorme progresso e a consciência dos direitos, como a preservação dos meios de vida e a criação de organismos para manter a paz. A Humanidade está no meio de um desses períodos de evolução há quase um século; presa por uma espécie de febre e como movida por uma força invisível; com mudanças em seus costumes, suas leis, suas crenças, em todo seu estado social. Foi nesse período que se viu surgir e estamos vendo florescer a Doutrina dos Espíritos, dando seus frutos. É mais para o progresso do futuro do que para o presente que essas coisas estão acontecendo, e era necessário que isso fosse realizado antes, porque elas vão preparar os caminhos da regeneração. A marcha progressiva da Humanidade se opera pela melhoria sucessiva nos costumes, nas leis, nos usos e não se percebe senão com o tempo, ou por movimentos bruscos, rápidos, que lhe fazem atravessar, em alguns anos, o que levaria séculos para acontecer. É o cataclismo que em algum tempo leva as instituições e são sucedidas por nova ordem. Aquele que viver as duas fases, julgará que um novo mundo haja saído das ruínas do antigo; tudo estará mudado; é que, com efeito, pessoas mais evoluídas surgiram; as idéias da antiga geração, foram substituídas pelas novas idéias e conceitos da geração que está chegando. É esse período de transformações e de crescimento moral que a Humanidade está entrando. Quem meditou sobre Doutrina dos Espíritos e seus ensinamentos, compreende bem que ela abre para a Humanidade, um caminho novo, e lhe desenrola os horizontes do infinito, esclarecendo os mistérios do mundo invisível; mostrando o seu verdadeiro papel na criação, tanto no estado material como espiritual. A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas, não haverá fraternidade real, sólida, efetiva, se ela não estiver apoiada sobre uma base inabalável; esta base é o conhecimento e a fé; não a fé em tais e quais dogmas particulares, mas em Deus, que é o mesmo para todos, soberanamente bom, justo e misericordioso. É esta base que a Doutrina dos Espíritos nos apresenta, assegurando que só o progresso moral proporciona a felicidade das pessoas na Terra, fazendo reinar entre elas, a concórdia, a paz e a fraternidade. A nova geração marchará então para a realização de todas as idéias humanitárias, compatíveis com o grau de adiantamento ao qual terá chegado. O filósofo Sócrates, já dizia há séculos atrás: “Conhece-te a ti mesmo”. A pessoa moderna esqueceu que possui e precisa cuidar de seu espírito para atingir a plenitude do seu ser. Se não descobrir a alegria do convívio fraterno com os seus semelhantes e a presença de Deus dentro de si, todo o seu conhecimento estará incompleto. A busca da auto realização da felicidade é da própria lei divina. Ninguém nasce para sofrer, e se sofremos, existe uma causa criada por nós mesmos. Muitas pessoas julgam erroneamente que ser feliz é “ser importante”, é possuir “bens materiais”, esquecendo que não somos donos de nada, pois até o corpo que usamos a Natureza nos emprestou; tudo pertence a Deus. Quando chegamos ao mundo trouxemos algum bem material? Muitas pessoas não dão valor ao lado afetivo, às leis morais e nem ao sentido espiritual da sua existência. Nessa correria louca pela aquisição de fama e bens, não dão o devido valor às pessoas com quem convivem, esquecendo o bom relacionamento, os sentimentos de fraternidade e amor que devem ter para com todos. E, quando deixamos de praticar esses sentimentos, descobrimos a nossa fragilidade de ser humano e ao nos chegar os infortúnios da existência; só então percebemos que existe uma força maior que é Deus, para quem apelamos. Nos lembramos de Deus, através de uma oração de agradecimento, quando as coisas correram bem? Fizemos alguma coisa de bom aos nossos semelhantes; temos merecimento? Pelas vicissitudes da existência, decidimos então aceitar a Deus como nosso Pai de Bondade, Amor e Misericórdia, para que a nossa existência tenha outro significado; uma sensação de paz, e se transforme em harmonia com a Natureza e as outras criaturas. As novas pessoas de progresso que habitarão a Terra encontrarão nas idéias espíritas, uma poderosa alavanca, e a Doutrina encontrará nas novas pessoas, espíritos dispostos a acolher seus ensinamentos. As novas gerações quê vem fundar a era do progresso moral, se distinguem por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, são crianças super-dotadas, unidas ao sentimento do bem e das crenças espiritualistas, Elas não serão compostas exclusivamente de espíritos elevados, mas também daqueles que, tendo já progredido, estão dispostos a assimilar as idéias progressistas e colaborar com a implantação de um mundo melhor, sob a bandeira de Paz e Amor, símbolos do cordeiro de Deus. Os “tempos são chegados”, anunciam os espíritos, em que a vida no planeta será pacífica e mais voltada para o espírito, após as transformações porque passará a Terra. No Universo de Deus, tudo é progresso, harmonia e perfeição, e através do aprendizado milenar, do amor ou pela dor, um dia chegaremos lá. Somos todos convocados a colaborar na medida que pudermos e que se fizer necessário o nosso concurso. Muitos já vieram antes de nós, e deixaram a contribuição de seus trabalhos e sacrifícios, melhorando o mundo para que tivéssemos condições mais satisfatórias de “trabalhadores da última hora”. Se cruzarmos os braços e fecharmos nossos ouvidos neste momento decisivo e de testemunho, muito iremos lamentar pela oportunidade que deixamos escapar de colaborar na seara do Mestre, e na participação de um mundo melhor para nós e nossos descendentes. Peçamos ao Pai Celestial que nos dê forças para que possamos abraçar esse trabalho na condição de humildes servos, para o engrandecimento da obra divina, a melhoria da nossa casa planetária, da nossa existência e dos nossos entes queridos. Que o Senhor nos ilumine e nos ampare nessa fase crítica da Humanidade... Bibliografia: Livro “A Gênese” “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Jc. São Luís, 30/9/1999. Refeito em 28/12/2012

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

URBANO DE ASSIS XAVIER

URBANO DE ASSIS XAVIER Nascido em Timbó (BA) em 28 de agosto de 1912, filho de Francisco Xavier de Sousa e Francisca Assis Xavier, Urbano Francisco de Assis Xavier, terminou o curso de odontologia e resolveu embrenhar-se pelo Estado de São Paulo para se iniciar na vida profissional, fato que se deu em 1935. Ele escolheu para isso a cidade de Santa Ernestina, próxima a Araraquara-SP. Com a idade de 25 anos já estava casado com Albertina Ferreira Xavier que tinha apenas 17 anos. Bastante ligado à Igreja Católica, ele logo se tornou presidente da Congregação Mariana e sua esposa filha de Maria. Logo que se casaram, fenômenos estranhos começaram a acontecer. Urbano, durante a noite, ponha-se a falar em voz alta, tão alta que vinha gente do final da rua ver o que estava acontecendo. Começou então a correr a notícia de que o dentista da cidade estava ficando louco. Todavia, Urbano, ao voltar a si, não se lembrava de nada e em virtude desses fatos, que se repetiam todas as noites, o casal que já morava próximo á igreja, resolveu se mudar para mais perto ainda, julgando que assim eles estariam mais protegidos. No entanto, ao contrário do que esperavam, a situação piorou. Certo dia, o trouxeram para casa porque estava na igreja rezando a missa como se fosse outra pessoa e dizia chamar-se padre Loureiro de Aguiar, que falecera anos antes. Em seguida, vários Espíritos se comunicaram com Urbano, diante de Albertina, que não sabia o que ocorria. Quando então uma entidade se comunicou chamando-se “Pai Jacó” que era um “preto velho”, que instruiu Albertina a procurar em Matão, uma pessoa chamada Cairbar Schutel, que poderia orientá-los. Urbano e Albertina assim fizeram e foram até Cairbar que os orientou. Urbano iniciou, então, os estudos da Doutrina Espírita e começou a participar das reuniões mediúnicas dirigidas por Cairbar, tornando-se, com o tempo, um dos médiuns de confiança de Cairbar Schutel, que teria dito: “Existem muitos Pais Jacós por aí, mas neste eu acredito!”. Pouco tempo depois, após curta enfermidade, faleceu Cairbar Schutel. O fato ocorreu no dia 30 de janeiro de 1938, em virtude de um aneurisma cerebral, e na mesma noite, durante o velório, ele se comunicou por intermédio de Urbano de Assis Xavier. Ele estava participando com a esposa do velório quando percebeu a presença de Cairbar (Espírito) próximo ao corpo e que estava lúcido e desejando se comunicar por sua mediunidade. Urbano achou, porém, que seria inconveniente uma manifestação naquele momento e tentou se esquivar e querendo ir para a sala ao lado, teve que passar perto do caixão, e, quando o fez, Cairbar,(Espírito) já impaciente, lhe disse: “Ora Urbano, tenha paciência!” e, agindo rapidamente, por intermédio de Urbano, proferiu algumas palavras para as pessoas que ali estavam, dizendo ser Cairbar de Souza Schutel e que ali estava para comprovar a continuidade de sua vida após a morte do corpo. Urbano possuía uma mediunidade ímpar, e alguns casos são muito interessantes. Manoel Philomeno de Miranda, autor de vários livros, psicografados por Divaldo Franco, foi primo de Urbano. Um dia já morando no sudeste, Urbano o visitou na Bahia, mas não o encontrou em casa, motivo pelo que se despediu e foi embora. Miranda depois indagou sobre seu procedimento de não tê-lo aguardado, quando descobriu que Urbano num havia saído do interior de São Paulo. Outro caso interessante se deu com um homem angustiado que aguarda numa estação de trem, ansiando por uma solução para o seu problema. Sua esposa doente precisava de tratamento. Ele vê se aproximar Cairbar Schutel e quando está mais perto, não enxerga Cairbar, mas sim Urbano, trazendo-lhe exatamente a importância que necessitava para o remédio. Urbano conviveu com Herculano Pires em São Paulo e em Marília e trabalharam juntos no movimento espírita, na divulgação dos conhecimentos e também no exercício da mediunidade. Conta Herculano Pires que Urbano transformava-se de tal maneira ao receber um Espírito comunicante, que este era facilmente reconhecido pelas pessoas amigas, sem necessidade do mesmo dizer seu nome. Outras vezes ele se transfigurava, transformando o seu rosto com os traços do Espírito comunicante. Nos últimos tempos, desenvolveu também a mediunidade de “voz direta”, ficando em transe enquanto os Espíritos falavam diretamente com os presentes, vibrando a voz em pleno ar. Herculano Pires ficou tão impressionado com a mediunidade de Urbano que acrescentou em sua tradução de “O Livro dos Médiuns”, publicado pela editora Lake, uma nota de rodapé sobre a mediunidade de transfiguração de Urbano. A nota consta do cap. VII – Bicorporeidade e Transfiguração. Em 1954, Urbano fez a palestra alusiva ao primeiro aniversário do Lar Infantil Marília Barbosa, na cidade de Cambé, entidade fundada por Luiz Picinin em 29 de março de 1953 e dirigida posteriormente, até os nossos dias, por Hugo Gonçalves. Luiz Picinin, que muito apreciava as palestra de Urbano, chegou a gravar algumas delas, e transformou-as em LPs. Urbano sofreu três derrames e desencarnou em 31 de outubro de 1959. Ele teve sete filhos com Albertina: Edna, Sóstenes, Célia, Gutemberg, Demóstenes, Alcione e Paulo. A sua filha Célia Xavier Camargo, que reside em Rolândia, é uma das colunistas do jornal “O Imortal” de Cambé. Nota: As informações contidas nesta biografia feita por Marinei Ferreira Rezende, foram fornecidas pelo confrade Alexandre Xavier de Camargo, neto de Urbano de Assis Xavier, que reside também em Rolândia-PR. Bibliografia: Jornal “O Imortal” – dezembro/2012. Jc. São Luís, 27/12/2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ANNA PRADO

ANNA PRADO Anna Prado nasceu na cidade de Parintins (AM.), no ano de 1883, e ali, participou efetivamente do Grupo Espírita Amor e Caridade. Casada com o Sr. Eurípedes Prado, foi mãe de três filhos: Erastóstenes, Alice e Antonina, médium psicógrafa. O seu marido a obrigava a ir ao Centro Espírita para trabalhar nas reuniões mediúnicas, mas, assim que Anna saia da reunião corria para a igreja para se confessar, porque achava que havia pecado. Anna era católica e, nessa época, não sabia nada sobre sua mediunidade. Porém, no período de 1918 a 1921, começaram a ocorrer diversos fenômenos de materialização de Espíritos que sacudiram o Brasil, especialmente na cidade de Belém do Pará, onde fenômenos físicos diversos – materializações, fotografias transcendentais, transportes e mensagens por meio da escrita direta – aconteciam, graças às faculdades mediúnicas de Anna Prado. As primeiras manifestações ocorreram em 12 de junho de 1918. Num fenômeno de transporte, os Espíritos fizeram aparecer, sobre pequena mesa situada em uma sala devidamente fechada, uma bela flor, que, de forma poética, simbolizava a avalanche de prodigiosas comprovações da imortalidade da alma que aquele pequeno grupo presenciaria ao longo de três anos. Os fatos começaram pelas comunicações tiptológicas, seguindo depois nas mais variadas formas: moldagem de parafina. Apports, materializações de Espíritos, fotografias e, por fim, a escrita direta. As materializações se realizavam de forma a não deixar dúvidas, pois a forma humana se apresentava de modo completo, enquanto a médium era encerrada numa gaiola de ferro, sob controle dos assistentes. Sobre essa fase, escreveu o Sr. Prado: “Os fenômenos observados em minha casa, cercado de meus filhos, foram franqueados, no princípio, a um pequeno círculo de amigos. Mais tarde esses amigos, começaram a pleitear o ingresso de outras pessoas. Houve relutância por parte de Anna Prado em ceder, mas, como os pedidos foram tantos, ela consentiu, e também que fosse divulgado pela imprensa. Como não bastassem tais produções, por si mesmas já bastante convincentes, os Espíritos também realizaram materializações”. Dentre os Espíritos materializados destacou-se Raquel, que fora filha de Frederico Figner. Raquel apareceu pela primeira vez no dia 2 de maio de 1921. Assim que a viu, D. Ester, a mãe, exclamou: “É Raquel!” e o Espírito respondeu: “Mamãe, mamãe!...” Raquel ainda se materializou em mais duas sessões e despediu-se. A materialização fora completa: o Espírito andou pela sala, acariciou e beijou as faces da mãe e do pai, que tiveram a impressão de que ela possuía o corpo de carne e osso. Os gestos, o corpo, a forma, o vestido acima do tornozelo, tudo era absolutamente de Raquel. Em uma das suas materializações, Raquel pediu à mãe que deixasse de usar luto, pois, como ela afirmava, era ela muito feliz em sua nova condição. O fato foi relatado pelo próprio Frederico Figner, depois de desencarnado, em seu livro “Voltei”, psicografado por Chico Xavier. Apesar da veracidade dos fenômenos, Anna Prado foi acusada de fraude, e seu maior adversário foi o padre francês Florêncio Dubois, que fez cerrada campanha contra ela pelos jornais da capital, com acusações infundadas, repetindo sempre, no final: “Eu tudo explico pela fraude, sempre pela fraude”. O padre fez várias tentativas, mas nunca conseguiu autorização para participar das sessões, fato que o deixou ainda mais irritado. A escrita direta, como dissemos, foi um dos fenômenos observados nas sessões com Anna Prado. Eles ocorriam à plena luz, fato este atestado por Manoel Quintão e relato em seu livro “Fenômenos de Materialização”, nestes termos: A primeira sessão realizou-se à plena luz. Nela, foi obtida a escrita direta, o transporte de objetos, a manipulação de flores em parafina, esta com luz graduada. A mensagem escrita, dizia: “Sofram com coragem as injúrias do padre”. Os fatos mediúnicos expandiram-se pelo mundo afora, sendo publicado um relato do caso na “Revue Métapsychique” nas edições nº 1 de 1922 e nº 2 de 1923. Igualmente Gabriel Delanne registrou o fato: “Essas sessões se fizeram debaixo de fiscalização minuciosa. Muitas vezes era a Sra. Prado fechada numa gaiola, e os Espíritos se materializavam do lado de fora e essas experiências se reproduziram em vários lugares, com o mesmo êxito”. Anna Prado desencarnou no dia 24 de abril de 1923, em Belém do Pará, em um acidente, mas seu nome ficou registrado nos anais do psiquismo como uma das muitas mártires enxovalhadas pelos sectaristas e vítima da inconsciência das paixões. Na noite de 24 de fevereiro de 1955, na sede do Grupo Espírita Meimei, em Pedro Leopoldo, o médium Chico Xavier serviu de medianeiro ao Espírito de Anna Prado. Usando de uma simplicidade tão sua, Anna fez breves considerações sobre sua tarefa mediúnica no plano físico e o objeto de sua dedicação no plano espiritual, em que se dedicava agora ao trabalho “mediunidade de efeitos espirituais”. Na mensagem, a entidade enfatiza ainda os perigos a que se expõe o médium de efeitos físicos, que corre o risco de crer-se mais do que em verdade é, sendo apenas, mero instrumento intermediário do invisível e depositário das bênçãos divinas. Porém, entregando-se à ilusão da superestima devastadora, entrega-se, também, às entidades inferiores, incursionando em obsessões de duras provações. Por fim, ela fala sobre o perigo que representa a vaidade: “A vaidade a que nos afeiçoamos com as nossas tarefas, é o rochedo oculto, junto ao qual a embarcação da nossa fé mal conduzida nos prejudicando o empreendimento, buscando estender o nevoeiro do descrédito ao ideal que esposamos, valendo-se, para isso, de nosso próprio desmazelo”. Em junho de 2012, a FEB publicou, de autoria de Samuel Nunes Magalhães, o livro “Anna Prado: a mulher que falava com os mortos”. Bibliografia: Marinei Ferreira Rezende Jornal “O Imortal” de 11/2012 Jc. São Luís, 25/11/2012

sábado, 24 de novembro de 2012

A DESMISTIFICAÇÃO DO FENÔMENO DA MORTE

A DESMISTIFICAÇÃO DO FENÔMENO DA MORTE A inevitabilidade do fenômeno da “morte” é um assunto que incomoda e assusta boa parte da população do planeta. Até mesmo entre nós espíritas, o tema causa certo desconforto em muitos. A realidade é que a esmagadora maioria das pessoas – isto é, espíritos encarnados – não se preocupam nem se preparam devidamente para enfrentar esse momento. Em geral, “adiamos” tanto quanto possível, pensar sobre o tema, e tal comportamento não deixa de ser um tanto paradoxal já que mais de 60% dos brasileiros acreditam que existe vida após a morte, segundo pesquisa realizada pela Datafolha! De qualquer maneira, somos constantemente “lembrados” através de muitos e variados acontecimentos que nos rodeiam, de que nossa vez também chegará um dia, mais cedo ou mais tarde. Assim sendo, o fim da existência terrena (corporal) deve ser encarado de forma racional por todos nós. Afinal de contas, o corpo humano, como toda máquina orgânica, com o tempo apresenta sinais de fadiga, exaustão, envelhecimento, e as células iniciam o processo de decomposição até a extinção completa do fluido vital. Não há como deter indefinidamente esse processo, não obstante os mais expressivos progressos da ciência, que muito tem ajudado no prolongamento da existência humana, com efeitos benéficos na qualidade e longevidade da vida dos brasileiros em geral, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que revela: em 1940, se vivia em média apenas 45 anos, já no ano de 2008 a previsão saltou para 74 anos e, atualmente viveremos em torno de 85 anos. Em resumo, temos todos, um tempo pré-determinado para cumprir a nossa missão aqui na Terra, embora não saibamos de quanto tempo ele é. O fenômeno da morte, nas diferentes épocas e nas diversas religiões, têm as seguintes interpretações: EGITO – Os egípcios, acreditando em outra vida após a morte, quando morriam, seus corpos eram embalsamados e colocados em sarcófagos, tumbas ou pirâmides, com seus pertences, e em alguns casos, até com suas esposas, onde aguardariam a nova existência (reencarnação) por desconhecerem como tal processo era realizado. ÍNDIA – Os indianos colocavam seus mortos em piras, a beira do Rio Ganges, onde eram queimados e suas cinzas jogadas ao rio, e suas almas ficavam aguardando uma nova vida, que poderia ser melhor ou pior. JUDEUS – Algumas seitas judias, por aceitarem a reencarnação ou ressurreição, acreditavam que a alma das pessoas sendo imortal, teria uma nova existência, segundo a opção de vida no bem ou no mal. GRÉCIA - Na antiga Grécia, Sócrates falando sobre o problema da morte, aos seus algozes, disse: “De duas uma: ou a morte é uma destruição absoluta, ou ela é a passagem de uma alma para outro lugar”. CRISTÃOS – Jesus falando sobre o processo da morte, disse: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma”. Os primeiros cristãos eram sacrificados entre cânticos e louvores, por acreditarem que a morte, era a libertação para uma vida melhor. INDÍGENAS - Estes, colocavam seus mortos em piras com seus pertences, para ajudá-los em uma outra vida. ATEUS - Por não acreditarem na continuação da vida, aceitam apenas a existência terrena e, quando morrem, não existe mérito ou demérito; acaba-se tudo. CATÓLICOS - Acreditam estes que quando se morre, a alma vai a julgamento, cujos atos na Terra, bons ou mal, podem credenciá-los ao céu, purgatório ou inferno. Não acreditam em reencarnação. PROTESTANTES - Segundo estes, o morto é julgado pela sua fé e não pelos seus atos. Sua fé é o passaporte para o céu e nada mais. ESPÍRITAS - Para os espíritas, a morte física elimina apenas o corpo, libertando a alma para a vida espiritual, por ser uma centelha divina. Lá, ela será julgada pelos seus atos na Terra. Essa alma (Espírito), pode voltar a usar outros corpos (reencarnação) para fazer a sua evolução. O Espírito de André Luiz em suas investigações no plano espiritual descobriu que poucos encarnados conseguem cumprir exatamente o tempo que lhes foi previsto. Ao longo da existência vamos geralmente fazendo muitas coisas inadequadas, bem como seguindo um estilo de viver que acaba abreviando o nosso tempo. Em casos mais extremos, cometemos o autocídio. Assim, todos nós vamos desencarnar seja por motivos de doenças incuráveis, morte violenta, deficiência de algum órgão, acidente inesperado, negligência com a nossa própria saúde (toxicômanos e alcoólatras estão neste grupo), por desgaste absoluto do nosso organismo físico ou por suicídio. No entanto, como bem disse o Espírito do irmão José: “Morre a semente e nasce á flor, perece a flor e vem o fruto, que encerra em si, a própria imortalidade. A essência sempre sobrevive”. Assevera também o mentor: “Nada desaparece no Universo, tudo se transforma”. Portanto, o fundamental é sabermos que continuamos vivendo para sempre. O nosso Espírito com sua individualidade sempre existirá mesmo que, em contextos ou dimensões diferentes. Aos que ainda acalentam dúvidas – apesar das inúmeras evidências científicas – vale recordar, por exemplo, a gloriosa visão do monte Tabor – testemunhada pelos apóstolos Pedro, Tiago e João, relatada nos Evangelhos: “E Jesus transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes aparecem Moisés e Elias, falando com Ele”. (Mateus, 17: 2/3). É importante salientar que naquele episódio descrito pelo apóstolo, Jesus dialogou com duas personagens que há muito haviam deixado o “mundo dos humanos”. Explicando melhor, Moisés vivera entre 1592-1474 A/C. e Elias entre 874-852 A/C. Portanto, o recado da Imortalidade do Espírito, foi absolutamente claro. O acontecimento foi tão marcante, constituindo-se numa das maiores manifestações de mediunidade, que Pedro, embevecido, tomando a palavra disse a Jesus: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e outro para Elias”. E estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu, e da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.” (Mateus, 17: 4-5) Além disso, o capítulo 20 do Evangelho de João é todo dedicado à ressurreição de Jesus. Nele, lemos um diálogo entre Jesus e Maria Madalena. Coube a ela, provavelmente como uma deferência ao seu grande esforço de auto-iluminação, a honra de ser a primeira pessoa a ver Jesus após a sua “morte”, e ser portadora da Imortalidade, ou seja: Disse-lhe Jesus: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com meus irmãos, e diga-lhes que eu subo para meu Pai e teu Pai, meu Deus e teu Deus”. (João, 20: 17-18) Reafirmando a imortalidade, Jesus apareceu posteriormente aos seus apóstolos amados em várias ocasiões. Chegou até a convidar Tomé, em uma delas, a tocar-lhe as mãos, já que este era dado á incredulidade, e como a mais marcante de todas as suas aparições pós-morte, ele apareceu aos chamados 500 da Galiléia, conforme descreveu o Espírito de Humberto de Campos, na tocante obra “Boa Nova”. O Espírito de Joanna de Angelis, por sua vez esclarece que o receio da morte decorre “...da ignorância a respeito da vida”. E acrescenta ainda: “O medo da morte, de alguma forma, é atávico, procedente da caverna, quando o fenômeno biológico sucedia e o homem primitivo não o entendia, desconhecendo a razão da sua ocorrência”. Também as diversas religiões lançaram mais escuridão do que luz sobre o assunto. Podemos recordar alguns aspectos de algumas delas no tocante ao assunto. As religiões dogmáticas cristãs não aceitam a possibilidade de uma segunda chance ou reencarnação. Para elas, o inferno é para sempre e, no Juízo Final, as almas irão ressuscitar dos túmulos para o julgamento. O Islamismo também aceita que a morte leva à eternidade; a alma poderá ir para o céu ou o inferno, dependendo do comportamento na existência. A noção de purgatório não faz parte das concepções islâmicas. No Judaísmo, os mortos são conduzidos para o Sheol, uma espécie de limbo, para aguardar o Juízo Final. As religiões espiritualistas, por sua vez, proporcionam um nível de esclarecimento muito parcial sobre o assunto. O Hinduismo acredita que a reencarnação ocorre imediatamente após a morte, o que não é correto. No Budismo, o ser desencarnado pode atingir a chamada Terra Pura – espaço de sabedoria iluminada. O tipo de reencarnação que será no futuro, vai depender de cada um. Na visão budista, a alma pode voltar nos reinos humanos ou animais. A idéia de um Espírito reencarnar no corpo de um cachorro (metempsicose) seria condenar este que já atingiu o reino humano a um injustificável e incabível retrocesso, isto é, algo totalmente incompatível com as leis de evolução. Na Doutrina dos Espíritos, o Espírito após o desenlace do corpo físico, retorna ao mundo espiritual, onde, conforme asseverou Jesus: “Na casa de meu Pai existem muitas moradas...”(João, 14: 2) A realidade da vida na espiritualidade é fruto de nossos atos na existência presente. Muitas pessoas imaginam que a morte rompe todos os laços que existem entre as pessoas. Trata-se de um equívoco pensar assim, pois nem a morte nem a reencarnação afetam a afeição e os sentimentos que os espíritos nutrem uns pelos outros. Assim é que, segundo a Doutrina Espírita, os espíritos devotam afeição para com os encarnados e desencarnados, de conformidade com a afinidade que entre eles existam. Os bons Espíritos simpatizam e se aproximam das pessoas de bem e os espíritos inferiores afinizam-se com as criaturas viciosas ou que sejam voltadas para o mal. O ser humano tem, pois, no Mundo Espiritual, amigos que podem perfeitamente interceder por ele, com o objetivo de assegurar-lhe a estabilidade de que necessita para lutar e servir, amar e vencer, apesar do assédio dos desencarnados que lhe foram comparsas nos dramas do passado. Desse modo, não devemos temer a morte propriamente dita, já que ela é inevitável, mas o que virá depois, ou seja, sob quais condições retornaremos ao plano espiritual. Portanto, se não podemos interromper a morte, devemos nos preparar para a etapa seguinte. Muito apropriada, a questão nº. 96l de “O Livro dos Espíritos” que aborda essa questão: “Qual o sentimento que domina a maioria dos seres humanos, após a morte? A dúvida, o temor ou a esperança?” Resposta dos Espíritos: – “A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos que praticaram o bem”. Kardec na questão nº. 962 ainda foi mais incisivo: “Como pode haver cépticos, uma vez que a alma traz ao ser humano o sentimento das coisas espirituais?” – Muitos se fazem de espíritos fortes, durante a existência, somente por orgulho. Porém, no momento da morte deixam de ser tão fanfarrões. A rigor, devem temer a vida futura, os orgulhosos e autoritários já que “a soberba precede a ruína, e a altivez precede à queda”. Só devem se preocupar com a realidade espiritual, os mesquinhos e os avarentos, os vaidosos e egoístas, os libidinosos e devassos, os perpetuadores de excessos de toda ordem, os transgressores das leis e os malvados, os agentes da destruição e da vilania, os hipócritas e maledicentes, os inconseqüentes, os irresponsáveis e suicidas, porque eles terão contas a ajustar, a exemplo do que aconteceu ao Espírito de André Luiz, que sofreu muitos anos no Umbral. Por fim, Joanna de Angelis nos esclarece que “ninguém conseguirá driblar a morte, por mais que o intente”. Mas podemos e devemos nos esforçar para voltarmos ao mundo espiritual em melhores condições... Mais informações sobre o assunto veja o artigo sob o título: “A morte ou a libertação”. Bibliografia: Anselmo Ferreira Vasconcelos Astolfo de Oliveira Filho Jornal “O Imortal” – 08/2011 Jc. S.Luis, 26/08/2011 Refeito em 24/11/2012

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

PLANTAS E REMÉDIO COM PODER DE CURA

PLANTAS E REMÉDIO COM PODER DE CURA O Brasil é o país com a maior diversidade de plantas medicinais do mundo. Infelizmente, aqui se investe pouquíssimo nesta pesquisa. Inúmeros países mantêm pesquisadores na Amazônia e em outras regiões brasileiras, que pirateiam nossas plantas e nós ainda compramos esses medicamentos a preços exorbitantes. É hora de tomarmos consciência da utilidade medicinal das nossas plantas, exigir mais investimentos nesse campo de pesquisa e multiplicar as boas experiências que temos. As plantas, quando bem utilizadas, realmente curam. Quando Jesus nasceu, ele recebeu dos magos, três presentes, sendo dois deles de origem vegetal. Nós sabemos que o incenso é uma combinação de 24 plantas medicinais, que são queimadas no ambiente para liberar princípios químicos com a capacidade de purificar o ar. Como Jesus nasceu em uma estrebaria, ele ganhou também a mirra, que serve para aliviar cólicas de bebês e ainda é o maior fixador de cheiro que existe no mundo. Era preciso fixar o cheiro das ervas naquele ambiente onde existiam bactérias para proteger o nascido. Claro que a planta sozinha não cura tudo, mas ela auxilia dentro de um processo. O medicamento sozinho não cura, o que cura é um conjunto, e os fitoterápicos (feitos a partir de plantas) podem ter muita eficiência em alguns casos. Para os processos gripais, por exemplo, nós sabemos que o chá é importante por dois motivos: quem está gripado, precisa de hidratação (o chá é água), e as plantas contêm vitamina C, de ação antioxidante, que aliviam e podem curar do problema. Você sabia que é possível reduzir o consumo de medicamentos industrializados fazendo o uso correto das plantas medicinais? Os fitoterápicos têm efeitos colaterais menores do que os remédios convencionais, mas, mesmo assim, eles exigem a orientação de um médico. Deve-se ter atenção com remédios de uso contínuo, associados a plantas medicinais; alguns ativos dos vegetais potencializam ou anulam seus efeitos. Grávidas não devem tomar chás ou fitoterápicos sem prescrição médica. Isso pode colocar a gestação em risco. Devemos cuidar especialmente da prevenção, que é a orientação de como ficamos doentes, por que ficamos doentes. A vida desregrada de hoje levam muitos seres humano à doença. Por isso, precisamos trabalhar em todos os sentidos: a parte moral, a parte espiritual, a alimentação e a parte curativa, que é a mais procurada, porque as pessoas só procuram tratar a saúde quando estão doentes. Fica-se doente porque alguma coisa está errada conosco: ou a alimentação, ou a falta de repouso, ou é o nosso psicológico que está errado... Alguma coisa na nossa existência está errada e então ficamos doentes. Às vezes a pessoa doente não precisa tanto de remédio. Ela precisava conversar ser ouvida para desabafar, falar com alguém. Não era preciso a parte curativa, mas a parte emocional ou espiritual. Também precisamos ter fé, porque a fé e o pensamento positivo nos leva a cura. Os nossos pais nos criaram e nos curaram com plantas. Dependendo da dose do tempo de uso, e a forma como é usada, pode ser um veneno. Tem de haver cuidado, informações e conhecimento para o uso das plantas pela população. Devemos evitar tudo o que nos leva a ficar doente. Quem nunca tomou um chá para aliviar ou acabar com a dor de estômago, aliviar uma cólica ou melhorar os sintomas de uma gripe? Mais do que um hábito antigo, o uso de plantas medicinais é uma alternativa saudável e barata para tratar doenças. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamentou o uso de diversas espécies de plantas, garantindo sua eficácia. Para o fitoterapeuta, Clement Hajian, diversos estudos comprova o poder do uso das plantas (como alecrim, boldo, cavalinha, erva-cidreira, e tantas outras) no combate de diversos males. “Os efeitos colaterais da fitoterapia, são bem menores se forem comparados com os medicamentos industrializados. A fitoterapia, portanto, é uma ótima opção aos remédios convencionais”, afirma Hajian. Usar plantas para tratar doenças é o objetivo da Fitoterapia. Conheça as espécies eficazes, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Eis algumas espécies de plantas e seus benefícios: ALECRIM: Apesar de pouco utilizada, a erva atua contra sarna e coceira quando misturada ao óleo de camomila. Possui efeito contra tosse, cansaço mental, doenças respiratórias e é um antidepressivo natural. ANIS-ESTRELADO: Age como expectorante de bronquites. ARNICA: Ajuda na cura de traumas, contusões, torções, fraturas e hema- tomas, mas só deve ser utilizado por via oral com recomendação médica. BOLDO-BAIANO: Melhora a má digestão. O boldo do Chile reduz problemas digestivos, mas não deve ser usado por pessoas com obstruções nas vias biliares e doenças severas do fígado. E o boldo-nacional melhora a pressão baixa, mas é contraindicado para lactentes e crianças. CAMOMILA: É um calmante natural, também diminuindo as cólicas. CANELA: Melhora o apetite, cólicas leves e gases. CAPIM-LIMÃO ou CAPIM SANTO: Combate a insônia, atenua dores musculares, gases, cólicas uterinas e intestinais e o mal-estar causado pela gripe, além de resfriado, tosse e catarro. CARQUEJA: Resolve problemas de digestão, mas não é indicada a pessoas que utilizam medicamentos para hipertensão e diabetes. CÁSCARA-SAGRADA: Reduz a prisão de ventre, mas é contraindicada para pessoas com problemas intestinais, lactentes e menores de 12 anos. CAVALINHA: Auxilia no tratamento de diarreias, febre, infecções de rins e bexiga, cálculo renal e osteoporose. Atua ainda em casos de inflamação e inchaço da próstata, estimula a cicatrização, combate hemorragias cãibras, úlceras gástricas e anemias. DENTE-DE-LEÃO: Estimula o apetite e age como diurético. ERVA-CIDREIRA: Reduz insônia e ansiedade leve, cólicas abdominais e gases, mas deve ser usada com moderação por pessoas com pressão baixa. ERVA-DOCE: Expectorante e redutor de cólicas gastrointestinais. ESPINHEIRA-SANTA: Melhora a azia e gastrite, além de prevenir úlcera. GENGIBRE: Age contra enjoos, náuseas e vômitos. JURUBEBA: Melhora problemas de digestão. MALVA: Ameniza problemas respiratórios e inflamações na boca e na garganta. QUEBRA-PEDRA: Seu uso ajuda a evitar cálculos renais. ROMÃ: Atua em infecções na garganta. SABUGUEIRO: Trata gripe e resfriado. SALSA: É diurética e melhora o funcionamento dos rins. SÁLVIA: Alivia gengivite e aftas, além de reduzir a transpiração excessiva. TOMILHO: Tem propriedades antisséptica, tônica, antiespasmódica, expectorante e vermífuga. Revigorante e tônico, sendo um remédio poderoso. Além destas plantas, existem outras como a losna, arruda, confrei, babosa e muitas outras de utilidade medicinal. Embora não sendo planta, exponho aqui o remédio que curou a minha úlcera (não de fundo emocional ou nervosa) provocada pela falta de alimento e horas diferentes de alimentação, o que sempre acontece nas profissões de comerciantes, vendedores e motoristas, e também pelo uso constante do refrigerante Coca Cola com o estômago vazio, o que aconteceu com minha filha que também ficou doente e se curou. Quando fui vendedor sofri muito com esse problema e só fiquei bom quando tomei conhecimento do medicamento e fiz uso do mesmo. A fórmula é: Nitrato básico de bismuto.....0,30 g Carbonato de magnésio....... 0,40 g Carbonato ácido de sódio.... 0,20 g Rhamnus purshlama......... 0,025 g A posologia foi para dissolver um comprimido em água e tomar após as refeições, conforme indica a bula do fabricante Coopers Brasil S/A. Bibliografia: Karla Precioso Revista “Ana Maria” – 04/2012 Dalva Batista Nogueira Revista “Mundo Jovem” – 10/2005 Pequenas modificações Jc. São Luís, 25/6/2012 Revisado em 23/11/2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A ÁGUA, OS ALIMENTOS E O AR QUE CONSUMIMOS

A ÁGUA, OS ALIMENTOS E O AR QUE CONSUMIMOS Os seres humanos têm usado no dia-a-dia, muitos recursos da natureza. A água e o ar são dois exemplos dos mais importantes. Além de estar presente no corpo de todos os seres vivos, permitindo o seu funcionamento e a sua sobrevivência, a água é também utilizada na preparação de alimentos, na higiene, no lazer, nas plantações, na geração de energia, no transporte das embarcações, etc. O corpo humano é composto de 60% de água. Ela participa de praticamente todos os processos orgânicos: da regulação da temperatura ao bom funcionamento do cérebro e dos músculos. Por isso hidratar-se – repor a água perdida na urina e na transpiração – é tão vital, como não se cansam de recomendar os médicos. Tornou-se comum, no entanto, afirmar que a ingestão de água traz outros benefícios. Diz-se, por exemplo, que ela desintoxica a até ajuda a emagrecer. Ainda não há comprovação científica dessas teses. Alguns especialistas ressaltam que, ingerir água em excesso pode causar prejuízos ao organismo. A revista Veja tratou de estudar os equívocos mais comuns sobre esse tema: O que se diz: Beber bastante água ajuda a eliminar toxinas do organismo. O que se sabe: A função de filtrar toxinas da corrente sanguínea é dos rins; portanto, a questão aqui é saber se água em grande quantidade melhora a função renal. – “A resposta é não; o fato de uma pessoa ingerir muita água não faz com que seus rins filtrem mais ou melhor”, afirma a nefrologista Maria Eliza do Amaral Carvalho, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. O que se diz: Para uma hidratação correta, é preciso ingerir 2 litros de água, ou oito copos de água por dia. O que se sabe: A recomendação de 2 litros de água por dia não tem nenhum fundamento científico, e não há prova nenhuma de que a ingestão abundante de água seja benéfica – pelo contrário. “Muita água faz mal ao organismo”, diz o nefrologista Elias David Neto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. A água em demasia, sobrecarrega os rins e causa a eliminação excessiva dos sais minerais, principalmente sódio e potássio, essenciais para o equilíbrio orgânico. Para uma dieta de 1.200 calorias 1,2 litros de água é o bastante. “Não precisamos de mais água do que a sede solicita. É preferível tomar pequenas doses ao longo do dia a ingerir uma grande quantidade de uma vez”. Se deve lembrar que os alimentos também ajudam na hidratação. O que se diz: Muita água faz a pele mais bonita e saudável. O que se sabe: “Essa tese não faz sentido”, escreveu recentemente, num editorial, o médico Stanley Goldfarb, um dos principais especialistas no assunto. “A água que se ingere é distribuída por todo o corpo e apenas uma parte ínfima termina na pele. A desidratação é que faz com que a pele perca o viço”. O que se diz: A água ajuda a emagrecer. O que se sabe: O melhor seria dizer que a água ajuda quem está de dieta, por dois motivos: ela não tem calorias e dá a sensação de saciedade. Alguns copos com água certamente tirarão a fome, mas esse efeito dura muito pouco. “Para quem está de dieta, uma melhor forma de obter água e saciar-se é por meio de frutas e vegetais”, diz a nutricionista Suzana Bonumá, de São Paulo. O que se diz: Praticando exercícios físicos, é preciso beber muita água para recuperar o que foi perdido. O que se sabe: Por muito tempo, a recomendação da Medicina Esportiva era que os atletas deveriam tomar o máximo possível de líquidos durante o exercício para evitar a desidratação. Agora, o que se sabe é que água em excesso provoca a diluição do sódio. É o mineral que ajuda a conduzir os impulsos elétricos para os músculos, inclusive o coração. A falta de sódio pode deflagrar dor de cabeça, desorientação e até parada respiratória. O que se diz: Água com gás hidrata menos e ainda causa celulite. O que se sabe: A água com gás hidrata tanto quanto a sem gás. E isso tanto vale para as naturalmente gaseificadas como para as gaseificadas artificialmente. “O que favorece a celulite é o açúcar dos refrigerantes, e não o seu gás”, diz o dermatologista Francisco Le Voci. O que se diz: A alta concentração de minérios das águas minerais pode causar pedras nos rins quando seu consumo é freqüente. O que se sabe: Não existe relação direta entre o consumo dessas águas e a calcificação dos sais nos rins, mesmo nas regiões onde as águas são mais pesadas, obtidas de fontes ricas em sais de cálcio. Ao contrário, uma quantidade maior de água é indicada a quem tem propensão ao problema. A hidrologia é o ramo da ciência que estuda o poder medicinal das águas minerais. Embora não haja nenhum estudo conclusivo, o certo é que mal essas águas não fazem. O reumatologista Marcos Untura indica o tipo e a quantidade de água que precisa ser ingerida para que o volume de minerais seja relevante. Águas que tratam as pessoas: Fluoretadas: indicação: Prevenção de osteoporose. Dosagem para obter os benefícios: entre 750 mililitros a l litro por dia. Radioativas: indicação: Alívio de dores estomacais e intestinais, ajudando a retirar as impurezas dos rins e vias urinárias e eliminar cristais de ácido úrico pela urina. Dosagem: 1 a 1,5 litros por dia. Carbogasosas: indicação: Retenção de líquidos, vesícula preguiçosa e cálculos renais. A quantidade de gás deve ser acima de 1000 miligramas por litro. Dosagem: 1 a 1.5 litro por dia. Bicarbonatadas sódicas: indicação: Acidez estomacal. – Quantidade de bicarbonato entre 120 a 200 miligramas por litro. Dosagem: De 100 a 200 mililitros antes do café, do almoço e do jantar. Se a tolerância for boa, pode-se chegar até l litro por dia. A Pro Teste, entidade de defesa do consumidor, avaliou os quatro modelos de filtros de água comum do mercado. Europa, Everest Baby, IBBL Avanti e Lorenzetti Gioviale. Segundo os próprios fabricantes, a capacidade de filtragem nos aparelhos Lorenzetti e Everest são de 4000 litros de água por ano, contra 3000 litros das marcas Europa e IBBL. Depois disso, é preciso trocar a vela, para uma boa água... Na alimentação, a ciência já sabia que a redução de calorias prolongava a vida dos ratos. Agora, descobriu-se que faz o mesmo efeito com os primatas. As evidências são de que também os seres humanos podem se beneficiar de uma alimentação frugal. Assim sendo, menos comida, mais vigor e saúde. Os macacos de laboratório, Canto, com 25 anos e seu colega, Owen, com 26 anos, são diferentes. Enquanto o primeiro esbanja vitalidade, com seu corpo ereto, pelo brilhante e olhar alerta, o segundo tem o rosto enrugado, está ficando corcunda e sofre de artrite. Qual é o segredo da juventude de Canto? Sua alimentação. Ele é alimentado apenas com o mínimo necessário para sobreviver, o equivalente a 445 calorias. Já seu parceiro de pesquisa tem liberdade para comer quanto quiser, e ele só se satisfaz depois de ingerir 885 calorias. Os dois fazem parte de um estudo publicado pelo Centro Nacional de Pesquisas com Primatas, de Wisconsin-EUA., que reforçou a tese de que comer menos contribui para a longevidade. Dois grupos de macacos foram acompanhados por vinte anos e o resultado mostra que no grupo que comia menores quantidades a incidência de diabetes, câncer e doenças cardíacas e cerebrais foi menor. Desde a década de 30 existem estudos que mostram que uma dieta com calorias reduzidas contribui para uma existência mais longa e saudável. Recentemente, essas pesquisas inspiraram a dieta de restrição calórica. Ela contém todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, só que com a redução de 30% das calorias diárias recomendadas – 2.500 para homens e 2000 para as mulheres. O responsável pela popularização da dieta nos Estados Unidos, nos anos 90, foi o gerontologista Roy Walford, que descobriu suas vantagens acidentalmente. Em uma experiência ele e um grupo de cientistas permaneceram enclausurados num laboratório por dois anos, comendo apenas o que produziam no local. No fim, faltando comida e, ao racioná-la, perceberam que a saúde de todos melhorou. A pesquisa com os macacos foi a prova que faltava para confirmar que, na alimentação, privação ou redução de alimento pode ser sinônimo de saúde. Quando comemos, o corpo produz substâncias oxidantes, os radicais livres, que contribuem para o envelhecimento das células. Além disso, a ingestão de carboidratos estimula a produção da insulina, que, em quantidade excessiva, pode causar hipertensão e diabetes. “A dieta de restrição de calorias, por si só, não aumenta os anos de existência, mas evita que o corpo adoeça e se degrade mais rápido”, explica o endocrinologista Freddy Goldberg Eliaschewitz, da Universidade de São Paulo. O biólogo gaúcho Emílio Jeckel observou que um grupo que comia menos vivia 20% mais. Os cientistas foram em busca de um medicamento que reproduzisse os efeitos da dieta de restrição calórica. Uma das substâncias que foi pesquisada é o resveratrol, encontrado no vinho tinto e que teria a capacidade de ativar enzimas que retardam o processo de envelhecimento das células. A roteirista de TV carioca Andréa Rego, 46 anos de idade, faz involuntariamente a dieta de restrição calórica. Diz ela que tem sorte porque não agüenta comer grandes porções. André pesa 45 quilos e tem 1,57 de altura. É impossível afirmar se os benefícios são conseqüências de sua dieta, mas ela afirma não se lembrar da última vez que ficou gripada, nunca teve problemas de colesterol ou de triglicérides altos. “Indico a dieta de restrição calórica para os pacientes preocupados em envelhecer bem, mas as pessoas magras são as que têm mais facilidade de segui-la”, diz o endocrinologista carioca Alberto Serfaty, conhecido pela lista de clientes famosos. Os médicos alertam para o fato de que a redução drástica de calorias tem seus riscos. “A falta de carboidratos prejudica a oxigenação cerebral e faz com que o corpo tire energia das proteínas, desgastando os músculos”, explica a endocrinologista Alessandra Rascovski, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. É recomendável reduzir as calorias em troca de uma existência mais longa e saudável. A propósito, ao contrário do açúcar, o mel é um adoçante rico em nutrientes, que fornece numerosos sais minerais e vitaminas do complexo B,C, D e É. Os carboidratos concentrados aumentam a energia para os esportes. O mel alivia dores de garganta e acalma as tosses. Estudos mostram uma baixa nos níveis de triglicérides no sangue em pessoas que comem o mel. Ele tem propriedades antissépticas que o tornam um bom tratamento tópico para infecções, dores e queimaduras. O ar é vital para nós e para todos os seres vivos, pois é dele que obtemos o oxigênio que respiramos. O oxigênio é um elemento gasoso de massa atômica 15.994, incolor, inodoro e insípido, comburente, mas não combustível combinável com a maioria dos elementos essenciais para a respiração animal e vegetal e imprescindível em quase todos os processos de combustão. O uso do oxigênio é feito através do ato de respirar (inspiração), função pela qual os seres humanos e os animais absorvem o oxigênio e expelir (expiração) pela troca gasosa, o gás carbônico. Os seres que fazem fotossíntese produzem alimento retirando o gás carbônico diretamente do ar atmosférico, ou dissolvido na água, no caso dos seres terrestres e dos seres aquáticos. Embora não possamos vê-lo, o ar está ao nosso redor. Ele preenche todos os espaços que não estão ocupados por outros tipos de matéria. Num copo que julgamos vazio, por exemplo, na verdade ele está cheio de ar. O ar também se encontra em nossos pulmões, poços, cavernas subterrâneas e entre as partículas que constituem o solo. Podemos perceber a presença do ar quando ele se movimenta e dá origem ao vento. Este por sua vez, sustenta os aviões, impulsiona os barcos a vela, gera energia (a eólica), espalha as sementes na terra, conduz as nuvens, move as palhetas dos moinhos e refresca a atmosfera terrena, e muitas outras utilidades... Bibliografia: Revista Veja nº. 2121 – 15/07/2009 Idem Idem 2128 – 02/09/2009 Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa (Academia Brasileira de Letras) Acréscimos, supressões e modificações. Jc. S.Luis, 15/7/2011 Revisado em 20/11/2012