terça-feira, 20 de novembro de 2012

A ÁGUA, OS ALIMENTOS E O AR QUE CONSUMIMOS

A ÁGUA, OS ALIMENTOS E O AR QUE CONSUMIMOS Os seres humanos têm usado no dia-a-dia, muitos recursos da natureza. A água e o ar são dois exemplos dos mais importantes. Além de estar presente no corpo de todos os seres vivos, permitindo o seu funcionamento e a sua sobrevivência, a água é também utilizada na preparação de alimentos, na higiene, no lazer, nas plantações, na geração de energia, no transporte das embarcações, etc. O corpo humano é composto de 60% de água. Ela participa de praticamente todos os processos orgânicos: da regulação da temperatura ao bom funcionamento do cérebro e dos músculos. Por isso hidratar-se – repor a água perdida na urina e na transpiração – é tão vital, como não se cansam de recomendar os médicos. Tornou-se comum, no entanto, afirmar que a ingestão de água traz outros benefícios. Diz-se, por exemplo, que ela desintoxica a até ajuda a emagrecer. Ainda não há comprovação científica dessas teses. Alguns especialistas ressaltam que, ingerir água em excesso pode causar prejuízos ao organismo. A revista Veja tratou de estudar os equívocos mais comuns sobre esse tema: O que se diz: Beber bastante água ajuda a eliminar toxinas do organismo. O que se sabe: A função de filtrar toxinas da corrente sanguínea é dos rins; portanto, a questão aqui é saber se água em grande quantidade melhora a função renal. – “A resposta é não; o fato de uma pessoa ingerir muita água não faz com que seus rins filtrem mais ou melhor”, afirma a nefrologista Maria Eliza do Amaral Carvalho, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. O que se diz: Para uma hidratação correta, é preciso ingerir 2 litros de água, ou oito copos de água por dia. O que se sabe: A recomendação de 2 litros de água por dia não tem nenhum fundamento científico, e não há prova nenhuma de que a ingestão abundante de água seja benéfica – pelo contrário. “Muita água faz mal ao organismo”, diz o nefrologista Elias David Neto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. A água em demasia, sobrecarrega os rins e causa a eliminação excessiva dos sais minerais, principalmente sódio e potássio, essenciais para o equilíbrio orgânico. Para uma dieta de 1.200 calorias 1,2 litros de água é o bastante. “Não precisamos de mais água do que a sede solicita. É preferível tomar pequenas doses ao longo do dia a ingerir uma grande quantidade de uma vez”. Se deve lembrar que os alimentos também ajudam na hidratação. O que se diz: Muita água faz a pele mais bonita e saudável. O que se sabe: “Essa tese não faz sentido”, escreveu recentemente, num editorial, o médico Stanley Goldfarb, um dos principais especialistas no assunto. “A água que se ingere é distribuída por todo o corpo e apenas uma parte ínfima termina na pele. A desidratação é que faz com que a pele perca o viço”. O que se diz: A água ajuda a emagrecer. O que se sabe: O melhor seria dizer que a água ajuda quem está de dieta, por dois motivos: ela não tem calorias e dá a sensação de saciedade. Alguns copos com água certamente tirarão a fome, mas esse efeito dura muito pouco. “Para quem está de dieta, uma melhor forma de obter água e saciar-se é por meio de frutas e vegetais”, diz a nutricionista Suzana Bonumá, de São Paulo. O que se diz: Praticando exercícios físicos, é preciso beber muita água para recuperar o que foi perdido. O que se sabe: Por muito tempo, a recomendação da Medicina Esportiva era que os atletas deveriam tomar o máximo possível de líquidos durante o exercício para evitar a desidratação. Agora, o que se sabe é que água em excesso provoca a diluição do sódio. É o mineral que ajuda a conduzir os impulsos elétricos para os músculos, inclusive o coração. A falta de sódio pode deflagrar dor de cabeça, desorientação e até parada respiratória. O que se diz: Água com gás hidrata menos e ainda causa celulite. O que se sabe: A água com gás hidrata tanto quanto a sem gás. E isso tanto vale para as naturalmente gaseificadas como para as gaseificadas artificialmente. “O que favorece a celulite é o açúcar dos refrigerantes, e não o seu gás”, diz o dermatologista Francisco Le Voci. O que se diz: A alta concentração de minérios das águas minerais pode causar pedras nos rins quando seu consumo é freqüente. O que se sabe: Não existe relação direta entre o consumo dessas águas e a calcificação dos sais nos rins, mesmo nas regiões onde as águas são mais pesadas, obtidas de fontes ricas em sais de cálcio. Ao contrário, uma quantidade maior de água é indicada a quem tem propensão ao problema. A hidrologia é o ramo da ciência que estuda o poder medicinal das águas minerais. Embora não haja nenhum estudo conclusivo, o certo é que mal essas águas não fazem. O reumatologista Marcos Untura indica o tipo e a quantidade de água que precisa ser ingerida para que o volume de minerais seja relevante. Águas que tratam as pessoas: Fluoretadas: indicação: Prevenção de osteoporose. Dosagem para obter os benefícios: entre 750 mililitros a l litro por dia. Radioativas: indicação: Alívio de dores estomacais e intestinais, ajudando a retirar as impurezas dos rins e vias urinárias e eliminar cristais de ácido úrico pela urina. Dosagem: 1 a 1,5 litros por dia. Carbogasosas: indicação: Retenção de líquidos, vesícula preguiçosa e cálculos renais. A quantidade de gás deve ser acima de 1000 miligramas por litro. Dosagem: 1 a 1.5 litro por dia. Bicarbonatadas sódicas: indicação: Acidez estomacal. – Quantidade de bicarbonato entre 120 a 200 miligramas por litro. Dosagem: De 100 a 200 mililitros antes do café, do almoço e do jantar. Se a tolerância for boa, pode-se chegar até l litro por dia. A Pro Teste, entidade de defesa do consumidor, avaliou os quatro modelos de filtros de água comum do mercado. Europa, Everest Baby, IBBL Avanti e Lorenzetti Gioviale. Segundo os próprios fabricantes, a capacidade de filtragem nos aparelhos Lorenzetti e Everest são de 4000 litros de água por ano, contra 3000 litros das marcas Europa e IBBL. Depois disso, é preciso trocar a vela, para uma boa água... Na alimentação, a ciência já sabia que a redução de calorias prolongava a vida dos ratos. Agora, descobriu-se que faz o mesmo efeito com os primatas. As evidências são de que também os seres humanos podem se beneficiar de uma alimentação frugal. Assim sendo, menos comida, mais vigor e saúde. Os macacos de laboratório, Canto, com 25 anos e seu colega, Owen, com 26 anos, são diferentes. Enquanto o primeiro esbanja vitalidade, com seu corpo ereto, pelo brilhante e olhar alerta, o segundo tem o rosto enrugado, está ficando corcunda e sofre de artrite. Qual é o segredo da juventude de Canto? Sua alimentação. Ele é alimentado apenas com o mínimo necessário para sobreviver, o equivalente a 445 calorias. Já seu parceiro de pesquisa tem liberdade para comer quanto quiser, e ele só se satisfaz depois de ingerir 885 calorias. Os dois fazem parte de um estudo publicado pelo Centro Nacional de Pesquisas com Primatas, de Wisconsin-EUA., que reforçou a tese de que comer menos contribui para a longevidade. Dois grupos de macacos foram acompanhados por vinte anos e o resultado mostra que no grupo que comia menores quantidades a incidência de diabetes, câncer e doenças cardíacas e cerebrais foi menor. Desde a década de 30 existem estudos que mostram que uma dieta com calorias reduzidas contribui para uma existência mais longa e saudável. Recentemente, essas pesquisas inspiraram a dieta de restrição calórica. Ela contém todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, só que com a redução de 30% das calorias diárias recomendadas – 2.500 para homens e 2000 para as mulheres. O responsável pela popularização da dieta nos Estados Unidos, nos anos 90, foi o gerontologista Roy Walford, que descobriu suas vantagens acidentalmente. Em uma experiência ele e um grupo de cientistas permaneceram enclausurados num laboratório por dois anos, comendo apenas o que produziam no local. No fim, faltando comida e, ao racioná-la, perceberam que a saúde de todos melhorou. A pesquisa com os macacos foi a prova que faltava para confirmar que, na alimentação, privação ou redução de alimento pode ser sinônimo de saúde. Quando comemos, o corpo produz substâncias oxidantes, os radicais livres, que contribuem para o envelhecimento das células. Além disso, a ingestão de carboidratos estimula a produção da insulina, que, em quantidade excessiva, pode causar hipertensão e diabetes. “A dieta de restrição de calorias, por si só, não aumenta os anos de existência, mas evita que o corpo adoeça e se degrade mais rápido”, explica o endocrinologista Freddy Goldberg Eliaschewitz, da Universidade de São Paulo. O biólogo gaúcho Emílio Jeckel observou que um grupo que comia menos vivia 20% mais. Os cientistas foram em busca de um medicamento que reproduzisse os efeitos da dieta de restrição calórica. Uma das substâncias que foi pesquisada é o resveratrol, encontrado no vinho tinto e que teria a capacidade de ativar enzimas que retardam o processo de envelhecimento das células. A roteirista de TV carioca Andréa Rego, 46 anos de idade, faz involuntariamente a dieta de restrição calórica. Diz ela que tem sorte porque não agüenta comer grandes porções. André pesa 45 quilos e tem 1,57 de altura. É impossível afirmar se os benefícios são conseqüências de sua dieta, mas ela afirma não se lembrar da última vez que ficou gripada, nunca teve problemas de colesterol ou de triglicérides altos. “Indico a dieta de restrição calórica para os pacientes preocupados em envelhecer bem, mas as pessoas magras são as que têm mais facilidade de segui-la”, diz o endocrinologista carioca Alberto Serfaty, conhecido pela lista de clientes famosos. Os médicos alertam para o fato de que a redução drástica de calorias tem seus riscos. “A falta de carboidratos prejudica a oxigenação cerebral e faz com que o corpo tire energia das proteínas, desgastando os músculos”, explica a endocrinologista Alessandra Rascovski, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. É recomendável reduzir as calorias em troca de uma existência mais longa e saudável. A propósito, ao contrário do açúcar, o mel é um adoçante rico em nutrientes, que fornece numerosos sais minerais e vitaminas do complexo B,C, D e É. Os carboidratos concentrados aumentam a energia para os esportes. O mel alivia dores de garganta e acalma as tosses. Estudos mostram uma baixa nos níveis de triglicérides no sangue em pessoas que comem o mel. Ele tem propriedades antissépticas que o tornam um bom tratamento tópico para infecções, dores e queimaduras. O ar é vital para nós e para todos os seres vivos, pois é dele que obtemos o oxigênio que respiramos. O oxigênio é um elemento gasoso de massa atômica 15.994, incolor, inodoro e insípido, comburente, mas não combustível combinável com a maioria dos elementos essenciais para a respiração animal e vegetal e imprescindível em quase todos os processos de combustão. O uso do oxigênio é feito através do ato de respirar (inspiração), função pela qual os seres humanos e os animais absorvem o oxigênio e expelir (expiração) pela troca gasosa, o gás carbônico. Os seres que fazem fotossíntese produzem alimento retirando o gás carbônico diretamente do ar atmosférico, ou dissolvido na água, no caso dos seres terrestres e dos seres aquáticos. Embora não possamos vê-lo, o ar está ao nosso redor. Ele preenche todos os espaços que não estão ocupados por outros tipos de matéria. Num copo que julgamos vazio, por exemplo, na verdade ele está cheio de ar. O ar também se encontra em nossos pulmões, poços, cavernas subterrâneas e entre as partículas que constituem o solo. Podemos perceber a presença do ar quando ele se movimenta e dá origem ao vento. Este por sua vez, sustenta os aviões, impulsiona os barcos a vela, gera energia (a eólica), espalha as sementes na terra, conduz as nuvens, move as palhetas dos moinhos e refresca a atmosfera terrena, e muitas outras utilidades... Bibliografia: Revista Veja nº. 2121 – 15/07/2009 Idem Idem 2128 – 02/09/2009 Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa (Academia Brasileira de Letras) Acréscimos, supressões e modificações. Jc. S.Luis, 15/7/2011 Revisado em 20/11/2012

Nenhum comentário: