domingo, 10 de março de 2019

PAIS ESPÍRITAS E A RESPONSABILIDADE COM OS FILHOS




 
Os seres humanos em todas as latitudes da Terra guardam, habitualmente, o mesmo padrão de atividade normal. Ou seja: Alimentam-se, vestem-se, descansam, dormem, pensam, falam, gritam, procriam, indagam, pedem, reclamam, agitam-se, e, muitas das vezes, usurpam a vitalidade dos reinos que se lhes revelam inferiores. Mas, são poucos os que se lembram de fazer uma oração de agradecimento e ensinar ou orientar aos filhos, ao menos, a serem agradecidos à Providência Divina.
Os pais têm a missão de ajudar o espírito que recebem como filho(a) a evoluir, além de serem responsáveis pela integridade física dos pequenos. São os pais que passam maior tempo com os filhos, além de serem as primeiras referências para eles. Nesse processo que é educar, contar com o apoio é sempre muito bom.  Esse é um trabalho da Doutrina que leva a mensagem aos espíritos em nova etapa reencarnatória.
Mas, para que os resultados sejam atingidos, é preciso que os pais garantam a presença dos filhos nas reuniões de estudo do Evangelho voltadas aos mais jovens. É importante, também, que os temas espíritas sejam discutidos principalmente em casa, quando da realização do “Culto do Evangelho no Lar”, em uma linguagem que permita a participação e o entendimento das crianças. E mais ainda, que os ensinamentos sejam exemplificados pelos mais velhos; pais, tios. avós, etc.
Existem jovens na Casa Espírita que você frequenta? Na maioria das  Casas Espíritas não há público de jovens, o que é preocupante por vários motivos:
1º- O jovem que frequenta a instituição espírita pode ser o dirigente do amanhã, que ajudará a Casa a se manter com as portas abertas, dando prosseguimento ao trabalho de divulgação da Doutrina Espírita;
2º-  Uma Casa Espírita que possui públicos de todas as idades, da criança ao idoso, passando pelo jovem e adulto, tem um ambiente mais propício à troca de experiências, onde todos saem ganhando;
3º-  É na Casa Espírita que o jovem terá condições de aprender os ensinos  de Jesus, sob  a  ótica da  Doutrina dos Espíritos, podendo refletir, perguntar e praticar o que absorveu.
Feitas estas reflexões, fica a pergunta: por que os jovens não estão frequentando grande parte das Casas Espíritas?
Algo muito comum entre os pais espíritas é afirmar que preferem respeitar o livre arbítrio de seus filhos, deixando que eles escolham a filosofia/religião a seguir, quando tiverem a idade para decidir. Porém, esquecem que é preciso ter o conhecimento das opções existentes para poderem escolher de modo consciente. Além disso, qual a diferença se a criança frequentar a Casa Espírita e, quando crescer, decidir por outra opção ou nenhuma? Pelo menos o fará conscientemente.
Por que os pais não pensam também em usar o livre arbítrio de seus filhos quando o assunto é encaminhá-los para a escola; levá-los ao médico ou protegê-los dos perigos? Eles sabem da importância de cada um desses itens para que cresçam bem e saudáveis.  Por que somente a orientação religiosa que é muito mais importante, deve ficar para ser decidido pelos filhos quando crescerem? Os ensinamentos doutrinários são também igualmente importantes e, quando assimilados permitem que os filhos, como espíritos reencarnados, tenham uma existência mais equilibrada por conta de escolhas mais conscientes.
E para aqueles pais que acreditam que conceitos tais como reencarnação, comunicação dos espíritos e vida após a morte podem amedrontar os menores, a experiência demonstra que, quando abordados de modo natural, são bem compreendido e, no lugar do medo, há satisfação. É bem mais provável que figuras como o diabo e o inferno causem muito maior temor.
“Tenho mais de vinte anos de experiência nesse tema e ele me mostra que a mensagem espírita é aceita perfeitamente pelas crianças e os jovens. E nós, começando pelos pais espíritas, não temos o direito de negar esse precioso apoio a eles”, afirma a jornalista espírita Martha Rios Guimarães.

Fonte:
Boletim “Meditando” – 2/2019
Escritora Martha Guimarães
+ Acréscimos

Jc.
São Luís, 25/2/2019

A VIOLÊNCIA HUMANA E A EDUCAÇÃO




 
A delinquência moral e a violência não são apanágios exclusivos dos deserdados materiais, até porque os Espíritos reencarnam sempre nos mais diferentes lugares e situações sociais, no interesse de sua ascensão na escala evolutiva. Pobreza e riqueza não constituem punição nem privilégio, (porque se hoje somos pobres já fomos ricos, e se hoje somos ricos, já fomos ou seremos pobres em outra existência) elas são provações, cuja finalidade é experimentar o ser humano de modos diferentes, de conformidade com suas necessidades evolutivas.
A riqueza e o poder são testes muito complicados porque enquanto a pobreza provoca as queixas contra a Providência Divina, a riqueza incita a todos os excessos, e é, por isso, numa perspectiva espiritual, prova mais perigosa do quê a própria pobreza. O aumento da violência, portanto, que se conhece desde o pós-guerra, não é imputável a uma categoria de indivíduos, mas a uma generalização dos comportamentos agressivos nas diferentes camadas da população.
Ultimamente, no Brasil, a violência urbana, que antes estava presente nas metrópoles apenas, espalhou-se para pequenos municípios à medida que o crime organizado procura novos espaços. Há debates na visão das causas e de como superá-las, mas a maioria dos especialistas no assunto afirma que a violência urbana é algo evitável, desde que as políticas sociais, educacionais  e de segurança pública sejam colocadas em ação. Diversas teorias psicológicas afirmam que a agressividade é inerente ao ser humano, mas ao mesmo tempo colocam a importância da educação e da cultura, da vida social, como reguladoras dos impulsos destrutivos. A humanidade atual é constituída, em sua maioria, de Espíritos semicivilizados ou bárbaros, e as pessoas de bem que fazem parte da espiritualidade superior são as minorias.
A Doutrina Espírita compreende o ser violento como um doente espiritual e não como mero produto do meio social, nem como resultado de uma degenerescência hereditária e, muito menos ainda, como um ser criado com instinto destruidor do qual ele não pode fugir. A violência urbana ocorre na maioria das sociedades modernas em face do “consumismo”, da agressão veiculada pela televisão, Internet, rádio, jornal revistas, dos exemplos negativos e outros meios. Há diversos tipos de violência que normalmente sugerem ações organizadas, mas a selvageria do homem ainda não civilizado tem suas raízes profundas e vigorosas na espessa bestialidade. O homo brutalis tem suas leis: subjugar, humilhar, torturar e matar.
O utilitarismo das sociedades contemporâneas alienou o ser humano, tornando-o um autônomo inconsequente. O homem de hoje vive atormentado pelo medo, esse inimigo atroz que sempre o assombra. Uma vez submetido às contingências da existência atual, de insegurança e de incertezas, sofre como resultado os transtornos grave da mente. Não podemos desconsiderar outros tipos de agressões (não menos impactantes) como as que ocorrem diariamente no trânsito, nas violências sexuais, nos maus tratos infantis ou nas agressões domésticas.
Muitos erguem altos muros com fios eletrificados ao redor de suas residências na tentativa de manter a paz doméstica. Outros instalam equipamentos sofisticados que os alertam da chegada de eventuais usurpadores de seus bens. Contudo, existe outro tipo de violência - a que não costumamos dar atenção: é a que está fincada dentro de cada um de nós, e que existe dentro de casa,  violência íntima, que alguns alimentam, diariamente, permitindo que ela se torne um animal feroz.
Difunde-se muito o imperativo da paz, mas, produzindo-se metralhadoras, pistolas, fuzis, canhões e ogivas; deseja-se resolver os problemas sociais ativando a edificação de bordéis e presídios. Esse progresso é o da razão sem a fé, onde os seres humanos se perdem em luta inglória e sem fim. Uma das soluções para a paz seria desarmar a população mundial e a proibição da fabricação e do comércio de armas de fogo em todos os países. Naturalmente que isso não interessa aos fabricantes e não somos ingênuos de pensar que tão somente a proibição do uso de arma de fogo, por si só, resolva definitivamente o problema da violência, em todos os níveis. A arma de fogo pode ser substituida por outras armas, talvez não tão “eficientes” como ela, mas que podem ferir e matar.
Na ausência de uma educação destinada às crianças, na estrutura de aparelhagem preventiva e repressora do Estado, principalmente nas fronteiras do país, as armas de fogo continuarão chegando às mãos dos malfeitores e fazendo suas vítimas.  Urge meditar que devemos aprender a nos defender, desarmando, antes de tudo, nossos Espíritos e isto só se consegue pela constante prática do amor e da fraternidade.
O espírita é convocado a conservar-se em célula sadia, capaz de abrir caminho à recuperação do organismo social. O espírita deve, onde apareça á ruína, converter-se em apelo ao refazimento; onde haja a indisciplina, faz-se apoio da ordem e onde mine o pessimismo, erga-se de imediato, uma mensagem de esperança. Por isso, a solução que a Doutrina Espírita oferece para neutralizar a violência, é a educação em seu amplo aspecto. Ela, essencialmente educativa, conclama-nos ao amor e à educação que poderão formar uma nova mentalidade nos seres humanos.
A violência é o fruto natural da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal, ela deflagra na natureza, graças às bases do egoísmo, a doença moral que corrói o organismo social. O antídoto do egoísmo é o altruísmo e a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e pacífica é a educação das novas gerações. Sabendo que através da educação formaremos caracteres saudáveis, deveremos investir tudo nesta obra libertadora, que é uma das mais elevadas expressões de caridade...
Eduquemos e amemos as nossas crianças e procuremos instruí-las no sentido do amor e do bem, se desejamos um mundo melhor.
Fonte:                                                                                 
Jornal “Brasília Espírita” – nº 201                                            Escritor: Jorge Hessen                                                                    + Pequenas modificações.

Jc.

São Luís, 23/7/2017
Refeito em 5/3/2019