Ela foi um Espírito de elevada hierarquia, que reencarnou numa localidade denominada de Rio Dades, em Portugal, no dia 14 de dezembro de1884. Seus pais foram Aurélio Augusto Mesquita de Azevedo e Ismênia de Jesus. Ao nascer, deram-lhe o nome de Maria da Piedade. Sabe-se, porém, que ela consorciou-se com Miguel Máximo, e daí em diante adotou o sobrenome do esposo. Maria e Miguel eram artistas de teatro e viviam das glórias da ribalta, exibindo-se em Portugal e em outros países, inclusive o Brasil, onde desembarcou no porto de Santos. Vieram eles para se apresentar nos palcos brasileiros, e depois de anos nos palcos, um acontecimento mudou o rumo da vida do casal. O Alto os convocou e, por força de compromissos espirituais, Maria Máximo viu-se portadora de mediunidade aflorada. Médium clarividente, audiente, psicógrafa e outras capacidades, inclusive a curadora, percebeu logo, que essa mediunidade não lhe viera de graça.
Confabulou com o esposo
sobre sua nova responsabilidade e ele aceitou sua nova tarefa como auxiliar da
esposa. As luzes da ribalta foram apagadas e o casal passou a operar num outro
palco: o palco da caridade. As novas plateias, em vez de serem de criaturas
abastadas, eram de pessoas sofredoras, angustiadas, eram carentes de bens
espirituais de fraternidade e de benevolência. Maria, com o apoio do marido,
funda um janeiro de 1937, o Centro Espírita “Ismênia de Jesus”, na cidade de
Santos, prestando homenagem àquela que lhe trouxe à existência.
Tempos depois, Maria se
envolve em um novo projeto, a construção da sede própria do Centro Espírita, e
em dezembro de 1939, inaugura com seus companheiros a sede com um salão para
600 pessoas e ainda um berçário. A partir dessa época, O Centro Espírita
“Ismênia de Jesus” recebe um cognome muito especial: “Casa dos Pobres”. Mas,
para ela, era apenas o primeiro passo da caminhada assumida no mundo
espiritual. Em 1941 passa a distribuir alimentos a mais de 150 pessoas,
diariamente. Essa iniciativa venceu o tempo e continua sem interrupção de um só
dia, desde 24 de agosto de 1941. Ela sentindo o drama da infância abandonada e
dos famintos desesperançados e, olhando mais longe, percebeu que não bastava
dar-lhes o peixe sem ensinar-lhes o manejo da pesca. Assim, no dia 7 de
setembro de 1944, inaugurou novo prédio, onde passou a atender mães solteiras
carentes. Três anos depois, instalou nesse mesmo prédio a Escola Espiritualista
"Ordem e Progresso”. Um trabalho dessa envergadura certamente fora
programado na espiritualidade e obedecia a vontades superiores. Seu pai Aurélio
lhe incentivava, dizendo-lhe que o Banco da Misericórdia Divina não a deixaria
sem recursos para a Obra e eles apareceram de forma inesperada.
Maria Máximo, como qualquer
mortal, foi envelhecendo e, apesar do seu espírito lutador, o seu corpo físico
foi sentindo a luta, a ponto dos seus companheiros de trabalho começarem a
pressioná-la para que repousasse, e ela rechaçava qualquer sugestão que lhe
fizessem nesse sentido. O agravamento de seu estado físico levou seus parceiros
a transferi-la para a chácara “Fé, Esperança e Caridade”, propriedade do
“Ismênia de Jesus”, onde as crianças assistidas por ela no Internato de Santos,
passavam as férias.
Mesmo distante de Santos 60
quilômetros, Maria arrumou um jeito de dar continuidade ao seu trabalho em
benefícios dos necessitados. Ela passou a frequentar a reunião de desobsessão
em um Centro Espírita local que atendia os Espíritos sofredores que vinham em
busca de consolações. Sua mediunidade era usada pelos mentores espirituais
dando continuidade à tarefa norma, sem deixar sua missão um dia sequer. Cheia
de fé ela foi em frente até que seu corpo físico, sem forças, entregou os
pontos. No dia 10 de agosto de 1949 o seu coração que tanto amou, parou. Na
chácara ninguém imaginava que dentro em pouco ela retornaria para se despedir e,
na espiritualidade, preparavam-na para dar sua primeira comunicação após a
desencarnação. Duas horas depois, ela se serve de um companheiro médium que
estava no local e foi logo dizendo: “Minha carta de alforria chegou”. E
despediu-se confortando e encorajando os companheiros a continuarem a zelar
pela plantação que fizeram.
Para avaliar a mediunidade
de Maria, vamos narrar um caso, quando ela ainda estava na cidade de Santos, à
frente do Centro Espírita. Ela precisou se ausentar da Instituição por algum
tempo, e ao retornar, encontrou um cheque de alto valor, que fora deixado como
doação. Diante do referido cheque ela concluiu que o doador talvez tivesse se
enganado na hora de preencher o cheque e resolveu procurá-lo para melhor
esclarecimento. No dia seguinte, ela saiu com alguns auxiliares à procura do
misterioso doador. Em bela mansão, foi recebida por um senhor que foi reconhecido
como o doador que estivera no Centro Espírita. Maria se apresentou e explicou a
razão de sua visita. O Coronel A. Ribeiro manifestou sua alegria por ver tanta
honestidade. Examinou o cheque e, olhando-o, lhe tranquilizou dizendo: “Não
houve engano algum e disse que levasse de volta o cheque e aplicasse como
quisesse”.
Maria agradeceu e ao se
despedir do dono da mansão, seu pai da espiritualidade, lhe surpreendeu com o
seguinte recado: “O cheque foi apenas uma desculpa que encontramos para você
adentrar esta mansão, onde há um jovem manietado em camisa de força, esperando
o socorro da sua faculdade mediúnica...”
Maria revelou ao Coronel o que acabara de ouvir de seu guia espiritual.
Ele espantou-se e pensou: “Como ela soube do meu segredo?” Pois realmente tinha
um filho completamente louco confinado num dos cômodos da mansão, sob os
cuidados de dois enfermeiros.
Diante daquele pai aflito,
Maria Máximo não perdeu tempo e, pediu permissão para ver o rapaz. O Coronel
lhe esclareceu que isso era ariscado, porque o rapaz era agressivo, mas ela
continuou insistindo até atendida pelo receoso pai. Chegando ao quarto, o pai chamou os
enfermeiros e lhes recomendou atenção porque aquela mulher queria ver o
enfermo. A porta foi aberta e ela o viu, manietado pela camisa de força,
encolhido num canto do cômodo. Maria solicitou que os enfermeiros o libertassem
da camisa de força. Eles obedeceram e ela, destemida, foi-se aproximando do
rapaz e estendendo as mãos sobre a cabeça do jovem foi aplicando passes, e
dentro de mais alguns minutos o rapaz se levantou demonstrando estar consciente
e senhor do seu corpo físico. Maria ainda conversou com ele por alguns minutos
e despediu-se, desejando-lhe toda a felicidade do mundo. O Coronel vendo seu
filho completamente curado tornou-se grande amigo da médium Maria Máximo e
passou a ajudar a Instituição com maiores recursos, de acordo como o seu pai
havia lhe predito anteriormente.
Fonte:
Marinei
Ferreira Rezende
Jornal
“O Imortal” – 02/2014
+
Pequenas modificações.
Jc.
S.
Luís, 21/02/2014