segunda-feira, 1 de julho de 2019

CONSTRUINDO O NOSSO FUTURO





 
 “Havia uma fonte pequenina e insignificante que estava em um bosque... Um dia, alguém por ali passou com muita sede e retirou água, saciando-se. A fonte ficou tão feliz que disse para si mesma: -- Como eu gostaria de poder dar de beber a outros viajantes, já que sou água preciosa!  Ela então orou a Deus pedindo. Deus lhe atendeu e fez-lhe a vontade. A fonte cresceu e veio a transbordar;  as aves e os animais começaram a bebê-la, e ela ficou ainda mais feliz. – Como é bom matar a sede e ser útil!  As suas águas passaram a umedecer as raízes das árvores e a correr pelo chão, tornando-se um córrego. Mais animais,  aves, pessoas e plantas se beneficiaram das águas.
A fonte então falou – Meu Deus, como é bom ser um córrego!   Mas eu gostaria de chegar até o mar... Então Deus fez chover abundantemente, e disse-lhe: Segue em frente, porque o destino dos córregos e rios é alcançar o mar. E o córrego se tornou um rio e passou a servir a lugarejos e vilas por onde passava. Mas, numa curva do caminho, havia uma barragem. O rio encontrou o seu primeiro impedimento; e ele em vez de se queixar, tentou passar por baixo, mas a barragem lhe impedia o desejo.  Ele então parou, foi acumulando água, cresceu e transpôs tranquilamente o obstáculo. Mais adiante, havia seixos e pequeninas pedras que ele foi carregando, porém outras pedras grandes que se
tornaram irremovíveis, cujo peso ele não podia remover. Ele então novamente acumulou águas, cresceu e as ultrapassou, indo além, até o mar, seu destino final...”
Assim como essa pequenina fonte, nós também já fomos pequeninos ao nascermos, depois sob os cuidados dos nossos pais, principalmente de nossa mãe, fomos crescendo e recebendo as orientações diversas para sermos uma boa pessoa, sabendo como nos direcionar sem fazer o mal a ninguém, enfrentando as dificuldades diversas da nossa existência; fomos vencendo os obstáculos e tentando ajudar os nossos irmãos necessitados, para chegarmos ao nosso destino final que é conquistar a nossa evolução espiritual com as bênçãos de Deus. Portanto, não vamos lamentar qualquer dificuldade que porventura nos apareça na jornada terrena;  enfrentemos e superemos esses obstáculos porque essa  é a razão de estarmos aqui na Terra, lutando, sofrendo, sorrindo e crescendo em valores morais para alcançarmos a melhora da nossa vida imortal...

Jc.
São Luís, 13/6/2019

A AJUDA DIVINA




 
O ser humano traz na sua consciência a crença de que está sob a proteção divina e que recebe ajuda do Criador. Ocorre, entretanto, que a maioria das pessoas não tem uma noção clara de como se opera essa ação e com que propósito Deus nos auxilia. Essa falta de entendimento resulta, para muitas pessoas, na descrença e na revolta.
Muitas pessoas esperam de Deus ações contrárias às Suas Leis, imutáveis e irrevogáveis, sendo que tudo está em consonância com a harmonia do Universo. Outras aguardam que o Criador faça a parte que lhes compete nas tarefas individual e intransferível. Antes de tudo, precisamos compreender qual a razão ou objetivo da existência. Por que estamos ocupando um lugar no planeta Terra? Qual a finalidade e o que nos espera depois? A Doutrina dos Espíritos vem fazer luz sobre essas questões, esclarecendo que já vivemos outras existências antes e continuaremos a ter outras, após a morte biológica, objetivando a nossa evolução espiritual. A finalidade da nossa existência terrena é crescer em conhecimentos, moralidade e conquistar todas as virtudes até chegarmos à perfeição relativa.
Para que cada um atinja a sua meta, um conjunto de recursos, dos dois planos da vida – material e espiritual – é mobilizado em nosso favor. A família e os amigos que nos acolhem e estão conosco, bem como os Espíritos amigos e familiares do plano espiritual que nos acompanham e nos protegem, são os instrumentos de Deus, na execução dos seus desígnios e no cumprimento das suas Leis. Deus atende os seres humanos através dos próprios seres encarnados ou desencarnados. É importante esclarecer que Deus não atende nossas vontades, mas somente as nossas necessidades, representadas pelas experiências que devemos vivenciar, extraindo o aprendizado que buscamos conquistar.
A ajuda pode nos chegar como um pensamento, uma ideia, uma palavra de consolo, uma orientação ou através de um convite para frequentar um templo religioso. Outras vezes, como um obstáculo, uma dificuldade, uma doença que reclamamos e nos coloca uns “dias na cama” – como último recurso – a falta de humildade para frear o nosso orgulho, o destempero, a arrogância, a avareza, a ganância, os vícios e tantas outras falhas morais que entravam o nosso progresso moral e espiritual.
Com esse entendimento, passamos a ver no aparente infortúnio, um remédio para o nosso Espírito que precisa ser submetido a provas ou expiações, não como um castigo, mas como uma bênção de Deus, para nos proporcionar a evolução. Aquele que percebe a existência desse modo, não se desespera e não se sente abandonado ante as asperezas da existência, pois confia em Deus, que não lhe tira a prova, mas o sustenta nas lutas, e somente permite que aconteça o que efetivamente precisamos vivenciar.
Por isso, a nossa fé deve ser racional, embasada nessa visão mais ampliada da vida, que não se restringe a esta encarnação, que representa um curtíssimo espaço de tempo diante da eternidade que nos aguarda. Portanto, com fé, com resignação e coragem, acreditando em Deus e em si mesmo, esperemos a ajuda divina, porém, fazendo sempre a parte que nos compete, construiremos o merecimento para alcançarmos o auxílio divino, conforme a proposta de Jesus, quando disse: “Ajuda-te que o Céu de ajudará”.
Isto implica que é necessário oferecer a nossa quota de esforço, trabalho, renúncia e fé, em benefício de nós mesmos, e nos colocando na condição de instrumentos de Deus no auxílio aos seres humanos que caminham conosco, perto ou longe, parente, amigo ou desconhecido. Pela caridade, pela fraternidade, pelo esquecimento das ofensas e pelo amor incondicional, nos colocamos sob a proteção de Deus, que poderá não atender muitos dos nossos pedidos, mas certamente atenderá todos os que efetivamente contribuirão para nos tornar mais cristãos, mais humildes, mais laboriosos e mais felizes...
Devemos pedir a ajuda divina, mas não devemos esquecer o socorro ao nosso irmão durante a jornada terrena. Deus ouve os seres humanos na medida em que os mesmos ouvem seus próprios irmãos. Devemos alegrar-nos com o agasalho, o pão, os talentos, a tranquilidade, a saúde, a fé luminosa e a paz que desfrutamos, contudo, devemos repartir com os nossos irmãos os benefícios que recebemos como agradecimento a Deus.
Devemos receber a ajuda divina, ajudando e servindo também. Quando nos lembramos, não é difícil agradecer a ajuda divina ao nos sentirmos amparados, protegidos e satisfeitos com a existência; entretanto, diminui nosso sentimento de gratidão quando as dores e as necessidades nos atingem. Nesses momentos, quase inconscientemente, dizemos: “Senhor, seja feita a vossa vontade, mas atenda de preferência a nossa”. Isto porque estamos ainda distantes da percepção do que seja a sabedoria do Criador e o acerto de suas Leis, em função do nosso demérito, atual ou remoto que é á base de nossos sofrimentos e dificuldades no caminho evolutivo a que estamos sujeitos.
Esclarecidos pelo Evangelho, recebamos tudo o que a divina providência nos oferta, até mesmos os espinhos e pedras serão compreendidos como valiosas oportunidades de crescimento, pois se em nós houver entendimento e amor, as sombras do caminho serão aclaradas e as dificuldades suavizadas pela benevolência sem limites do nosso Criador...

Fonte:
Cleto Brutes - Jornal “Seara Espírita” – nº 140
Livros: “Comentários Evangélicos” e “Ideal Espírita”
+ Pequenas correções e acréscimos.

Jc.
São Luís, 7/7/2013
Refeito em 16/5/2019