sábado, 27 de março de 2010

OS TALENTOS

OS TALENTOS

Em Mateus, Cap.XXV vrs. 14 a 30, encontramos a “Parábola dos Talentos”, que diz: “Um senhor que, partindo para outro país, chamou os seus servos e entregou-lhes alguns bens: ao primeiro, deu 5 talentos; ao segundo, deu 2 talentos; e ao terceiro, deu 1 talento, de acordo com a capacidade de cada um, e disse-lhes: Negociai até eu voltar”, e seguiu viagem. O que recebera 5 talentos, foi imediatamente negociar com eles e após algum tempo ganhou outros 5 ; o segundo fez do mesmo modo que o primeiro e ganhou também outros 2. Mas o que tinha recebido só 1 talento, fez uma cova no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor.

Depois de algum tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Chegando o que recebera 5 talentos, apresentou-lhe mais outros 5, dizendo: “Senhor, entregaste-me 5 talentos e aqui estão outros 5 que ganhei”. O seu senhor lhe disse: “Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entre no gozo do seu senhor”. – Chegou também o que recebera 2 talentos, e disse: “Senhor, entregaste-me 2 talentos; aqui estão outros 2 que ganhei”. Disse-lhe o seu senhor: “Muito bem servo bom e fiel, já que foste também fiel no pouco, confiar-te-ei o muito; entra no gozo do seu senhor”. – E chegou por fim o que havia recebido só 1 talento, dizendo: “Senhor, eu sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e recolhes onde não puseste; e, atemorizado, fui esconder o teu talento na terra; aqui tens o que é teu”. Porém o seu senhor respondeu: “Servo mau e preguiçoso, sabias que era severo e por que então não entregaste o meu dinheiro ao banqueiro, e, vindo eu, teria recebido o que é meu com juros? Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez talentos; porque a todo que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não têm até o que tem ser-lhe-á tirado. E a esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”.

É interessante notar que Jesus ao contar esta parábola, não fez menção a “dracma”, que era o dinheiro em circulação naquela época. Falou Ele de “talentos”, na narrativa de Mateus, que foi seu apóstolo e que vamos analisar.

Todos somos filhos de Deus, e o Pai reparte igualmente com todos, os talentos; a uns dá mais, a outros dá o necessário, a outros menos; sempre de acordo com a capacidade e o merecimento de cada um. A uns, dá bens materiais, a outros, dá sabedoria; a outros mais, dá dons espirituais; a alguns, concede todas estas dádivas reunidas; e a muitos, dá outros talentos, como: Saúde, paz, resignação, humildade, fé, esperança, que possibilitam o crescimento espiritual. Mesmo aqueles que nos parecem sem talento nenhum, possuem os sentidos e os membros que são bens inestimáveis, que nem sempre sabemos dar valor. Ninguém é excluído na Lei Divina, como não existem privilégios. O que parece ser privilégio é apenas o fruto do trabalho com os talentos recebidos. Os que se dedicam mais conseguem duplicar os talentos; enquanto os que não trabalham os bens recebidos, é igual ao servo que enterrou o talento recebido, sem querer trabalhar e fazê-lo crescer. . . Onde estão os servos e os talentos de que nos fala o Evangelho, nos dias atuais? Os servos somos todos nós, e os talentos são: A existência, a paz, a saúde, a família, os sentidos, a inteligência, os bens materiais, as oportunidades, os dons espirituais e a mediunidade; sendo que todos esses talentos devemos empregá-los em nosso benefício e também dos nossos semelhantes. Deus que reparte os talentos com todos os Seus filhos; que faz nascer o sol para bons e maus, e descer a chuva para justos e injustos; exige que esses talentos sejam acrescidos por nós, para nossa própria felicidade. Os que obedecem a Seus designos, têm o mérito de suas obras; os que desobedecem, são responsabilizados pela não observância de seus deveres, iguais ao servo inútil que foi lançado nas trevas, para sofrer as conseqüências de sua imprevidência. Os talentos nos foram concedidos para serem usados com sabedoria, assim como os dons espirituais nos foram concedidos para aumentarmos a nossa fé, através do trabalho de caridade e amor que devemos ter para com toda a criação divina. Quanto mais nos dedicarmos a aplicação desses talentos, mais e mais talentos nos serão confiados, conforme diz a parábola: “A todo que tem, dar-se-lhes-á, e terá em abundância”.

Os bens da Terra pertencem a Deus, que os dispensa à Sua vontade, e nós somos apenas usufrutuários, assim mesmo, temporários, porque o ser humano é possuidor apenas daquilo que trás quando chega ao mundo e que pode levar quando dele partir. E o que trouxemos quando chegamos e o que levamos? Somente trouxemos o patrimônio espiritual conseguido em outras existências, como a inteligência, a bondade o amor, ou seja, apenas o mérito das nossas boas ações ou o demérito de nossas ações más, praticadas anteriormente. Nada material ou que é para o uso do corpo nos pertence e podemos levar. Levamos, quando partir, apenas o que foi conquista da alma, que são os conhecimentos adquiridos, as qualidades morais desenvolvidas, o mérito das boas ações, praticadas com amor, que nos servirá como evolução no mundo espiritual. Não nos será perguntado o que fomos o título nem a posição que ocupamos na Terra; apenas o que fizemos de bem para o nosso semelhante. Pensem bem nisso.

Se os talentos foram conseguidos pelo nosso trabalho, deles nos serviremos tanto na Terra como no plano espiritual. Entretanto, bens colocados em mãos de alguns, servem de instrumento a tentações pela fascinação que exercem, excitando o orgulho, o egoísmo, e a existência de orgias. Porém, se os talentos são a fonte de muitos males, é preciso reconhecer que é o ser humano que deles faz mal uso. Se a riqueza produzisse somente o mal, Deus não a teria colocado sobre a Terra. Cabe ao ser humano que é possuidor temporário, dela, fazer bom uso criando oportunidades de trabalho, produzindo o progresso material, intelectual e o progresso moral, que conduzem ao caminho do bem.

Mas, nem todos possuem os bens materiais necessários ao socorro fraterno, ou de modo a cooperar nas realizações indispensáveis. Nem sempre dispomos de valores culturais suficientes para alcançarmos a solução dos problemas sociais. Nem sempre conseguimos ter bastante saúde para mobilizar o corpo no rumo dos serviços que desejaríamos executar... Porém, ninguém está deserdado do talento das horas para consagrar-se ao bem. O tempo, na realidade, é o talento que o Supremo Senhor nos proporciona para usarmos em todas as direções e em favor de todas as criaturas. Se dispomos de uma hora, não lhe percamos o sublime valor inutilmente. Com ela, é possível a obtenção de novos conhecimentos, o cultivo da fraternidade, o consolo ao irmão que padece nos braços da enfermidade, a conversação sadia que esclarece e auxilia o próximo necessitado, a plantação de alguma árvore que, mais tarde poderá nos oferecer fruto e sombra amiga, a oração em favor dos necessitados e sofredores. Não desperdicemos o sagrado talento dos minutos, comprando com eles as espinhosas sementes da leviandade, as aflições da maledicência, as amarguras da crueldade nem os remorsos do crime...

Muitas pessoas exigem do mundo, valiosos recursos de abastança e de felicidade, mas não se animam a gastar uma simples hora na construção dos alicerces indispensáveis à paz da própria consciência. Não esperemos pelo dinheiro, pelo poder pessoal, pelo título acadêmico, ou pelas situações favoráveis, para realizar a nossa evolução espiritual. Aproveitar o talento do tempo na prática do bem é armazenar tesouro. Vale a pena utilizar todos os momentos disponíveis para aumentar nossos talentos e a possibilidade de uma existência melhor. Jamais temores injustificados perante os acontecimentos da existência. Temos todos, oportunidades diversas nos caminhos do progresso. Crie o hábito de ler ou estudar para adquirir o conhecimento das lições que a própria existência nos apresenta a todo o instante. Não agir apressadamente, pois a correria cansa, desgasta e rende pouco. Preservar a saúde como valioso patrimônio que merece cuidados. Não deixe que o mau humor envenene a alegria de viver. Não empreste seus ouvidos para conversas tolas; audição bem aplicada é sintonia com a paz.

Ocupar a mente com valores e pensamentos reais e elevados; cabeça vazia ou mal direcionada, representa existência em desequilíbrio. Agir sempre, pois a inércia atrofia o corpo e impede o progresso. Não se impressione com as pessoas que gostam de ironizar, elas estão em desarmonia. Recomeçar, após um insucesso, é dom de quem é perseverante e acredita na vitória. Ajudar os sofredores e desiludidos, amparar os necessitados, reerguer os caídos, não é atributo dos fortes; é a qualidade das pessoas que se preocupam com o próximo por serem de bem. O Céu para nós, começa aqui na Terra. Procuremos viver na escalada rumo a Deus, através dos ensinamentos e exemplos deixados por Jesus. Um sorriso afetuoso, uma frase de compreensão, um pensamento de auxílio, uma oração fervorosa, podem ser os talentos que empregamos na direção do Paraíso que desejamos atingir. Não nos esqueçamos de que o dia que passa, não volta jamais...

Esta parábola dos talentos é bem apropriada a nós espíritas, que estamos convencidos de que a Doutrina dos Espíritos é a única capaz de nos conduzir ao caminho da verdade e da evolução. O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados, pela fé consistente que proporciona, da qual temos que dar testemunho, como também multiplicará o número de pessoas voltadas para o bem. Aos espíritas, muito será cobrado, porque muitos foram os talentos recebidos. Por essa razão, não podemos ficar acomodados nem recuar diante das tarefas a que fomos chamados a desempenhar, como trabalhadores da última hora. Alguns espíritas, por medo de reprovação, por medo de serem ridicularizados em função da sua fé, ou de serem minoria na sociedade, negam a sua condição de espírita; traem a própria consciência escondendo suas convicções, qual o servo que escondeu o talento que lhe foi confiado.
Os talentos bem aplicados, são uma fonte de felicidade; quando porém, enterrados ou mal aplicados, são remorsos cravados nas consciências e causa de sofrimentos, para os que não trabalharam. Aqueles que recebem os esclarecimentos da Doutrina, e os aplica em proveito próprio e dos seus semelhantes, são os que recebem os talentos e os fazem frutificar. A estes, Jesus dirá: “Servos bons, entrai no gozo do vosso Senhor”. Na “Parábola dos Talentos” devemos procurar descobrir quais tenham sido as vantagens a nós confiadas pelo Senhor. Algumas pessoas desoladas costumam afirmar: “O Senhor não me confiou talento algum aproveitável; não possuo fortuna, posição elevada, inteligência ou mesmo cultura excepcional, nem mesmo mediunidade que possa eu aplicar no serviço do Mestre”.

Entretanto, devemos saber que, muitas das vezes, os talentos que foram distribuídos para nós, surgem sob feição desfavorável, aparentemente, impossibilitando seus possuidores de maiores realizações, podendo se manifestar de várias maneiras, até mesmo como escassez material, incapacidade intelectual, falta de saúde e outras dificuldades. Resta a nós, descobrir de que forma se manifesta para nós a generosidade do Senhor, que a ninguém desampara, e a todos concede os recursos necessários ao próprio progresso espiritual e à prestação do auxílio fraternal aos semelhantes. Se não temos bens materiais, se não temos saúde para trabalhar em benefício dos outros, possuímos a mente, e por meio dela podemos fazer orações em favor daqueles nossos irmãos, também filhos de Deus como nós, que se encontram em piores situações do que a nossa. A verdade é que não podemos desperdiçar os talentos que recebemos, sejam eles quais forem, a fim de que não percamos a nossa preciosa existência terrena atual.

Ao finalizar esta exposição, relembro as palavras de Jesus quando disse: “Se alguém quer vir após mim, que renuncie a si mesmo (abra mão dos seus vícios, das suas frivolidades, das suas ambições terrenas), carregue sua cruz (aceite com resignação tudo o que vai passar na Terra e lhe melhorar na espiritualidade) e siga-me (vivencie os meus ensinamentos); porque aquele que quiser salvar a si mesmo (que acha que pode comprar o céu), se perderá; e aquele que se perder por amor a mim e ao Evangelho (que segue a Lei da caridade e do amor, ensinada por Jesus) se salvará. Se alguém se envergonha de mim e das minhas palavras, o Filho do homem se envergonhará também dele na presença do Pai”. Assim o será para com todas as pessoas e para os adeptos da Doutrina dos Espíritos, uma vez que esta doutrina não sendo outra senão a aplicação do Evangelho é aos espíritas principalmente, que são dirigidas estas palavras de Jesus. Semeiem na Terra o quer colherão na Espiritualidade: lá colherão os frutos da coragem e do trabalho, ou da covardia e da inércia, que hajam realizado. A nossa responsabilidade, como espíritas, é muito grande, pois com os talentos recebidos através da doutrina, não poderemos jamais alegar ignorância...

Bibliografia:
Novo Testamento
Evangelho Segundo o Espiritismo

Jc
S. Luis, 23/5/2000
Refeito em 05/2/2009.

domingo, 21 de março de 2010

IDE E PREGAI

IDE E PREGAI

Jesus ao se despedir de seus apóstolos, lhes recomendou: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”. Pregar e praticar; não desmentir com os atos, o que prega com as palavras. Nunca pregar o Evangelho com o propósito de explorar o seu próximo. Os pregadores sinceros devem se fortificar pela vigilância e oração, sabendo que dificilmente terão amigos, porque a Verdade nem sempre agrada aos irmãos terrenos.

Mateus, no Cap. IV, nos diz: “O povo que estava nas trevas, viu de repente uma grande luz”. Desde então, Jesus começou a pregar dizendo: “Está próximo o Reino dos Céus”. E Jesus ia por toda a parte da Galiléia, ensinando nas sinagogas e pregando o Evangelho; curando todo tipo de doenças e enfermidades do povo.

Os judeus tinham um único templo onde cultuavam a Deus, que era o Templo de Salomão, em Jerusalém, onde celebravam suas principais festas; Páscoa, ( pela saída da escravidão do Egito), Pentecostes ( pelo recebimento dos Dez Mandamentos), e Tabernáculos (que relembrava a permanências dos hebreus no deserto) e outras mais, que os judeus deviam participar ao menos uma vez por ano. Nas outras cidades e vilas, possuíam sinagogas, que eram locais onde os judeus se reuniam aos sábados, para suas orações, sob a direção de escribas ou doutores da lei.

Era costume, entretanto, um dos presentes se levantar e pedir a palavra, ler um trecho das Escrituras e comentá-lo. Não era preciso ser sacerdote; qualquer pessoa do povo podia fazê-lo. Por isso, Jesus sem ser sacerdote, aproveitando-se desse costume, no início da sua missão, ensinava nas sinagogas.

Nos primeiros tempos do Cristianismo os cristãos também assim procediam; como acontece hoje, nos Centros Espíritas, em que pessoas que não são formadas em Teologia, como eu, usam da palavra para relembrar os ensinamentos de Jesus e explicar as passagens evangélicas. Somente depois que o Cristianismo se tornou uma das religiões oficiais de Roma, é que tal prática foi abolida e proibida pelo Catolicismo, passando a ser um privilégio da casta sacerdotal que se formou. A ambição pelo mando e o desejo de ajuntar e possuir os bens da Terra, desvirtuaram a missão confiada pelo Mestre Amado.

Trabalhando para que o puro Cristianismo ressurja em nosso tempo, a Doutrina dos Espíritos abre livremente sua tribuna a todos os que de boa vontade, queiram pregar o Evangelho, fazendo reinar novamente a simplicidade da época de Jesus e de seus apóstolos. Entretanto, “a seara é verdadeiramente grande, e os obreiros são bem poucos”, como bem disse Jesus.

Considerando-se que a humanidade ainda está muito afastada dos princípios cristãos, é preciso que o trabalhador se arme de muita boa-vontade, de renúncia, de paciência, de humildade, de persistência e de muito amor ao próximo, e, acima de tudo, de muita fé em Deus, para levar avante o seu serviço. Quando Jesus disse: “Ide e pregai o Evangelho a todas as criaturas”, nos chama à responsabilidade que temos de transmitir aos outros, o conhecimento já adquirido dos seus ensinamentos.

É condição para receber o batismo o crer. Por esse motivo Jesus mandou os seus apóstolos pregarem o Evangelho a toda a criatura, para que o batismo (assistência espiritual) viesse depois pelo Espírito. João Batista adotou o batismo, como maneira para atrair as multidões e poder manifestar ao povo, a presença do Messias. Não teria crédito, Jesus se afirmar como sendo o Messias, pois todos sabiam ser ele ajudante de carpinteiro e filho de José. Era necessário que fosse apresentado, o que fez João Batista, ao batizá-lo nas águas do rio Jordão e ver o Espírito em forma de pomba descer sobre Jesus, enquanto todos ouviam uma voz que dizia: “Este é o meu filho dileto em quem me comprazo”. Disse ainda João: “Eu batizo-vos com água, porém, este que é mais poderoso do que eu, é que vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. Finda a missão de João Batista, que era apresentar Jesus como o Messias ao povo, o ritual do batismo com água, não mais foi praticado.

Jesus usou a imposição das mãos para abençoar, curar, acariciar, amparar e expelir os espíritos impuros que obsediavam as pessoas. “Pregai a todos”, isto é, fazei com
que as criaturas tomem conhecimento do Evangelho e se redimam, aplicando os ensinamentos no dia-a-dia. Promover a educação da criança e do adolescente ensinando-os a amar a Deus e ao seu próximo; a serem humildes, boas, caritativas, indulgentes e laboriosas, eis o começo do preparo para a recepção do batismo do Espírito Santo, cuja tarefa está confiada a Jesus.

Quando Jesus manda seus apóstolos ensinar a todas as pessoas, temos que refletir nas suas recomendações: - Não somente pregar, mais também praticar. Que os nossos atos não desmintam o que dizemos com as palavras. Jamais pregar o Evangelho com intenções de ganhos materiais. O Evangelho deve ser vivido para ser ensinado com amor e com sentimento do bem. “Daí de graça o que de graça recebei”, disse Jesus.

Temos o dever de nos melhorar pelo estudo, pela oração e pelo trabalho, para não cairmos no dito popular que diz: “Faça o que eu mando, não faça o que eu faço”. Não nos iludamos pensando que vamos agradar aos nossos irmãos terrenos, com a nossa pregação. Pouquíssimos serão os que aceitarão a palavra e seguirão os ensinamentos. Entretanto, o que a nós recebe, recebe a Jesus e também recebe Aquele que o enviou. No mundo cheio de trevas e ignorância, onde quer que se encontre um humilde e pequenino seguidor do Mestre, junto dele estará um mensageiro de Jesus, amparando, fortificando, e inspirando o trabalhador de boa vontade e da Boa Nova.

Vem a propósito, uma história que Sérgio Lourenço conta com seu estilo simples e objetivo. Diz ele que certa vez conheceu, em uma cidade do interior, um cego que estava parado numa esquina, e quando ele se aproximou, querendo ajudá-lo com alguma moeda, ele agradeceu e pediu que lhe concedesse cinco minutos, lendo uma página do livro que trazia debaixo do braço: O livro era ”O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Depois de fazer a leitura, Sérgio Lourenço ouviu o agradecimento do cego, e relata em seguida: Bati-lhe às costas, como a me despedir e saí intrigado com aquela criatura. Parei alguns metros adiante, e como ele não saia do lugar, fiquei a observá-lo. Logo outro senhor foi abordado, e a cena se repetiu por mais seis vezes. Não resistindo à curiosidade, voltei até o cego e me identifiquei como uma das pessoas que havia lido o Evangelho, e fui logo perguntando: - “Meu amigo, estou a observá-lo e vejo que o mesmo que fez comigo, fez com as outras pessoas, e, ao que parece você vai continuar fazendo. Qual o motivo dessa atitude?”

O cego então contou a sua história a Sérgio Lourenço, dizendo: - A curiosidade é algo maravilhoso quando bem aplicada. Espero que o que vai ouvir possa lhe servir. Sou morador desta cidade, onde nasci cego. Minha família, procurando recursos para curar-me, acabou chegando a um Centro Espírita, e lá, foi dado o medicamento certo e a cura que eu e minha família precisávamos; a resignação... Cresci dentro dos ensinamentos espíritas e desde pequeno, a passagem evangélica que mais me chamou a atenção, sempre foi o “Ide e Pregai”. Queria eu ir pregar aquelas mensagens maravilhosas de Jesus, que conheci, mas como fazê-lo? – Certo dia, há alguns anos passados, me veio à idéia de usar a minha abençoada cegueira, para esse fim. Resolvi então que, 15 dias por mês, deveriam ser dedicados a essa tarefa em vários locais, e os outros 15 dias, dedicaria ao meu trabalho, na indústria da família. E aqui estou, graças a Deus, cumprindo a minha tarefa. Ao pedir que as pessoas leiam o Evangelho para mim, elas estão lendo também para elas, e desta maneira, o Evangelho está sendo pregado...

Sérgio Lourenço enaltecendo o exemplo de abnegação e fraternidade, conclui a sua narrativa com, uma exortação para todos nós: “Não é alegando carências, que o ser humano fica isento do trabalho de levar a palavra do Senhor, pois as próprias deficiências, usadas com sabedoria, podem conduzir à Paz que a humanidade reclama e precisa.”

Como conclusão, lembremos a lição de Kardec: “Se o Espiritismo deve, assim como foi anunciado, realizar a transformação da humanidade, só poderá faze-lo pelo melhoramento das pessoas, o qual só se dará gradualmente, pouco a pouco, pelo melhoramento do ser humano.” Todos nós podemos ser educadores; educamos com o que dizemos, educamos com o que fazemos, educamos com o nosso exemplo. Quem não educa no sentido positivo, melhorando, edificando, educa no sentido negativo, prejudicando e danificando o caráter das pessoas. Quem não tem educação não pode educar. Quem não tem disciplina não pode disciplinar. Quem não teve e não sabe amar não pode dar amor. Só se pode dar, aquilo que se possui. Precisamos iniciar um grande esforço de regeneração das pessoas, dentro do Evangelho, para que se realiza a melhora na auto-educação.

Para fazermos a nossa evolução, existem dois degraus de grande importância. São eles representados por dois verbos: Servir e Amar. Jamais devemos desanimar ante as circunstâncias que se nos apresentam no trabalho de divulgação do Evangelho. Servir e amar a todos e a tudo, ajudando o progresso das pessoas e do mundo que nos recebeu generosamente, deve ser a nossa meta, como discípulo de Jesus.

Façamos a nossa parte, na tarefa de divulgar o Evangelho, para melhorar-mos o mundo em que vivemos, e, vivem e viverão os nossos filhos e netos...


Bibliografia:
Livro “Evangelho dos Humildes”
“ “Parábolas e Ensinos de Jesus”
Livreto “Minuto de Sabedoria”

Jc.
13/01/1994

AS TRES REVELAÇÕES

AS TRÊS REVELAÇÕES

1ª Revelação – MOISÉS

A Palestina era um pequeno pais, situado entre o Mar Mediterrâneo e os desertos da Arábia, na Ásia. Seu solo era irrigado pelo rio Jordão que viaja de norte a sul e deságua no Mar Morto. A Palestina na antiguidade era habitada pelos cananeus. No fim do II milênio A/C, começaram a entrar na Palestina, tribos hebraicas. Os hebreus originários do deserto da Arábia, eram nômades, deslocando-se constantemente em busca de melhores pastagens. Fixando-se na Palestina, tornaram-se agricultores. Obedeciam às ordens de chefes chamados “Patriarcas”, com autoridade absoluta. Foram eles, Abraão, Isaac, Jacó, José, Moisés e Josué. Abraão, nascido na cidade de Ur, no reino babilônico, com 75 anos, mudou-se com seu povo para a Palestina. Ele é considerado o “pai dos hebreus”.

Moisés, a maior figura da história dos hebreus, nasceu no Egito. Foi educado na corte do Faraó Seti I. Anos depois, expulso do Egito por Ramsés II, vagou pelo deserto de Madiã. Retornando ao Egito, retirou os hebreus da escravidão. Na sua viagem para a terra prometida, recebeu no Monte Sinai, o Decálogo, os “Dez Mandamentos”, que são:

1- “Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito. Não tereis outros deuses
estrangeiros diante de mim. Não fareis imagem talhada, nem nenhuma figura de
tudo o que está no alto do céu e embaixo na Terra, nem tudo o que está nas águas
sob a Terra. Não os adorareis, nem lhes rendereis culto soberano;

2- Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso Deus;

3- Lembrai-vos de santificar o dia de sábado;

4- Honrai o vosso pai e a vossa mãe;

5- Não matareis;

6- Não cometereis adultério;

7- Não furtareis;

8- Não prestarás falso testemunho contra vosso próximo;

9- Não desejareis a mulher do vosso próximo;

10-Não desejareis a casa do vosso próximo nem seus bens.

Moisés após receber o Decálogo, continuou a viagem mais morreu antes de chegar ao seu destino. Seu sucessor foi Josué, que conduziu os hebreus até a Palestina.
O Judaísmo, religião criada por Moisés, caracterizava-se pela crença em um único Deus, que chamavam de Jeová, invisível, incorpóreo, todo poderoso, justo, criador do Céu e da Terra, presente em Espírito, em todos os lugares; na imortalidade da alma; no juízo final; nas recompensas e castigos após a morte, e, na vinda do Messias As festas religiosas dos hebreus, eram três: Páscoa, em memória à saída dos hebreus da servidão do Egito; Pentecostes, em recordação ao recebimento dos Dez Mandamentos; e Tabernáculos, que relembra a permanências dos hebreus no deserto.

Três seitas disputavam entre si, o domínio sobre os hebreus. Os fariseus, os saduceus e os essênios. Depois de várias crises e domínio estrangeiro, o monoteísmo hebraico degenerou-se, influenciado pelo politeísmo dos dominadores. Surgiram então os profetas, grandes reformadores, oriundos do povo que pregavam contra os atos contrários à religião, procurando restabelecer a antiga crença em Jeová. Os mais notáveis, foram: Elias, Amós, Ezequiel, Daniel, Niquéias, Oséias, Jeremias e Isaías. Por ser o povo hebreu o único a acreditar em um único Deus, foi escolhido para receber o Messias.

A contribuição da primeira revelação foi o recebimento do Decálogo, revelação divina, visto que, as demais leis e disciplinas criadas por Moisés, mesmo as alegadas de ordem superior, eram transitórias e apropriadas àquela época, em que os povos ainda eram muito primitivos.



2ª Revelação – JESUS DE NAZARÉ

No reinado do imperador Otávio Augusto, foi realizado o recenseamento do império, para efeito de recebimento de impostos, tendo durante essa época, nascido Jesus Cristo, na cidade de Belém, na Judéia. O nascimento da Jesus dá início à Era Cristã.

Com alguns meses de existência, seus pais o levaram para o Egito, fugindo às perseguições do rei Herodes. Após a morte deste, a família de Jesus voltou a Palestina (Israel), fixando-se na cidade de Nazaré, onde Jesus viveu como humilde auxiliar de carpinteiro, até quando iniciou a sua missão evangélica. Aos trinta anos de idade, Jesus após ter sido batizado por João Batista, seu primo, nas águas do rio Jordão, e ser anunciado como o Messias, foi a Cafarnaum, a beira do Mar da Galiléia, e reuniu um pequeno grupo de seguidores em número de 12, e começou a fazer as suas pregações.

Os seus apóstolos foram: 1- Simão Pedro, de Betsaida, pescador, filho de Jonas; 2- André, irmão de Simão Pedro, pescador; 3- Tiago maior, de Betsaida, pescador, filho de Zebedeu; 4- João, filho de Zebedeu, pescador, irmão de Tiago; 5- Felipe, de Betsaida, pescador; 6- Bartolomeu, de Caná da Galiléia, pescador; 7- Tomé ou Dídimo, de Dalmanuta, pescador; 8- Mateus ou Levy, filho de Alfeu, cobrador de impostos; 9- Tiago menor, de Nazaré, filho de Maria; pescador; 10- Judas Tadeu, de Nazaré, irmão de Tiago menor, pescador; 11- Simão, o zelote, da Cananéia, pescador; 12- Judas Iscariotes, de Queirote na Judéia, comerciante. Com a morte deste, foi escolhido Matias para seu lugar.

A doutrina ensinada por Jesus, bem como a história de sua existência na Terra, foi reunida em diversos livros, ficando para a posteridade, por determinação da Igreja Católica, apenas 4 livros, que são os Evangelhos de Mateus, Lucas, Marcos e João. Entre os princípios dessa doutrina, podemos citar: a- O Amor a Deus sobre todas as coisas; b- O Amor e a Caridade a todas as pessoas; c- A ressurreição dos mortos para outra vida. Durante três anos, exerceu Jesus a sua missão, ensinando a Bôa-Nova, exemplificando os ensinamentos, curando os doentes, mostrando a renovação por meio da fé, da bondade e do amor. Traído por Judas Iscariotes, um de seus apóstolos, foi preso, julgado e condenado a morrer crucificado, o que foi efetuado no monte chamado Calvário.

O Cristianismo desenvolveu-se rapidamente por que:
1- Correspondia a uma necessidade de esperança para os desprotegidos;
2- Tinha um caráter universal, diferenciando-se das demais religiões que eram locais;
3- Perseguidos, mantinha seus seguidores mais unidos e convictos de suas verdades;
4- Admitia mulheres no culto.

Os primeiros cristãos formavam pequenos grupos, aprendiam os ensinamentos de Jesus, pela palavra dos apóstolos e de seus sucessores. Os ensinamentos e a história de Jesus, que estão narrados nos Evangelhos, formam com os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o Apocalipse, o “Novo Testamento”. O Sermão da Montanha, com as Bem-Aventuranças, é a expressão máxima dos seus ensinamentos. Estes podem ser reduzidos a apenas duas máximas, sintetizadas por Jesus: “Amar a Deus, acima de todas as coisas” e “Amar ao próximo como a si mesmo”; aí estão como bem disse Ele: “Toda a lei e os profetas”.

Saulo de Tarso, convertido na estrada de Damasco, mudou seu nome para Paulo. Pregando ele, o Evangelho aos pagãos, afirmou que Jesus veio para ensinar e salvar todas as pessoas e não somente os judeus. Parece incrível, mas o povo judeu é o único ciente da vinda de Jesus, que não o aceita e ainda aguarda a vinda do Messias prometido. No século I da era Cristã, Paulo chega a Roma. Nos arredores da cidade, havia extensa rede de corredores subterrâneos, conhecidos como catacumbas. Perseguidos que eram os cristãos se escondiam nas catacumbas para rezar, curar os doentes e transmitir os ensinamentos de Jesus. Foi nesses cemitérios subterrâneos que apareceu pela primeira vez, o símbolo idealizado para identificar os cristãos; dois traços que se cruzando formavam a figura de um peixe, simbolizando o pescador de almas.

Muitos apóstolos e discípulos foram perseguidos e mortos por causa da crença; alguns crucificados como Jesus, outros apedrejados e muitos outros devorados pelas feras nos circos romanos, anfiteatros para a distração do povo. Apesar de todas as perseguições e martírios por que passaram os cristãos, o Cristianismo se espalhou pelos continentes. Durante séculos, vêm convidando as pessoas, à Fé, à Esperança, a Caridade e o Amor, qual uma árvore frondosa cujos ramos cobrem grande parte do mundo, oferecendo seus frutos de vida; porém, quão poucos os colhem.

Assim como Jesus disse que não tinha vindo para destruir a lei ou os profetas, mas dar-
lhes cumprimento, desenvolvê-la, ensinar seu verdadeiro sentido e apropriá-la ao grau de desenvolvimento daquela época, assim também prometeu que o Pai enviaria outro Consolador, o Espírito de Verdade, que nos ensinaria todas as coisas e nos faria relembrar de tudo aquilo que Ele nos tinha ensinado e muitas mais coisas, que o mundo de então não estava preparado para receber. A contribuição da 2ª Revelação, personificada em Jesus, nos legou um novo código doutrinário, reaproximando a criatura ao seu Criador, agora ensinado como Pai de Bondade e de Amor; foi o marco de uma nova era para a humanidade.


3ª Revelação – O ESPÍRITO DE VERDADE/ESPIRITISMO

Os tempos eram chegados, a humanidade já alcançara um estágio avançado para receber novos ensinamentos. Um dia, Deus na sua infinita misericórdia, permitiu ao ser humano ver a verdade dissipar as trevas; foi o advento de Jesus. Depois da luz viva, as trevas voltaram; o mundo na obscuridade se perdeu de novo. Então à semelhança dos profetas, os Espíritos do Senhor se põem a falar. O Espírito de Verdade, enviado pelo Pai, vem nos relembrar tudo o que fora ensinado por Jesus e nos esclarecer muitas outras coisas que não foram ditas. As manifestações desta vez, não se fizeram ouvir apenas num local; espalharam-se por todos os lugares da Terra e as comunicações dos espíritos, dão início a uma nova era de progresso espiritual.

Hipólyte Leon Denizard Rivail, nascido na religião católica, educado na Escola Pestalozzi, já professor em Química, Física, Anatomia Comparada, Astronomia, etc., atraído pelas manifestações das “mesas falantes”, entregou-se a observações perseverantes sobre esses fenômenos, e percebeu desde logo, o princípio de novas Leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível. Reconheceu existir uma força com conhecimentos, que haveria de lançar novas luzes sobre uma imensidade de problemas até então, tidos como insolúveis.

Fruto dos seus estudos e das manifestações dos espíritos nasceu a primeira obra, cuja edição apareceu pela primeira vez em 18 de abril de 1857, com o título: “O Livro dos Espíritos”, dando início a Codificação e surgindo então a Doutrina dos Espíritos, com o nome de Espiritismo. Para não prejudicar e ser reconhecida como obra sua, pois era muito conhecido no meio científico, ele adotou o pseudônimo de Allan Kardec. O Espírito de Verdade aprofundava ainda mais os conceitos de suas elevadas mensagens, todas incluídas em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, quando afirmava: “Pelo Espiritismo, a humanidade deve entrar numa nova fase de progresso moral e espiritual, que é sua conseqüência natural.”

São postulados fundamentais do Espiritismo: 1)- A existência de Deus, inteligência cósmica suprema, criadora do Universo e de todas as coisas; 2)- A existência do espírito que habita o corpo material, que após a morte do corpo, retorna à espiritualidade, conservando a lembrança de todas as experiências terrenas; 3)- A crença na reencarnação, através da qual os espíritos vão evoluindo gradativamente; 4)- A crenças nas comunicações dos espíritos desencarnados com os humanos; 5)- A crença na existência de vida em outros mundos; 6)- A crença na lei de Causa e Efeito que determina os destinos sucessivos do espírito, pelo uso que fizer do direito do livre-arbítrio.

As obras básicas da nova doutrina codificada por Allan Kardec, são: “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno”, e, “A Gênese”, ou “Os Milagres e as Predições”. Estimulados pela Revelação Espírita, grupos de estudos foram sendo organizados. Oferecendo campo propício às novas idéias, o Brasil viu o Espiritismo crescer e se transformar em gigantesca obra evangélica, segundo a própria formação de seu povo. Em 1932, o Brasil viu a semente frutificar e crescer com o aparecimento da primeira obra psicografada por um moço simples, chamado Francisco Candido Xavier, com o título: “Parnaso de Além-Túmulo”.

Em seguida, novas obras foram surgindo e novos agrupamentos foram se formando; novos Centros Espíritas e entidades de assistência social foram surgindo. Os Centros Espíritas passaram a atender as pessoas, tentando ajudá-las e consolá-las; foram criadas instituições beneficentes, escolas de evangelização, creches, asilos, hospitais; enfim, todo um conjunto de trabalhos fraternais em que se doam no serviço de caridade; grupos mediúnicos se reúnem para realizar trabalhos destinados à doutrinação de espíritos desencarnados e para afastar obsessores que prejudicam a existência das pessoas; também nos Centros Espíritas as pessoas esperam e recebem o passe, a água fluidificada, e o auxílio para as suas necessidades, além de ouvirem explanações sobre as obrigações morais.

Cada uma destas atividades é própria de um Centro Espírita, mas a finalidade primordial da Doutrina dos Espíritos é ajudar o ser humano, a tomar nova consciência de si mesmo, rompendo com os modelos existentes, nem sempre aconselháveis. A esta operação, Paulo o discípulo de Jesus, chamou: “A substituição da velha pessoa, despojada das suas imperfeições, pela nova criatura, onde tudo significa reconstrução para um futuro melhor e eterno”. E, ao nos transformarmos em uma nova pessoa, o Espiritismo cumpriu em nós, a sua função primordial, e, renovados, estaremos indo ao encontro de Jesus, e penetrando no santuário do seu Amor.

A Doutrina Espírita é sem dúvida, a dádiva maior concedida ao ser humano. Erigida sobre os sólidos fundamentos das mensagens de Jesus, ela é, a escola, o abrigo, o templo, assegurando aos que a buscam, orientação e segurança, confiança na Bondade de Deus, e a certeza de que cultivando o coração na empreitada re-educativa de Caridade e Amor, sob a proteção de Jesus, estaremos edificando um novo mundo de Paz e Felicidade para todos nós e nossos entes queridos...


Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.


Jc.

S.Luis, 21/6/1995