Glorifiquemos “Orar a nosso Pai e Deus; seja dada glória para todo e sempre” – (Paulo aos Filipenses, 4:20)
Quando
o barro se retirou da cerâmica, dizia sem palavras: - Bendito seja o fogo que
me proporcionou a solidez.
Quando
o arado se ausentou da forja, afirmava em silêncio: - Bendito seja o malho que
me deu forma.
Quando
a madeira aprimorada passou a brilhar no palácio, exclamou sem voz: - Bendita
seja a lâmina que me cortou cruelmente, proporcionando-me a beleza.
Quando
a seda luziu, formosa, no templo, asseverava no íntimo: - Bendita seja a feia
lagarta que me deu vida.
Quando
a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu apressada: - Bendita a
terra escura que me encheu de perfume.
Quando
a enfermeira recuperou a saúde do paciente, gritou feliz:- Bendita seja a dor
que trouxe a lição do equilíbrio.
Tudo
é belo, tudo é grande, tudo é santificado por Deus. Agradeçamos a tempestade
que renova a luta que aperfeiçoa o sofrimento que ilumina. Bendita a alvorada
maravilhosa que no céu vem após a noite.
Que
em todas as nossas dificuldades e sombras seja nosso Pai Celestial glorificado
para sempre.
FRATERNIDADE
“Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos; se vos amardes uns aos
outros”. Jesus
Desde
a vitória de Constantino, que descerrou ao mundo cristão as portas da hegemonia
política, temos ensaiado diversas
experiências para demonstrar na Terra a nossa condição de discípulo de Jesus.
Organizamos célebres concílios, formulamos atrevidas conclusões acerca da
natureza de Deus, da Alma, do Universo e da Vida.
Incentivamos
guerras arrasadoras que implantaram a miséria e o terror naqueles que não
tinham nem podiam crer pela nossa fé. Disputamos a morte do divino Mestre pela
espada mortífera e ateando o fogo devorador. Criamos as disputas religiosas.
Acendemos
fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplícios e construímos prisões para quantos
discordassem dos nossos pontos de vista. Estimulamos insurreições que criaram o
embate de irmãos contra irmãos, em nome do Senhor que testemunhou na cruz o
devotamento à humanidade. Edificamos palácios e basílicas, famosas pela
suntuosidade e beleza, pretendendo lhe reverenciar a memória, esquecidos de que
Ele não possuía uma pedra onde repousar a cabeça.
E,
ainda hoje, alimentamos a separação e a
discórdia, criando trincheiras de incompreensão e animosidade, uns contra os
outros, nos variados setores da existência. Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente por
atitudes exteriores... Precisamos sim, da cultura, da inteligência, da justiça
que sustentam a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de
assembleias que favoreçam a fraternidade; no entanto, toda a movimentação
humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras...
Seremos
admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que começa no
nosso íntimo. Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos
mutuamente... Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa.
Aprendamos com humildade e servindo onde estivermos, recordando as palavras do
Mestre que afirmou: “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos
amardes uns aos outros”.
OBREIRO
SEM FÉ “E eu te mostrarei a minha fé pelas minhas
obras” -
(Tiago, 2:18)
Em
todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando a inquietação e o
desânimo. Devota-se ele a determinado serviço de caridade e abandona-o, logo em
seguida, murmurando: “Para quê? O mundo não presta”.
Compromete-se
em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz demissionário
das suas obrigações, alegando: “Não nasci para o servilismo desonroso”.
Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo
após, relega-a ao esquecimento, asseverando: “Tudo isso é mentira e
complicação”. Se é convidado à posição de evidência, repete o velho estribilho:
“Não mereço! Não quero!” E transita de
situação em situação, entre lamúria e indisciplina, com largo tempo para
sentir-se perseguido e desconsiderado. Em toda parte, é o trabalhador que não
termina o serviço por que se responsabilizou.
Não
seja igual a ele; não se concentre na fé sem obras, que constitui embriaguez
perigosa da alma, e não se consagre à ação, sem fé no Poder Divino e em seu
próprio esforço. O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os
patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no
mundo, sob a luz do entusiasmo e do trabalho no bem incessante, completando as
pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem esmorecer e sem escravizar-se.
Revelemos
a nossa fé, por intermédio das nossas obras, na felicidade comum e o Senhor
conferirá à nossa existência o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, saúde
e beleza...
ALGUMA
COISA “Não necessitam de médico os que estão sãos,
mas sim os que estão enfermos” - Jesus
Quem
sabe ler, não se esqueça de amparar aquele que ainda não se alfabetizou. Quem
dispõe da palavra esclarecida, ajude ao irmão, ensinando-lhe a ciência da frase
correta. Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a oportunidade de
auxiliar o doente.
Quem
conseguiu acender alguma luz de fé no próprio espírito, suporte com paciência o
infeliz que ainda não tem a noção do Senhor, auxiliando-o a se desvencilhar das
trevas.
Quem
possui recurso de trabalho, não olvide o irmão carente, oferecendo-lhe uma
atividade digna.
Quem
estime a prática da caridade, compadeça-se das almas endurecidas,
beneficiando-as com algo disponível ou com as vibrações de uma prece.
Quem
seja detentor da bondade não recuse assistência aos maus, uma vez que a maldade
resulta da revolta ou da ignorância.
Quem estiver em paz, ajude os desesperados.
Asseverou
o Senhor que os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos. A existência não reclama o teu sacrifício
integral, em favor dos outros, mas, em benefício de ti mesmo, por isso, não
deixes de fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.
SIRVAMOS
“Servindo de boa vontade ao Senhor, e não aos homens” -
Paulo (Efésios, 6:7)
Se
legislas, mais não aplicas a Lei, segundo os desígnios do Senhor, que considera
as necessidades de todos, caminhas entre perigosos abismos, em virtude de tuas
criações indébitas, sem recolheres os benefícios de tua missão na ordem
coletiva.
Se
administras, mas não observas os
interesses do Senhor, na posição de mordomo da vida, em caprichos escusos,
ameaças o coração sem desfrutares as bênçãos da função pública.
Se
julgas os semelhantes e não te inspiras no Senhor, que conhece todas as
particularidades dos processos, vives na possibilidade de cair na mesma senda a
que se acolhem os que não recebem a Justiça que conservas em tua inteligência.
Se
trabalhas na cor ou no mármore, na melodia ou no verbo, sem traduzires em tuas
obras a correção, o amor e a luz do Senhor, guarda a responsabilidade de quem
cria imagens delituosas, perdendo, em vão, a glória que te enriquece os
sentimentos.
Se
fostes chamado à obediência no mundo sem
o espírito de compreensão com o Senhor, vives entre os fantasmas da indisciplina
e do desânimo, sem desenvolver o talento que repousa em tuas mãos. A passagem
na Terra é aprendizado sublime e o trabalho é sempre o instrutor do
aperfeiçoamento. Sirvamos, em qualquer parte, de boa vontade, como ao Senhor, e
o Senhor nos conduzirá para os cimos da existência.
SE
SOUBÉSSEMOS “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. -
Jesus
Se
o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor e
sofrimento que a existência lhe cobrará, no reajuste do seu destino
preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.
Se
o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe enlouquece a razão,
observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade,
paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a penas, a fim de não se confiar à
acusação descabida.
Se
o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que as trevas
lhe furtarão o contentamento da existência, se deteria feliz, sob as algemas
santificantes dos mais pesados deveres.
Se
o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração,
não praticaria o delito da indiferença.
Se o egoísta contemplasse a solidão infernal
que o aguarda, nunca se afastaria da
prática da fraternidade e da cooperação.
Se
o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo,
apressando a marcha para a morte,
renderia culto invariável à frugalidade e à harmonia.
Se
soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às leis divinas,
jamais nos afastaríamos do caminho reto. Em verdade, quantos se rendem às
sugestões perturbadoras do mal, não sabem o que fazem.
TENHAMOS
FÉ “... Vou preparar-vos lugar”. -
Jesus
Sabia
o Mestre que, até a construção do Reino Divino na Terra, quantos o
acompanhassem na pregação viveriam na condição de desajustados, trabalhando no
progresso de todas as criaturas, todavia,
“sem lugar” adequado aos sublimes ideais
que entesouram. Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente
recebe o respeito que lhe é devido:
Por
destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada,
sofre a descaridosa opinião de muitos:
Se
exercita a caridade, é sempre tido à conta de exibido. Se adota a existência
simples, é acusado de relaxamento.
Se busca ser bondoso, é categorizado por tolo. Se administra dignamente,
é julgado orgulhoso.
Se obedece a tudo que é justo, é considerado servil. Se usa sempre de
tolerância, é visto como incompetente. Se trabalha devotado, é interpretado por vaidoso. Se procura melhorar-se,
assumindo responsabilidades no esforço das boas obras ou das preleções
consoladoras, é indicado por fingido.
Se
tenta ajudar o próximo, com o seu gesto de bondade muitas vezes é tachado de
personalista e oportunista, atento aos seus
interesses
próprios...
Apesar
de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo em nome do
Senhor. Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do
bem, à maneira de servidores distanciados do verdadeiro lar.
“Há
muitas moradas na casa do Pai”. E Jesus
segue servindo, adiante de nós.
DIANTE
DO SENHOR - “Por
que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha
palavra”. Jesus
A
linguagem de Jesus sempre se afigurou a muitos aprendizes, estranha e
indecifrável.
Fazer
todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos. Emprestar sem exigir retribuição. Desculpar
incessantemente. Ajudar ao próximo.
Muitas
pessoas escutam a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos. Isso ocorre a
muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental nas coisas
terrenas. Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando,
porém, absoluto desinteresse ante o estudo e a aplicação das Leis Divinas. A
preocupação das posses terrenas lhes absorve a existência.
Reclamam
o ouro, o pão, o linho, o prazer dos sentidos, a saúde, a felicidade e a
consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de
simples e modesto usufrutuário das coisas do mundo em que se encontram, e nunca
refletem na transitoriedade de todos os bens materiais, cuja função única é a
de lhes proporcionar adequado clima de
trabalho na caridade, para engrandecimento do espírito eterno.
Percebem,
mas não ouvem; informam-se, mas não entendem. Conservam, às vezes, enorme
potencial de bondade, contudo, a mente vive empenhada no jogo das posses
terrenas. Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assimilar a palavra
do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração e a mente vazio de resíduos
da Terra, para poder receber em espírito e verdade, a palavra divina...
AVANCEMOS “Irmãos,
quanto a mim, não julgo que haja ainda
alcançado a perfeição;
esqueço-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que estão diante
de mim”. - Paulo
Na
estrada cristã, somos defrontados por grande número de irmãos que se aquietaram
á sombra da improdutividade e se declarando acidentados por desastres
espirituais. É alguém que chora a perda
de um parente querido; é o trabalhador que se viu dilacerado pela incompreensão
de um amigo; é o missionário que se imobiliza em face de uma calúnia; é alguém
que lastima a deserção de um companheiro da boa luta; é o operário do bem que
clama contra a fuga da companheira que não lhe percebeu a dedicação afetiva; é
o idealista que espera uma fortuna para dar início às realizações que lhe
competem.
Perdem
precioso tempo em palavras ferinas enegrecendo
as intenções dos outros; queixam-se de tudo e de todos. Espalham
emanações de má-fé, estendendo o desânimo e a desconfiança contra a
prosperidade do irmão que pratica o bem, procurando aniquilar os frutos da
caridade. Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a
que se acolhem, afiguram-se, de fato, a sepultos abertos...
Quando
te desviares para o terreno das lamentações e das acusações, quase sempre
indébitas, reconsidera as tuas palavras e recorda que a nossa fala deve ser
consagrada ao bem, pois só assim se expressará por ela, o verbo do Senhor...
ESTÍMULO
FRATERNAL “O meu Deus suprirá todas as nossas
necessidades em glória a Jesus” - Paulo
Não
te julgues sozinho na luta, por q uê
o Senhor suprirá todas as nossas necessidades. Ergue teus olhos para o alto e, de
quando em quando contempla a retaguarda. Se te encontras em posição de servir,
ajuda sempre que possível. Recorda o irmão que se encontra sem recursos, na
indigência; no irmão que ouve o soluço dos filhinhos, sem poder enxugar-lhes o
pranto; observas o enfermo que as circunstâncias levaram ao leito do lar; pensas
nos corações de mãe, torturados pela escassez de harmonia e pão no santuário
doméstico; interrompe o passo apressado
a fim de auxiliares o cego que tateia no escuro. É possível que ao
presenciares esses sofredores, endereça a eles um olhar de simpatia e uma
oração, e certamente, a tua dor venha a desaparecer.
Quando
conseguires superar as tuas aflições, ao criares a alegria dos outros, a
felicidade alheia te buscará, onde estiveres a fim de improvisar a tua ventura.
Que a tristeza e a enfermidade nunca te impeçam a jornada; sejas o anjo de
fraternidade para os que se encontram dominados pela aflição, ignorância e
padecimentos. Quando plantares a alegria nos corações que te cercam, as flores
e os frutos de tua sementeira te enriquecerão a jornada terrena.
ESTÁS
DOENTE? “E a oração com fé salvará o doente, e o
Senhor o levantará” - Tiago
Todas
as criaturas humanas adoecem, entretanto, são raros os que cogitam da cura
real. Se te encontras enfermo, não
acredites que somente a ação medicamentosa, através da boca te possa restaurar
integralmente. O comprimido ajuda, a injeção melhora, porém, nunca te esqueças
de que os verdadeiros males procedem do coração. A mente é fonte criadora. De
que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insubmisso?
Outras
vezes, pedes o socorro de médicos ou de benfeitores espirituais, mas, ao
surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e
voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade. Como ter a saúde, se
perde longas horas na posição de cólera ou do desânimo? A indignação diária, a
propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de consequências
imprevisíveis. Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico se não sabes
calar, agradecer nem se humildar para aceitar os desígnios superiores e nem
procuras se harmonizar.
Se
estás doente, acima de qualquer medicamento, aprende a se resignar, entender e iluminar a mente e o coração, convicto de
que, se cultivas a oração com fé e tendo merecimento, aqui ou ali o Senhor te
amparará.
NÃO
TE CANSES “Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu
tempo ceifaremos”. - Paulo
Quando
o buril começou a trabalhar o bloco de mármore bruto, a pedra em
desespero, clamou contra o próprio
destino, mas, depois, ao se perceber admirada, encarnando uma peça artística do
mundo, louvou o cinzel que a dilacerara. A lagarta arrastava-se com extrema
dificuldade, e, vendo as flores tocadas de beleza e perfume, revoltava-se
contra o corpo disforme; contudo, um dia a massa feia em que se amargurava
converteu-se em uma graciosa e ágil borboleta e, então, enalteceu o feio corpo
com que a Natureza lhe preparara o voo feliz. O ferro rubro, colocado na
bigorna espantou-se e sofreu inconformado; todavia, quando se viu desempenhando
importante função nas máquinas do progresso, sorriu para o fogo que o
purificara e o engrandecera. A semente lançada na cova escura chorou
atormentada, e indagou por que motivo era levada, assim, ao extremo abandono;
entretanto, vendo-se transformada em árvore, avançou para o Sol e fez-se
generosa e respeitada, abençoando a
terra que a isolara no seu seio.
Quem
hoje não te compreende a boa vontade, amanhã te louvará o esforço e o
devotamento. Não olvides que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amor e
luz, mas só alcançarás a divina colheita, se continuares perseverando entre a
labuta o suor e a confiança, sem desistir...
DIANTE
DA MULTIDÃO “E Jesus vendo a multidão, subiu a um
monte”. - Mateus, 5:1
O
procedimento dos homens cultos para com o povo experimentará elevação crescente
à medida que o Evangelho se estenda nos seus corações. Infelizmente, até hoje, a
multidão não tem encontrado, nesses homens o tratamento a que faz jus. Muitos sobem ao monte da
autoridade e da fortuna, da inteligência e do poder, mas simplesmente para
humilhá-la ou esquecê-la depois. Sacerdotes inúmeros enriquecem-se do saber e
buscam subjugá-la ao seu prazer. Políticos astuciosos lhe exploram as paixões sempre
em proveito próprio. Tiranos disfarçados em condutores lhe envenenam a alma e
arrojam-na ao despenhadeiro da destruição, à maneira dos algozes de rebanho que
conduzem as reses ao matadouro. Juízes menos preparados para a dignidade das
funções que exercem, lavram sentenças por estarem confundidos no raciocínio. Assim
também os administradores menos escrupulosos criam efeitos contrários ao
progresso.
Em
todos os tempos, vemos o trabalho dos legítimos missionários do bem
prejudicados pela ignorância e má fé que cria perturbações e dificuldades para
o povo no sentido do progresso. Ajudemos
o povo a pensar, a crescer e aprimorar-se, auxiliando a todos para que todos se
beneficiem e se elevem, tanto quando nós desejamos melhoria e prosperidade para
nós mesmos, que constitui o bem estar.
Em
todo lugar movimentam-se milhares de seres humanos em posição inferior à nossa.
Estendamos os braços, alonguemos a fraternidade, irradiemos o coração no
entendimento de ajuda-las sem exigir condições. Vendo a multidão, Jesus sobe ao
monte. Quando o cristão pronuncia as sagradas palavras “Pai nosso”, está
reconhecendo não somente a Paternidade de Deus, mas aceitando por sua família a
Humanidade inteira...
NA
OBRA DA SALVAÇÃO “Porque Deus nos tem designado para a
aquisição da salvação”. - Paulo
Por
que não somos compreendidos? Por que motivo á solidão nos invade a existência?
Por que razão as dificuldades nos cerca? Por que tanta sombra e tanta aspereza
em torno de nossa jornada e de nossos passos?
E
a cada pergunta, feita de nós para nós mesmos, seguem-se comumente, o
desespero e a não conformação,
reclamando, sob os raios mortíferos da cólera, as vantagens de que nos sentimos
credores. Declaramo-nos decepcionados com a nossa família, desamparados pelos
nossos companheiros, incompreendidos
pelos nosso amigos e até perseguidos por nossos irmãos.
A
intranquilidade mental carreia para nosso íntimo os espinhos do desencanto e os
desequilíbrios orgânicos, transformando a nossa existência num rosário de
queixas preguiçosas e enfermiças. Isso acontece porque não fomos designados
pelo Senhor para o despenhadeiro da ira, mas para a obra da evolução. Ninguém
restaura um serviço sob as trevas da desordem. Ninguém sai ferindo
sistematicamente pelo simples prazer de dilacerar. Ninguém abençoará as tarefas
do dia, se amaldiçoá-las, ao mesmo tempo. Ninguém pode ser ao mesmo tempo amigo
e inimigo.
Se,
temos conhecimento do Evangelho, preparemo-nos para auxiliar infinitamente... A
Terra é a nossa escola e a nossa oficina de trabalho. A Humanidade é a nossa
família. Cada dia é a oportunidade de aprender, ensinar e auxiliar o nosso
próximo. Por mais difícil seja a nossa situação, sempre haverá muitos outros em
pior situação que esperam agirmos no abençoado serviço de salvação a que o Senhor
nos convocou... Estamos sempre em
qualquer situação, acima de muitos outros e também abaixo de outros mais. Aqui
estamos nesta existência para trabalhar pela nossa evolução, e para isso é
necessário que pratiquemos a fraternidade, a caridade, a simplicidade, a
humildade, nas nossas ações cotidianas,
como verdadeiros e fieis seguidores de Jesus, que nos ensinou e exemplificou
essas virtudes, para a nossa ascensão espiritual ao Reino de Deus...
Fonte:
Livro “Fonte Viva”
Ditado pelo Espírito de
Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier
+ Pequenas modificações e
acréscimos.
Jc.
São Luís, 10/4/2016