Eleição antecipada é golpe. Ou a maioria dos brasileiros não sabe ler a lei (inclusive o ex-integrante e ex-presidente do STF), ou não se importa com ela.
Duas pesquisas nacionais
indicaram que a maioria dos brasileiros quer eleições presidenciais
antecipadas. Isso significa o seguinte:
a maioria dos brasileiros continua não fazendo a menor ideia do que é
bom para sua saúde. Chega a ser injusto que essa distinta sociedade tenha
recebido o impeachment de presente. Talvez merecesse continuar sendo
alegremente roubada pelos companheiros, que ganharam na moleza, mais de 13 anos
de fortuna ás custas dessa maioria tonta.
A ridícula narrativa do
golpe de Estado jamais teria ido além da esquina do diretório petista se o país
soubesse o que está acontecendo. Não sabe. O Brasil está chupando o dedo, para
variar, e começa a emergir da lama, achando que é o Papai do Céu quem o está
puxando. Vai ver o desemprego e a inflação caírem, o crescimento voltar – e vai
até desistir dessa palhaçada de eleição antecipada – enquanto se prepara para
aplaudir os novos gigolôs da bondade.
São eles: PSOL e seus
menudos anti-impeachment; Marina e sua Rede de transfusão petista; Ciro Gomes
(original ou genérico, tanto faz) e aventureiros associados -- incluindo um possível
e providencial Joaquim Barbosa e até um Lula redivivo, se estiver solto. O que
todas essas pessoas têm em comum? Todas elas torceram seus narizes para o
impeachment, pensando no dia de amanhã, herdar o curral petista.
Pode escrever caro eleitor.
Pode pesquisar e auditar cada passo, palavra, gesto, dessa turminha da
democracia bem carnavalesca: estão todos de régua e compasso nas mãos, para
calcular o caminho mais curto para o poder, para viver do proselitismo do
oprimido, torrando o dinheiro do contribuinte na montagem e manutenção de sua
corte de propaganda progressista. Em setembro estarão todos na artilharia da
oposição, querendo sangue e sonhando com a sua DisneyLula própria. Todos eles
são candidatos à tal da eleição antecipada que a maioria dos brasileiros diz
que deseja ou acha que deseja.
Naturalmente, eleição
antecipada é golpe. Alguém está disposto a ler a lei? Onde está prevista, na
lei, essa aberração? Ou a maioria dos brasileiros não sabe ler a lei ou não se
importam com ela. Os primeiros não são piores do que os últimos. Todos
representam a mesma massa de manobra que sustentou o estelionato petista e está pronta para
sustentar a próxima malandragem “progressista”.
Qual foi a primeira voz a
espalhar com força a tese da antecipação da eleição presidencial? Foi a dela, a
da primeira e única mulher sapiens, a
da inesquecível Dilma Rousseff. E todos os bagunceiros profissionais,
disfarçados de bons samaritanos, foram atrás desse disparate. E lá vai a
maioria da população, distraída, macaquear a esperteza.
Para quem não liga mais o
nome à pessoa, Dilma Rousseff é esta que tem agora nova acusação no Tribunal
Superior Eleitoral, por causa de uma empresa de fachada que recebeu quase R$- 5
milhões às vésperas da eleição de 2014, por serviços de informática
inexistentes. Apenas mais um dos diversos atestados das maiores empresas do
país, ao partido que defende os pobres – e fabrica os ricos.
O governo Temer – governo de
brancos, velhos, homens feios, chatos, bobos, recatados e do lar – está
arrumando a casa; não que Temer seja a Providência Divina; é apenas um político
com desconfiômetro, que notou ser sua única chance montar um governo com os
melhores. Todos sabem quem são os melhores; Lula sabe. Tanto que iniciou assim,
até que a querida maioria brasileira o santificou e ele descobriu que não
precisava mais dar satisfações a ninguém. Itamar Franco também sabia e assim
nasceu o Plano Real pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso.
Não dá para fazer um governo
só de bons, porque são raros. Há concessões inevitáveis, há a montagem da base
política para poder governar. Mas os que estão tomando conta do dinheiro, após
uma década de picaretagem, são bons. E com a casa arrumada, as virtudes haverão
de florescer – ou pelo menos sair da sombra dos michês da bondade.
Prezada maioria de
brasileiros, não precisa ajudar. Se fizer a gentileza de não atrapalhar, já
será uma revolução de melhora e progresso para o país e os brasileiros. . .
Fonte:
Artigo
“Brasil Golpista” do jornalista
Guilherme
Fiuza, publicado na revista
“Época”
de 1º de agosto de 2016
Jc.
São
Luís, 9/8/2016