Mais um ano se findou deixando para muitos, alegria de conquistas e realizações. Para outros, as lições das provações enfrentadas. Mas, mesmo com todas as dificuldades, devemos agradecer ao Pai Celestial a nova oportunidade que nos é concedida, na certeza de que dias melhores virão para nós.
De
todos os rincões da Terra, elevam-se à Espiritualidade, pedidos de mais paz e
felicidade; felicidade essa, para alguns, representada pelo ganho fácil, pelos
bens amoedados, pela fartura de recursos, pelos bens adquiridos e pela posição
de destaque... Felicidade essa, passageira e ilusória, pois na verdade não
somos donos de nada, visto que nada trouxemos quando chegamos ao mundo e dele
nada levaremos, a não ser o mérito ou o demérito das nossas ações praticadas
durante a existência.
De
diversas partes do mundo, elevam-se também os gemidos das almas desanimadas,
famintas, sofredoras e descrentes. Foi-se mais um ano de infelicidade,
flagelos, doenças, violências, crueldades, assassinatos, fruto da indiferença e
da ignorância de muitas pessoas que se fecham em si mesmas, isolando-se da luz,
da fraternidade e do amor, em opção deliberada pela negação, pelo pessimismo,
pela insensatez e pelo egoísmo.
Entretanto,
novas esperanças e novos projetos, novas expectativas de um mundo melhor,
animam muitas outras pessoas que ainda possuem fé, praticam a fraternidade e
acreditam na Providência Divina, que rege todos os fatos. Novo ano, um tempo
ainda não passado; talvez símbolo de novas realizações construtivas. Tempo de
história ainda não escrita, que só a nós, caberá determinar, se um tempo de
harmonia ou de discórdia, de conquistas passageiras ou de reais aquisições;
tempo de lutas ou de paz.
Reflitamos
neste início de novo ano, o que faremos do tesouro das horas, dias e meses que
nos será confiado. Fechemos o livro de páginas tristes, de lutas inglórias e
dos tormentos mentais, e fitemos com esperança, as páginas brancas de um novo
tempo, onde poderemos escrever uma história de paz verdadeira, de amor
fraterno, de real felicidade, que nos dignifique a existência, enobrecendo o
nosso próprio viver e a nossa consciência.
Para
isso, eliminemos do nosso pensamento e coração, quimeras e sonhos voltados
exclusivamente para as conquistas de bens terrenos, no imediatismo do hoje de
ter e agora. Lancemos o nosso olhar para o alto, nos dispondo à conquista
paciente, nas lutas de cada dia, na Paz por tesouro inalienável, trabalhando
com amor e fraternidade, sem esmorecimento, para que a Luz do Mestre Amado nos
alcance e transforme o nosso tempo de labor, na direção do Reino de Deus, nosso
Pai de Infinita Bondade.
Ansiamos
grandes mudanças em nossas existências e, ao final de cada ano, novas
esperanças são renovadas. A expectativa é que o novo ano seja sempre melhor do
que o último que se foi e, para garantir as transformações, recorremos às
nossas tradicionais superstições. São tantas simpatias para a virada do ano que
poderíamos escrever um livro inteiro para enumerá-las.
Sempre
estamos tendo a sensação de que o ano passa tão depressa que quando percebemos,
o Natal bate à nossa porta. Percebemos, então, que não colocamos nenhum
daqueles antigos projetos em prática e que tudo em nossa volta permanece como
antes, sem mudanças. Isso acontece com a maioria das pessoas; talvez em virtude
da existência atribulada que levamos, ou simplesmente por comodismo. Mesmo não
conseguindo sair do marasmo que nos envolve, em 31 de dezembro, tornamos a
realizar as mesmas simpatias, de realizações positivas, com a esperança de que
a nossa existência se modifique pela Vontade Divina.
Ora,
sejamos racionais! Nada e ninguém
poderão mudar o curso do destino a não sermos nós mesmos. O progresso é
resultado de nossas escolhas e, sobretudo de nossas ações. De nada adiante
vestir certas cores, pular ondas, brindar o novo ano, se no coração
permanecemos a mesma pessoa, presa aos velhos e negativos hábitos. Albert
Einstein dizia que: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e
esperar os resultados diferentes”. Certamente, se plantarmos macieiras não
poderemos colher outra fruta que não seja maçã. E assim também é a nossa
existência.
Nossa
jornada é muito longa, mas para concluir a trajetória é preciso progredir
lentamente, dando um passo de cada vez. Se não tivermos a iniciativa de
caminhar para progredir, permanecemos estagnados. Portanto, um ano proveitoso só
será construído dia após dia, aproveitando a oportunidade bendita de renovação
que Deus nos concede a cada amanhecer. Se você deseja saúde, cuide do corpo e
da mente; se quer progredir moralmente, pratique a caridade; se sonha com um
novo amor, procure amar o próximo; se almeja o perdão, reconcilie-se com seu
irmão; trabalhe para o bem, vigie seus pensamentos e ações e perdoe para que
Deus o assista.
Saibamos
também compreender que até mesmos as nossas quedas e os nossos sofrimentos são
importantes para o aperfeiçoamento do nosso Espírito. Aquilo que julgamos ser
uma derrota pode representar um grande salto na nossa caminhada de progresso. O
pensamento escolhe; a ação realiza. O ser humano conduz o barco com os remos do
desejo e a existência conduz o ser humano ao porto a que ele aspira chegar. Eis
por que, segundo as Leis que nos regem, “a cada um será dado segundo suas
próprias obras”. (Jesus)
Todo
final de ano é quase sempre igual, na esperança de dias melhores que virão; uma
mudança no tempo, ao toque da meia-noite tudo parece mudar para melhor;
explodem os fogos, abraços são dados, num toque mágico, tudo mudou de um dia
para o outro. Mas o que mudou? Situações extremas nos circundam. Riqueza de um
lado, miséria do outro. Opulência e pobreza, obesidade e desnutrição, alegria e
tristeza, guerra e paz.
Sonhamos
com o oposto da miséria, da pobreza, da violência e da guerra, Desejamos o
respeito, a paz, a fraternidade, com as pessoas entrelaçadas pela tolerância e
o amor. Isso, no entanto, como é natural, não se faz a um toque de relógio, nem
em um dia. É um processo trabalhoso e
vagaroso, no tempo, um processo que se alcança com a maturidade. Para esse
mundo que sonhamos externamente, é necessário que o interior das pessoas se
transforme. É necessário que usemos o mais puro mármore que é o sentimento. É
preciso buscar sempre o conhecimento que se puder e trabalhar o sentimento. É
para os ensinos de Jesus que devemos nos voltar para a modificação de
sentimentos que precisamos para nos tornarmos mais afáveis, dóceis e fraternos.
O
novo ano chega, como sempre. Será apenas mais um modificar de ponteiros do
tempo, ou o modificador de nossos sentimentos nesse tempo? Meditemos. Para um
mundo melhor é preciso sermos melhores. Não é fácil esse processo, mas Jesus
bem o disse, quando asseverou que, com a boa vontade tudo é possível.
Somos
donos do nosso próprio destino e através do livre-arbítrio construímos o nosso
futuro. Nossas conquistas e dissabores são sempre o resultado de nossas ações.
Aproveitemos, então, os dias deste novo
ano, para realizarmos uma auto avaliação. Sócrates, antes da chegada de Jesus,
já nos recomendava: “Conhece-te a ti mesmo”, pois é desta maneira que seremos
capazes de nos transformar para melhor. Vamos aproveitar então o tempo, pois
vemos que ele sempre passa e a nossa encarnação é breve. Façamos o melhor ao
nosso alcance, edificando o reino de Deus em nossos corações.
Se
lhe conforta, faça simpatias, orações, mas esteja disposto a mudar seus hábitos
para que os resultados sejam diferentes. Do contrário o próximo ano será, para
você, apenas mais um registro no calendário do tempo. . .
Fonte:
André Luiz Alves Jr.
Jornal “O Imortal” – 01/2015
+ Acréscimos e modificações.
Jc.
São Luís, 21/12/2016