domingo, 2 de novembro de 2014

MÃES, COMO DEVEM CUIDAR DOS RECEM-NASCIDOS





Mitos e verdades sobre o primeiro ano do bebê. A falta de informações precisas, palpites e crenças populares podem deixar muitas mães confusas, especialmente as de primeira viagem. Descubra por que nem sempre é uma boa ideia seguir determinados conselhos.
Cerveja preta para estimular a produção de leite, moeda para cicatrizar o umbigo e até azia, são algumas das inúmeras teorias que as futuras mães passam a escutar assim que anunciam a gravidez. Embora grande parte dessas crenças não tenha qualquer embasamento científico, algumas mulheres fazem questão de seguir toda sorte de recomendação. Mas é preciso saber diferençar as verdades incontestáveis daquelas que não são e não passam de pura fantasia. Consultado especialista, este colocou a prova algumas “verdades irrefutáveis” para que você futura mãe, saiba o que realmente tem de ser levado em conta no primeiro ano de existência do seu filho.
Conversar com os bebês faz sentido? Sim. Muitas pessoas acreditam que o recém-nascido consegue assimilar o que é dito pela mãe. Segundo a professora de Psicologia, Isabella Paiva Monteiro de Barros, da Universidade Mackenzie (SP), essa despretensiosa “conversa” é superimportante. “Além de estreitar os laços dos pais com o filho, ela ajuda a atribuir sentido às informações que o bebê recebe do ambiente”.
Tomar mamadeira deitado pode causar dor de ouvido? Sim. Como o canal que liga a garganta ao ouvido é muito curto e horizontal no recém-nascido, o líquido tende a afluir com mais rapidez, principalmente se o bebê estiver deitado. Isso possibilita que o leite alcance o ouvido e suas bactérias se instalem ali, existindo o risco de se multiplicarem, provocando uma infecção. Até os dois anos de idade, a criança deve, portanto, estar inclinada em um ângulo de 30º a 45º para evitar o problema.
Levantar o braço da criança faz passar o soluço? Não. O soluço é resultado da contração involuntária do diafragma e, como os diferentes estímulos ao qual o recém-nascido é exposto podem contrair o músculo, o problema é frequente nessa fase.
O bebê passou meses na barriga da mãe, recebendo o alimento já metabolizado, pelo cordão umbilical e de repente, ele passa a ter de sugar, mamar, engolir digerir, urinar, evacuar... Começando a exercer uma série de funções, como uma máquina que acabou de ser ligada. Não há muito que fazer; o jeito é esperar o soluço cessar naturalmente. Algumas mães costumam colocar um pedaço de algodão molhado na testa da criança para parar o soluço.
Dormir de barriga para cima, aumenta os riscos do bebê regurgitar e engasgar?  Não. Quando dorme para cima, a criança consegue mexer a cabeça livremente para os dois lados, o que ela certamente fará se sentir algum incômodo. Se ainda assim ela engasgar, provavelmente ocorrerá a tosse. A posição que, de fato, oferece risco é a de barriga para baixo, por deixar o bebê sem liberdade de movimento e sujeito a inalar o gás carbônico liberado na respiração,  que pode asfixiá-lo.
A ansiedade da mãe aumenta a possibilidade de o bebê ter cólica? Sim. O sistema digestivo dos bebês é imaturo, implicando em movimentos de relaxamento e contração que podem resultar em gases e cólicas, bastante comuns. Ocorre que a criança é capaz de perceber as alterações de humor da mãe e também fica tensa, insegura. Daí o corpinho da criança reage, favorecendo a sensação dolorosa. Por isso, a mãe deve se acalmar e tentar evitar que a tensão transpareça e afete o bebê.
Bolsa de água quente melhora a cólica? Sim. O calor diminui o incômodo causado pela cólica. A elevação da temperatura provoca a dilatação dos vasos sanguíneos e o relaxamento muscular. A dica para esquentar o local da dor e aliviá-la é lançar mão da bolsa com água morna ou encostar a barriguinha do bebê na da mãe.
O leite sempre deve ser servido morno? Não. O leite materno, claro, deve ser sempre a primeira opção, e ele já sai na temperatura ideal para o consumo. Segundo o pediatra José Luiz Setúbal, presidente do Hospital Infantil Sabará (SP), o bebê pode tomar leite morno ou na temperatura ambiente. Para quem costuma armazenar o líquido no congelador, a dica é aquecê-lo em banho-maria, já que a fervura causa a perda de suas propriedades. As fórmulas de leite em pó precisam ser reconstituídas em água fervente para reduzir os riscos de infecção.
Vacina dá reação? Em termos. Por ser um corpo estranho ao organismo á vacina é capaz de provocar alguma reação. Entretanto, hoje em dia isso acontece com menos frequência, já que os processos de imunização são mais modernos do que os de antigamente. Após a aplicação da vacina BCG (antituberculosa), é esperado que o recém-nascido sempre apresente uma pequena ferida no braço que, depois de cicatrizada, forma uma marquinha. Já no caso da vacina Sabin (contra a poliomielite), a reação é raríssima. Com a vacina tríplice viral (contra caxumba, rubéola e sarampo), há o risco do bebê ter febre e dor local, isso porque a vacina é composta pelos próprios vírus causadores da doença, atenuados. Reações semelhantes, podem ser observadas na aplicação da vacina penta-valente (contra difteria, tétano, coqueluche, meningite e hepatite B). Um antitérmico costuma resolver, mas só pode ser tomado com orientação médica e depois do sintoma se manifestar.
A erupção do dente provoca febre? Em termos. “Em casos raros, a criança pode até apresentar febre baixa, em torno de 37,5ºC”, afirma a pediatra Leda Amar de Aquino, do Departamento Científico de Pediatria, da Sociedade Brasileira de Pediatria. Mas isso só ocorrerá segunda ela, se acontecer algum processo inflamatório na gengiva. Se ocorrer febre acima de 38ºC, a recomendação é consultar um médico.
Chupeta entorta os dentes da criança? Não. No primeiro ano de existência, a chupeta não prejudica a estrutura dentária. Mas se a criança já passou de dois meses e está ganhando peso, é sinal de que o aleitamento vai muito bem, obrigado. Mesmo assim, as mães precisam entender que a chupeta tem a função de acalmar e, por isso, não há necessidade de liberar seu uso. “Somente depois de dois anos, a utilização da chupeta prejudicará o desenvolvimento dos dentes, já que ela projeta a língua para fora, empurrando os incisivos para a frente”, justifica a pediatra Leda.
Bebê que brinca demais tem sono agitado? Em termos. “As crianças têm dificuldades para se desligar e despedir do dia e das pessoas. Então, dependendo do nível de excitação e do tipo de intervenção do adulto na brincadeira, a qualidade do sono pode ser prejudicada”, destaca a psicóloga Isabella. A maneira ideal é que a brincadeira termine cerca de duas horas antes de ir dormir o bebê.
Outras informações sobre a obesidade.
Se a desnutrição e o baixo peso estavam no topo da lista de problemas que rondavam as crianças nos anos de 1970, pais o mães de hoje precisam lidar com uma nova ameaça à saúde dos filhos que seguem uma dinâmica oposta: a do excesso de peso. A obesidade ganhou status de epidemia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A instituição já contabiliza 42 milhões de crianças com menos de cinco anos, obesas nos quatro cantos do planeta. Para suavizar esse problema as futuras mães devem observar certas regras:
Prevenção desde o útero.  Controlar o peso durante a gravidez é a primeira contribuição para um filho sadio. A conclusão é de cientistas das universidades norte-americanas de Minnesota e Wright State, que cruzaram dados de 912 crianças de 0 a 3 anos com informações sobre o parto. Os cientistas observaram que os cuidados durante os nove meses ajudam a prevenir o sobrepeso. Isso porque os quilos excedentes da mãe são fatores de risco para o diabetes gestacional e elevam a possibilidade do bebê nascer muito grande, criando, desde cedo, um padrão metabólico de acúmulo. Se você se descuidou na gravidez, não é preciso se sentir a pior mãe do mundo.  A amamentação é a segunda oportunidade de contribuir, bem cedo, para a boa saúde de seu filho.
Dieta no peito.  Além de proteger contra alergias e fortalecer o sistema imunológico, o leite materno combate a obesidade porque tem a quantidade exata de nutrientes que o bebê precisa em cada fase do seu desenvolvimento. “A amamentação evita que a criança consuma uma quantidade de alimentos maior do que o necessário”, explica a nutricionista Priscila Maximiano, da Nutrociência.
Outras orientações
No nascimento- A mãe deve dar de mamar logo após o nascimento. Até os 6 meses, o leite do peito é o único alimento necessário. A amamentação fornece o alimento e o carinho. O bebê já sente e aprende e gosta que falem e cante quem cuida dela;
2 meses- A criança responde ao sorriso com outro sorriso. A amamentação protege a criança contra doenças e ajuda e desenvolver sua inteligência;

4 meses- A criança já fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros. Continue amamentando e comece a dar-lhe outros alimentos. Ela gosta de colocar as mãos e tudo o que pega leva a boca. Seus brinquedos devem ser grandes para evitar colocar na boca e devem estar limpos. Coloque a criança em lugares diversos, mas atenção porque ela começa a rolar e pode cair;
6 meses- Ela já se vira para o lado do barulho; já pode comer duas refeições de sal, mas ainda precisa mamar. Converse com ela, repetindo os sons que ela faz. Coloque-a no chão para se movimentar melhor. Olha e pega tudo; cuidados com coisas pequenas para não se engasgar, e com tomadas de eletricidade;
9 meses- Arrasta-se ou engatinha. Brinque com a criança de fazer caretas, bater palminhas, e mostre alegria com o que ela for aprendendo. Converse com ela, ensinando-lhe o nome das coisas e pessoas. Ela já é muito curiosa; não deixe ao seu alcance: coisas pequenas, remédios, vidros, talheres e coisas perigosas;
1 ano- Já fala duas palavras e já come a comida de casa, mas precisa comer mais vezes que um adulto. Ela brinca de bater, encaixar e empilhar objetos. Já começa a aprender o nome das partes do corpo.
1 ano e 6 meses- A criança já anda sozinha. Ela gosta de brincar com água. Ajude-a á lavar as mãos e a escovar os dentes. Deixe que ela use o copo e a colher. Comece aos poucos a tirar a fralda e ensine ela a usar o peniquinho, com paciência;
2 anos- Ela já empilha as coisas, e gosta de brincar com coisas variadas e com outras crianças. Já tem vontade própria e fala muito a palavra não. Já sabe subir e mexe em tudo: cuidado com o fogão e cabos de panelas. Não esqueça de lhe falar de Jesus e lhe ensinar a rezar.
2 anos e 6 meses- Já fala frases curtas. Gosta de cantar, batucar, imitar as pessoas e animais. Ensine-lhe a dizer seu próprio nome e converse sempre com ela. Aprende muito pela imitação: o exemplo dos adultos é muito importante nessa fase, pois ficará para sempre;  deve colocá-la numa creche para desenvolver sua personalidade;
3 anos- Gosta de desenhar bolinhas ou rabiscos diversos. Ela precisa de outras crianças, de espaço para brincar, correr e pular. Ajude-a á vestir-se e a calçar os sapatos e aprender a contar e conhecer as cores; deve colocá-la na educação infantil;
4 anos-  Gosta de ouvir histórias e músicas; repetir pequenas histórias, cantarolar canções e ver revistinhas e TV. Por ter atração pelo fogo, tenha muito cuidado e lhe explique o perigo. Ensine-lhe a ser organizada, a cuidar das suas coisas e do lugar onde vive. Ajude-a sempre para que ela aprenda melhor
Daí em diante, os exemplos dentro do lar (carinho, amor, sinceridade, honestidade e fraternidade), e de outros que ela observar, vai influenciar na sua trajetória existencial, para com as pessoas, os animais, a sociedade, a natureza e o mundo em geral.

Fonte:
Revista “Crescer” – 09/2013
+ Acréscimos e modificações

Jc.
São Luís, 20/10/2013
Refeito em 2/11/2014