sábado, 24 de novembro de 2012

A DESMISTIFICAÇÃO DO FENÔMENO DA MORTE

A DESMISTIFICAÇÃO DO FENÔMENO DA MORTE A inevitabilidade do fenômeno da “morte” é um assunto que incomoda e assusta boa parte da população do planeta. Até mesmo entre nós espíritas, o tema causa certo desconforto em muitos. A realidade é que a esmagadora maioria das pessoas – isto é, espíritos encarnados – não se preocupam nem se preparam devidamente para enfrentar esse momento. Em geral, “adiamos” tanto quanto possível, pensar sobre o tema, e tal comportamento não deixa de ser um tanto paradoxal já que mais de 60% dos brasileiros acreditam que existe vida após a morte, segundo pesquisa realizada pela Datafolha! De qualquer maneira, somos constantemente “lembrados” através de muitos e variados acontecimentos que nos rodeiam, de que nossa vez também chegará um dia, mais cedo ou mais tarde. Assim sendo, o fim da existência terrena (corporal) deve ser encarado de forma racional por todos nós. Afinal de contas, o corpo humano, como toda máquina orgânica, com o tempo apresenta sinais de fadiga, exaustão, envelhecimento, e as células iniciam o processo de decomposição até a extinção completa do fluido vital. Não há como deter indefinidamente esse processo, não obstante os mais expressivos progressos da ciência, que muito tem ajudado no prolongamento da existência humana, com efeitos benéficos na qualidade e longevidade da vida dos brasileiros em geral, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que revela: em 1940, se vivia em média apenas 45 anos, já no ano de 2008 a previsão saltou para 74 anos e, atualmente viveremos em torno de 85 anos. Em resumo, temos todos, um tempo pré-determinado para cumprir a nossa missão aqui na Terra, embora não saibamos de quanto tempo ele é. O fenômeno da morte, nas diferentes épocas e nas diversas religiões, têm as seguintes interpretações: EGITO – Os egípcios, acreditando em outra vida após a morte, quando morriam, seus corpos eram embalsamados e colocados em sarcófagos, tumbas ou pirâmides, com seus pertences, e em alguns casos, até com suas esposas, onde aguardariam a nova existência (reencarnação) por desconhecerem como tal processo era realizado. ÍNDIA – Os indianos colocavam seus mortos em piras, a beira do Rio Ganges, onde eram queimados e suas cinzas jogadas ao rio, e suas almas ficavam aguardando uma nova vida, que poderia ser melhor ou pior. JUDEUS – Algumas seitas judias, por aceitarem a reencarnação ou ressurreição, acreditavam que a alma das pessoas sendo imortal, teria uma nova existência, segundo a opção de vida no bem ou no mal. GRÉCIA - Na antiga Grécia, Sócrates falando sobre o problema da morte, aos seus algozes, disse: “De duas uma: ou a morte é uma destruição absoluta, ou ela é a passagem de uma alma para outro lugar”. CRISTÃOS – Jesus falando sobre o processo da morte, disse: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma”. Os primeiros cristãos eram sacrificados entre cânticos e louvores, por acreditarem que a morte, era a libertação para uma vida melhor. INDÍGENAS - Estes, colocavam seus mortos em piras com seus pertences, para ajudá-los em uma outra vida. ATEUS - Por não acreditarem na continuação da vida, aceitam apenas a existência terrena e, quando morrem, não existe mérito ou demérito; acaba-se tudo. CATÓLICOS - Acreditam estes que quando se morre, a alma vai a julgamento, cujos atos na Terra, bons ou mal, podem credenciá-los ao céu, purgatório ou inferno. Não acreditam em reencarnação. PROTESTANTES - Segundo estes, o morto é julgado pela sua fé e não pelos seus atos. Sua fé é o passaporte para o céu e nada mais. ESPÍRITAS - Para os espíritas, a morte física elimina apenas o corpo, libertando a alma para a vida espiritual, por ser uma centelha divina. Lá, ela será julgada pelos seus atos na Terra. Essa alma (Espírito), pode voltar a usar outros corpos (reencarnação) para fazer a sua evolução. O Espírito de André Luiz em suas investigações no plano espiritual descobriu que poucos encarnados conseguem cumprir exatamente o tempo que lhes foi previsto. Ao longo da existência vamos geralmente fazendo muitas coisas inadequadas, bem como seguindo um estilo de viver que acaba abreviando o nosso tempo. Em casos mais extremos, cometemos o autocídio. Assim, todos nós vamos desencarnar seja por motivos de doenças incuráveis, morte violenta, deficiência de algum órgão, acidente inesperado, negligência com a nossa própria saúde (toxicômanos e alcoólatras estão neste grupo), por desgaste absoluto do nosso organismo físico ou por suicídio. No entanto, como bem disse o Espírito do irmão José: “Morre a semente e nasce á flor, perece a flor e vem o fruto, que encerra em si, a própria imortalidade. A essência sempre sobrevive”. Assevera também o mentor: “Nada desaparece no Universo, tudo se transforma”. Portanto, o fundamental é sabermos que continuamos vivendo para sempre. O nosso Espírito com sua individualidade sempre existirá mesmo que, em contextos ou dimensões diferentes. Aos que ainda acalentam dúvidas – apesar das inúmeras evidências científicas – vale recordar, por exemplo, a gloriosa visão do monte Tabor – testemunhada pelos apóstolos Pedro, Tiago e João, relatada nos Evangelhos: “E Jesus transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes aparecem Moisés e Elias, falando com Ele”. (Mateus, 17: 2/3). É importante salientar que naquele episódio descrito pelo apóstolo, Jesus dialogou com duas personagens que há muito haviam deixado o “mundo dos humanos”. Explicando melhor, Moisés vivera entre 1592-1474 A/C. e Elias entre 874-852 A/C. Portanto, o recado da Imortalidade do Espírito, foi absolutamente claro. O acontecimento foi tão marcante, constituindo-se numa das maiores manifestações de mediunidade, que Pedro, embevecido, tomando a palavra disse a Jesus: “Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e outro para Elias”. E estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu, e da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.” (Mateus, 17: 4-5) Além disso, o capítulo 20 do Evangelho de João é todo dedicado à ressurreição de Jesus. Nele, lemos um diálogo entre Jesus e Maria Madalena. Coube a ela, provavelmente como uma deferência ao seu grande esforço de auto-iluminação, a honra de ser a primeira pessoa a ver Jesus após a sua “morte”, e ser portadora da Imortalidade, ou seja: Disse-lhe Jesus: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com meus irmãos, e diga-lhes que eu subo para meu Pai e teu Pai, meu Deus e teu Deus”. (João, 20: 17-18) Reafirmando a imortalidade, Jesus apareceu posteriormente aos seus apóstolos amados em várias ocasiões. Chegou até a convidar Tomé, em uma delas, a tocar-lhe as mãos, já que este era dado á incredulidade, e como a mais marcante de todas as suas aparições pós-morte, ele apareceu aos chamados 500 da Galiléia, conforme descreveu o Espírito de Humberto de Campos, na tocante obra “Boa Nova”. O Espírito de Joanna de Angelis, por sua vez esclarece que o receio da morte decorre “...da ignorância a respeito da vida”. E acrescenta ainda: “O medo da morte, de alguma forma, é atávico, procedente da caverna, quando o fenômeno biológico sucedia e o homem primitivo não o entendia, desconhecendo a razão da sua ocorrência”. Também as diversas religiões lançaram mais escuridão do que luz sobre o assunto. Podemos recordar alguns aspectos de algumas delas no tocante ao assunto. As religiões dogmáticas cristãs não aceitam a possibilidade de uma segunda chance ou reencarnação. Para elas, o inferno é para sempre e, no Juízo Final, as almas irão ressuscitar dos túmulos para o julgamento. O Islamismo também aceita que a morte leva à eternidade; a alma poderá ir para o céu ou o inferno, dependendo do comportamento na existência. A noção de purgatório não faz parte das concepções islâmicas. No Judaísmo, os mortos são conduzidos para o Sheol, uma espécie de limbo, para aguardar o Juízo Final. As religiões espiritualistas, por sua vez, proporcionam um nível de esclarecimento muito parcial sobre o assunto. O Hinduismo acredita que a reencarnação ocorre imediatamente após a morte, o que não é correto. No Budismo, o ser desencarnado pode atingir a chamada Terra Pura – espaço de sabedoria iluminada. O tipo de reencarnação que será no futuro, vai depender de cada um. Na visão budista, a alma pode voltar nos reinos humanos ou animais. A idéia de um Espírito reencarnar no corpo de um cachorro (metempsicose) seria condenar este que já atingiu o reino humano a um injustificável e incabível retrocesso, isto é, algo totalmente incompatível com as leis de evolução. Na Doutrina dos Espíritos, o Espírito após o desenlace do corpo físico, retorna ao mundo espiritual, onde, conforme asseverou Jesus: “Na casa de meu Pai existem muitas moradas...”(João, 14: 2) A realidade da vida na espiritualidade é fruto de nossos atos na existência presente. Muitas pessoas imaginam que a morte rompe todos os laços que existem entre as pessoas. Trata-se de um equívoco pensar assim, pois nem a morte nem a reencarnação afetam a afeição e os sentimentos que os espíritos nutrem uns pelos outros. Assim é que, segundo a Doutrina Espírita, os espíritos devotam afeição para com os encarnados e desencarnados, de conformidade com a afinidade que entre eles existam. Os bons Espíritos simpatizam e se aproximam das pessoas de bem e os espíritos inferiores afinizam-se com as criaturas viciosas ou que sejam voltadas para o mal. O ser humano tem, pois, no Mundo Espiritual, amigos que podem perfeitamente interceder por ele, com o objetivo de assegurar-lhe a estabilidade de que necessita para lutar e servir, amar e vencer, apesar do assédio dos desencarnados que lhe foram comparsas nos dramas do passado. Desse modo, não devemos temer a morte propriamente dita, já que ela é inevitável, mas o que virá depois, ou seja, sob quais condições retornaremos ao plano espiritual. Portanto, se não podemos interromper a morte, devemos nos preparar para a etapa seguinte. Muito apropriada, a questão nº. 96l de “O Livro dos Espíritos” que aborda essa questão: “Qual o sentimento que domina a maioria dos seres humanos, após a morte? A dúvida, o temor ou a esperança?” Resposta dos Espíritos: – “A dúvida, nos cépticos empedernidos; o temor, nos culpados; a esperança, nos que praticaram o bem”. Kardec na questão nº. 962 ainda foi mais incisivo: “Como pode haver cépticos, uma vez que a alma traz ao ser humano o sentimento das coisas espirituais?” – Muitos se fazem de espíritos fortes, durante a existência, somente por orgulho. Porém, no momento da morte deixam de ser tão fanfarrões. A rigor, devem temer a vida futura, os orgulhosos e autoritários já que “a soberba precede a ruína, e a altivez precede à queda”. Só devem se preocupar com a realidade espiritual, os mesquinhos e os avarentos, os vaidosos e egoístas, os libidinosos e devassos, os perpetuadores de excessos de toda ordem, os transgressores das leis e os malvados, os agentes da destruição e da vilania, os hipócritas e maledicentes, os inconseqüentes, os irresponsáveis e suicidas, porque eles terão contas a ajustar, a exemplo do que aconteceu ao Espírito de André Luiz, que sofreu muitos anos no Umbral. Por fim, Joanna de Angelis nos esclarece que “ninguém conseguirá driblar a morte, por mais que o intente”. Mas podemos e devemos nos esforçar para voltarmos ao mundo espiritual em melhores condições... Mais informações sobre o assunto veja o artigo sob o título: “A morte ou a libertação”. Bibliografia: Anselmo Ferreira Vasconcelos Astolfo de Oliveira Filho Jornal “O Imortal” – 08/2011 Jc. S.Luis, 26/08/2011 Refeito em 24/11/2012

Nenhum comentário: