quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

URBANO DE ASSIS XAVIER

URBANO DE ASSIS XAVIER Nascido em Timbó (BA) em 28 de agosto de 1912, filho de Francisco Xavier de Sousa e Francisca Assis Xavier, Urbano Francisco de Assis Xavier, terminou o curso de odontologia e resolveu embrenhar-se pelo Estado de São Paulo para se iniciar na vida profissional, fato que se deu em 1935. Ele escolheu para isso a cidade de Santa Ernestina, próxima a Araraquara-SP. Com a idade de 25 anos já estava casado com Albertina Ferreira Xavier que tinha apenas 17 anos. Bastante ligado à Igreja Católica, ele logo se tornou presidente da Congregação Mariana e sua esposa filha de Maria. Logo que se casaram, fenômenos estranhos começaram a acontecer. Urbano, durante a noite, ponha-se a falar em voz alta, tão alta que vinha gente do final da rua ver o que estava acontecendo. Começou então a correr a notícia de que o dentista da cidade estava ficando louco. Todavia, Urbano, ao voltar a si, não se lembrava de nada e em virtude desses fatos, que se repetiam todas as noites, o casal que já morava próximo á igreja, resolveu se mudar para mais perto ainda, julgando que assim eles estariam mais protegidos. No entanto, ao contrário do que esperavam, a situação piorou. Certo dia, o trouxeram para casa porque estava na igreja rezando a missa como se fosse outra pessoa e dizia chamar-se padre Loureiro de Aguiar, que falecera anos antes. Em seguida, vários Espíritos se comunicaram com Urbano, diante de Albertina, que não sabia o que ocorria. Quando então uma entidade se comunicou chamando-se “Pai Jacó” que era um “preto velho”, que instruiu Albertina a procurar em Matão, uma pessoa chamada Cairbar Schutel, que poderia orientá-los. Urbano e Albertina assim fizeram e foram até Cairbar que os orientou. Urbano iniciou, então, os estudos da Doutrina Espírita e começou a participar das reuniões mediúnicas dirigidas por Cairbar, tornando-se, com o tempo, um dos médiuns de confiança de Cairbar Schutel, que teria dito: “Existem muitos Pais Jacós por aí, mas neste eu acredito!”. Pouco tempo depois, após curta enfermidade, faleceu Cairbar Schutel. O fato ocorreu no dia 30 de janeiro de 1938, em virtude de um aneurisma cerebral, e na mesma noite, durante o velório, ele se comunicou por intermédio de Urbano de Assis Xavier. Ele estava participando com a esposa do velório quando percebeu a presença de Cairbar (Espírito) próximo ao corpo e que estava lúcido e desejando se comunicar por sua mediunidade. Urbano achou, porém, que seria inconveniente uma manifestação naquele momento e tentou se esquivar e querendo ir para a sala ao lado, teve que passar perto do caixão, e, quando o fez, Cairbar,(Espírito) já impaciente, lhe disse: “Ora Urbano, tenha paciência!” e, agindo rapidamente, por intermédio de Urbano, proferiu algumas palavras para as pessoas que ali estavam, dizendo ser Cairbar de Souza Schutel e que ali estava para comprovar a continuidade de sua vida após a morte do corpo. Urbano possuía uma mediunidade ímpar, e alguns casos são muito interessantes. Manoel Philomeno de Miranda, autor de vários livros, psicografados por Divaldo Franco, foi primo de Urbano. Um dia já morando no sudeste, Urbano o visitou na Bahia, mas não o encontrou em casa, motivo pelo que se despediu e foi embora. Miranda depois indagou sobre seu procedimento de não tê-lo aguardado, quando descobriu que Urbano num havia saído do interior de São Paulo. Outro caso interessante se deu com um homem angustiado que aguarda numa estação de trem, ansiando por uma solução para o seu problema. Sua esposa doente precisava de tratamento. Ele vê se aproximar Cairbar Schutel e quando está mais perto, não enxerga Cairbar, mas sim Urbano, trazendo-lhe exatamente a importância que necessitava para o remédio. Urbano conviveu com Herculano Pires em São Paulo e em Marília e trabalharam juntos no movimento espírita, na divulgação dos conhecimentos e também no exercício da mediunidade. Conta Herculano Pires que Urbano transformava-se de tal maneira ao receber um Espírito comunicante, que este era facilmente reconhecido pelas pessoas amigas, sem necessidade do mesmo dizer seu nome. Outras vezes ele se transfigurava, transformando o seu rosto com os traços do Espírito comunicante. Nos últimos tempos, desenvolveu também a mediunidade de “voz direta”, ficando em transe enquanto os Espíritos falavam diretamente com os presentes, vibrando a voz em pleno ar. Herculano Pires ficou tão impressionado com a mediunidade de Urbano que acrescentou em sua tradução de “O Livro dos Médiuns”, publicado pela editora Lake, uma nota de rodapé sobre a mediunidade de transfiguração de Urbano. A nota consta do cap. VII – Bicorporeidade e Transfiguração. Em 1954, Urbano fez a palestra alusiva ao primeiro aniversário do Lar Infantil Marília Barbosa, na cidade de Cambé, entidade fundada por Luiz Picinin em 29 de março de 1953 e dirigida posteriormente, até os nossos dias, por Hugo Gonçalves. Luiz Picinin, que muito apreciava as palestra de Urbano, chegou a gravar algumas delas, e transformou-as em LPs. Urbano sofreu três derrames e desencarnou em 31 de outubro de 1959. Ele teve sete filhos com Albertina: Edna, Sóstenes, Célia, Gutemberg, Demóstenes, Alcione e Paulo. A sua filha Célia Xavier Camargo, que reside em Rolândia, é uma das colunistas do jornal “O Imortal” de Cambé. Nota: As informações contidas nesta biografia feita por Marinei Ferreira Rezende, foram fornecidas pelo confrade Alexandre Xavier de Camargo, neto de Urbano de Assis Xavier, que reside também em Rolândia-PR. Bibliografia: Jornal “O Imortal” – dezembro/2012. Jc. São Luís, 27/12/2012

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