segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

C O M P O R T A M E N T O

C O M P O R T A M E N T O S Vanda Simões, em artigo publicado no “Jornal do Lar”, nos informa “que ultimamente, os estudiosos do comportamento humano, chegaram a conclusão que, o excesso de liberdade, traz prejuízos para a formação do ser humano. Informa ainda que a teoria amplamente difundida e executada nos últimos anos, que era de não impor limites a uma criança, estava definitivamente errada e encerrada. Afirmando em seguida, que os pais americanos estavam perplexos e confusos, com a geração de jovens e seus destemperos comportamentais”. Só nos últimos cinco anos, nos Estados Unidos, ocorreram mais de 250 assassinatos cometidos por crianças e adolescentes, apesar das leis americanas serem mais rigorosas do que em qualquer outro lugar do mundo. No Brasil, uma pesquisa indica que 25% das crianças que estudam em escolas do Rio e de São Paulo, demonstraram um comportamento agressivo, nas relações com colegas e professores. E mais: embora só agora as notícias sobre a violência nas escolas tenham se tornado mais freqüentes, o problema é antigo, especialmente, nas grandes metrópoles. Outras pesquisas divulgadas pelo Grupo de Planejamento e Pesquisa, do Rio, comprovam que a questão é muito mais grave nas áreas pobres, onde já foram registrados casos de agressões com estupro, de alunas pelos colegas. A mesma pesquisa indicou ainda que, as crianças vêem mais violência nas televisões do que nas ruas, e que muitas delas, acabam alimentando o desejo de ter uma arma para seguir o exemplo dos filmes assistidos. O pesquisador Robert Blum, observou a falta de amor por parte dos pais, como o grande fator da agressividade dos jovens. Diz ele que; “a criança que não se sente amada, querida ou cuidada pelos pais, torna-se violenta, e que essa situação piorou a partir dos anos 60, quando as mães começaram a entrar no mercado de trabalho, ficando várias horas longe dos filhos, e estes passaram a ter excesso de liberdade e escassez de atenção e carinho. A criança que sente ódio, não consegue amar porque desconhece o que é amor, por não haver recebido”. É certo que o ser humano precisa e vivencia as experiências de que necessita para o seu crescimento e existência. É certo também que poderá apressar ou retardar sua marcha, dependendo da maneira pela qual se conduza. Aí, entra o livre-arbítrio, que faz o adolescente escolher este ou aquele caminho. O mundo faz o seu papel de agente das oportunidades nos vários campos, o que significa dizer que se encontra na Terra, o que se precisa para bem ou mal se conduzir na existência. Dentro dessa concepção de vida, e após séculos de lutas pela liberdade de idéias e atitudes, explode nos Estados Unidos, o movimento hippie, na década de 60, influenciando a cabeça das crianças e dos jovens, a vivenciar outros modos de atitudes e comportamentos, como forma de repúdio e de modificação da sociedade conservadora. Surgia então, o movimento desagregador dos costumes familiares, e, comportamentos estranhos eram proclamados junto aos adolescentes. Em meados dessa década, cerca de 300 mil jovens haviam deixado seus lares para juntar-se a esse movimento, que pregava o sexo livre, a liberdade para fazerem das suas existências, o que bem entendessem, incluindo o uso abusivo de bebidas alcoólicas, drogas, e ainda, o descompromisso em assumirem a responsabilidade dos seus atos. A partir daí, e em conseqüência de uma pseudoliberdade, os jovens achavam ter conquistado a felicidade, e as escolas do comportamento humano, elaboraram teses as mais absurdas sobre a formação da personalidade do ser humano. Desde a liberdade que a criança passou a ter de fazer o que bem quisesse, sem que ninguém a molestasse para não traumatizá-la, até a iniciação precoce na sexualidade, tudo era aceito como normal. Felizmente esse movimento passou, mas até os nossos dias, ainda presenciamos resquícios dessa época, aliada a outros comportamentos reprováveis, que nos impõe os programas de Tvs, quando vemos nas novelas, principalmente na infantil intitulada “Chiquititas”, abordar assuntos de namoros, transas, “ficar”, traições, etc., e muitas mães se deixam levar nessa onda, em lugar de tratarem de assuntos essenciais à existência das crianças, tais como: preocupação com os estudos, com a boa moral, com os exemplos dignificantes, os comportamentos éticos e a religiosidade, necessária principalmente a essas mentes em formação, carentes de exemplos dignos para se tornarem bons cidadãos, permitem que seus filhos prematuramente, sem as mínimas condições de arcar com suas responsabilidades, tenham encontros privados, dentro do próprio lar, possibilitando a geração de novas crianças. Elas, na condição de avós, podem cuidar desses bebês? E quando não puderem mais, o que vão fazer? Transferir os problemas gerados por elas, para os filhos? Muitos daqueles jovens da década de 60, hoje são os pais de adolescentes e jovens. Criaram seus filhos dentro de uma concepção de liberdade irrestrita, acreditando estar nisso o segredo da estabilidade emocional, das relações pessoais e da felicidade. As escolas dessas teorias criaram adeptos no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Muitos pais, sem avaliar as conseqüências futuras, entram nessa linha de pensamento e passaram a trabalhar mais em busca do sucesso material, a fim de proporcionarem aos filhos, melhores condições, brinquedos de última geração, roupas de grife, passeios ao exterior (Disneylândia de preferência), e computadores, como substitutos dos cuidados e carinhos que deveriam dar aos seus filhos. Porém, se esqueceram da educação que deve ser ministrada pelos pais no lar, para o bom comportamento na sociedade, deixando de lado a convivência tão necessária e os exemplos edificantes que deveriam ser transmitidos. Alguns dizem: “Como os tempos são outros, as crianças têm que ter liberdade de escolha”. Dessa maneira, as crianças passaram a estabelecer seus próprios limites, e como não possuem ainda a maturidade para tal, ultrapassaram as normas de bom senso, resolvendo suas próprias existências, como: horário de dormir (invariavelmente tarde), programas de televisão (geralmente todos), horário de fazer as tarefas escolares (quase nenhum), alimentar-se de sanduíches e somente do que gostam e não do que precisam, noitadas em clubes ou em outros lugares que nem mesmo os pais sabem, dormir em casas de colegas, e aí está um grande perigo da iniciação em bebidas alcoólicas, drogas e na promiscuidade sexual, e até na quantidade de dinheiro que devem receber, como mesada e não como retribuição a algum trabalho. O resultado disso tudo é que os pais, hoje, não sabem o que fazer com pequenos déspotas que têm dentro de casa. Filhos que foram criados naquela mentalidade, que se transformaram em tiranos dos próprios pais. Em muitos casos, quem manda na família são eles, pois tudo é feito para atender suas menores exigências. Estabelecer limites, é cercear a liberdade da criança e os traumas advindos disso são imensos, foi o que aprenderam esses pais com as teorias dos anos 60. E não é só por isso não, é também por comodismo que muitos pais deixam que os filhos cresçam ao sabor das influências dos colegas, da televisão, que na maioria das vezes, só mostra o que não presta para ninguém, e nas suas próprias tendências, que nem sempre são saudáveis e recomendáveis, pela falta da orientação e do exemplo dos pais. Criada essa grave situação os estudiosos do comportamento humano, chegaram à conclusão que esses excessos de liberdade, trazem prejuízos à formação do ser humano, isto após décadas de estímulo a essas teorias perniciosas, que nos dias atuais, são repetidas e apresentadas pela televisão. Estão aprendendo com a triste experiência. Sem valorizar o lado moral na formação dos jovens, vêem-se agora os pais, às voltas com duas gerações perdidas de valores, sem rumo, sem esperanças, vítimas de teorias absurdas, elaboradas por mentes em desarmonia. Fruto dessa filosofia de vida, os pais passaram a ser responsáveis pelos desregramentos dos filhos, em vista de não lhes terem doado tempo, atenção, carinho e amor. A falta de amor é a principal causa da agressividade das crianças, observou o pesquisador Robert Blum. Segunda a educadora Tânia Zagury, há muita necessidade de amor na educação dos filhos. Diz ela ainda: “Se acreditarem na importância do amor e no bom diálogo, os pais estarão dando o melhor de si para criar seus filhos, num clima de harmonia na família e de bem viver na sociedade”. Estatísticas de UTIs neonatais comprova que os bebês bem cuidados e bem alimentados que não recebem a visita e o afeto diário dos pais, não se desenvolvem, enquanto que os que recebem carinho diário se recuperam mais rápido. Isto comprova que toda criança precisa de atenção e afeto, cuidados mais essenciais do que a própria alimentação. Outra orientação é a de que, ao invés de reclamarem do ciúme infantil de algum filho, os pais devem se conscientizar que estão distribuindo seu amor de maneira errada à saúde emocional dessas crianças. As brigas e agressões entre irmãos, não precisam apenas de repreensões e punições, mas também de diálogo, porque é pela ausência do esclarecimento e do amor, que o ódio e a rivalidade se desenvolvem. Finalmente, o irmão que é alvo de hostilidade, deve manter um distanciamento, que é mais saudável, até que surja uma consciência no irmão hostil ou na família, e as condições necessárias a uma mudança de comportamento. Segundo os psicanalistas, há males existentes irrecuperáveis. A Doutrina dos Espíritos nos esclarece que há diferenças de estágios evolutivos e que existem inúmeras famílias constituídas de espíritos inimigos de outras existências, que são reunidos para iniciarem o processo de reconciliação e evolução. Se Deus colocasse esses espíritos, em cidades e famílias diferentes, jamais eles poderiam se reconciliar. Além destas orientações, para corrigir o rumo devem ser aplicados castigos de forma efetiva, nunca de maneira exagerada. Quando a disciplina é rompida, os pais devem dar à bronca. Algumas palmadas de vez em quando também costumam dar bons resultados. Se não funcionar, devem ser retirados os privilégios. Por exemplo: Não deixar que a criança assista ao programa de televisão que gosta ou brincar com o vídeo-game naquele dia. Conversar com a criança sobre o assunto para que ela reflita sobre o erro que cometeu, é aconselhável. Reaja com rigor caso os irmãos briguem frequentemente. Uma coisa é aquela briguinha caseira, outra é virar agressividade, que pode ir para fora do lar, onde a criança pode correr o risco de se envolver em brigas mais violentas. A dificuldade de ensinar o que é certo e o que é errado para os filhos, em função do comportamento anormal de determinadas pessoas, tem criado situações de ambigüidade na ética da sociedade. Vários são os exemplos com os quais convivemos. Alguns exemplos: Os traficantes das favelas do Rio, que destroem as gerações futuras com as drogas, por dispensarem alguns favores aos favelados, são aceitos, apoiados, favorecidos e imitados pelas crianças, convivendo tranquilamente nas comunidades. O seqüestrador Leonardo Pareja, quando vivo, recebia na prisão, grande quantidade de cartas de admiradoras. O jogador de futebol, Edmundo, foi ídolo mesmo com o temperamento e comportamento que lhe rendeu o apelido de “Animal”. Graças a Deus, ele evoluiu e hoje não deseja mais ser chamado de “Animal”, porquanto já é uma nova pessoa. E temos muitos outros exemplos negativos mostrados diariamente na política e na televisão. Diante destes fatos, somados a tantos outros, fica difícil transmitir valores morais para um comportamento ético. O que se pode considerar certo, ou errado? Até onde se deve impor limites? Estes são questionamentos que podem gerar uma situação aflitiva, contudo refletem hoje, a conscientização e a preocupação dos pais, sobre a existência desses problemas. O monge Agostinho, no livro “Evangelho Segundo o Espiritismo”, orienta dizendo: “Desde o berço a criança manifesta os instintos maus ou os sentimentos bons que traz de sua existência anterior...” Durante a infância, a criança recebe os conceitos dos pais. Entretanto, de nada adianta adotarem um determinado manual para as crianças, quando os pais mantêm um comportamento oposto. Citemos o caso de pais que procuram passar idéias pacifistas aos filhos, mas que ao mesmo tempo vivem discutindo e brigando dentro de casa. Mesmo com posições definidas dos valores éticos morais que queremos ensinar aos nossos filhos, às vezes nos vemos em confronto com o que o mundo e a televisão mostram, sendo necessário firmeza e perseverança para convencê-los a agir corretamente, e incutir em suas mentes o comportamento certo. Outras vezes é preciso desligar a televisão pelo péssimo programa apresentado. Deixar de atuar na formação moral de nossos filhos, pelas dificuldades de enfrentar o assunto, é uma atitude perigosa, cujas conseqüências podem ser muito mais desagradáveis, pois mesmo que não queiramos, os valores éticos são sempre transmitidos por nós, ou negativos de outras maneiras. É preciso, pois, os pais estarem atentos na formação e orientação dos seus filhos, evitando assim desgostos futuros. Cabe aos pais o papel de educador, orientador com um comportamento exemplar, a fim de encaminhá-los para uma existência responsável e consciente de direitos e deveres, perante as leis da sociedade da qual fazem parte e das leis divinas a que todos estamos submetidos. Não devem faltar orientações quanto às drogas, uso de bebidas alcoólicas, sexo e doenças transmissíveis como a AIDS, para que o jovem inexperiente, não se perca e venha a cometer erros que possa se arrepender e sofrer pelo resto da existência e também seus pais. Os pais têm que entender que o modo de agir e o comportamento perante os filhos, devem ser um modelo, pois são geralmente seguidos por eles. Exemplos: Se não queremos que nosso filho seja um fumante; se fumamos, deixemos de fumar, pois sabemos dos males que causa o tabaco. Se não queremos que ele se torne um alcoólatra, deixemos de beber. A força moral só prevalece com os exemplos. Dialogar com o filho ou a filha, tirando-lhe dúvidas, também é essencial para um bom relacionamento. É melhor a orientação dos pais do que o conhecimento deturpado feito por outras pessoas. A atenção e o interesse, pelo que o jovem faz, sempre procurando ajudar e estimular, estabelecendo uma amizade com ele, pode colaborar muito para um bom comportamento desde junto à sociedade. Finalmente, é importante acima de tudo, dar uma formação religiosa aos nossos filhos, ajudando-os a despertar sentimentos e valores, como ser útil ao próximo, estimulando a prática da caridade, do respeito e amor que devem ter aos semelhantes, principalmente aos idosos. A Doutrina dos Espíritos vem nos alertar quando diz: “Quando produzis um corpo, o espírito que nele encarna, vem para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponha todo vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal missão vos está confiada, cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes a contento”. Este é o compromisso que nos cabe ter na qualidade de pais na Terra. Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações... Bibliografia: Vanda Simões Robert Blum Livro “Evangelho Segundo o Espiritismo” Jc. S,Luis, 17/6/1999. Refeito em: 28/12/2012

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