Herança da Grécia antiga, berço da democracia, o termo política deriva-se do grego polítikós, alusivo às antigas cidades gregas organizadas (pólis), que teriam dado origem ao modelo de vida urbano contemporâneo, onde os seres humanos se aglomeram em busca da sobrevivência e do progresso, sujeitando-se a uma administração pública regulada por normas coletivas de convivência. Sob esse prisma, ela será sempre o exercício de alguma forma de poder. Quando utilizada corretamente, gera bem-estar e prosperidade, contribuindo para a manutenção da paz e da ordem pública.
A Doutrina dos
Espíritos abrange todas as áreas de conhecimento, no tríplice aspecto:
científico, filosófico e religioso, razão pela qual não está alheio à Ciência
política ou a qualquer outro ramo do conhecimento humano. Entretanto, o
movimento espírita não precisa engajar-se na militância política, a exemplo do
que fazem outros segmentos religiosos, fundando partidos ou organizando
bancadas, como forma de se fazerem representar perante os poderes constituídos,
com o objetivo de divulgar, oficialmente, os seus princípios religiosos e
defender os seus interesses. Diante disso, não é recomendável nem aceito que
políticos, simpatizantes ou espíritas, façam da tribuna espírita um palanque,
seguindo o exemplo de Jesus, nosso modelo e guia, quando esteve entre nós, que jamais
postulou ou se valeu do poder político da época, a fim de pregar a implantação do “Reino de
Deus” na Terra.
“Deus confere a
autoridade, a título de missão ou de prova quando julga conveniente, e a retira
quando bem o entende”. Emmanuel, respondendo à pergunta: “Como se deverá
comportar o espírita perante a política do mundo?”, aconselhou: “O discípulo de
Jesus está investido de missão mais sublime, em face da tarefa política
saturada de lutas materiais e essa é a razão por que não deve procurar uma
situação de evidência para si mesmo nas administrações transitórias do mundo. E,
quando convocado a tais situações pela força das circunstâncias, deve aceitá-las
não como galardão para a doutrina que professa, mas como provação imperiosa e
árdua, onde todo êxito é sempre difícil”. (... aqueles cujas leis se harmonizam
com as leis eternas do Criador, viverão e servirão de farol para outras
pessoas.)
De má lembrança são
as conspurcações que o movimento cristão sofreu (e que a Doutrina Espírita
tenta restaurar na atualidade), sobretudo a partir do século III, momento em
que se deixou seduzir pela política de Roma. É óbvio que o espírita,
individualmente, não está impedido de exercer a política. Se tiver vocação e
for chamado para essa tarefa, deve atender ao alerta de sua consciência e
procurar exercê-la com dignidade, como fizeram outros espíritas, como Bezerra
de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Cairbar Schutel, José Freitas Nobre, etc..
A cidadania no Brasil
é reafirmada pelo voto, que, embora obrigatório, é um exercício de aparente
liberdade e participação coletiva. De dois em dois anos, outubro é tempo de
eleições. Cerca de 160 milhões de brasileiros acima de 16 anos, vão eleger presidente,
governadores, senadores, deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores
de milhares de cidades brasileiras. Milhares de candidatos, também concorrem a
esses cargos públicos, alguns dos quais, para presidente, governadores e prefeitos,
que talvez sejam eleitos num segundo turno. Vai ser uma grande festa
democrática, com debate nas TVs, substituindo os antigos comícios e pessoas
empunhando bandeiras de partidos. Muitos serão eleitos pelo quociente
eleitoral, uma alquimia praticada pela Justiça Eleitoral, onde um candidato de
uma legenda com mais votos, é preterido por outro de outra legenda com votação
inferior, tirando do eleitor o direito de eleger o seu candidato.
Por isso, muitos
eleitores costumam dizer que votam apenas porque é obrigatório, e dizem: “O meu
voto é desconsiderado, além disso, não vai melhorar minha vida”, completam. Mas,
no segundo caso, estão enganados. Embora os candidatos sejam impostos pelos
partidos, deve-se escolher um candidato que inspire confiança; se
ele, entretanto,não corresponder, da próxima vez vote em outro candidato.
O importante é sempre tentar, através do voto, escolher um candidato que
possa melhorar a situação contribuindo para resolver os problemas do país, do
estado, da cidade. Se não votar, anular o voto ou votar em branco significa ser
passivo, esperar que os outros decidam por você o que vai acontecer. O
exercício do voto, direito de cidadania, mobiliza as pessoas para exigir,
manter e ampliar direitos nas áreas econômica e social: saúde, instrução,
habitação, saneamento, segurança, emprego, entre outros.
Na democracia de
antigamente, os políticos honravam suas promessas e seus compromissos com a
palavra dada, outros a faziam com um fio do bigode ou da barba. Depois veio a época
dos coronéis, dos chefes políticos, o período das farsas nas eleições, pois as
mesmas se realizam com o voto de cabresto e a “bico de pena”, baseadas na
falsificação das atas. Hoje, a situação melhorou com a implantação das urnas
eletrônicas. Entretanto, muitos políticos mudam de partido como quem muda de
camisa, na época das eleições, e a “dança das cadeiras” é frenética, pois o
tamanho da bancada possibilita o aumento do tempo de propaganda eleitoral
gratuita dos partidos, nos meios de comunicação.
Para piorar as
coisas, infelizmente, de alguns anos para cá, a situação mudou tanto que a grande
maioria dos políticos para se elegerem, gastam fortunas, sabendo que não vão
ser ressarcido apenas com a renumeração dos mandatos, razão porque, após serem
empossados, tratam logo de entrar nos conchavos para se apoderarem de postos
onde possam se apropriar das verbas que deveriam ser utilizadas na melhoria dos
serviços prestados ao povo. E ainda, por haverem comprado os seus eleitores com
alguma coisa, não devem mais a eles o cumprimento de suas promessas demagógicas
e nem dão satisfações de suas atitudes puramente egoísticas. A nossa satisfação,
atualmente fica ainda por conta de alguns poucos políticos, que honram o seu nome
e a Instituição da qual fazem parte.
Existem candidatos
“promessinha” que prometem mundos e fundos, somente para se elegerem. Outros
candidatos dão camisas, canetas, chaveiros e outras coisas mais (inclusive
dinheiro), para conseguirem o voto do eleitor Mas será que eles são os melhores
candidatos para representar o povo? – O candidato “pula-pula” que muda de
partido como quem muda de camisa; será que ele merece nosso voto? - o candidato “fachada” que parece tão legal,
mas é boa sua moralidade? Antes de votar é preciso ver se o seu partido é a
favor ou contra os interesses do povo. Há
ainda políticos que querem se perpetuar nos cargos eletivos como se fosse uma
função vitalícia, não dando oportunidade para outros candidatos. E o eleitor
sabe que também é responsável pelo mau político a quem dá o voto? Devemos
sempre renovar os cargos eletivos, votando em novos candidatos e deixando de
fora aqueles que em sucessivos mandatos, só se beneficiaram, nada fazendo pelo
povo e, nas épocas das eleições, chegam com as mesmas promessas mirabolantes e apelações
várias, inclusive, apertando as mãos das pessoas, carregando crianças para
impressionar os eleitores e nos seus cartazes, estão rindo e felizes porque
sabem que muitos eleitores se deixam levar pelas suas promessas e mentiras.
Precisamos dar um basta a esses vigaristas que só pensam no seu bem; o país e
os cidadãos que se danem e se afundem na miséria.
Os milhões de
brasileiros que se envolveram na “campanha das diretas já”, em 1983/84, sem
dúvida queriam ter o direito de elegerem o presidente. Mas eles queriam muito
mais. Queriam o direito de defender seus interesses econômicos e sociais, e de
exercer o direito legal de greve sem que fosse visto como subversão. Foi por
essa razão que as pessoas se mobilizaram pelas “diretas já”, e é por isso que
muitas votam hoje em dia: não por ser “obrigatório”, mas para somar forças em
torno da defesa dos seus interesses e do bem para o país. Hoje é tal a
quantidade de partidos que nem sabemos quantos existem, e a maioria deles, criado
apenas para barganhar o apoio ou alugar a legenda. Os candidatos são tantos que fica difícil
depois de poucos dias, lembrar para quem foi o nosso voto.
Sabemos que de tempos
em tempos, a humanidade se modifica, e cremos que as gerações que já chegaram e
estão chegando ao mundo, são de espíritos evoluídos, comprometidos com a moral e
os postulados de Jesus. Por isso, observamos que está se processando uma
renovação de valores, apesar da turbulência, da corrupção e da violência
reinante, acredito e confio no futuro, embora por essa época eu não mais esteja
aqui. A humanidade e seus políticos do amanhã, com certeza, serão muito
melhores do que as gerações de políticos de hoje que estão indo embora da
Terra. Essa é a esperança que nos anima ainda e nos faz suportar a situação lamentável
e desagradável que vivemos atualmente no Brasil, de impunidade, corrupção e
falta de segurança, além de um governo que quer se perpetuar no poder, e para
isso, mantém uma condição em que milhares de brasileiros são dependentes dele e
para não perderem o benefício (esmola), retribuem com o voto. Não vendam a
consciência e nem o voto. Não percam a esperança de um dia vocês contribuírem
com o voto para eleger pessoas que vão honrar o compromisso. Para isso, é
preciso continuar acreditando e escolhendo aquele candidato que sua consciência
indicar... Eu e meus familiares, temos
convicção e fé de que no momento o melhor candidato para presidir o Brasil é o
Sr. Aécio Neves, que desempenhou um
governo de austeridade e progresso no estado de Minas Gerais, o que o credencia
a receber nossos votos.
Vejam também os
artigos: “O mapa da Dependência”, “A Situação do Nordeste no Brasil”, “Reformas
que Podem Ajudar o Brasil” e “Eleições e a Crise de Representação”
Bibliografia:
Revista “Nova Escola”
11/1998
Christiano Torchi
Revista “Reformador”
– maio/2012
Acréscimos e pequenas
modificações.
Jc.
S.Luis, 16/5/2012
Modificado em 25/8/2014
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