sábado, 5 de fevereiro de 2011

A MÚSICA E O ESPÍRITO

A MÚSICA E O ESPÍRITO

Encontramos em “O Livro dos Espíritos”, questão 251, formulada pelo Allan Kardec, a seguinte pergunta: “São sensíveis à música os Espíritos?”

A resposta dada pelos instrutores do Plano Espiritual é esclarecedora, trazendo em seu bojo, séria restrição à música em uso na Terra. Eis a resposta: “Aludes à música terrena? – Que é ela comparada à música celeste? A esta harmonia de que nada na Terra vos pode dar idéia? Uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Entretanto, espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir certas músicas, por lhes não ser dado ainda compreender outra música mais sublime”.

Sabemos, sem dúvida, que a música exerce profunda influência na evolução do Espírito. As pesquisas tecnológicas e os estudos psicológicos atestam a importância da música sobre a estabilidade orgânica e psíquica do ser humano. A educação do ouvido começa, realmente, no ventre materno, onde são captadas as vibrações musicais das cantigas entoadas pelas mães, além de outros sons, e vai pelo tempo afora, do berço até o túmulo.

Nas maternidades e clínicas infantis, a música na sala de espera e nos gabinetes médicos, e mesmo no berçário, ela é suave possibilitando a calma e o bem estar. Nas lojas, escritórios, edifícios também é usada á música ambiente durante o horário de trabalho. Nesses locais, reina um clima de tranqüilidade e a produtividade é elevada; as relações entre as pessoas, por esse mesmo motivo, são mais cordiais. Existem pessoas que estudam, trabalham e escrevem ouvindo músicas; outras ao se prepararem para dormir, buscam ouvir música suave que acalma o sistema nervoso.

Infelizmente, porém, viver em certos centros urbanos desenvolvidos, quase sempre implica sujeitar o ser humano à audição de ruídos violentos, grosseiros, irritantes, incômodos, proporcionados por tocas-fitas, rádios, aparelhos de som em carros e nas televisões, em alto volume, além de buzinas, sirenes, apitos, gritos e outros sons urbanos, todos provocando níveis de barulho causadores de sérios distúrbios físicos e espirituais, levando à pessoa a elevados patamares de nervosismo e agressividade. Sabe-se também que a poluição sonora, pelos efeitos prejudiciais e quase sempre irreversíveis, é tão grave e condenável como à poluição dos rios, do ar e dos mares.

A Organização Mundial de Saúde determinou um limite de tolerância, com o qual os órgãos auditivos podem conviver: 70 decibéis, o equivalente a uma conversação normal. Fora disso, o ouvido humano pode sofrer danos com a exposição cotidiana de ruídos de 80, 90 e 100 decibéis. Algumas ruas de tráfico intenso, buzinas de carros e carros com som podem atingir até 125 decibéis. Vejamos a Natureza que oferece poucos sons violentos, agressores de nossa audição: Trovoadas, cachoeiras, explosões vulcânicas. Notamos que, quando andamos pelo campo, pela floresta, os sons captados pelos nossos ouvidos são delicados, agradáveis, e se compararmos com os sons provocados pelos seres humanos, observamos logo a grande diferença.
Atualmente é cada vez maior o número de pessoas atingidas por problemas auditivos; uma parcela considerável de pacientes é constituída de jovens devido o uso de aparelhos de sons em alto volume e a freqüência às discotecas, que estão levando muitos deles, ainda começando seus estudos, ao tratamento médico especializado e até ao uso de aparelhos para surdez.

Nosso espírito é sensível à música e sua natureza especial requer música especial. Desde cedo aprendemos a ouvir variados tipos de sons e identificando-os, selecionamos aqueles que nos agradam e procuramos nos livrar daqueles que nos causam desconforto. Em nível da Natureza, amamos o canto dos pássaros, enternecemo-nos com o farfalhar de folhas e ramos de árvores, o correr das águas nos riachos. Ao contrário, se nosso ouvido convive com música barulhenta, tornamo-nos pouco a pouco mal humorado, agressivo ou deprimido. Façamos um pequeno teste: Experimentemos almoçar com música barulhenta para ver como fica nossos nervos. Por outro lado, faça uma refeição, ouvindo música suave. Em ambos os casos, o nosso espírito reage de formas opostas, e, sem dúvida, a última (suave) é superior e a mais agradável a nós.

A enxurrada de sons horríveis, de músicas barulhentas, trios elétricos com altíssima amplificação do som, vêm causando sérias preocupações aos pais, médicos, educadores e entidades que fiscalizam essa infração, pois além dos efeitos físicos como surdez progressiva, mal estar, agressividade, também os efeitos espirituais, de natureza duradoura, afligem o ser humano, dificultando sua ascensão na escala evolutiva. A parafernália de ruídos produzida por pessoas ignorantes e mal educadas, em desrespeito ao seu semelhante, demonstra falta de moral e comprova que ainda é um espírito muito atrasado.

“A finalidade do Espírito é a perfeição, e esta se realiza á medida que a vivência de encarnações sucessivas vai purificando os sentimentos, entre eles o de apreciar e sentir a boa música”.

Não é sem motivo que hoje existe a “Lei do Silêncio” coibindo os abusos e excessos de poucos indivíduos que não respeitam os direitos ao silêncio de muitos.

É por isso que em algumas Casas Espíritas, ouve-se música suave para a preparação do ambiente e dos trabalhos a serem realizados, o que não seria possível se houvesse barulho impedindo a manifestação dos Mentores Espirituais.



Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos”
Oswaldo Novaes Castro

Jc.
S.Luis, 09/2/2006

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