terça-feira, 10 de julho de 2018

MORTE ACELERADA DAS FLORESTAS





 
Estudos internacionais publicados em fevereiro, com participação brasileira, mostra que os riscos que correm as florestas tropicais do mundo estão se intensificando em ritmo acelerado.
Como se o desmatamento já não fosse suficientemente ruim, uma série de outras ameaças mata, num ritmo cada vez mais intenso, as árvores da Amazônia e de outras florestas úmidas da Terra. Uma revisão de artigos científicos feita por especialistas no tema, incluindo o pesquisador brasileiro Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), e publicada na revista “New Phytologist” em fevereiro, indica que a taxa de mortalidade dessas árvores mostra sinais de aceleração nos últimos anos. Os motivos são o aumento da temperatura, secas longas e piores, ventos mais fortes, incêndios mais extensos, e até a abundância de gás carbônico na atmosfera – uma das causas do desmatamento, do efeito estufa e elemento fundamental da fotossíntese. As mudanças climáticas estão ligadas a todos os problemas apontados. “O trabalho mostra que há indícios fortes que relacionam a mortalidade das árvores de florestas tropicais úmidas às alterações que estão sofrendo com o desmatamento essas regiões, em escala global e regional” afirma Paulo Brando. 
O foco do estudo foi ás florestas primárias ou antigas, na América do Sul, África e no Sudeste Asiático. A Amazônia brasileira aparece em destaque porque é o local mais estudado de todos. “Na Amazônia, todas essas causas de mortalidade de árvores estão presentes; mas é difícil dizer que uma é mais relevante do que outra, porque todas têm um papel. Desmatamento que provoca as secas causam picos de mortalidade, enquanto o aumento do CO provoca mudanças de fundo; já eventos de tempestades de vento impactam mais áreas fragmentadas, e o fogo causa muitos danos no sudeste da Amazônia.” É impossível estabelecer qual desses ataques é o pior. As secas têm se tornado mais longas e severas.
Como defesa imediata, as árvores tomam atitudes extremas, como fechar os espaços (por onde ocorre á respiração das plantas) e perdem mais folhas. Estas por sua vez, se acumulam em abundância no solo e servem de combustível para incêndios florestais, que se alastram facilmente e por muito tempo. Secas e temperaturas mais altas podem ainda levar as árvores a definhar. Outra explicação é que a floresta se torna mais dinâmica com mais CO, crescendo e morrendo mais rapidamente, tanto por mudanças na sua estrutura como pelo metabolismo. O fato de estarem próximas à linha do equador traz vantagem para as florestas tropicais úmidas num planeta mais quente.
Segundo Brando, reduzir a taxa de mudança no clima e estabilizar o processo o quanto antes, o que envolve tanto derrubar os níveis de emissão de CO² quanto os do desmatamento são os fatores essenciais para manter as florestas tropicais. “Quanto menor o desmatamento da floresta, menor será o impacto da seca, do fogo e dos ventos”.

Para nossa melhor vivência no planeta é necessário preservar a floresta Amazônica que funciona como o pulmão do mundo, e sem ela estaremos sujeitos a morrer sem o oxigênio que ela produz.

Fonte:
Revista “Planeta” – edição 539.
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 15/4/2018

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