sábado, 26 de fevereiro de 2011

BIOGRAFIA DE CÁRITAS

BIOGRAFIA DE CÁRITA OU CÁRITAS


Há no meio espírita uma prece que todos apreciam muito – a Prece de Cárita ou Cáritas, cuja denominação e origem têm sido muito estudadas e pesquisadas, embora poucos se arrisquem a dar um parecer sobre sua origem. “Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me eu sou a meta a que vós todos deveis visar”, esse é o trecho de outra mensagem muito bela assinada pelo mesmo Espírito, que, segundo alguns, comunicava-se por intermédio de uma das grandes médiuns de seu tempo, Mme. W. Krell, ligada a um círculo espírita de Bordeaux, na França.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e na Revista Espírita, podemos ler várias mensagens de Cárita, ali inseridas por Allan Kardec. São mensagens muito belas, que estimulam a fraternidade, a solidariedade e a caridade. A prece foi psicografada pela Madame. W. Krell, na véspera do Natal de dezembro de 1873, portanto há quase 150 anos. Essa médium, esquecida no presente pode ser considerada uma das maiores médiuns psicógrafas da história do Espiritismo. A perfeição extraordinária de mensagens que ela psicografou, assinada pelos maiores nomes da poesia francesa, não poderia jamais deixar de merecer destaque. Lamartine, André Crênier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do poeta americano Edgard Allan Poe, escreveram por intermédio dela, que recebia ainda constantes comunicações do Espírito de Verdade, de Alexandre Dumas, de Lacordaire, de Lamennais, de Pascal, de Fénelon e muitos outros.

No livro “Rayonnementes de la Vie Spirituelle”, cuja publicação ocorreu em maio de 1875, em Bordeaux (França), encontram-se a maioria das mensagens psicografadas por Madame Krell. Em março de 1875, Hahnemann, em mensagem fala sobre a importância e os benefícios obtidos com o uso dos fluidos e afirma: “A Homeopatia é o primeiro passo dado nesse sentido; o segundo, mais amplo, será a medicação por meio dos fluidos; o terceiro será a medicação puramente espiritual”.

Cárita teria sido Irene, martirizada em Roma. Acredita-se que Cárita foi no passado a jovem Irene, martirizada em Roma no ano 305, quando das perseguições aos cristãos, determinadas pelo imperador Diocleciano. O próprio Allan Kardec dá-nos essa informação, como podemos ver na Revista Espírita de 1862, página 52, na qual a revista noticia uma ajuda financeira enviada pela Sociedade Espírita de Paris aos pobres da cidade de Lyon, transcrevendo em seguida, uma mensagem de Cárita, que teria sido, segundo Kardec, Santa Irene. Na mensagem, Cárita agradece o gesto, sobretudo porque a boa ação foi disfarçada sob a capa do anonimato. ‘A Caridade é suave e merece que se a pratique”, diz ela, lembrando que “pouca coisa é necessária para transformar lágrimas em alegria, sobretudo em casa do trabalhador que não está habituado a visita da felicidade com freqüência”

Em poucas palavras, os fatos que causaram à perseguição e morte da jovem Irene.
No século IV, época em que governava o imperador romano Diocleciano, considerado o mais sanguinário perseguidor dos cristãos, era proibido que as pessoas portassem ou guardassem escritos que pregassem o Cristianismo. Todos os livros deveriam ser entregues às autoridades para serem queimados. Irene, ainda jovem, e suas irmãs Ágape e Quilônia pertenciam a uma família pagã da Tessalônica na Grécia, mas se converteram e passaram a pregar os ensinamentos de Jesus. As três irmãs foram denunciadas e em sua casa foi encontrado exemplares da Bíblia, razão pela qual foram elas presas e levadas a interrogatório diante do governador da Macedônia. Deveriam elas, como os demais cristãos, renegar a fé em Jesus e só se salvariam de idolatrassem os falsos deuses dos romanos, oferecendo publicamente comida e incenso a eles, além de queimar os textos evangélicos.

Naquela época, se os cristãos se negassem a renunciar a sua fé, geralmente eram queimados vivos. Foi o que se deu com elas. As suas irmãs foram encontradas antes, presas e interrogadas, negaram-se a adorar os falsos deuses e confirmaram sua fé. Foram por isso, executadas. Irene que havia escondido grande parte dos livros cristãos em sua casa e tinha fugido para as montanhas, foi encontrada e presa no dia do martírio das suas irmãs. Irene foi então submetida a interrogatório, mantendo-se firme em sua profissão de fé. Condenada pelo governador Dulcério, foi entregue aos carrascos, que a violentaram, lhe tiraram a roupa, expuseram-na à vergonha pública e depois a queimaram viva.

O culto a Santa Irene ainda é muito intenso no Oriente e no Ocidente, e se perpetuou até os nossos dias pelo seu exemplo de mártir, bem como pela tradução de seu nome, que em grego significa “paz”, e é muito reverenciado, principalmente entre os povos cristãos. A festa de Santa Irene acontece no dia 5 de abril, dia em que recebeu a palma do martírio pela fé em Jesus, no ano de 304.


Abaixo, transcrevemos o texto da Prece de Cáritas:

Deus nosso Pai, que sois todo poder e bondade, daí a força àquele que
passa pela provação; daí luz àquele que procura a verdade, ponde no
coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus daí ao viajor a estrela guia; ao aflito a consolação; ao doente o
repouso. Pai, daí ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade,
à criança o guia, ao órfão o pai.

Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes.
Piedade Senhor, para aqueles que não vos conhecem, esperança para
aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem
por toda parte a paz, a esperança e a fé.
Deus, um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra.
Deixa-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas
as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de
reconhecimento e amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos como os braços
abertos, oh! Poder... oh! Bondade... oh! Beleza... oh! Perfeição, e
queremos de alguma sorte alcançar a Vossa misericórdia.

Deus, daí-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até
Vós; daí-nos a Caridade pura; daí-nos a fé e a razão; daí-nos a
simplicidade que fará de nossas almas, o espelho onde deve refletir a
Vossa santa e misericordiosa imagem.




Bibliografia:
Jornal “O Imortal”
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”



Jc.
S. Luis, 25/02/2011

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