sábado, 13 de agosto de 2016

A VIOLÊNCIA HUMANA E A EDUCAÇÃO





  A delinquência moral e a violência não são apanágios exclusivos dos deserdados materiais, até porque os Espíritos reencarnam sempre nos mais diferentes lugares e situações sociais, no interesse de sua ascensão  na escala evolutiva. Pobreza e riqueza não constituem punição nem privilégio, (porque se hoje somos pobres já fomos ricos, e se hoje somos ricos, já fomos ou seremos pobres em outra existência) elas são provações, cuja finalidade é experimentar o ser humano de modos diferentes, de conformidade com suas necessidades evolutivas.
A riqueza e o poder são testes muito complicados porque enquanto a pobreza provoca as queixas contra a Providência, a riqueza incita a todos os excessos, e é, por isso, numa perspectiva espiritual, prova mais perigosa do quê a própria pobreza. O aumento da violência, portanto, que se conhece desde o pós-guerra, não é imputável a uma categoria de indivíduos, mas a uma generalização dos comportamentos agressivos nas diferentes camadas da população.
Ultimamente, no Brasil, a violência urbana, que antes estava presente nas metrópoles apenas, espalhou-se para pequenos municípios à medida que o crime organizado procura novos espaços. Há debates na visão das causas e de como superá-las, mas a maioria dos especialistas no assunto afirma que a violência urbana é algo evitável, desde que políticas de segurança pública e social sejam colocadas em ação. Diversas teorias psicológicas afirmam que a agressividade é inerente ao ser humano, mas ao mesmo tempo colocam a importância da educação e da cultura, da vida social, como reguladoras dos impulsos destrutivos. A humanidade atual é constituída, em sua maioria, de Espíritos semicivilizados ou bárbaros, e as pessoas aptas a fazer parte da espiritualidade superior são minorias.
A Doutrina Espírita compreende o ser violento como um doente espiritual e não como mero produto do meio social, nem como resultado de uma degenerescência hereditária e, muito menos ainda, como um ser criado com instinto destruidor do qual ele não pode fugir. A violência urbana ocorre na maioria das sociedades modernas em face do “consumo” do subproduto da agressão veiculado pela Internet, televisão, rádio, jornal revistas e outros meios. Há diversos tipos de violência que normalmente sugerem ações organizadas, mas a selvageria do homem civilizado tem suas raízes profundas e vigorosas na espessa bestialidade. O homo brutalis tem as suas leis: subjugar, humilhar, torturar e matar.
O utilitarismo das sociedades contemporâneas alienou o ser humano, tornando-o um autônomo inconsequente. O homem de hoje vive atormentado pelo medo, esse inimigo atroz que o assombra. Uma vez submetido às contingências da vida atual, de insegurança e de incertezas, sofre como resultado os transtornos grave da mente. Não se pode desconsiderar outros tipos de agressões (não menos impactante) como as que ocorrem diariamente no trânsito, nas violências sexuais, nos maus tratos infantis ou nas agressões domésticas.
Muitos erguem altos muros com fios eletrificados ao redor de suas residências na tentativa de manter a paz doméstica. Outros instalam equipamentos sofisticados que os alertam da chegada de eventuais usurpadores de seus bens. Contudo, existe outro tipo de violência - a que não damos atenção: é a que está fincada dentro de cada um de nós. Violência íntima, que alguns alimentam, diariamente, permitindo que ela se torne um animal feroz.
Difunde-se o imperativo da paz produzindo-se metralhadoras, pistolas, fuzis, ogivas, canhões; cobiça-se resolver os problemas sociais ativando a edificação de bordéis e presídios. Esse progresso é o da razão sem a fé, onde os homens se perdem em luta inglória e sem fim. Uma das soluções para a paz seria desarmar a população mundial e a proibição da fabricação e do comércio de armas de fogo em todos os países. Naturalmente que isso não interessa aos fabricantes e não somos ingênuos de pensar que tão somente a proibição do uso de arma de fogo, por si só, equacione definitivamente o problema da violência.
É obvio que a arma de fogo pode ser substituida por outras armas, talvez não tão “eficientes” como ela. Na ausência de uma estrutura de aparelhagem preventiva e repressora do Estado, as armas de fogo continuarão chegando às mãos dos malfeitores e fazendo suas vítimas.  Urge meditar que devemos aprender a nos defender, desarmando, antes de tudo, nossos Espíritos e isto só se consegue pela prática do amor e da fraternidade.
O espírita é convocado a conservar-se em célula sadia, capaz de abrir caminho à recuperação do organismo social. O espírita deve, onde apareça a ruína, converter-se em apelo ao refazimento; onde haja a indisciplina, faz-se apoio da ordem e onde mine o pessimismo, erga-se de imediato, uma mensagem de esperança. Por isso, a solução que a Doutrina Espírita oferece para neutralizar a violência, é a educação em seu amplo aspecto. Ela, essencialmente educativa, conclama-nos ao amor e à educação que poderão formar uma nova mentalidade nos seres humanos.
A violência é o fruto natural da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal, ela deflagra na natureza graças às bases do egoísmo, a doença moral que corrói o organismo social. O antídoto do egoísmo é o altruísmo e a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e pacífica é a educação das novas gerações. Sabendo que através da educação formaremos caracteres saudáveis, deveremos investir tudo nesta obra libertadora, que é uma das mais elevadas expressões de caridade...

Fonte:
Jornal “Brasília Espírita” – nº 201
Escritor: Jorge Hessen
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 23/7/2016

sábado, 6 de agosto de 2016

COMEÇOU A OPERAÇÃO LAVA CRIME





 O escândalo obsceno de Passadena-USA. repleto de digitais de Dilma, confirmado por Nestor Serveró, não mereceu o devido inquérito e continua esquecido.
O ex-ministro Paulo Bernardo foi preso. Ele ocupou as Pastas do Planejamento  e das Comunicações, nos governos de Lula e Dilma. Um ministro importante – ou, mais que isso, um dos lideres da hegemonia petista no Planalto. É acusado de roubar R$-100 milhões de servidores públicos – destinando a maior parte do roubo para o caixa do Partido dos Trabalhadores, sem esquecer-se  de reservar  seu  pixuleco particular.  Mas, Paulo Bernardo foi solto pelo STF, em decisão providencial do companheiro Dias Toffoli.
 Veio também do Supremo Tribunal Federal outro decisão de muita importância  para a preservação da saúde da quadrilha. Em ato do companheiro Teori Zavascki, o processo contra Lula por tentativa de comprar o silêncio de Nestor S     erveró, foi parar longe de Sérgio Moro. O argumento do ministro companheiro para mandar a operação cala boca para a Justiça Federal de Brasília é impagável: o suposto delito de Lula, denunciado pelo senador cassado Delcídio do Amaral, não está no âmbito das investigações da Lava Jato.
Perfeito:  o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró foi condenado no escândalo do petróleo, investigado pela Operação Lava Jato, mas a tentativa de um ex-presidente da República (Lula) de impedir que o condenado contasse tudo o que sabia sobre o escândalo investigado pela Lava Jato, não tem nada a ver com a investigação conduzida pela Operação Lava Jato. Claro como petróleo roubado.
Surge então o companheiro procurador Rodrigo Janot, autor de vistosas coreografias para bagunçar o processo de impeachment, e recomenda que José Dirceu tenha sua pena pelos crimes do mensalão perdoada.  Outra decisão cristalina. Ela ocorre no exato momento em que o juiz Sergio Moro, “esse golpista”, aceita nova denúncia contra o ex-ministro de Lula e o torna réu pela segunda vez na Operação Lava Jato. Como se vê, a floresta de implicações de Dirceu no assalto ao Estado brasileiro perpetrado pelo PT não enseja outra providência senão o perdão. E a quem caberá, no STF, a decisão final sobre o perdão ao guerreiro do povo brasileiro? Ao companheiro Luís Roberto Barroso – isso, aquele mesmo. Façam suas apostas.
Outra dobradinha da Procuradoria-Geral com o Supremo que tem feito história no refresco à quadrilha “do bem” é a Janot-Teori. Funcionou melhor que a zaga do Barcelona, rebatendo a saraivada de denúncias contra a companheira afastada Dilma Rousseff. Nem o escândalo obsceno de Passadena, repleto de digitais da companheira, mereceu o devido inquérito – sempre sob as  escusas de não haver indícios suficientes contra ela, embrulhadas no sofisma de que presidente no exercício do mandato não pode ser investigado. Mais uma falsidade, naturalmente.  Presidente não pode ser réu, mas o delito no qual supostamente se envolveu pode e deve ser investigado. Menos na democracia companheira -  onde as instituições são muito sensíveis aos corações valentes.
Aí aparece uma perícia no Senado decretando que a senhora Rousseff não pedalou.  Como o Brasil é uma mãe, a opinião pública  é uma geleia e as instituições são uma sopa, a barbaridade se dissemina com solene indignação. Não adianta informar ao jardim de infância que a perícia contratada pelos ciclistas operou apenas mais uma malandragem - alegando que não há ato direto da senhora Rousseff nas pedaladas. Claro que não há.  O ato da ex-mandatária foi justamente uma omissão – não pagar os débitos do Tesouro com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o BNDES, forçando os bancos públicos a emprestar a seu controlador, o que é proibido pela lei fiscal.
A tal perícia deixou só um crimezinho pendurado no processo de impeachment, reconhecendo que os decretos de crédito suplementar não foram autorizados pelo Congresso Nacional. No país da geleia geral, onde as convicções são formadas com a meticulosidade de um churrasco em Atibaia, vai emergindo a versão de que os ladrões não eram tão maus assim – e no fundo são até simpáticos. Aí, Dilma lança sua vaquinha para percorrer o Brasil contra o golpe. E você achava que sabia o que era uma ópera-bufa. Libertem Paulo Bernardo. Prendam os milhares de servidores públicos ludibriados no escândalo do crédito consignado. Tragam Dilma de volta. Deem mais uma chance à elite vermelha – pois ela ainda não tinha terminado de raspar o tacho.
OBS. Este artigo, de autoria do jornalista Guilherme Fiuza, foi extraído da revista Época, do dia 4 de julho de 2016.
Jc.
São Luís, 10/7/2016

O MUNDO ESTÁ PIOR OU MELHOR ?





Será que a humanidade está tão ruim, conforme nos apresentam os meios de comunicação? Será que o mal realmente domina em nosso planeta, como muitos comentam... ou será que isso é o que tentam nos fazer acreditar? – Ninguém desconhece que vivemos em um mundo de provas e expiações; ambiente ideal para espíritos que necessitam passar pelas mesmas dores, infligidas aos seus semelhantes. A tirania social e do lar, o racismo, o desrespeito aos direitos do próximo em todos os níveis, a violências, as drogas, a corrupção e a impunidade, compõe o nosso presente.

Fazemos parte de uma humanidade mesclada de devedores e cobradores, sendo todos nós, devedores da Lei Divina. Não devemos, entretanto, permitir que o desequilíbrio entre em nossa intimidade, via fatos sensacionalistas, manipulados por aqueles que lutam para semear a desordem, a tristeza e os sofrimentos, ganhando dinheiro com tais fatos. Nos dias atuais, muitas pessoas só conseguem ver o lado negativo da humanidade, e, como as notícias ruins dão destaque e manchetes, deleitam-se em ver confirmadas as suas previsões...

O mundo de hoje está realmente pior? A história diz que não, e para comprovar, vamos compará-lo com o mundo de um século atrás. Vejamos então se estamos pior ou melhor do que anteriormente.. A maioria das pessoas não sabe, mas até o início da era Cristã, desconhecíamos o Amor, o direito, a justiça e a liberdade. Naqueles tempos, os escravos que atendiam a trabalhos domésticos, tinham os olhos vazados para não participarem da intimidade da família servida; as mães escravas eram vendidas e separadas dos filhos que também eram vendidos; os doentes eram encaminhados para vales imundos e excluídos da sociedade; crianças eram sacrificadas em oferendas aos deuses de pedra. A única lei existente era a instituída por Moisés, do “olho por olho e dente por dente”, que, ás vezes, aplicada, era mais cruel que a própria falta cometida.

Jamais, como nos tempos atuais, houve tanta liberdade, e o crescimento da humanidade é extraordinário; já não há mais guerras como no passado ceifando populações, apenas pequenos conflitos; houve drástica redução nas mortes violentas que, no passado, representavam 25% da população, e hoje está reduzida a apenas 2%. Nas praças públicas, o povo delirava vendo os acusados de bruxaria, magia e heresia, serem queimados em fogueiras, crucificados, enforcados ou cortada á cabeça dos infelizes, nos cadafalsos, por ordem da Igreja Católica Romana.  

Antes da Revolução Industrial, um operário trabalhava sessenta horas por semana, dos 12 anos até a morte, e só possuía a roupa do corpo. Depois desta, a humanidade se beneficiou da instrução, da cultura, da justiça e do lazer, beneficiando a pobres e ricos. Luis XIV, rei de França, não tinha a variedade nem a qualidade de comida de um reles assalariado de hoje. A maioria dos paises latino-americanos era bem mais rica do que o Brasil. Porém, no século XX, houve uma transformação espetacular que elevou o PIB brasileiro mais que o japonês e o americano.  Por volta de 1900 a  expectativa  de vida  das pessoas  era de 30 anos; hoje já passa dos 70 anos.xficiando a pobrex neficiouortada a cabeça dos infelizes.a tristeza e os sofrimentos, ganhando di Quase todos nós, hoje, temos acesso a trabalho, descanso, lazer e serviços médicos (não tão bom como deveria ser, enquanto que antes, não havia nada de assistência).

Hoje existem as leis sociais que garantem ao trabalhador, a sua liberdade e seus direitos. Mais de 70% das pessoas têm água encanada e eletricidade, geladeira, televisão e outros confortos. As crianças do primário, a caminho da escola iam descalças e 95% delas não freqüentavam a escola, enquanto que hoje, só estão fora da escola 2% delas. Crescemos em conhecimentos, adquirimos direitos e vivemos melhor apesar de alguns pontos negativos. Há áreas em que ainda estamos péssimos, como a distribuição de renda, a segurança, a violência, a impunidade e a corrupção... Apesar desses fatores, sinceramente, em tudo que podemos contar ou medir, com certeza, não estamos pior.

Em face dessas comparações, chamamos de “fatos isolados”, os acontecimentos que os meios de comunicação mostram com tanta veemência nos dias atuais, o que não corresponde á realidade do dia-a-dia da grande maioria da população brasileira, trabalhadora e ordeira. Essa é uma manipulação perigosa da verdade que precisamos evitar. Ela nos chega através das televisões, dos rádios, dos jornais e revistas, e também pela boca dos ociosos e pessimistas que encontramos em toda parte, querendo nos fazer descrer em Deus e na Sua justiça e amor; conclamando milhões de pessoas a emitir pensamentos de ódio, descrença, maldade e vingança contra seus semelhantes, endividando-se e querendo nos endividar junto ao Pai Celestial.

É isso o que acontece com muitas pessoas sem fé em Deus e na Sua misericórdia e justiça, que vem causando desânimo, enfermidade e infelicidade na Terra. Como isso causa sensacionalismo e é assistido por pessoas ainda sem evolução espiritual, dando audiência e dinheiro para os meios de comunicação, não é difícil encontrar os fazedores das calamidades com essas idéias negativistas.

Da mesma forma que as forças das trevas trabalham no intuito de desanimar e infelicitar os seres humanos, existem também as forças do progresso, da luz, do amor que se organizam e nos orientam e nos fortalecem para uma existência longe dessa turbulência negativa, para aguardarmos a chegada da aurora de paz, harmonia e amor que deve reinar na Terra, após passar esse período de aferição dos nossos valores... Tenham fé e esperança em dias melhores porquanto Deus está ciente de todos os acontecimentos e não faltará nas providências para amparar todos os seus bem amados filhos. . .


Bibliografia:
A Bíblia
+ pequenos acréscimos

Jc.

S. Luís, 29/05/2009
Refeito em 10/6/2016



quarta-feira, 27 de julho de 2016

BEBA MAIS ÁGUA, TENHA MELHOR SAÚDE.






 Aumentar um pouco o consumo diário de água já faz diferença para baixar o ganho calórico – especialmente quando ele vem de produtos cheios de açúcar e gordura.
Sabe aquele copinho de água que oferecem a você em situações corriqueiras, como no consultório médico, no salão de beleza ou de manicure, em uma loja? Pois a decisão de tomá-lo pode fazer um bem danado à sua saúde, sobretudo se estiver controlando o peso. Foi o que concluíram cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, após analisar os padrões alimentares de 18 mil pessoas, aproximadamente.
De acordo com a pesquisa, acrescentar de um a três copos de água à sua rotina, propicia um maior controle sobre o apetite e uma redução de 68 a 205 calorias no consumo diário. Os cientistas ainda perceberam que esse reforço na hidratação baixou, em paralelo, a ingestão de açúcar, colesterol e sódio. Para termos uma ideia, quem tomou três copos extras de água chegou a ver uma diminuição de 18 gramas de açúcar, 21 miligramas de colesterol e até 235 miligramas de sódio entrando no organismo ­– números pra lá de expressivos. Ou seja, investir mais (e mesmo que de forma modesta) no consumo de água, não traz benefícios apenas em termos de perda de peso, pois, pessoas com colesterol alto e tendência a problemas cardiovasculares também saem ganhando.
É prudente ressaltar que estamos falando aqui do consumo de água pura, e não de outras bebidas como refrigerantes e sucos. Raquel Labonia, nutricionista da WelMove Consultoria em Nutrição e Bem-Estar, na capital paulista, alerta que essas outras bebidas fornecem muitas calorias, sem falar em açúcar e sódio. Ao privilegiá-las em vez da água, no dia a dia, é mais fácil ocorrer o efeito inverso ao que foi apontado na pesquisa americana.
Mas de onde vem esse poder de saciar da água? – Ruopeng, epidemiologista e autor do estudo, explica: “A ingestão de água faz o estômago dilatar  e, assim, nos sentimos mais satisfeitos, o que aplaca o desejo por alimentos calóricos”. Isso ajuda a entender por que o consumo de açúcar caiu tanto entre as pessoas que apostaram no líquido transparente.
Raquel ainda lembra que ás vezes confundimos sede com fome.
Por essa razão, quem está sempre hidratado tende a comer menos ao longo do dia – outro fator que contribui para a economia de calorias, açúcar, colesterol e por aí vai... Apesar do trabalho não ter avaliado em que momento as pessoas tomaram água. Ruopeng diz que uma boa pedida é tomar uns goles antes das principais refeições. Ora, quem chega à frente do prato com a sensação de barriga cheia provavelmente pegará mais leve nas garfadas.
O endocrinologista  André Elias, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, afirma que recorrer a água após as refeições também tem suas vantagens. É que ela ajuda a formar o bolo alimentar, facilitando a digestão e a absorção dos nutrientes.
Pelo visto, aceitar aquele copínho de água despretensioso que nos é oferecido, é um ato de gentileza para com o nosso próprio corpo e a nossa saúde.
Mesmo que você já consuma a quantidade de água adequada para seu corpo, vale a pena colocar um copo de água extra na rotina. Se a sede for muita e quiser beber mais, não há problema: Até 5 litros diários são positivos. Entretanto, as encrencas, como alteração nos níveis de sódio no sangue, só aparecem ao se ingerir algo como 10 litros de água durante o dia. O ideal é: 40 mililitros por quilo de peso corporal. Exemplo: Uma pessoa que pese 70 quilos deve ingerir 2,8 litros de água por dia...

Fonte:
Revista “Saúde é Vital” - 04/2016
Reportagem de Mariana Toledo

Jc.
São Luís, 20/4/2016

I N T E R E S S E S






 O que na existência se faz por interesse? – Ou, o que na existência se faz sem interesse? – Esta é uma pergunta bem interessante. Vejamos então o assunto.

Interesses existem de todas as maneiras e formas. Existe o interesse direto como o indireto, que tanto pode trazer vantagem ou não. O interesse, às vezes, está oculto e dele não nos damos conta sem uma análise profunda.

Há o interesse de existir materialmente para evoluir, por isso o espírito reencarna. Existe o interesse de continuar a existência, por isso respiramos e nos alimentamos; existe o interesse de permanecermos vivos, por isso, quando doentes, logo procuramos um meio para nossa cura, além do interesse de querermos nos livrar dos sofrimentos que a doença trás; existe até o interesse de morrer, quando a pessoa já bastante idosa ou bastante sofredora, debilitada e desesperança deseja a morte, com o interesse de querer se livrar dos seus padecimentos;  o interesse de evitar o sofrimento de seus parentes e ainda, o interesse de habitar o tão sonhado “céu”, prometido por Jesus para os justos.

Existem interesses diversos como o de se alimentar de acordo com seus gostos para satisfazer o paladar; o de beber este ou aquele líquido por lhe agradar o gosto ou pelo interesse de lhe dar coragem para alguma ação; o de vestir com determinada roupa para se apresentar bem e satisfazer a vaidade; o de calçar determinado sapato pelo conforto e prazer de estar na moda; o de usar um relógio para saber as horas; o de usar óculos, para ter o interesse da boa visão; o de cuidar do corpo para se sentir bem e ter saúde; o de trabalhar, para não depender dos outros e ter seu próprio dinheiro; o de agradar a uns e outros para ser simpático e estimado; o de locomover-se para exercitar-se, passear, resolver assuntos e dirigir-se para outro local; o de dormir para descansar o corpo e não prejudicar a saúde; o de se divertir para descontrair e não cair na depressão; o de falar para se comunicar com os outros; o de ouvir para saber das “fofocas”, das coisas ou para aprender; existe o interesse de constituir família por vários motivos: entre eles evitar a solidão, ter uma companhia para repartir tristezas, problemas e alegrias; consolidar afetos e dar continuidade a  família; temos o interesse de criar e educar os filhos para que se tornem bons cidadãos, constituam um lar e perpetuem o nome da família.

Assim, desde o presidente do país até o mais humilde ser humano, o interesse sempre está presente, quando pensamos, falamos e fazemos ou deixamos de fazer alguma coisa. Até o simples fato de não se fazer nada, já demonstra o interesse oculto que é o de ser um parasita; assim mesmo há interesse nessa situação de inércia; o simples ato de respirar demonstra o interesse de continuar existindo.

Durante nossa existência, existem o interesse de crescer, de estudar, de trabalhar,  de ser importante,  de ter uma situação privilegiada,   de ter uma posição social,  de praticar o mal ou o bem,  etc.   A verdade é que toda e qualquer ação ou reação que praticamos, tem sempre um interesse direto ou indireto, claro ou oculto, que nos beneficia ou prejudica, ou a um nosso semelhante. O bebê chora porque tem interesse de alguma coisa; a criança pede, reclama e exige por algum interesse, o adolescente tem o interesse que o mundo lhe sirva às vontades, o adulto sempre está interessado em algo que sente fazer falta; no idoso, o interesse vai desde o carinho dos netos até o desejo de se libertar do velho corpo, com problemas de saúde, que lhe impossibilita os prazeres de outrora, desejando até a morte como descanso para seus sofrimentos.

Existem interesses diversos movidos pelo prazer e desprazer, pela ambição e desprendimento, pelo orgulho, vaidade e humildade, pela ganância e simplicidade, pela mentira e pela verdade, pelo egoísmo e pela caridade, pelo ódio e pelo amor, assim como em nosso benefício e em benefício e prejuízo do nosso próximo. Até Jesus, ao vir a Terra e viver entre nós, também foi movido pelo interesse de fazer a vontade do Pai e, ainda, pelo desejo de ajudar a nós outros, pobres mortais ignorantes e atrasados. Foi por isso que Ele veio ao mundo e realizou como Mestre, o curso de aperfeiçoamento da existência e da evolução espiritual.

Não existe, portanto, essa de se dizer que se faz isto ou aquilo sem interesse. Se você tiver dúvidas ou não aceitar a ideia de que tudo se faz por interesse, pense em algo que você julga que não faz por interesse, e certamente vai descobrir o interesse oculto; é só procurar. Tudo o que fazemos consciente ou inconscientemente, é por um desejo, um prazer, uma necessidade, um dever,  o fazemos por um interesse que se manifesta. Agora mesmo em que estou escrevendo este artigo, estou movido pelo interesse de transmitir esta minha opinião, de realizar este trabalho, mesmo sem o interesse de cobrar nada por esta exposição.  Se, vivemos na base do interesse, a nossa consciência é quem vai julgar se os nossos atos estão voltados para a maledicência, prejudicando nossa evolução; ou se estão voltados para a fraternidade, à caridade o bem, ajudando-nos na caminhada para a luz, o amor e o Reino Divino. São tantos os interesses que nos move durante a existência que seria até enfadonho continuar mencionando-os.

Mas, será que tudo é movido pelo interesse?

Pesquisando e analisando muito cheguei à conclusão até hoje, de que finalmente descobri algo que não é movido pelo interesse, que é:  A SIMPATIA ou a ANTIPATIA, que sentimos instantaneamente, ao conhecermos uma outra pessoa. Esse fato não é movido pelo interesse, porque esse sentimento é espontâneo e já estava gravado no Espírito. Entretanto, no desenvolver desse sentimento, o interesse passa a existir. Exemplo: Ao conhecer certa pessoa e sentir simpatia ou amor por ela (como se diz; a primeira vista), nos vêm logo o interesse de saber o seu nome, de conhecê-la melhor, de nos tornarmos simpáticos a ela, de conquistarmos a sua amizade, de sabermos onde e como vive etc. etc.

Se, cientes dessa realidade, por que não procurarmos viver em paz com nossos semelhantes, seguindo os ensinamentos de Jesus? Por que não vivermos em harmonia com a Natureza e as Leis de Deus, fazendo o bem, se temos o interesse maior de merecer uma boa morada na Casa do Pai Celestial, quando da nossa partida da Terra? Seja você um interessado pela sua paz, harmonia e felicidade, fazendo dos seus interesses a escada para a sua felicidade beneficiando também o seu próximo, aqui na Terra para alcançar também a felicidade na Espiritualidade, para onde você, Espírito imortal, irá um dia, juntar-se aos seus entes queridos.

Desejo a todos que lerem este artigo, muita paz, harmonia e saúde. . .  eis o meu interesse final...          


Jc.


S .Luís, 4/11/1998                                                                               Refeito em 7/6/2016                                                                 

  

sábado, 16 de julho de 2016

O PODER, A AUTORIDADE E O EVANGELHO





“Quem quer que seja  depositário de autoridade, seja qual for a sua extensão, desde a do senhor sobre seu servo, até a do presidente sobre o seu povo, não deve esquecer que tem almas a seu cargo e que responderá pela boa ou má diretriz que dê aos seus subordinados, e que sobre ele recairão as faltas que estes cometam, os vícios a que sejam arrastados em consequências dos maus exemplos, do mesmo modo que colherá os frutos da solicitude que empregar para os conduzir ao bem...”       Kardec
O poder e a autoridade em todos os tempos da história humana foram e sempre serão objetos de muitos estudos, reflexões constantes, pois o exercício de chefia, de comando, em todas as possíveis esferas comunitárias e sociais, tem grande impacto sobre as existências dos grupos humanos, que não prescindem de ordem, de coordenação e direção nas ações que repercutem sobre os destinos destas mesmas coletividades.
O trecho inicialmente destacado aponta para a grave e atual responsabilidade a que todos estamos sujeitos pelo bom ou mau uso que da autoridade fizermos. Não podemos nos esquecer de que somos depositários de autoridade material na Terra e que, em sentido absoluto, toda autoridade do Universo provém de Deus.
Allan Kardec, no livro “Obras Póstumas”, faz uma abordagem lúcida  sobre como o ser humano tem exercido a autoridade junto aos seus semelhantes:  “Em nenhum tempo, nem no seio de nenhum povo, os homens em sociedade , hão podido prescindir de chefes; com estes deparamos nas tribos mais selvagens. Isto decorre em razão da diversidade das aptidões e dos caracteres inerentes à espécie humana; há por toda parte homens incapazes, que precisam ser dirigidos, homens fracos que reclamam proteção, paixões que exigem repressão. Daí a necessidade imperiosa de uma autoridade.”
Na mesma obra, Kardec diz ainda que vão sendo construidas na evolução dos grupos humanos, oriundas inicialmente pela autoridade da experiência dos anciãos, a aristocracia patriarcal. Posteriormente, conhecemos novos grupos hegemônicos pela imposição da força, e eis aí o aparecimento da aristocracia da força bruta. Originária  das  classes já  estabelecidas pelo uso da força, aparece a aristocracia do nascimento. Com o crescimento da atividade comercial, aparece na história outro grupamento de poder; a aristocracia do dinheiro que também propiciou o aparecimento de outra aristocracia, a da inteligência que vigora até os nossos dias, vinculadas a outras aristocracias.
O problema é que, infelizmente, temos buscado a autoridade, muitas das vezes, para a satisfação exclusiva do nosso ego doentio, vaidoso, orgulhoso, o qual anseia pela investidura do poder para conferir-nos posição privilegiada no uso da autoridade.
Kardec afirma ainda que a aristocracia intelecto-moral entrará em vigor na Terra por necessidade mesmo das coisas e da evolução do ser humano que não logrará equilíbrio, justiça e paz, sem as aquisições verdadeiras advindas do bom uso da inteligência a favor do bem-estar coletivo em detrimento de castas, grupos ou indivíduos isoladamente.
Na experiência humana o ato político, as atribuições de autoridade, não são prerrogativas exclusivas dos representantes dos poderes públicos humanos, poderes esses do Judiciário, Legislativo e Executivo, em todas as suas instâncias constituídas. Em sentido mais amplo, somos todos agentes de poder, e exercemos posições de comando e de subordinação na medida em que estabelecemos relações e necessitamos regular e mediar os mais variados  interesses. Fazemos isto nas mais comezinhas situações do nosso cotidiano e nem percebemos o quanto esses atos obedecem a princípios que também se repetem em níveis mais complexos.
Na verdade as ações nefastas ou benéficas que agentes do poder da esfera social e formal pública produzem são reflexos dos seus valores, de sua formação, de sua educação e de seus gestos na esfera do ambiente doméstico, onde todos, invariavelmente, procedemos e ensaiamos para as produções que se realizam no campo das interações sociais. Na atualidade contemporânea, diante das lamentáveis constatações dos descasos, das faltas de responsabilidades, da corrupção e impunidade, e de tantos outros crimes protagonizados por agentes públicos que maculam e atinge toda a sociedade, não bastam apenas as manifestações legitimas de repúdio, de indignação e do acionamento dos instrumentos  legais cabíveis disponíveis, para que se combatam os efeitos danosos. Reformular processos e instrumentos legais de ação da justiça e também dos instrumentos de controle e fiscalização são indispensáveis, contudo, apenas alcançam e tratam dos efeitos.
Fundamental, forjarmos a necessidade de buscar a origem dos  motivos que levam tantas pessoas, na alternância do poderes, a repetidamente lesarem de forma direta e indireta, os cidadãos, aos quais deveriam representar e bem servir. O melhoramento das instituições passa necessariamente pela melhora moral das pessoas. Instituições sérias e de boas práticas de conduta só o serão com pessoas sérias e de boa conduta ilibada. A força e o vigor dessas instituições, promanam de seus agentes. Entendemos que é um grande equívoco pensar que, apenas os representantes de altas hierarquias dos poderes públicos constituídos, são os únicos que podem modificar e alterar os cenários desfavoráveis aos quais estamos todos expostos. Obviamente, esses senhores têm grande responsabilidade e devem sempre responder pelos seus atos de forma proporcional ao seu poder de atuação.
Acreditamos, por vezes, equivocadamente, que nossa esfera limitada de ação não fará nenhuma ou pouca diferença no cenário  coletivo. Estamos subestimando nossa capacidade de influenciar positivamente uns aos outros nas ações rotineiras da vida familiar e social. Esquecemos que o administrador público honrado, o magistrado equânime, o legislador honesto e sensato, passaram pela influência direta de pais, de familiares, professoras, orientadores, amigos, colegas... Todos nós somos responsáveis pelos exemplos, pelo uso da força de nossas convicções que oferecemos uns aos outros.
Se é verdade que os exemplos de violência, de corrupção, de impunidade, de injustiça, de desumanidade, nos afetam e estabelecem correntes de potencial multiplicador, também é verdade que o oposto, de honestidade e de moral elevada, é igualmente verdadeiro. Gestos autênticos de paz, de honradez, de altruísmo, de justiça e de amor, podem mudar a ação de quantos forem alcançados por eles.
Admitindo cada um, suas próprias limitações e imperfeições e procurando manter o foco em objetivos mais comuns e menos particulares, cremos que estabeleceremos bases mais sólidas para a construção de pontes em terrenos distintos, por vezes áridos, inóspitos, ao invés da sistemática atual, que tem arregimentado  esforços muito mais na criação de situações de acusações, onde a preocupação com quem tem ou não tem razão, acaba no vazio das discussões estéreis...  Entendemos que o momento atual não deve comportar  apenas  as  indignações  e  acusações  intermináveis.  
É preciso o esforço pessoal de realizar o melhor, o certo, o justo, não apenas para nós, mas para os outros, ajustando nossa ação, dilatando as possibilidades de serviço para o bem comum e reduzindo a carga de lamúrias e queixumes desagradáveis. Devemos assumir que todos, indistintamente, somos responsáveis, cada um com a sua parcela, pela melhoria do meio em que vivemos. O exercício da cidadania pede conciliação, construção coletiva,  contribuição, participação, diálogo, respeito e não somente direitos, mas deveres de todos para com todos. A amorosidade no exercício da reeducação dos próprios sentimentos deve estar em todos os processos de enfrentamento de todos os males oriundos do egoísmo e do orgulho humano.
A Doutrina dos Espíritos resgatando  a pureza dos ensinamentos de Jesus e dilatando a compreensão da existência material do Espírito em jornada evolutiva de aprimoramento é um valioso instrumento para que a aristocracia  do mundo atual e futuro, seja baseada nos princípios de iluminação do raciocínio pelas claridades dos corações, já restaurados  pela mensagem de amor que se estabelecerá no mundo em regeneração que se aproxima.

Fonte:
Jornal “Brasília Espírita” – 5-6/1016
Autor: Maurício Curi
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 28/5/2016

DIFICULDADES E COMPORTAMENTO




As dificuldades de todos os dias, as lutas pela sobrevivência, a violência, os vícios, são sérios problemas para os seres humanos, que não conseguem manter a estabilidade emocional e mental. Muitos se deixam levar pela tristeza, pelo pessimismo, pelo desânimo, pela agressividade e outras reações negativas que desencadeiam sofrimentos e depressões que repercutem na ordem física e espiritual, trazendo sérios problemas de saúde.

Daniel Goleman, escritor da obra “Inteligência Emocional”, comenta que nos países modernos há uma tendência para o individualismo exacerbado que, por sua vez, acarreta uma competitividade cada vez maior entre as pessoas. Essa visão do mundo traz consigo o isolamento, a deterioração das relações sociais e a lenta desagregação da vida em família e em comunidade. Os frutos desse estado de coisas aparecem no aumento crescente dos índices de criminalidade, de suicídios, abusos de drogas e o enfraquecimento dos laços de família.  Ele propõe como remédio para debelar esses sintomas da doença social, o desenvolvimento da inteligência emocional... Ele poderia na sua proposta ter ido além, se conhecesse os ensinos da Doutrina dos Espíritos.

Não podemos entender os problemas de hoje se não se tem em mente que, boa parte deles tem muita relação com nosso estado de evolução espiritual. Muitos foram criados em existências passadas. Os medicamentos mais usados em nossos dias são os tranqüilizantes, e isso demonstra que algo não está bem nas criaturas. A mediunidade, porta de contato com o Mundo Espiritual, e que deveria ser de amparo para um comportamento seguro, está sendo invadida, nesta fase de transição, por espíritos rebeldes, desajustados e agressivos. Por que isso está acontecendo? – Porque cultivando uma visão deformada da realidade, perseguindo uma felicidade em termos de realização humana no campo da ambição por posses terrenas e poder, limitando seus interesses à existência material, o ser humano situa-se num padrão vibratório de baixa qualidade, colocando-se à mercê e sob as ordens desses marginais da Espiritualidade.

Os tranqüilizantes ajudam; o passe e a água fluidificada, aplicados na Casa Espírita, bem como o socorro dos amigos espirituais, são excelentes auxílios.  Porém, o problema fundamental de nosso ajuste íntimo, raiz de todas as perturbações que nos envolvem não pode ser resolvido apenas por estes meios. O remédio para esta doença pessoal está dentro de cada um de nós. O que acima de tudo deve interessar ao ser humano é o progresso espiritual, pois esta é a única finalidade da existência dos seres em todos os escalões e em todos os mundos. Isto não é fácil, mas esta é a luta inevitável, que depende de decisão, de vontade firme, de perseverança e também de muita fé.

A reunião de espíritos, quase sempre diferentes, moral e intelectualmente, em uma família, agrupados num mesmo lar, é providência tomada por força de acordos efetuados na espiritualidade antes da encarnação e compromissos assumidos no plano espiritual, e servem para resgates de débitos, desenvolvimento da capacidade de se harmonizar com os semelhantes e de afinidade entre os participantes, sendo a consangüinidade, complemento para maior facilidade de aceitação. Muitas pessoas aceitam desculpar, tolerar, aturar, ajudar e perdoar outras pessoas, porque fazem parte da nossa família; caso contrário, ou seja, se não fosse do nosso sangue, partiríamos em revide, em vingança, agravando a presente existência e prejudicando nossa evolução. Além da família, devemos selecionar nossas amizades. Uma só ovelha põe o rebanho a perder. Uma gota de tinta preta mancha a água pura de um vaso. Selecionar, portanto, pelas condições morais e conservar somente as amizades que forem convenientes e agradáveis. Preferir as companhias das pessoas de bons costumes e bons sentimentos, sem distinção de cor, classe social ou riqueza; que possuam idéias pacíficas e construtivas.

Pessoas cujas conversas são tendenciosas, maliciosas, maledicentes, empregando anedotas grosseiras e imorais ou palavrões, tudo isso indica sentimento inferior, maus costumes, maus instintos; devemos dispensar a companhia dessas pessoas. É claro que não se trata de desprezar, negar auxílio, fugir ao dever da caridade, mas simplesmente não manter intimidade, convivência, relações afetivas e sociais. Cada um de nós ocupa na sociedade o lugar que nos é próprio, segundo nosso merecimento, nossas qualidades e, sobretudo, segundo o programa de nossa atual existência. Mesmo que a companhia seja de pessoa de posição social elevada ou de prestígio, não nos servirá quando espiritualmente demonstre caráter inferior, sentimentos baixos, mundanos e egoístas, porque na certa irá exercer sobre nós alguma influência perniciosa.

Outro ponto de nosso comportamento refere-se à solidariedade. Pelo uso criterioso do seu livre-arbítrio, o ser humano pode apressar ou retardar sua evolução; provocar ascensão ou estacionar, obter triunfos ou derrotas. Todos nós somos células da coletividade universal e nossos atos, bons ou maus, sobre essa coletividade se refletem, assim como ocorre com as células do corpo físico, que se refletem no metabolismo geral, beneficiando ou prejudicando o funcionamento do corpo. Todos concorrem duma forma ou de outra, à movimentação da vida social coletiva e, dessa solidariedade e dependência, se beneficiam direta ou indiretamente. Não se move o ser humano, nem dá um passo em qualquer sentido, que não dê ou não receba algo desse organismo social.

Tudo o que temos hoje, de que necessitamos para viver, representa o trabalho dos que nos antecederam, somado ao nosso e o trabalho dos nossos semelhantes, no passado e no presente. A geração de hoje, usufrui o esforço e o trabalho acumulado de todas as gerações antecedentes, e, juntando o esforço de todos, à geração seguinte herda o patrimônio social assim enriquecido por todos. Observemos o panorama geral do mundo em que vivemos; o espetáculo é impressionante. Por toda parte vemos seres humanos se movimentando nas cidades; nos campos, na terra, nos rios e mares, no ar, num esforço, não percebidos, de beneficiar a todos, buscando de forma direta ou indireta, a satisfação de seus próprios interesses que, por fim, se reverte sempre em benefício da sociedade.

Imaginemos apenas como exemplo, um pescador: - Ele vai ao mar no propósito de pescar os peixes que lhe darão vantagem financeira, porém esse pescado vai beneficiar muitas pessoas que necessitam de alimento, enquanto ele próprio vai depender de muitas outras coisas realizadas por outras pessoas. Exemplo: o padeiro que faz o pão, o usineiro ou o cortador de cana que proporciona o açúcar, o fazendeiro que planta o café, e de muitos outros, principalmente de Deus, que faz germinar a semente, o crescimento, a floração e a frutificação.

Nas sociedades futuras, quando a Terra já estiver em novo estágio evolutivo, o trabalho visará conscientemente o bem coletivo, a exemplo de certas tribos de índios, onde tudo é dividido igualmente com todos. Assim, pois, é evidente que devemos realizar as tarefas que trouxemos ao encarnar, visando o bem comum e não apenas a nossa satisfação particular. Se a vida coletiva for representada por um vaso contendo um pouco de água lodosa e impura, e, se todos para esse vaso trouxerem água limpa, ver-se-á que a água impura irá clareando aos poucos até transformar-se em água saudável. Mesmo nas atividades mais simples, a regra é a mesma; o bem comum.  Assim procedendo, estaremos evitando dificuldades no nosso dia-a-dia e resguardando o nosso comportamento das influências negativas, que prejudicam o nosso esforço custoso e demorado de reforma íntima, indispensável ao nosso progresso espiritual.

Devemos simplificar nossa existência profissional, organizando o trabalho e fazendo tudo com calma e boa vontade, dentro de uma programação. Separar as tarefas do dia: primeiro as mais importantes e, dessas, as mais urgentes, depois as demais. Simplificar também as nossas relações familiares e sociais, superando ressentimentos, mágoas, irritações, animosidades, respeitando e cuidando do nosso corpo como um vaso sagrado que nos foi confiado por Deus, e respeitando o semelhante como nosso irmão; estabelecendo relações afetivas com base no desprendimento e na sinceridade, respeitando os sentimentos alheios sem complicar o nosso destino. Simplificar, enfim, nossa existência, sabendo que estamos na Terra de passagem; nossa meta é a Espiritualidade; a existência na Terra serve como um meio para a nossa renovação espiritual.

Devemos estar cientes de que, quando Deus nos concede bens materiais, para nos ajudar e atender nossos pedidos, estamos na condição de devedores ou usufrutuários, e não como donos. Pelo fato de Deus ter permitido termos uma empresa, uma boa casa, um carro do ano ou uma conta bancária com bom saldo, temos que nos julgar superiores e tratar mal aqueles que nos servem ou que foram os colaboradores do nosso sucesso?  - Afinal, o que foi que trouxemos quando nascemos? – Nada. Jesus nos disse que não podemos ao mesmo tempo amar a Deus e ao dinheiro. Se amarmos a Deus, respeitando as leis divinas, o resto, família, empresa, emprego, casa, dinheiro, cultura, saúde e bem estar...  são as consequências do amor e respeito a Deus.

Quando chegamos ao mundo, o encontramos aberto às nossas necessidades e devemos deixá-lo quando partirmos, em melhores condições, para nossos filhos, nossos netos, e até para nós mesmos, se aqui reencarnarmos. Se assim não fizermos, nossa conta-corrente na Espiritualidade ficará negativa e teremos que resgatar esse débito no futuro. Devemos exercer princípios religiosos e éticos no nosso ambiente de trabalho, respeitando uns aos outros, sem ser fanático ou radical. Existem pessoas que, em nome da empresa ou do serviço, esquecem a família, as amizades, o lazer, até os cuidados com a saúde, preocupadas apenas com a possibilidade de juntar mais bens materiais, que no final não seguem com elas para além do túmulo.  Outras pessoas confundem o sucesso com a riqueza ou o poder. Diz um antigo provérbio: “Não há nada de nobre em ser rico ou ter poder sobre outras pessoas. A verdadeira nobreza está em ser superior ao que se era anteriormente”.

O dinheiro foi proporcionado por Deus, e pode ser tirado em qualquer tempo. Não é para o ser humano ficar escravo dele, mas para que faça bom uso dele e tenha momentos de felicidade, pois ninguém é completamente feliz aqui na Terra. O ideal é que o dinheiro nos beneficie e também a coletividade e, como energia quando movimentado, gera empregos, cria salários, aumenta o progresso. Porém, guardado, parado, pode ser consumido pelas traças, roubado pelos ladrões, transformado em ferrugem e perder seu valor pelo tempo.

Evitemos as vantagens somente para nós, porquanto tudo aquilo que retivermos a mais para nós, no sentido de satisfazer nossas vaidades ou supérfluos, estará faltando a outros que necessitam do indispensável para sobreviver. Tenhamos bom ânimo e coragem para vencermos todas as dificuldades, todos os problemas que se nos apresentarem. Logo que o sol desponte, saudemos o novo dia com uma oração ao Pai Celestial, levantando-nos também e iniciando nova jornada, com o propósito de ajudar a todos e de cumprir com boa vontade todas as nossas obrigações, para que ao final do dia a nossa consciência esteja tranqüila, por havermos cumprido com nosso dever. Caminhemos resolutos no propósito do progresso, enfrentando as dificuldades, como degraus, para a nossa evolução espiritual.

Procuremos viver com equilíbrio, mesmo dentro da agitação diária, sem nos deixar levar pela onda pessimista e desordenada que envolve a sociedade. Caminhemos confiantes em Deus e certos de que venceremos, por maiores que sejam as dificuldades. Lembremo-nos de que cada companheiro de jornada é um irmão que nos ajuda, direta ou indiretamente, e a quem precisamos também ajudar. Há dois tipos de comportamentos: aqueles que fazem, e o daqueles outros que ficam apontando os erros. Façamos parte do grupo que trabalha confiante em Deus e sem aguardar aplausos, temer pedradas, com o objetivo superior de ser útil a nós mesmos e ao nosso próximo, beneficiando a todos e também à própria Terra, que nos acolhe bondosamente, nos possibilitando a existência e a evolução.

Um gesto pequenino, uma ação que julgamos insignificante pode melhorar muito o ambiente em que nos encontramos; elevar o entusiasmo de quem está desanimado; reanimar aquele que está desiludido; erguer aquele que está caído pelas dificuldades da existência; um sorriso, uma palavra de conforto, uma oração de amparo, tudo pode melhorar a nossa situação como também a situação dos que vivem conosco neste planeta. Qualquer coisa que fizermos, por menor que seja, estamos contribuindo para diminuir as dificuldades, porque assim nos ensinou Jesus, e também pelo fato do mundo não ser um parque de diversão, mas um ambiente de trabalho, onde estamos para melhorar através do nosso comportamento voltado para a fraternidade, a paz e o amor.

Assim como Jesus, o ser humano é chamado a inúmeros testemunhos no decorrer da existência. No livro “Tormentos da Obsessão”, Manoel Philomeno Miranda, faz um paralelo entre os testemunhos de Jesus, em vários montes, e os montes de problemas e dificuldades que o ser humano enfrenta em sua trajetória de aprendizado na Terra: 1º- Jesus sobe o Monte Tabor e diz quem é; se dá a conhecer aos seus apóstolos. O ser humano deve conhecer os objetivos a que dedicará sua existência;  2º- Quando Jesus sobe o Monte em que profere o “Sermão da Montanha” ou “Bem-aventuranças”, traça Ele o código moral a ser seguido por todos nós; a criatura deve traçar as linhas de comportamento para enfrentar as dificuldades da existência;  3º- Jesus sobe o Monte das Oliveiras para em retiro, se harmonizar com o Pai Celestial;  o mesmo deve fazer o ser humano, recolhendo-se a meditação e a oração, para receber as bênçãos necessárias a enfrentar as dificuldades e sofrimentos;  4º- No Monte Gólgota, o Mestre coroando seus ensinamentos, exemplifica com os próprios sofrimentos; o ser humano deve fazê-lo também com abnegação e amor, até o momento final da sua existência terrena.

Todos nós temos as nossas lutas, mas só quem sabe vencê-las, sem pensar em desistir ou se abater diante das dificuldades, pode ser classificado como um verdadeiro e corajoso herói. Ante as dificuldades do caminho e as rudes provas de evolução, devemos nos resguardar na oração, na confiança em Deus, que certamente nos impedirá de resvalar no abismo da revolta e dos sofrimentos...

Dificuldades todos nós temos, hoje ou amanhã, e para nos livrarmos delas, precisamos ter um comportamento de aceitação, reflexão, enfrentamento, para que venha a solução dos problemas, com o amparo dos nossos entes queridos e também com a assistência do Pai Celestial. 


Que a Paz do Senhor reine em nossos corações.


Bibliografia:
Livro “Inteligência Emocional”
     “    “Tormentos da Obsessão”

Jc.
São Luís, 28/10/2008
Refeito em 8/6/2016