AS DIFERENTES FORMAS DE MEDIUNIDADE
O discípulo Paulo, escrevendo aos Coríntios, na sua primeira epístola, exatamente no cap. 12 vers. De 1 a 11, relaciona uma série de dons espirituais, declarando que a manifestação do Espírito é dada a cada pessoa para o que for útil. Em todo o texto bíblico, desde os livros de Moisés até o Apocalipse de João, encontramos todos os tipos de mediunidade como, as curas, os processos de obsessão e seu tratamento desobsessivo, as escritas diretas, a materialização dos espíritos, a fala em língua estranha ao médium, bem como os fenômenos de desdobramento anímico, etc. etc.
Vamos então tentar detalhar esse assunto para melhor entendimento. Um fenômeno é mediúnico quando, para acontecer, há necessidade da ação de um espírito desencarnado, que utiliza um médium para a sua realização. Dá-se, pois, tal ocorrência, em razão de um entrosamento entre o períspirito do médium e o desencarnado (espírito comunicante). O médium por seu lado, poderá ser facultativo ou voluntário, quando ele sabe controlar as faculdades que possui, só permitindo sua ocorrência, quando julgar conveniente e local apropriado (Centro Espírita), e voltada para o bem. O médium é involuntário ou natural, quando não tem consciência plena do que está se passando, devendo, então, procurar conhecer a Doutrina dos Espíritos, participando dos estudos e das práticas mediúnicas numa Casa Espírita. Antes de maiores explicações sobre os fenômenos mediúnicos, vamos comentar primeiramente as energias que servem para a realização desses fenômenos.
Formas de energias Há energias de diversos aspectos que circulam no Cosmo, alimentando a vida de todos os seres, as quais têm várias origens: O Sol, a Terra, o Espaço Infinito, os Seres Espirituais... Todas elas têm características, vibrações, ondulações e cores diferentes. As que vêm do Sol, são sete e correspondem às cores que o arco-íris reflete nas suas manifestações; as da Terra são primárias, vindo da Natureza e do centro do globo; as que vêm dos espaços infinitos são inúmeras e podemos citar, a eletricidade, os raios cósmicos, o magnetismo, etc., energias estas que o ser humano absorve pela alimentação, pela respiração e pelos centros de energia.
Centros de energias São acumuladores e distribuidores de energia espiritual, situados no corpo etéreo (desdobramento do perispírito conhecido como duplo, tendo a Codificação determinado no perispírito, vários setores da atividade psíquica do ser humano), pelos quais transitam os fluidos energéticos de uns para outros e para o exterior do espírito encarnado. No ser humano comum, o centro energético principal se apresenta como um círculo de mais ou menos cinco centímetros de diâmetro, quase sem brilho; porém no ser humano espiritualizado, é quase sempre uma auréola luminosa. Quanto mais ativo ou desenvolvido for o centro energético, maior capacidade de energia comporta e maiores possibilidades oferece em relação ao emprego dessa energia. As forças espirituais e as cósmicas vindas do Espaço e da Terra penetram nos centros de energia situados no perispírito, daí passam aos membros orgânicos e destes aos nervos, transitando por todo o organismo. Cada centro de energia despertado aumenta as possibilidades dos sentidos físicos e espirituais, como também as faculdades psíquicas e mediúnicas. Esse processo acontece no trabalho do passe; o perispírito do doador liga-se aos centros de energia do assistido agindo no sistema nervoso, para fazer a irradiação dos fluidos que irão beneficiar o recebedor. Allan Kardec, classificou os fenômenos mediúnicos em dois grupos distintos:
1º Fenômenos de efeitos físicos; assim conhecidos: a- Materializações: O espírito aproveita o ectoplasma de um médium (as vezes também da assistência) para materializações de objetos, ou mesmo do seu corpo, tornando-se visível, podendo ser tocado por qualquer pessoa; e como exemplo mais real temos as aparições de Jesus, após sua “morte”; b- Transfiguração: O espírito imprime uma sensível modificação nos traços fisionômicos do médium ou de si mesmo, e como exemplo, vimos Jesus, no Monte Tabor, se transfigurando para os apóstolos; c- Levitação: O espírito toma matéria do médium para fazer erguer objetos ou pessoas, contrariando a lei da gravidade, sem concurso mecânico, elétrico, magnético ou eletrônico; d- Transporte: Usando os mesmos recursos, o espírito faz com que entrem ou saiam objetos de recintos totalmente fechados, ou mesmo pessoas. Exemplo: Jesus, ao se fazer presente no local onde estavam trancados, seus apóstolos; e- Voz direta: O espírito faz ecoar no recinto vozes sem usar as cordas vocais do médium; Exemplo: As vozes ouvidas no ato do batismo de Jesus por João Batista; f- Escrita direta: O espírito escreve sem usar a mão de um médium, palavras mensagem, etc., conforme cita a Bíblia na festa de Baltazar; g- Sematologia: O espírito mobiliza recursos ectoplásmicos do médium para movimentar objetos sem contato físico (na Parapsicologia chamada de Psicocinésia); h- Curas Espirituais: O espírito poderá curar doenças, fazer cirurgias, como fazia Jesus, fizeram seus apóstolos e fazem os médiuns, usando ou não instrumentos materiais, a exemplo de Zé Arigó, Edson Queiroz, Chico Xavier, assim como também muitos outros médiuns fazem, ou qualquer pessoa que tenha boa assistência espiritual, ao impor as mãos, como fazia Jesus, e que disse: “Vós podeis fazer o que eu faço e muito mais se tiverdes fé”; e complementa dizendo: “Se tivermos também o “merecimento”, conseguido através das boas obras.”
2º Fenômenos de efeitos inteligentes; Conhecidos como: a)- Vidência: O médium vê o que se passa no mundo espiritual, visualizando espíritos, não com os olhos corporais, mas com o perispírito, pois é ele, o pirispírito que propicia o fato mediúnico. Têm-se, no caso a chamada dupla visão; b)- Audiência: O médium ouve o que lhe dizem os espíritos; chama-se também de clariaudidência; c)- Psicografia: O médium escreve, com mais ou menos consciência as mensagens dos espíritos; d)- Psicofonia: O médium fala, mais ou menos sem a consciência, palavras ditadas pelos espíritos; chama-se também de incorporação; e)- Xenoglossia: O médium dá comunicações escrita ou falada numa língua que lhe é estranha.
3º Fenômenos anímicos; Estes fenômenos para acontecer não há necessidade de um espírito desencarnado. O próprio espírito do médium é que é o agente do fato. Exemplo: 1- Bilocação: (desdobramento ou bicorporeidade) O espírito da pessoa separa-se do corpo e se apresenta materializado, com todas as aparências de uma pessoa viva, noutro lugar distante de onde ficou o seu corpo físico; 2- Psicometria: A pessoa sensitiva (não é necessário ser médium) pode recapitular ocorrências relacionadas a algum objeto com o qual ele está em contato; 3- Sonambulismo: O espírito afasta-se do corpo e, em estado de maior liberdade, poderá vir a usar um médium, como se fosse um espírito desencarnado, de nada recordando depois, quando voltar ao estado de acordado.
Eis, aí, as diferentes modalidades de faculdades mediúnicas e anímicas, que o discípulo Paulo já dizia aos Coríntios, na 1ª Epístola no capítulo 12. Importa então recordar que Allan Kardec nos alerta para o seguinte: “Nem todas as comunicações são instrutivas. Muitas são grosseiras porque partem de espíritos imperfeitos e inferiores, onde são encontrados erros, ensinamentos malévolos, termos inaceitáveis. Há comunicações de espíritos, que falam, falam, que se forem analisadas, não dizem nada, porque são comunicações cheias de absurdos, provenientes de espíritos levianos, zombeteiros, que se divertem com os ingênuos. Daí a necessidade de exame criterioso de qualquer comunicação, ainda que tenha a ditá-la, um espírito que use o nome de algum vulto da Humanidade.
De todas estas manifestações mediúnicas, que serviram no passado para comprovar e atestar a existência da vida do espírito, após a morte física, da realidade das comunicações entre o mundo espiritual e o mundo material; muitas delas já não são mais necessárias, pelo desenvolvimento intelectual da Humanidade, que já está ciente destas verdades; ficando apenas as mais práticas como a psicografia, a psicofônia, a vidência e as curas espirituais, meios mais usados pelos espíritos. Passemos agora a outras orientações sobre a mediunidade.
Sonho e vidência No sonho, vê-se pessoas e coisas exteriores, ou nos vemos em outras situações.. É um fenômeno que se passa fora da pessoa. A vidência é um fenômeno de faculdade psíquica e mediúnica que acontece com a pessoa; é ver e ouvir além dos limites dos sentidos físicos, além das vibrações de luz e som percebidos pelos sentidos da visão e audição.
Faculdade mediúnica Quem a possui deve desenvolvê-la e colocá-la a serviço do bem e do próximo; por isso encarna com essa faculdade e compromissos. Se não cumpre, fica sem proteção e sujeito as influências das forças do mal. Desenvolver a mediunidade é saber controlar, disciplinar e se livrar das influências cada vez mais intensas e tormentosas, evitando que os espíritos sofredores e ignorantes se manifestem por seu intermédio, em atividades condenáveis de perseguições, vinganças, vampirismo, etc. O caminho recomendado é desenvolver a mediunidade e colocá-la a serviço dos semelhantes, segundo orientação do Evangelho.
Espíritos maldosos Eles têm liberdade para fazer o mal às pessoas até certo ponto, se estas não estiverem protegidas; muitas das vezes em retribuição ao mal que sofreram. Uma coisa, porém, é os espíritos maus quererem nos agredir, outra coisa é poderem fazê-lo como desejam. Há sempre limitações de acordo com a Justiça Divina. Se não fora assim, imaginemos como seria o mundo se não houvesse esse controle?
Espírito obsessor Quando em trabalho de desobsessão, nunca se deve dizer a um espírito obsessor que desapareça ou abandone a pessoa obsidiada, sem que se peça a Deus, esclarecimento e amparo espiritual ao obsessor, para que ele abandone seus desejos de fazer o mal, porque ignoramos as razões que tem ele para isso; pode ser ele, cobrador de dívidas do passado, agindo como instrumento da Lei Divina que rege esses casos, cujo remédio precisam para se quitar dessas transgressões. Enquanto o espírito estiver obsidiando a vítima e proferindo ameaças, devemos nos amparar em preces fervorosas, pedindo a assistência espirituais dos guias protetores para ambos, sem deixar se dominar pela dúvida ou pelo medo, o que se ocorrer, pode abrir espaço para as forças do mal. Os benfeitores espirituais também estão presentes para assisti-los no que for de justiça, pelos méritos que tiverem. Eles até podem afastar o obsessor, mas as vezes não devem, porque a justiça de Deus determina que “a cada um será dado e exigido segundo suas obras e merecimento”.
Espíritos superiores Ao solicitarmos a assistência deles, nunca devemos querer que se faça conforme nossa vontade, porque os Espíritos Superiores não aceitam imposições, nem se submetem aos nossos desejos, sabendo sempre que nos ajudarão quando precisarmos e temos merecimento para tal.
Falando das manifestações espirituais através da mediunidade, Emmanuel no livro “Religião dos Espíritos”, recorda na página intitulada “Fenômenos mediúnicos” o seguinte: “Às manifestações mediúnicas são de todos os tempos e cansativo seria mostrar, num estudo simples, o papel que lhe cabe na gênese (criação) de todos os caminhos religiosos. Importa lembrar, porém, que os povos primitivos, sentindo a influência dos desencarnados a lhes perturbar o psíquico, promoviam medidas com que supunham garantir-lhes segurança e tranqüilidade no reino da morte. Egípcios, assírios-caldeus, gregos, israelitas e romanos prestavam-lhes homenagens e considerações. E, para vê-los e ouvi-los, conservavam consigo certa classe de iniciados nessas manifestações.
Equivalendo aos médiuns modernos, havia sacerdotes em Tebas, magos na Babilônia, oráculos em Atenas, profetas em Jerusalém, astrólogos em Ninive, e adivinhos em Roma. A civilização faraônica adquiriu mais esplender, ao pé dos túmulos que eram reverenciados. O Velho Testamento conta que dedos intangíveis escreveram terrível sentença no festim de Baltazar. A sociedade romana celebrava as festas lamurianas, com o intuito de apaziguar os espíritos errantes. Administrações, expedições, exércitos e esquadras movimentavam-se, quase sempre, sob invocações e predições. Contudo, quase todas as manifestações de intercâmbio, entre “mortos” e vivos evidenciavam-se mescladas de luz e sombras. No delírio de símbolos e amuletos em nome dos mortos, estimulavam-se preces e prazeres, virtudes e vícios epopéias e bacanais...”
Com Jesus, no entanto, recolhe o ser humano, o necessário crivo moral para definir responsabilidades e objetivos. Em sua luminosa passagem pela Terra, o fenômeno mediúnico, por toda parte, é ligado à redenção da consciência. É assim que vemos o Divino Mestre afirmando-nos em atitudes claras e decisivas. Não somente induz Maria de Magdala a que se liberte dos perseguidores invisíveis que a subjugavam, mas também a criar, em si própria, as qualidades com que se faria mais tarde, a mensageira ideal da ressurreição. Socorre, Ele, os alienados mentais do caminho, tirando as algemas das entidades infelizes que os atazanavam; contudo, mostra-se ele mesmo, radiante de luz com espíritos glorificados, no Monte Tabor. Promete a Simão Pedro, auxiliá-lo contra o assalto das trevas e, tolerando-lhe as fraquezas na hora do testemunho, conduze-o, pouco a pouco, à exaltação apostólica. Enaltece a humildade de Estevão, que suporta sereno à fúria dos que o apedrejam, acionando-lhe os mecanismos da clarividência, e o mártir percebe-lhe a presença sublime, antes de se render à imposição da morte. Compadece-se de Saulo de Tarso, obsidiado por seres terríveis e cruéis que o transformam em desalmado verdugo. Aparecendo-lhe em forma de Luz, para convidá-lo através de longos anos de renúncia e sofrimentos, a converter-se em padrão vivo de entendimento e fraternidade...
Continuando-lhe o ministério divino, dispomos hoje, na Terra, do novo Consolador, a Doutrina dos Espíritos, a restaurar-lhe as lições como força que educa o fenômeno psíquico, demonstrando-nos que não bastam mediunidades fulgurantes, endereçadas ao regozijo da inteligência, mas sim, que é inadiável a nossa purificação de espírito, para que a mediunidade seja de exercício do bem.
Interessa-nos, sem dúvida, as comunicações instrutivas, sérias e verdadeiras, trazendo-nos consolo e esclarecimentos, com fundamentos lógicos, que contribuam para o nosso progresso moral e espiritual.
Finalizando esta exposição, fazemos uma pequena comparação. Ao comprarmos um aparelho novo, tomamos o cuidado de ler o manual de instruções antes de ligá-lo, para não corrermos o risco de perder o aparelho ou danificá-lo. O mesmo deve ocorrer com a mediunidade. Se não a estudarmos primeiro e partirmos diretamente para a prática, invertendo os papeis, corremos o risco de complicar e prejudicar a nossa mediunidade. Daí, o dever de todas as Casas Espíritas no empenho do estudo sistematizado da mediunidade. Existem médiuns que já estão no exercício da mediunidade e acham que não precisam mais estudar. Grande equívoco como também esquecem dos objetivos principais de uma reunião mediúnica: amparar, socorrer, orientar os desencarnados e ensinar aos encarnados lições vivas da rotina da mediunidade, das conseqüências do mau uso do livre-arbítrio, e, ainda, do papel decisivo do amor e da vibração fraterna em tais atividades, que, mais que as palavras, permitirão aos espíritos comunicantes em sofrimento, sentirem-se reconfortados e propensos a modificarem suas posições íntimas... Às reuniões mediúnicas que se realizam, sem o devido estudo, não existe mediunidade com qualidade que possibilite a comunicação de Espíritos Elevados.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações e mentes.
Bibliografia:
“Livro dos Médiuns”
Evangelho de Jesus
Livro “Religião dos Espíritos”
“ “Nova Era Espírita”
Jc.
S.Luis, 03/04/2004
Refeito em 20/10/2004
sábado, 27 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
OS SERES HUMANOS E O SEXO
OS SERES HUMANOS E O SEXO
O instituto da família, que até hoje tem sido a base fundamental das sociedades humanas, em todos os povos e nações, está sendo demolido por teorias e ideologias materialistas insidiosas e dissolventes. Nesta lamentável transição, de moralidade frouxa e elástica, que caracteriza os dias em que vivemos, as relações entre as pessoas se modificam constantemente para pior, e as leis do sexo ficam sendo cada vez menos compreendidas e, em conseqüência, mais deturpadas pela vivência dos instintos.
As ligações entre homens e mulheres tendem a se reger pelas concepções licenciosas do sexo livre, que o homem dos nossos tempos, apesar de sua tão decantada civilização, ainda não está em condições de usufruir com grandeza esse relacionamento, sem regresso à animalidade. O desgoverno psíquico das massas, que tende a aumentar, está a todo instante, vindo a furo nas monstruosas aberrações do sexo, que se alastram envolvendo, sobretudo, a criança desamparada e a juventude inquieta e desnorteada. Esta calamitosa situação é conhecida e debatida por estudiosos, investigadores e religiosos, porém, há fundas divergências entre eles, segundo o ponto de vista em que se colocam. É certo que no divergir não há consenso, mas o que deve prevalecer para as massas são as orientações no melhor sentido, e não no das acomodações que levarão, sem a menor dúvida, para a dissolução do instituto familiar.
No livro, ‘Vida e Sexo”, de autoria espiritual de Emmánuel, diz o mentor de Chico Xavier: “A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, do sexo desvairado, o ser humano avança, de tempos em tempos, de ensinamento em ensinamento, para a monogamia, reconhecendo a necessidade de equilíbrio em matéria de sexo. Depreende-se disso, que toda criatura na Terra, transporta em si mesma, determinada taxa de carga erótica, de que, em verdade, não se libertará unicamente por palavras e votos brilhantes, mas à custa de exercício mental, experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e estados próprios à alma de cada um, que as leis da Criação não destroem, mas sim, auxiliam cada pessoa a transformar e elevar essas energias no rumo da perfeição.”
Nos mundos inferiores, igual ao nosso, o sexo é organização material para a aproximação de espíritos e a reprodução da espécie. Nos mundos mais avançados, é atração espiritual e afinidade irresistível para vivência e refinamento emocional; emoção não de sentidos, mas de sentimentos, fusão de almas, integração recíproca. A Doutrina Espírita, oferecendo melhor ensino, explica que os espíritos não têm sexo “como o entendemos”, esclarecendo que o sexo, para os espíritos desencarnados, que não possuem perispíritos formados de matéria bruta, não é representado por órgãos de reprodução, mas por modos de sentir e por mentalidades e psiquismos diferentes.
Por necessidade de evolução, o espírito ora assume corpos femininos como também masculinos, fazendo experiências e aprendendo e desenvolvendo os conhecimentos e estreitando as afinidades com outros espíritos. A crença das “almas gêmeas” vem das atrações fortíssimas que os espíritos sentem uns pelos outros, buscando unirem-se através de todos os meios, para encontrarem a harmonia, a paz e a felicidade. Toda vez que encarnam os espíritos tomam corpos sexuados, com formas femininas ou masculinas, segundo as provas e experiências que devem realizar na presente encarnação. No sentido da evolução, os espíritos realizam experiências de muitas espécies, em vários setores de atividades, positivas ou negativas, sempre tendo em vista desenvolver sentimentos e aptidões morais. Um espírito que já tenha tido várias existências no campo das realizações positivas de virilidade, energia física, dinâmica de ação e desenvolvendo a inteligência, como homem, em certo momento, para o equilíbrio e o progresso harmonioso, submete-se à Lei e passa a realizar experiências no campo das atividades femininas, desenvolvendo sentimentos de bondade, ternura, paciência, abnegação e maternidade.
É comum verem-se homens afeminados, tímidos, propensos à existência calma dos ambientes domésticos, tendo os mesmos gostos, pendores e sentimentos próprios de mulheres; como também observamos algumas mulheres virilizadas, tanto no aspecto físico como nas tendências, nas ações e nos sentimentos. Percebe-se logo que os afeminados são espíritos que estão vindo de várias existências como mulheres; mudaram de campo e estão iniciando provas e adquirindo conhecimentos no setor masculino, cujas características de força, decisão, coragem e impetuosidade, os amedrontam e os constrangem; e os espíritos com vivências masculinas, que estão iniciando os primeiros passos no setor da vida feminina, utilizando corpos débeis e delicados, mas ainda conservando e manifestando as tendências próprias do sexo oposto que encarnavam até então, reagem a essa nova condição, gerando situações desagradáveis e ás vezes até constrangedoras, e somente após várias outras encarnações nas mesmas condições, essa rejeição tende a desaparecer. Devemos ter compreensão e paciência com esses nossos irmãos, que estão em processo de evolução.
O sexo que foi dado ao ser humano para aproximação dos espíritos afins, reprodução da espécie e para a realização de progresso nas duas condições de existência, já mencionadas, foi pelo homem, transformado exclusivamente em fonte de prazer, em que o sentimento pouco conta, mas sim, a paixão material, o desejo de posse que, muitas das vezes, quando exacerbado ou contrariado leva ao crime. Esta deformação que fizeram do sexo não é um defeito de alguns, mas de milhões, devido a inúmeros fatores, como: costumes, hábitos, legislação, educação, etc., entretanto, sendo uma só a causa fundamental: a imperfeição do ser humano.
A prática sistemática do ato sexual visando apenas o prazer, se transformou em arraigado vício, do qual o homem não se livra nem mesmo na decrepitude, na velhice, quando o corpo físico não tem mais energias viris, enquanto que o espírito continua ainda preso ao desejo, o que demonstra que se trata de uma falha do espírito e não do corpo. O espírito viciado, ao desencarnar leva consigo esse defeito, que lhe custará momentos de cruéis padecimentos nos planos espirituais, não só porque lhe retarda o progresso, como pela impossibilidade de satisfazer seus desejos, na forma pela qual estava habituado aqui na Terra. Daí à prática negra do vampirismo sexual vai um só passo; e, na atualidade, aumenta sensivelmente o número desses casos dolorosos e sombrios, principalmente nas pessoas pouco instruídas e educadas.
Aliás, é o que acontece também com espíritos possuidores de outros vícios, como o fumo, o álcool, a gula, etc., os quais não podendo satisfazê-los na Espiritualidade, acorrem aos trabalhos nos terreiros e nas macumbas, para ali, através de médiuns mal preparados e de sentimentos afins, ou se apegam às pessoas que possuem os mesmos vícios, para através delas, saciarem seus desejos, usufruindo os fluídos. Atualmente as relações humanas ligadas ao sexo, sofrem tão profunda degradação, que a compreensão do assunto em bases espirituais, está mais com o passado severo e digno, do que com o presente degenerado e aceito por diversas famílias, que não querem se preocupar com os bons costumes, a moral e a responsabilidade que assumiram pela qual responderão perante Deus.
As formas, a beleza física, a sedução, a feminilidade na mulher, e a virilidade e o porte físico no homem, eis alguns elementos determinantes nas uniões dos seres humanos, nas quais imperam a sensualidade, o desejo de posse, o prazer do sexo, e o engano dos sentidos. Surge às vezes um afeto ilusório, passageiro, que estimula a relação e que se desfaz com o tempo, deixando-se levar apenas pelas exterioridades, sem o devido valor aos sentimentos, às virtudes morais, julgando verdadeiramente amar, aquilo que simplesmente é uma sedução. Confundem-se sexo que é uma necessidade fisiológica do corpo, com amor que é um sentimento que brota do íntimo das pessoas. Sexo é uma prática física, enquanto o amor é um sentimento que faz a pessoa se doar em benefício do seu próximo.
Atualmente, com o alastramento do moderno paganismo, a intimidade precoce do sexo e os maus costumes de pessoas que os jornais, o cinema, a televisão e a internet promovem amplamente, produzem enganos e um crescente relaxamento nas uniões conjugais, predominando a carne sobre os sentimentos ou valores mais nobres. A falta de amor verdadeiro, a exemplo da grande maioria das mães, de uma afinidade real e também a ignorância da vida espiritual, são as fontes de milhares de separações que ocorrem no mundo inteiro, todos os dias. Não havendo amor, um sentimento mais forte ou mesmo uma amizade sincera, mas apenas o desejo do sexo, e, sendo as leis e costumes favoráveis às separações, tudo ajuda nesse sentido negativo.
Os homens primitivos se utilizavam das mulheres e mantinham-nas sob suas garras; os homens das civilizações antigas escravizavam-nas e repudiavam-nas segundo seus desejos; entretanto, a partir da era cristã, por força da influência de Jesus, as relações melhoraram, passando as mulheres a serem valorizadas e o homem a considerar a mulher como sua companheira, esposa, mãe e senhora de direitos e deveres; entretanto, em nossos dias, caminhamos rapidamente para a desagregação familiar em virtude da licenciosidade dos costumes e a própria atitude da mulher, abandonando o lar para se lançar nas competições do mundo, inclusive adotando seus vícios, maus costumes e desregramentos, tem contribuído para esse estado.
Algumas mulheres perguntam: “Por que os homens podem tudo em termos de sexo e a mulher se é um pouco mais liberal, é logo vista de forma preconceituosa?” – Não é que os homens possam tudo e as mulheres pouco. O problema é que a sociedade distorcida em que vivemos ainda é mais tolerante com a promiscuidade masculina. Mas isso não é vantajoso para os homens, embora pareça. Tanto o homem com a mulher tem a mesma responsabilidade em relação à postura sexual adotada. Se todos os seres humanos soubessem das conseqüências que a promiscuidade sexual acarreta às suas vidas espirituais, certamente que seriam mais comedidos. Desde a revolução sexual feminina, na década de 1960, muitas mulheres acreditam que ao conseguir a mesma liberdade sexual exercida pelos homens, está conquistando um direito. È puro engano. Esse raciocínio induz as mulheres a se nivelarem por baixo com os vícios e degradações da cultura machista. O sexo irresponsável acaba gerando sérios problemas físicos, emocionais e espirituais para aquele que o pratica, independente de ser homem ou mulher.
Mas, perguntarão: E as religiões nenhum entrave colocam a essa lamentável degradação? – Sim, algumas fazem o possível teoricamente condenando o divórcio e se batendo pela moralidade dos costumes. Porém, a questão não está em proibir os divórcios, mas em se evitar que eles se dêem, mudando os sentimentos das pessoas. Para essa delicada tarefa, as religiões dogmáticas e outras doutrinas de fundo materialista, não possuem meios eficientes, porque não encaram os problemas de forma objetiva e espiritual, não admitindo as leis da reencarnação e de causa e efeito, as únicas que explicam e podem formar nos adeptos, uma mentalidade compreensiva.
A religião tradicional condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. A Doutrina dos Espíritos reconsiderou a questão, num meio termo entre os exageros pagãos, cristãos e a castidade. É através do sexo que se processa a reencarnação do espírito e é feita a substituição dos seres humanos. Como, pois, considerá-lo impuro ou imoral? – A educação sexual deve ser encarada seriamente, apoiada na pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude acertada é a de não responder com mentiras douradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Por exemplo: Se a criança perguntar: “Como ela nasceu?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos e os cachorrinhos”, como também pode-se dizer: “Da barriguinha da mamãe”. Assim os pais vão vencer as dificuldades, sem lendas ou mentiras.
De todos os casos sexuais em que haja afinidade moral, aproximação de condições evolutivas ou então, compromissos anteriores à encarnação, ocorrem às uniões por afinidade espiritual. Nessas uniões, haverá ou não, conforme o caso, harmonia, entendimento e relativa felicidade que a existência neste planeta pode oferecer aos seus habitantes. Nestes casos, pode-se dizer que esta será uma união duradoura, pois tem suas raízes no encontro de espíritos afins e não pela carne. Se a finalidade da existência é apurar o sentimento a ponto do espírito se libertar do sexo e de todo o egoísmo, e exemplificar o “Amor ao próximo com a si mesmo”; se também é capaz de tornar o espírito submisso ao determinismo divino, por que então não se aproveitar dessa oportunidade, sejam quais forem às circunstâncias que tenham determinado a união, a fim de apressar a conquista das virtudes cristãs e a evolução espiritual?
Estamos vivendo atualmente, momentos sombrios em que as trevas dominam grande parte das pessoas, em que a abominação e a desolação, prevista por Jesus, campeiam no mundo... entretanto após essa tempestade de desamor e desagregação, dias virão em que o sopro da renovação, o esplendor da verdade, da justiça divina, da redenção pelo verdadeiro amor, brilhará novamente iluminando as mentes amarguradas dos seres humanos, consolando e enchendo de esperança os corações tristes e sofredores, dos que habitam este mundo, ainda de expiações e sofrimentos, que passará a ser uma morada de regeneração, paz e amor...
Virá para esta Terra, um tempo onde todos aqueles que seguiram os ensinamentos redentores de Jesus, e amarem seus irmãos verdadeiramente com sentimentos fraternais, serão mais felizes, porque nela estará implantado o Reino de Deus...
Que a Paz e o Amor do Mestre Amado Jesus, reine em nossos corações.
Bibliografia:
Livro “Vida e Sexo”
“O Espiritismo e a Próxima Renovação”
Jc.
Refeito em 07/09/2006.
O instituto da família, que até hoje tem sido a base fundamental das sociedades humanas, em todos os povos e nações, está sendo demolido por teorias e ideologias materialistas insidiosas e dissolventes. Nesta lamentável transição, de moralidade frouxa e elástica, que caracteriza os dias em que vivemos, as relações entre as pessoas se modificam constantemente para pior, e as leis do sexo ficam sendo cada vez menos compreendidas e, em conseqüência, mais deturpadas pela vivência dos instintos.
As ligações entre homens e mulheres tendem a se reger pelas concepções licenciosas do sexo livre, que o homem dos nossos tempos, apesar de sua tão decantada civilização, ainda não está em condições de usufruir com grandeza esse relacionamento, sem regresso à animalidade. O desgoverno psíquico das massas, que tende a aumentar, está a todo instante, vindo a furo nas monstruosas aberrações do sexo, que se alastram envolvendo, sobretudo, a criança desamparada e a juventude inquieta e desnorteada. Esta calamitosa situação é conhecida e debatida por estudiosos, investigadores e religiosos, porém, há fundas divergências entre eles, segundo o ponto de vista em que se colocam. É certo que no divergir não há consenso, mas o que deve prevalecer para as massas são as orientações no melhor sentido, e não no das acomodações que levarão, sem a menor dúvida, para a dissolução do instituto familiar.
No livro, ‘Vida e Sexo”, de autoria espiritual de Emmánuel, diz o mentor de Chico Xavier: “A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, do sexo desvairado, o ser humano avança, de tempos em tempos, de ensinamento em ensinamento, para a monogamia, reconhecendo a necessidade de equilíbrio em matéria de sexo. Depreende-se disso, que toda criatura na Terra, transporta em si mesma, determinada taxa de carga erótica, de que, em verdade, não se libertará unicamente por palavras e votos brilhantes, mas à custa de exercício mental, experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e estados próprios à alma de cada um, que as leis da Criação não destroem, mas sim, auxiliam cada pessoa a transformar e elevar essas energias no rumo da perfeição.”
Nos mundos inferiores, igual ao nosso, o sexo é organização material para a aproximação de espíritos e a reprodução da espécie. Nos mundos mais avançados, é atração espiritual e afinidade irresistível para vivência e refinamento emocional; emoção não de sentidos, mas de sentimentos, fusão de almas, integração recíproca. A Doutrina Espírita, oferecendo melhor ensino, explica que os espíritos não têm sexo “como o entendemos”, esclarecendo que o sexo, para os espíritos desencarnados, que não possuem perispíritos formados de matéria bruta, não é representado por órgãos de reprodução, mas por modos de sentir e por mentalidades e psiquismos diferentes.
Por necessidade de evolução, o espírito ora assume corpos femininos como também masculinos, fazendo experiências e aprendendo e desenvolvendo os conhecimentos e estreitando as afinidades com outros espíritos. A crença das “almas gêmeas” vem das atrações fortíssimas que os espíritos sentem uns pelos outros, buscando unirem-se através de todos os meios, para encontrarem a harmonia, a paz e a felicidade. Toda vez que encarnam os espíritos tomam corpos sexuados, com formas femininas ou masculinas, segundo as provas e experiências que devem realizar na presente encarnação. No sentido da evolução, os espíritos realizam experiências de muitas espécies, em vários setores de atividades, positivas ou negativas, sempre tendo em vista desenvolver sentimentos e aptidões morais. Um espírito que já tenha tido várias existências no campo das realizações positivas de virilidade, energia física, dinâmica de ação e desenvolvendo a inteligência, como homem, em certo momento, para o equilíbrio e o progresso harmonioso, submete-se à Lei e passa a realizar experiências no campo das atividades femininas, desenvolvendo sentimentos de bondade, ternura, paciência, abnegação e maternidade.
É comum verem-se homens afeminados, tímidos, propensos à existência calma dos ambientes domésticos, tendo os mesmos gostos, pendores e sentimentos próprios de mulheres; como também observamos algumas mulheres virilizadas, tanto no aspecto físico como nas tendências, nas ações e nos sentimentos. Percebe-se logo que os afeminados são espíritos que estão vindo de várias existências como mulheres; mudaram de campo e estão iniciando provas e adquirindo conhecimentos no setor masculino, cujas características de força, decisão, coragem e impetuosidade, os amedrontam e os constrangem; e os espíritos com vivências masculinas, que estão iniciando os primeiros passos no setor da vida feminina, utilizando corpos débeis e delicados, mas ainda conservando e manifestando as tendências próprias do sexo oposto que encarnavam até então, reagem a essa nova condição, gerando situações desagradáveis e ás vezes até constrangedoras, e somente após várias outras encarnações nas mesmas condições, essa rejeição tende a desaparecer. Devemos ter compreensão e paciência com esses nossos irmãos, que estão em processo de evolução.
O sexo que foi dado ao ser humano para aproximação dos espíritos afins, reprodução da espécie e para a realização de progresso nas duas condições de existência, já mencionadas, foi pelo homem, transformado exclusivamente em fonte de prazer, em que o sentimento pouco conta, mas sim, a paixão material, o desejo de posse que, muitas das vezes, quando exacerbado ou contrariado leva ao crime. Esta deformação que fizeram do sexo não é um defeito de alguns, mas de milhões, devido a inúmeros fatores, como: costumes, hábitos, legislação, educação, etc., entretanto, sendo uma só a causa fundamental: a imperfeição do ser humano.
A prática sistemática do ato sexual visando apenas o prazer, se transformou em arraigado vício, do qual o homem não se livra nem mesmo na decrepitude, na velhice, quando o corpo físico não tem mais energias viris, enquanto que o espírito continua ainda preso ao desejo, o que demonstra que se trata de uma falha do espírito e não do corpo. O espírito viciado, ao desencarnar leva consigo esse defeito, que lhe custará momentos de cruéis padecimentos nos planos espirituais, não só porque lhe retarda o progresso, como pela impossibilidade de satisfazer seus desejos, na forma pela qual estava habituado aqui na Terra. Daí à prática negra do vampirismo sexual vai um só passo; e, na atualidade, aumenta sensivelmente o número desses casos dolorosos e sombrios, principalmente nas pessoas pouco instruídas e educadas.
Aliás, é o que acontece também com espíritos possuidores de outros vícios, como o fumo, o álcool, a gula, etc., os quais não podendo satisfazê-los na Espiritualidade, acorrem aos trabalhos nos terreiros e nas macumbas, para ali, através de médiuns mal preparados e de sentimentos afins, ou se apegam às pessoas que possuem os mesmos vícios, para através delas, saciarem seus desejos, usufruindo os fluídos. Atualmente as relações humanas ligadas ao sexo, sofrem tão profunda degradação, que a compreensão do assunto em bases espirituais, está mais com o passado severo e digno, do que com o presente degenerado e aceito por diversas famílias, que não querem se preocupar com os bons costumes, a moral e a responsabilidade que assumiram pela qual responderão perante Deus.
As formas, a beleza física, a sedução, a feminilidade na mulher, e a virilidade e o porte físico no homem, eis alguns elementos determinantes nas uniões dos seres humanos, nas quais imperam a sensualidade, o desejo de posse, o prazer do sexo, e o engano dos sentidos. Surge às vezes um afeto ilusório, passageiro, que estimula a relação e que se desfaz com o tempo, deixando-se levar apenas pelas exterioridades, sem o devido valor aos sentimentos, às virtudes morais, julgando verdadeiramente amar, aquilo que simplesmente é uma sedução. Confundem-se sexo que é uma necessidade fisiológica do corpo, com amor que é um sentimento que brota do íntimo das pessoas. Sexo é uma prática física, enquanto o amor é um sentimento que faz a pessoa se doar em benefício do seu próximo.
Atualmente, com o alastramento do moderno paganismo, a intimidade precoce do sexo e os maus costumes de pessoas que os jornais, o cinema, a televisão e a internet promovem amplamente, produzem enganos e um crescente relaxamento nas uniões conjugais, predominando a carne sobre os sentimentos ou valores mais nobres. A falta de amor verdadeiro, a exemplo da grande maioria das mães, de uma afinidade real e também a ignorância da vida espiritual, são as fontes de milhares de separações que ocorrem no mundo inteiro, todos os dias. Não havendo amor, um sentimento mais forte ou mesmo uma amizade sincera, mas apenas o desejo do sexo, e, sendo as leis e costumes favoráveis às separações, tudo ajuda nesse sentido negativo.
Os homens primitivos se utilizavam das mulheres e mantinham-nas sob suas garras; os homens das civilizações antigas escravizavam-nas e repudiavam-nas segundo seus desejos; entretanto, a partir da era cristã, por força da influência de Jesus, as relações melhoraram, passando as mulheres a serem valorizadas e o homem a considerar a mulher como sua companheira, esposa, mãe e senhora de direitos e deveres; entretanto, em nossos dias, caminhamos rapidamente para a desagregação familiar em virtude da licenciosidade dos costumes e a própria atitude da mulher, abandonando o lar para se lançar nas competições do mundo, inclusive adotando seus vícios, maus costumes e desregramentos, tem contribuído para esse estado.
Algumas mulheres perguntam: “Por que os homens podem tudo em termos de sexo e a mulher se é um pouco mais liberal, é logo vista de forma preconceituosa?” – Não é que os homens possam tudo e as mulheres pouco. O problema é que a sociedade distorcida em que vivemos ainda é mais tolerante com a promiscuidade masculina. Mas isso não é vantajoso para os homens, embora pareça. Tanto o homem com a mulher tem a mesma responsabilidade em relação à postura sexual adotada. Se todos os seres humanos soubessem das conseqüências que a promiscuidade sexual acarreta às suas vidas espirituais, certamente que seriam mais comedidos. Desde a revolução sexual feminina, na década de 1960, muitas mulheres acreditam que ao conseguir a mesma liberdade sexual exercida pelos homens, está conquistando um direito. È puro engano. Esse raciocínio induz as mulheres a se nivelarem por baixo com os vícios e degradações da cultura machista. O sexo irresponsável acaba gerando sérios problemas físicos, emocionais e espirituais para aquele que o pratica, independente de ser homem ou mulher.
Mas, perguntarão: E as religiões nenhum entrave colocam a essa lamentável degradação? – Sim, algumas fazem o possível teoricamente condenando o divórcio e se batendo pela moralidade dos costumes. Porém, a questão não está em proibir os divórcios, mas em se evitar que eles se dêem, mudando os sentimentos das pessoas. Para essa delicada tarefa, as religiões dogmáticas e outras doutrinas de fundo materialista, não possuem meios eficientes, porque não encaram os problemas de forma objetiva e espiritual, não admitindo as leis da reencarnação e de causa e efeito, as únicas que explicam e podem formar nos adeptos, uma mentalidade compreensiva.
A religião tradicional condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. A Doutrina dos Espíritos reconsiderou a questão, num meio termo entre os exageros pagãos, cristãos e a castidade. É através do sexo que se processa a reencarnação do espírito e é feita a substituição dos seres humanos. Como, pois, considerá-lo impuro ou imoral? – A educação sexual deve ser encarada seriamente, apoiada na pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude acertada é a de não responder com mentiras douradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Por exemplo: Se a criança perguntar: “Como ela nasceu?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos e os cachorrinhos”, como também pode-se dizer: “Da barriguinha da mamãe”. Assim os pais vão vencer as dificuldades, sem lendas ou mentiras.
De todos os casos sexuais em que haja afinidade moral, aproximação de condições evolutivas ou então, compromissos anteriores à encarnação, ocorrem às uniões por afinidade espiritual. Nessas uniões, haverá ou não, conforme o caso, harmonia, entendimento e relativa felicidade que a existência neste planeta pode oferecer aos seus habitantes. Nestes casos, pode-se dizer que esta será uma união duradoura, pois tem suas raízes no encontro de espíritos afins e não pela carne. Se a finalidade da existência é apurar o sentimento a ponto do espírito se libertar do sexo e de todo o egoísmo, e exemplificar o “Amor ao próximo com a si mesmo”; se também é capaz de tornar o espírito submisso ao determinismo divino, por que então não se aproveitar dessa oportunidade, sejam quais forem às circunstâncias que tenham determinado a união, a fim de apressar a conquista das virtudes cristãs e a evolução espiritual?
Estamos vivendo atualmente, momentos sombrios em que as trevas dominam grande parte das pessoas, em que a abominação e a desolação, prevista por Jesus, campeiam no mundo... entretanto após essa tempestade de desamor e desagregação, dias virão em que o sopro da renovação, o esplendor da verdade, da justiça divina, da redenção pelo verdadeiro amor, brilhará novamente iluminando as mentes amarguradas dos seres humanos, consolando e enchendo de esperança os corações tristes e sofredores, dos que habitam este mundo, ainda de expiações e sofrimentos, que passará a ser uma morada de regeneração, paz e amor...
Virá para esta Terra, um tempo onde todos aqueles que seguiram os ensinamentos redentores de Jesus, e amarem seus irmãos verdadeiramente com sentimentos fraternais, serão mais felizes, porque nela estará implantado o Reino de Deus...
Que a Paz e o Amor do Mestre Amado Jesus, reine em nossos corações.
Bibliografia:
Livro “Vida e Sexo”
“O Espiritismo e a Próxima Renovação”
Jc.
Refeito em 07/09/2006.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
JESUS E OS EXCLUIDOS
JESUS E OS EXCLUIDOS
Atualmente fala-se muito dos excluídos da sociedade. Para entender essa situação, temos que voltar ao passado, e saber por que Jesus criou um sistema grupal para transmitir os seus ensinamentos.
Na época de Jesus, era comum na Palestina, a formação de grupos para defender uma causa ou o interesse comum dos seus componentes. Numa análise rápida dos principais grupos, evidencia-se para nós, o motivo pelo qual Jesus formou o seu próprio grupo de seguidores, que observavam as suas sentenças e buscavam o aprendizado e a vivência dos seus ensinamentos transferidos através das parábolas...
O primeiro grupo que avaliaremos será o dos Fariseus, cuja palavra originária do hebraico, significava separação, divisão. As características deste grupo eram: obediência cega à Lei Oral, a observância religiosa colocada acima do nacionalismo judaico, sendo servos das práticas exteriores do culto e das cerimônias; a pregação do proselitismo, mas não aceitavam inovações. Eles acreditavam na suprema sabedoria com que Deus conduz todas as coisas; acreditavam ainda na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos, isto é, no surgimento de uma nova e definitiva vida, distinta e oposta à existência terrena.
O segundo grupo social importante era o dos saduceus, composto pelos sacerdotes do Templo. Eles eram descendentes de Zadoque, o grande sumo-sacerdote dos tempos de Davi, e tinham por base a afirmativa de que toda Lei deveria ser escrita e imutável. Tinham eles seu próprio texto adicional chamado o “Livro dos Decretos”, que estipulava um sistema de punição: - quem seria apedrejado, queimado, decapitado ou crucificado. Devido à rígida observância da Lei Mosaica, seu conceito de Templo como única fonte e centro do governo judaico, os levava à própria condição hereditária de suas funções. A direção do Templo era exercida pelo sumo-sacerdote que desempenhava as funções de um regente secular, e por um comitê de anciãos que formavam o Sinédrio, que desincumbiam-se dos deveres religiosos e legais. Eles não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, nem nos bons e maus espíritos.
O terceiro grupo importante era o dos essênios, formado pelo agrupamento de várias seitas milenares da orla do deserto. Tinham avançados sistemas de canalização em seus edifícios, para suas purificações ritualísticas, bem como sala de reuniões. A preocupação com a literatura era demonstrada pela presença de bibliotecas, cujos rolos com as coleções eram colocados em jarros escondidos em cavernas próximas. Possuíam costumes brandos e virtudes austeras; ensinavam o amor a Deus, a imortalidade da alma e a ressurreição. Outras características dos essênios eram o celibato, a condenação da servidão e da guerra, o cultivo da agricultura e uma estrutura social, onde os bens eram comuns a todos.
O quarto grupo social era o dos Zelotes, cujo nome vem da história de Finéas, no Livro dos Números. Ele salvou Israel da peste e, assim, se dizia ter sido “zeloso com seu Deus”. Os sicários eram elementos terroristas dos zelotes. Eles levavam adagas
escondidas e costumavam assassinar judeus colaboradores dos romanos...
Jesus, então iniciou a sua missão, convidando inicialmente os pescadores, homens excluídos da sociedade judaica, devido à observância da Lei, que afirmava ser o trabalho com animais, impuro diante de Deus. Portanto, eles não poderiam ser admitidos nos grupos dos fariseus, dos saduceus, dos essênios ou dos zelotes. Depois, Jesus avistou um publicano, coletor de impostos. De todas as imposições do governo romano, era o imposto, o que os judeus mais detestavam, colocando-o como questão religiosa, em virtude de ser contrário à Lei. Assim, aqueles que não conseguiam outras oportunidades de trabalho e que possuíam conhecimentos matemáticos, se empregavam como cobradores de impostos. Mateus ou Levi, era íntegro em sua vivência e Jesus o convidou para fazer parte do seu grupo. Veio depois o convite a outros e também a Simão, o zelote, que passou a ser um ex-zelote, citado nos Evangelhos.
Jesus, portanto, formou um grupo de pessoas excluídas da sociedade para demonstrar-nos o seu amor pelos humildes... Hoje não temos pescadores, publicanos, ex-zelotes ou mulheres do povo excluídos da sociedade, mas temos e os encontramos como desempregados, moradores de rua, idosos desamparados, usuários de drogas, vendedoras de sexo e menores abandonados. Para ajudá-los, devemos deixar de lado um pouco do nosso comodismo, que nos aprisiona na ociosidade, e amparar de alguma forma esses excluídos, atendendo ao chamado de Jesus, quando disse: “Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e fostes me ver.” – Então os justos lhe responderão: “Senhor, quando foi que fizemos tudo isso que não lembramos?” – Ao que Jesus lhes responderá: “Em verdade vos digo: Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”.
Assim, diante dos excluídos, sejamos simples e humildes, compreendo-os na posição em que se encontram. Sem sermos coniventes com o erro, devemos ter piedade para com nosso semelhante que precisa de nossa ajuda. Não vamos interrogá-lo sobre a causa de sua queda. Tenhamos a palavra de conforto e de esperança e comecemos com o exercício do amor ao próximo, ajudando-os no que for possível fazer, e, confiado na Bondade, Justiça e Misericórdia de Deus.
Também nenhum grupo permitia o ingresso de mulheres em suas fileiras, em virtude de não serem elas consideradas como “gente” pela estrutura social vigente naquela época. Mas, todos os evangelistas citam as presenças femininas marcantes junto ao Mestre Amado: Maria de Nazaré, sua mãe,; Maria de Magdala ou Madalena a vendedora de ilusões; Joana de Cusa; Maria mão de Tiago; Marta e Maria, irmãs de Lázaro, e tantas outras anônimas, que O acompanhavam em suas peregrinações.
João o apóstolo amado, nos afirma o seguinte: “Se alguém disser; amo a Deus e odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê.” – Estendamos nossos braços acolhedores aos excluídos de hoje, para que amanhã, possamos também encontrar outros braços direcionados para nós, de acordo com a máxima que diz: “É dando que se recebe”. Diz César Reis que, se Jesus reencarnasse nos dias de hoje, encontraria a Terra profundamente necessitada de evangelização como outrora. Seu esforço de há dois mil anos produziu frutos magníficos, no entanto, se o ser humano avançou muito em tecnologia e em ciência, mas ainda precisa crescer moralmente.
Naquele tempo, Jesus mostrou a necessidade de se remodelar a sociedade humana, através da transformação individual. Ele iniciou sua vida pública, com o episódio das bodas de Caná, mostrando o significado da Sua presença transformadora. Muitos até hoje discutem o nascimento, o corpo, os milagres e a morte de Jesus. Mas, como Allan Kardec acentua, o que ninguém discute é a essência moral dos seus ensinamentos, que é o que realmente interessa. Assim acontece porque o ser humano perdeu o significado profundo das mensagens do Divino Mestre. Jesus hoje, reencontraria a Terra envolvida em injustiças sociais e egoísmo, apesar de ser muito grande o número dos que se dizem adeptos do Cristianismo, em suas variadas formas.
Bezerra de Menezes descreve, de maneira genial, o Cristianismo dos primórdios: “Na Casa do Caminho, se trabalhava durante todo o dia em favor dos necessitados. A Casa recebia os doentes, os miseráveis de toda ordem, os escravos e os necessitados. Os seguidores de Jesus tratavam das feridas, cuidavam dos famintos dando-lhes o alimento, assim como cuidavam das roupas. À noite, reuniam-se todos e os apóstolos contavam as passagens, os ensinamentos, as parábolas, os fatos da existência de Jesus. Era assim, com tocante pureza e simplicidade que aquelas pessoas davam o testamento da sua fidelidade ao Mestre Amado.” Depois, acrescenta Bezerra de Menezes, “os homens inverteram o processo. Construíram templos enormes e luxuosos, estabeleceram regras, dogmas, castas; colocaram-se como donos da lei, associaram-se aos políticos, influenciaram na economia e se tornaram detentores de grandes fortunas. O ensino de Jesus passou a se processar em templos fechados e muitas vezes, deturpado e sem exemplificação”.
A missão da Doutrina dos Espíritos é a volta à simplicidade, à exemplificação, ao testemunho, a fraternidade. Relembra a maneira antiga, mas sempre atual do Evangelho, porque não há outra fórmula que possa resolver os conflitos da existência atormentada das pessoas e as desigualdades sociais. Há necessidade da difusão dos Seus ensinamentos; a criação de núcleos evangélicos que assista e oriente a educação transformadora, que façam reviver os valores do amor, da caridade, que façam ressurgir a família como base da sociedade. Há necessidade de um grande esforço de regeneração, sobretudo para que cada pessoa busque a auto-educação.
Evangeliza-se a pessoa para evangelizar a família, para transformar a sociedade. É preciso formar a pessoa de bem, que somente será digna de tal nome quando praticar: A fraternidade – Jesus ensinou que somos todos filhos do mesmo Pai Celestial; portanto, somos todos irmãos; o respeito ao próximo – Jesus ensinou que aquilo que é nobre em nós é a presença divina, em todos, sem exceção; portanto somos todos igualmente importantes. Jesus ensinou ainda que a pessoa que busca a paz, sabe que a paz está dentro de si, que é o amor de Deus; a reforma íntima - Jesus ensinou que, para segui-lo, temos que nos esquecer de nós mesmos; vencer os velhos vícios, as emoções descontroladas; inevitavelmente temos que proceder à nossa reforma interior para que surja a pessoa nova; a caridade – Jesus ensinou que ela é o supremo instrumento de renovação: caridade só pode ser praticada por aqueles que têm amor; é a doação de sentimentos, é solidariedade, é pensamento de amor que se projeta no olhar, no sorriso, no gesto amigo de fraternidade; a busca da consciência – Jesus ensinou que a consciência é geradora de responsabilidade: somos espíritos imortais, em aprendizado, crescendo em cada existência; que hoje somos o resultado do que fomos ontem, e que a semeadura de hoje provocará a colheita obrigatória no amanhã, do que tivermos semeado.
Jesus, hoje, encontraria a Terra bem melhor do que há dois mil anos. Resolvemos de maneira brilhante os problemas da inteligência, mas ainda estamos muito longe de resolver os problemas da convivência fraterna. Jesus certamente está conosco, mas nós ainda não conseguimos estar plenamente com Ele. A principal causa disso é o egoísmo que se fundamenta sobre a importância da personalidade, do eu, desconhecendo os princípios da caridade. O egoísmo se caracteriza na pessoa, pela ausência do sentimento de fraternidade para com os semelhantes, excluídos ou não. A cobiça e a posse dos bens terrenos, leva o ser humano a se tornar insensível ao sofrimento alheio e ingrato até mesmo aos que lhe ajudaram a conseguir fortuna.
Há ricos e pobres porque Deus sendo justo, possibilita aos ricos a prova da fraternidade e da caridade, e aos pobres a prova da resignação e da humildade. È certo que algumas vezes nos perguntamos se Deus é justo em possibilitar a riqueza terrena a pessoas que fazem da fortuna, a exploração e a miséria dos seus semelhantes. O egoísta quer tudo só para si, e tudo faz para conseguir seus propósitos, nem que tenha de sacrificar a própria família, os amigos, empregados e outros que possa explorar. A verdade é que o ser humano vive em busca de uma forma de felicidade, correndo atrás de algo que nem sabe bem o que é, que termina gastando o seu tempo, sem se dar conta, porque a felicidade não é um objeto; encontra-se ela nas coisas simples da vida, como: o admirar o por do sol; a beleza da Natureza; o sorriso de uma criança; o abraço de um amigo; a manifestação de carinho de um familiar; o agradecimento de uma pessoa a quem beneficiamos, e muitas e muitas outras maneiras simples, que não damos o devido valor.
A nossa principal preocupação deve ser a de conseguir os bens imperecíveis da alma. Jesus nos ensinou: “Não andeis ansiosos pelo dia de amanhã. Buscai primeiramente o Reino de Deus, através do cumprimento das Suas Leis, da fé consistente, da oração, da caridade, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas.” Que Jesus nos inspire a fim de que a simplicidade, o amor e a caridade sejam os atributos de nossa existência, conforme nos ensina a Terceira Revelação, que é a Doutrina dos Espíritos,
base complementar dos ensinamentos do Mestre Amado Jesus...
Que a Paz do Senhor, nos estimule ao amparo de nossos irmãos necessitados, sofredores e excluídos.
Bibliografia:
Evangelho de Jesus
Livro “Boa Nova”
Jc.
Refeito em 14/12/2004
Atualmente fala-se muito dos excluídos da sociedade. Para entender essa situação, temos que voltar ao passado, e saber por que Jesus criou um sistema grupal para transmitir os seus ensinamentos.
Na época de Jesus, era comum na Palestina, a formação de grupos para defender uma causa ou o interesse comum dos seus componentes. Numa análise rápida dos principais grupos, evidencia-se para nós, o motivo pelo qual Jesus formou o seu próprio grupo de seguidores, que observavam as suas sentenças e buscavam o aprendizado e a vivência dos seus ensinamentos transferidos através das parábolas...
O primeiro grupo que avaliaremos será o dos Fariseus, cuja palavra originária do hebraico, significava separação, divisão. As características deste grupo eram: obediência cega à Lei Oral, a observância religiosa colocada acima do nacionalismo judaico, sendo servos das práticas exteriores do culto e das cerimônias; a pregação do proselitismo, mas não aceitavam inovações. Eles acreditavam na suprema sabedoria com que Deus conduz todas as coisas; acreditavam ainda na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos, isto é, no surgimento de uma nova e definitiva vida, distinta e oposta à existência terrena.
O segundo grupo social importante era o dos saduceus, composto pelos sacerdotes do Templo. Eles eram descendentes de Zadoque, o grande sumo-sacerdote dos tempos de Davi, e tinham por base a afirmativa de que toda Lei deveria ser escrita e imutável. Tinham eles seu próprio texto adicional chamado o “Livro dos Decretos”, que estipulava um sistema de punição: - quem seria apedrejado, queimado, decapitado ou crucificado. Devido à rígida observância da Lei Mosaica, seu conceito de Templo como única fonte e centro do governo judaico, os levava à própria condição hereditária de suas funções. A direção do Templo era exercida pelo sumo-sacerdote que desempenhava as funções de um regente secular, e por um comitê de anciãos que formavam o Sinédrio, que desincumbiam-se dos deveres religiosos e legais. Eles não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, nem nos bons e maus espíritos.
O terceiro grupo importante era o dos essênios, formado pelo agrupamento de várias seitas milenares da orla do deserto. Tinham avançados sistemas de canalização em seus edifícios, para suas purificações ritualísticas, bem como sala de reuniões. A preocupação com a literatura era demonstrada pela presença de bibliotecas, cujos rolos com as coleções eram colocados em jarros escondidos em cavernas próximas. Possuíam costumes brandos e virtudes austeras; ensinavam o amor a Deus, a imortalidade da alma e a ressurreição. Outras características dos essênios eram o celibato, a condenação da servidão e da guerra, o cultivo da agricultura e uma estrutura social, onde os bens eram comuns a todos.
O quarto grupo social era o dos Zelotes, cujo nome vem da história de Finéas, no Livro dos Números. Ele salvou Israel da peste e, assim, se dizia ter sido “zeloso com seu Deus”. Os sicários eram elementos terroristas dos zelotes. Eles levavam adagas
escondidas e costumavam assassinar judeus colaboradores dos romanos...
Jesus, então iniciou a sua missão, convidando inicialmente os pescadores, homens excluídos da sociedade judaica, devido à observância da Lei, que afirmava ser o trabalho com animais, impuro diante de Deus. Portanto, eles não poderiam ser admitidos nos grupos dos fariseus, dos saduceus, dos essênios ou dos zelotes. Depois, Jesus avistou um publicano, coletor de impostos. De todas as imposições do governo romano, era o imposto, o que os judeus mais detestavam, colocando-o como questão religiosa, em virtude de ser contrário à Lei. Assim, aqueles que não conseguiam outras oportunidades de trabalho e que possuíam conhecimentos matemáticos, se empregavam como cobradores de impostos. Mateus ou Levi, era íntegro em sua vivência e Jesus o convidou para fazer parte do seu grupo. Veio depois o convite a outros e também a Simão, o zelote, que passou a ser um ex-zelote, citado nos Evangelhos.
Jesus, portanto, formou um grupo de pessoas excluídas da sociedade para demonstrar-nos o seu amor pelos humildes... Hoje não temos pescadores, publicanos, ex-zelotes ou mulheres do povo excluídos da sociedade, mas temos e os encontramos como desempregados, moradores de rua, idosos desamparados, usuários de drogas, vendedoras de sexo e menores abandonados. Para ajudá-los, devemos deixar de lado um pouco do nosso comodismo, que nos aprisiona na ociosidade, e amparar de alguma forma esses excluídos, atendendo ao chamado de Jesus, quando disse: “Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e fostes me ver.” – Então os justos lhe responderão: “Senhor, quando foi que fizemos tudo isso que não lembramos?” – Ao que Jesus lhes responderá: “Em verdade vos digo: Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes”.
Assim, diante dos excluídos, sejamos simples e humildes, compreendo-os na posição em que se encontram. Sem sermos coniventes com o erro, devemos ter piedade para com nosso semelhante que precisa de nossa ajuda. Não vamos interrogá-lo sobre a causa de sua queda. Tenhamos a palavra de conforto e de esperança e comecemos com o exercício do amor ao próximo, ajudando-os no que for possível fazer, e, confiado na Bondade, Justiça e Misericórdia de Deus.
Também nenhum grupo permitia o ingresso de mulheres em suas fileiras, em virtude de não serem elas consideradas como “gente” pela estrutura social vigente naquela época. Mas, todos os evangelistas citam as presenças femininas marcantes junto ao Mestre Amado: Maria de Nazaré, sua mãe,; Maria de Magdala ou Madalena a vendedora de ilusões; Joana de Cusa; Maria mão de Tiago; Marta e Maria, irmãs de Lázaro, e tantas outras anônimas, que O acompanhavam em suas peregrinações.
João o apóstolo amado, nos afirma o seguinte: “Se alguém disser; amo a Deus e odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê.” – Estendamos nossos braços acolhedores aos excluídos de hoje, para que amanhã, possamos também encontrar outros braços direcionados para nós, de acordo com a máxima que diz: “É dando que se recebe”. Diz César Reis que, se Jesus reencarnasse nos dias de hoje, encontraria a Terra profundamente necessitada de evangelização como outrora. Seu esforço de há dois mil anos produziu frutos magníficos, no entanto, se o ser humano avançou muito em tecnologia e em ciência, mas ainda precisa crescer moralmente.
Naquele tempo, Jesus mostrou a necessidade de se remodelar a sociedade humana, através da transformação individual. Ele iniciou sua vida pública, com o episódio das bodas de Caná, mostrando o significado da Sua presença transformadora. Muitos até hoje discutem o nascimento, o corpo, os milagres e a morte de Jesus. Mas, como Allan Kardec acentua, o que ninguém discute é a essência moral dos seus ensinamentos, que é o que realmente interessa. Assim acontece porque o ser humano perdeu o significado profundo das mensagens do Divino Mestre. Jesus hoje, reencontraria a Terra envolvida em injustiças sociais e egoísmo, apesar de ser muito grande o número dos que se dizem adeptos do Cristianismo, em suas variadas formas.
Bezerra de Menezes descreve, de maneira genial, o Cristianismo dos primórdios: “Na Casa do Caminho, se trabalhava durante todo o dia em favor dos necessitados. A Casa recebia os doentes, os miseráveis de toda ordem, os escravos e os necessitados. Os seguidores de Jesus tratavam das feridas, cuidavam dos famintos dando-lhes o alimento, assim como cuidavam das roupas. À noite, reuniam-se todos e os apóstolos contavam as passagens, os ensinamentos, as parábolas, os fatos da existência de Jesus. Era assim, com tocante pureza e simplicidade que aquelas pessoas davam o testamento da sua fidelidade ao Mestre Amado.” Depois, acrescenta Bezerra de Menezes, “os homens inverteram o processo. Construíram templos enormes e luxuosos, estabeleceram regras, dogmas, castas; colocaram-se como donos da lei, associaram-se aos políticos, influenciaram na economia e se tornaram detentores de grandes fortunas. O ensino de Jesus passou a se processar em templos fechados e muitas vezes, deturpado e sem exemplificação”.
A missão da Doutrina dos Espíritos é a volta à simplicidade, à exemplificação, ao testemunho, a fraternidade. Relembra a maneira antiga, mas sempre atual do Evangelho, porque não há outra fórmula que possa resolver os conflitos da existência atormentada das pessoas e as desigualdades sociais. Há necessidade da difusão dos Seus ensinamentos; a criação de núcleos evangélicos que assista e oriente a educação transformadora, que façam reviver os valores do amor, da caridade, que façam ressurgir a família como base da sociedade. Há necessidade de um grande esforço de regeneração, sobretudo para que cada pessoa busque a auto-educação.
Evangeliza-se a pessoa para evangelizar a família, para transformar a sociedade. É preciso formar a pessoa de bem, que somente será digna de tal nome quando praticar: A fraternidade – Jesus ensinou que somos todos filhos do mesmo Pai Celestial; portanto, somos todos irmãos; o respeito ao próximo – Jesus ensinou que aquilo que é nobre em nós é a presença divina, em todos, sem exceção; portanto somos todos igualmente importantes. Jesus ensinou ainda que a pessoa que busca a paz, sabe que a paz está dentro de si, que é o amor de Deus; a reforma íntima - Jesus ensinou que, para segui-lo, temos que nos esquecer de nós mesmos; vencer os velhos vícios, as emoções descontroladas; inevitavelmente temos que proceder à nossa reforma interior para que surja a pessoa nova; a caridade – Jesus ensinou que ela é o supremo instrumento de renovação: caridade só pode ser praticada por aqueles que têm amor; é a doação de sentimentos, é solidariedade, é pensamento de amor que se projeta no olhar, no sorriso, no gesto amigo de fraternidade; a busca da consciência – Jesus ensinou que a consciência é geradora de responsabilidade: somos espíritos imortais, em aprendizado, crescendo em cada existência; que hoje somos o resultado do que fomos ontem, e que a semeadura de hoje provocará a colheita obrigatória no amanhã, do que tivermos semeado.
Jesus, hoje, encontraria a Terra bem melhor do que há dois mil anos. Resolvemos de maneira brilhante os problemas da inteligência, mas ainda estamos muito longe de resolver os problemas da convivência fraterna. Jesus certamente está conosco, mas nós ainda não conseguimos estar plenamente com Ele. A principal causa disso é o egoísmo que se fundamenta sobre a importância da personalidade, do eu, desconhecendo os princípios da caridade. O egoísmo se caracteriza na pessoa, pela ausência do sentimento de fraternidade para com os semelhantes, excluídos ou não. A cobiça e a posse dos bens terrenos, leva o ser humano a se tornar insensível ao sofrimento alheio e ingrato até mesmo aos que lhe ajudaram a conseguir fortuna.
Há ricos e pobres porque Deus sendo justo, possibilita aos ricos a prova da fraternidade e da caridade, e aos pobres a prova da resignação e da humildade. È certo que algumas vezes nos perguntamos se Deus é justo em possibilitar a riqueza terrena a pessoas que fazem da fortuna, a exploração e a miséria dos seus semelhantes. O egoísta quer tudo só para si, e tudo faz para conseguir seus propósitos, nem que tenha de sacrificar a própria família, os amigos, empregados e outros que possa explorar. A verdade é que o ser humano vive em busca de uma forma de felicidade, correndo atrás de algo que nem sabe bem o que é, que termina gastando o seu tempo, sem se dar conta, porque a felicidade não é um objeto; encontra-se ela nas coisas simples da vida, como: o admirar o por do sol; a beleza da Natureza; o sorriso de uma criança; o abraço de um amigo; a manifestação de carinho de um familiar; o agradecimento de uma pessoa a quem beneficiamos, e muitas e muitas outras maneiras simples, que não damos o devido valor.
A nossa principal preocupação deve ser a de conseguir os bens imperecíveis da alma. Jesus nos ensinou: “Não andeis ansiosos pelo dia de amanhã. Buscai primeiramente o Reino de Deus, através do cumprimento das Suas Leis, da fé consistente, da oração, da caridade, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas.” Que Jesus nos inspire a fim de que a simplicidade, o amor e a caridade sejam os atributos de nossa existência, conforme nos ensina a Terceira Revelação, que é a Doutrina dos Espíritos,
base complementar dos ensinamentos do Mestre Amado Jesus...
Que a Paz do Senhor, nos estimule ao amparo de nossos irmãos necessitados, sofredores e excluídos.
Bibliografia:
Evangelho de Jesus
Livro “Boa Nova”
Jc.
Refeito em 14/12/2004
A MEDIUNIDADE
A MEDIUNIDADE
O meio que nos põe em contato com os espíritos, é a mediunidade. A mediunidade é o veículo pelo qual entramos em relação com os espíritos, e todos nós a possuímos, embora em graus diferentes. Por ela, Deus que é Bondade Infinita, permite-nos que continuemos a sentir vivos e palpitantes de amor, aqueles que constituíram na Terra, nossas mais queridas afeições.
Para compreendermos onde reside a mediunidade, sabemos que somos compostos de três elementos: O espírito, o perispírito e o corpo físico. O espírito representa a nossa individualidade, o nosso “eu” imortal, sendo a parte de nós que pensa, sente e age. O perispírito é um véu fluídico que envolve o espírito e o liga ao corpo, durante o tempo da encarnação. É inseparável do espírito e é tanto mais luminoso, quanto maior for o adiantamento moral do espírito. É invisível para nós no estado normal; porém pode tornar-se visível, como no caso das materializações e das aparições. O corpo físico é o instrumento pelo qual o espírito atua no mundo terreno. Quando encarnados, estamos com a alma, o perispírito e o corpo; e quando estivermos desencarnados, possuiremos o espírito e o perispírito. Este é o receptor das sensações e o transmissor delas para o espírito, como sendo um intermediário. As sensações físicas são recebidas pelo corpo através do sistema nervoso de que é dotado. As sensações espirituais também são recebidas pelo perispírito que irradia através do nosso corpo e o contorna como uma névoa de luz.
À medida que o ser humano vai se moralizando suas faculdades psíquicas se dilatam e sua percepção espiritual aumenta. É a mediunidade para nos iluminar e aos que conosco caminham. Por isso Jesus disse: “Brilhe a vossa luz.” “À mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre a carne e prometida pelo Divino Mestre, aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra”, garante-nos o benfeitor Emmanuel.
O Cristo foi o grande médium de Deus entre os homens; quando aqui esteve, iluminou a face do planeta de uma luz intensa e definitiva que nunca mais se apagou. Sua aproximação dos seres humanos intensifica os registros mediúnicos de almas já dispostas ao bem. Maria de Nazaré, observa a figura de um anjo que lhe anuncia a maternidade próxima. Isabel, sua prima, abre os canais mediúnicos de intuição para o registro do fato de que também seria mãe. Registra ainda o Evangelho, a iluminação da mediunidade de José; espíritos angelicais lhe orientam, por sonhos, as decisões a serem tomadas com vistas à proteção do seu filho, das atrocidades de Herodes. Anjos manifestam sua alegria aos homens, entoando cânticos e louvores pela chegada ao mundo da Luz de Deus.
E Jesus aparece e anuncia: “Eu sou a luz do mundo”. Luz que não se negou a iluminar nem mesmo as mais sórdidas e escuras cavernas de nossas almas adoecidas nos próprios desmandos e loucuras. Conviveu Ele com as trevas; curou homens que adoeceram no convívio longo com mentes impregnadas de mágoas e ódios. Quando nós nos desequilibramos, entregamos nossa mente a muitas outras mentes, como aquele geraseno obsediado que andava por entre sepulcros e por montes, ferindo-se e que foi curado pelo Mestre.
Respondendo à pergunta 567 do “Livro dos Espíritos”, os instrutores espirituais dizem a Kardec que, “os espíritos vulgares costumam de imiscuir em nossos deveres e ocupações. Eles nos rodeiam constantemente e com freqüência tomam parte ativa no que fazeis, de conformidade com suas naturezas”. Se eles estiveram até no caminho de Jesus, na terra, e receberam d’Ele expressões de amor, imaginem como não estão tentando impedir nossos passos no caminho da luz. O Evangelho nos trás à observação a figura de um grande médium. Pedro, pescador, era pobre a quem Jesus conclama para a tarefa de “pescador de almas”. Essa é a função do médium no uso do magnetismo e da mediunidade que lhe é inerente; pescador de almas para as tarefas de amor a que o Evangelho nos convida; para levar as criaturas a se achegaram a Jesus, e não a eles os médiuns.
Antes do Cristo, a mediunidade servia à curiosidade e à inércia mental, atuando apenas em atos de vingança e ódio, como instrumento de poder e de pavor, como nos confirmam os relatos bíblicos. Foi Jesus quem deu a dimensão luminosa aos fatos mediúnicos, desde sua chegada a Terra, até sua partida desta. Jesus nos alerta, porém: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espírito é firme, mas a carne é fraca”. João também nos adverte quanto ao zelo no trato com a mediunidade dizendo:”Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus”. Esse zelo, também encontramos na Codificação Espírita, com a afirmativa do codificador de que, “é preferível rejeitar noventa e nove verdades, a aceitar uma mentira”.
Nos relatos dos apóstolos, poderemos nos contagiar com seus exemplos de amor e humildade, virtudes necessárias à tarefa mediúnica que é um dom divino e com ela devemos suavizar os sofrimentos alheios, cooperando com os espíritos curadores, concorrendo para o alívio dos que sofrem. Entretanto, nunca esqueçamos de dar de graça, o que Deus de graça nos concedeu. Nem troquemos por algumas moedas, o que a bondade de Deus quer distribuir aos seus filhos necessitados.
Todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos espíritos, é por esse fato um médium. Essa faculdade é inerente ao ser humano; não constituindo privilégio exclusivo e raras são as pessoas que não possuem alguns rudimentos, ou que não tiveram na infância alguma experiência mediúnica, visto que o espírito da criança até os seis anos de idade, está mais ligado ainda ao mundo espiritual.
O termo médium é aplicado pelos espíritos ao indivíduo cuja faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos de certa intensidade, o que depende de uma situação mais ou menos sensitiva. A percepção das influências espirituais se dá pelo fenômeno mental da sintonia, gerando pensamentos plasmados que, ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de idéias do mesmo teor vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica. Noutras palavras, atraímos os espíritos que se ligam com nossos pensamentos, palavras e atos, tanto quanto somos por eles atraídos pela sintonia.
Como na mente acha-se a base de todas as manifestações mediúnicas, é imprescindível que seja ela enriquecida de tesouros culturais, morais e de amor. Com o advento do Cristianismo, a mediunidade atingiu a sublimação com as manifestações provocadas por Jesus, como no Monte Tabor, ao invocar os espíritos de Moisés e Elias que aparecerem ao seu lado, para os apóstolos; também quando apareceu no seu corpo perispiritual aos apóstolos que estavam trancados, receosos de serem trucidados pelos fariseus; e ainda, quando se juntou aos discípulos a caminho de Emaús, e após se dar a conhecer, desapareceu. Na Idade Média prosseguiu nos feitos de Francisco de Assis, nas visões de Lutero.
A mediunidade existe desde as épocas mais remotas, mas foi somente na Doutrina dos Espíritos que encontrou um sentido mais elevado e disciplinado. Nos tempos modernos, nas prodigiosas manifestações através de Francisco Candido Xavier e Divaldo Pereira Franco, sem desmerecer as centenas de outros médiuns espalhados pelo mundo. O médium consciente do seu papel e responsabilidade precisa buscar disciplina e iluminação íntima, para tornar-se um instrumento de progresso, com vistas à felicidade coletiva e própria. Geralmente os médiuns têm uma aptidão especial para determinados fenômenos, do que resulta uma variedade muito grande de manifestações.
As principais variedades de médiuns são: médiuns de efeitos físicos; médiuns sensitivos; médiuns audientes; médiuns curadores; médiuns escreventes; médiuns psicógrafos, etc. Os médiuns de efeitos físicos, são aptos a produzir fenômenos materiais, como a movimentação de corpos inertes, ruídos, pancadas, vozes diretas, materializações, transporte, etc.. A mediunidade de efeitos físicos foi muito comum no surgimento da Doutrina dos Espíritos, com o objetivo de chamar a atenção dos encarnados para as coisas do além, espirituais. Médiuns sensitivos, são as pessoas que sentem a presença do espírito. Esta faculdade pode adquirir tal sutileza que aquele que a possui, reconhece não só a natureza, boa ou má do espírito que está lhe influenciando, mas até sua individualidade. Médiuns falantes ou audientes, são os que transmitem a mensagem do espírito através da fala. Médiuns curadores, são os que realizam as curas através do pensamento ou das mãos impostas sobre o doente. Médiuns psicógrafos, são os que recebem as mensagens espirituais, utilizando o lápis ou caneta e papel.
Falando sobre a faculdade mediúnica, Kardec diz que, de todos os meios de comunicação, a escrita é o meio melhor, mais simples, mais cômodo e o mais completo. Ela permite que se estabeleçam com os espíritos, relações continuadas e regulares, como as que existem entre nós, e é por meio da escrita que os espíritos revelam melhor sua natureza e o grau de aperfeiçoamento ou de sua inferioridade.
Chegada à hora em que devemos iniciar nosso trabalho mediúnico, de nosso corpo começa a desprender-se uma irradiação fluídica que possui certo brilho, de maneira que ficamos envolvidos por uma espécie de luz espiritual. Os espíritos sofredores, buscando alívio, são atraídos por essa luz. Uma vez agarrados a nós, não nos largam até que lhes seja indicado um modo de alcançarem um pouco de melhora para seus sofrimentos. Os sinais mais comuns do aparecimento da mediunidade são os seguintes: Sensação de peso na cabeça e nos ombros; arrepios, como se estivesse passando por nós alguma coisa muito fria; calor, como se estivéssemos encostados a qualquer coisa quente; profunda tristeza ou excessiva alegria sem sabermos por que. Estes sinais dia a dia se acentuam, à medida que as relações fluídicas entre a pessoa e os espíritos sofredores se fortificam; a saúde se altera devido à enorme carga de fluidos impuros que o nosso corpo armazena. O remédio capaz de produzir um resultado satisfatório é o desenvolvimento da mediunidade. Se tivermos o hábito de viver uma moral elevada, seremos auxiliados por espíritos bondosos que abrandarão as perturbações dos espíritos sofredores. Porém, somente isso não basta. Se não tratarmos de nos desfazer dos vícios e melhorar o nosso desenvolvimento moral, a nossa faculdade mediúnica se transformará em tormento e as influências negativas nos levarão a um sofrimento permanente.
Desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. E para isso devemos procurar um Centro Espírita e, sob a orientação do diretor dos trabalhos, iniciarmos o desenvolvimento da mediunidade. É conveniente só fazer esse trabalho mediúnico no Centro, nunca em casa. Para que o médium seja bem sucedido deve cultivar as seguintes virtudes: A perseverança, a paciência, a boa-vontade, a humildade e a sinceridade. A mediunidade não se desenvolve de um dia para o outro; leva-se meses e às vezes até anos, e para isso é preciso ter paciência. Um bom desenvolvimento exige que sejamos persistentes e perseverantes. Ter boa-vontade é comparecer sempre e com satisfação às sessões. A humildade é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus, e que sem Ele, nada podemos fazer.
O médium sincero é aquele que transmite fielmente o que os espíritos ditam, mesmo que a comunicação seja contrária ao seu modo de pensar ou mesmo uma reprimenda ao médium. Se o médium faltar com a sinceridade no desempenho da função mediúnica, cedo ou tarde sofrerá as conseqüências de seus atos. Conquanto a mediunidade curadora seja um dom que se traz ao nascer, todos podemos ser médiuns curadores, porque todos nós possuímos a força magnética, mesmo que não seja em alto grau dos médiuns curadores.
O conhecimento da lei de afinidade moral faz com que tenhamos a proteção dos bons espíritos e evitemos a influência dos espíritos ignorantes. Afinidade quer dizer semelhança. Pessoas e espíritos de moral igual se atraem e de moral contrária se repelem. Esta lei rege nossas relações tanto com os encarnados como com os desencarnados. Assim sendo, a afinidade moral agrupa os bons espíritos e repelem os maus; os maus por seu lado se reúnem e evitam os bons. Um espírito bondoso não procura um médium orgulhoso, assim como se afasta de um médium que tenha vícios.
A seriedade é a virtude que o médium possui de só utilizar sua mediunidade para fins benéficos. A modéstia faz o médium reconhecer que ele é um simples instrumento da vontade do Senhor. O devotamento leva o médium a se dedicar a fazer o bem a seus irmãos sofredores. A abnegação faz o médium ir até o sacrifício, renunciando a seus prazeres, a seus hábitos, para prestar socorro mediúnico a quem esteja precisando e lhe solicite. O desinteresse é a razão que faz o médium “dar de graça o que de graça recebeu”.
Algumas causas levam os médiuns ao fracasso. Eis algumas: Leviandade, indiferença, presunção, orgulho, egoísmo, inveja, elogios e exploração. Por isso é preciso a máxima vigilância, para não deixar que elas produzam seus efeitos maléficos. Em alguns casos, o médium é obrigado a suspender temporariamente o exercício da mediunidade. Nesses casos deve pedir a Deus que o desobrigue dela, enquanto durar o impedimento. Alguns exemplos: Por motivo de viagens; por motivo de serviço ou de estudos. Também durante a gestação, é aconselhável se abster de praticar a mediunidade, porém deve freqüentar o Centro, assim como as mães com bebês para cuidar. Embora com a mediunidade suspensa, deverá o médium diariamente dedicar alguns minutos à prece, pedindo pelos que sofrem. Pode acontecer ainda que o médium tenha sua mediunidade suspensa por ordem superior; os guias espirituais resolvem cancelar-lhe a mediunidade, provisoriamente, por duas razões: 1ª- os guias espirituais suspendem a mediunidade para que o médium passe por um período de repouso, para que sua organização físico-espiritual se reajuste e se fortaleça, preparando-o assim, para novos trabalhos futuros; 2ª- quando o médium se desvia do reto caminho, entregando-se a atos contrários à mora elevada, sua mediunidade é cancelada, por piedade, para que não lhe aconteça males maiores. Corrigido o erro que motivou a suspensão, novamente o médium passa a merecer a assistência dos seus guias espirituais.
As mensagens que através da mediunidade são enviadas pelos Espíritos Protetores, são alerta para os médiuns, quanto às atitudes corretas que devem adotar diante do convívio na sociedade. Como se trata de um dom gratuitamente cedido por Deus, a prática da mediunidade deve ser exercida sem a cobrança de quaisquer favores ou vantagens materiais. Os benefícios devem atingir sem exceções, a pessoas de qualquer condição social. Deus quer que o benefício chegue a todos, não quer que o mais pobre fique privado dele e possa dizer: “Não tenho fé, porque não obtive o consolo; porque sou pobre e não posso pagar.”
Finalizando, sabemos que a mediunidade é um dom que Deus dá às pessoas, não como um privilégio, mas como missão e como meio dos médiuns liquidarem seus pesados débitos contraídos em outras existências, exceto os que aqui chegam como missionários. Não deve o médium achar que é superior aos seus irmãos. Jesus disse: “Aquele que quiser ser o maior, que se torne o mais humilde servidor de seus irmãos”.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.
Bibliografia:
“Mediunidade sem Lágrimas”
O Evangelho de Jesus
“O Livro dos Espíritos”
Jc.
S.Luis, refeito em 18/8/2002.
O meio que nos põe em contato com os espíritos, é a mediunidade. A mediunidade é o veículo pelo qual entramos em relação com os espíritos, e todos nós a possuímos, embora em graus diferentes. Por ela, Deus que é Bondade Infinita, permite-nos que continuemos a sentir vivos e palpitantes de amor, aqueles que constituíram na Terra, nossas mais queridas afeições.
Para compreendermos onde reside a mediunidade, sabemos que somos compostos de três elementos: O espírito, o perispírito e o corpo físico. O espírito representa a nossa individualidade, o nosso “eu” imortal, sendo a parte de nós que pensa, sente e age. O perispírito é um véu fluídico que envolve o espírito e o liga ao corpo, durante o tempo da encarnação. É inseparável do espírito e é tanto mais luminoso, quanto maior for o adiantamento moral do espírito. É invisível para nós no estado normal; porém pode tornar-se visível, como no caso das materializações e das aparições. O corpo físico é o instrumento pelo qual o espírito atua no mundo terreno. Quando encarnados, estamos com a alma, o perispírito e o corpo; e quando estivermos desencarnados, possuiremos o espírito e o perispírito. Este é o receptor das sensações e o transmissor delas para o espírito, como sendo um intermediário. As sensações físicas são recebidas pelo corpo através do sistema nervoso de que é dotado. As sensações espirituais também são recebidas pelo perispírito que irradia através do nosso corpo e o contorna como uma névoa de luz.
À medida que o ser humano vai se moralizando suas faculdades psíquicas se dilatam e sua percepção espiritual aumenta. É a mediunidade para nos iluminar e aos que conosco caminham. Por isso Jesus disse: “Brilhe a vossa luz.” “À mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre a carne e prometida pelo Divino Mestre, aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra”, garante-nos o benfeitor Emmanuel.
O Cristo foi o grande médium de Deus entre os homens; quando aqui esteve, iluminou a face do planeta de uma luz intensa e definitiva que nunca mais se apagou. Sua aproximação dos seres humanos intensifica os registros mediúnicos de almas já dispostas ao bem. Maria de Nazaré, observa a figura de um anjo que lhe anuncia a maternidade próxima. Isabel, sua prima, abre os canais mediúnicos de intuição para o registro do fato de que também seria mãe. Registra ainda o Evangelho, a iluminação da mediunidade de José; espíritos angelicais lhe orientam, por sonhos, as decisões a serem tomadas com vistas à proteção do seu filho, das atrocidades de Herodes. Anjos manifestam sua alegria aos homens, entoando cânticos e louvores pela chegada ao mundo da Luz de Deus.
E Jesus aparece e anuncia: “Eu sou a luz do mundo”. Luz que não se negou a iluminar nem mesmo as mais sórdidas e escuras cavernas de nossas almas adoecidas nos próprios desmandos e loucuras. Conviveu Ele com as trevas; curou homens que adoeceram no convívio longo com mentes impregnadas de mágoas e ódios. Quando nós nos desequilibramos, entregamos nossa mente a muitas outras mentes, como aquele geraseno obsediado que andava por entre sepulcros e por montes, ferindo-se e que foi curado pelo Mestre.
Respondendo à pergunta 567 do “Livro dos Espíritos”, os instrutores espirituais dizem a Kardec que, “os espíritos vulgares costumam de imiscuir em nossos deveres e ocupações. Eles nos rodeiam constantemente e com freqüência tomam parte ativa no que fazeis, de conformidade com suas naturezas”. Se eles estiveram até no caminho de Jesus, na terra, e receberam d’Ele expressões de amor, imaginem como não estão tentando impedir nossos passos no caminho da luz. O Evangelho nos trás à observação a figura de um grande médium. Pedro, pescador, era pobre a quem Jesus conclama para a tarefa de “pescador de almas”. Essa é a função do médium no uso do magnetismo e da mediunidade que lhe é inerente; pescador de almas para as tarefas de amor a que o Evangelho nos convida; para levar as criaturas a se achegaram a Jesus, e não a eles os médiuns.
Antes do Cristo, a mediunidade servia à curiosidade e à inércia mental, atuando apenas em atos de vingança e ódio, como instrumento de poder e de pavor, como nos confirmam os relatos bíblicos. Foi Jesus quem deu a dimensão luminosa aos fatos mediúnicos, desde sua chegada a Terra, até sua partida desta. Jesus nos alerta, porém: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação; o espírito é firme, mas a carne é fraca”. João também nos adverte quanto ao zelo no trato com a mediunidade dizendo:”Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus”. Esse zelo, também encontramos na Codificação Espírita, com a afirmativa do codificador de que, “é preferível rejeitar noventa e nove verdades, a aceitar uma mentira”.
Nos relatos dos apóstolos, poderemos nos contagiar com seus exemplos de amor e humildade, virtudes necessárias à tarefa mediúnica que é um dom divino e com ela devemos suavizar os sofrimentos alheios, cooperando com os espíritos curadores, concorrendo para o alívio dos que sofrem. Entretanto, nunca esqueçamos de dar de graça, o que Deus de graça nos concedeu. Nem troquemos por algumas moedas, o que a bondade de Deus quer distribuir aos seus filhos necessitados.
Todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos espíritos, é por esse fato um médium. Essa faculdade é inerente ao ser humano; não constituindo privilégio exclusivo e raras são as pessoas que não possuem alguns rudimentos, ou que não tiveram na infância alguma experiência mediúnica, visto que o espírito da criança até os seis anos de idade, está mais ligado ainda ao mundo espiritual.
O termo médium é aplicado pelos espíritos ao indivíduo cuja faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos de certa intensidade, o que depende de uma situação mais ou menos sensitiva. A percepção das influências espirituais se dá pelo fenômeno mental da sintonia, gerando pensamentos plasmados que, ao se exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de idéias do mesmo teor vibratório, estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica. Noutras palavras, atraímos os espíritos que se ligam com nossos pensamentos, palavras e atos, tanto quanto somos por eles atraídos pela sintonia.
Como na mente acha-se a base de todas as manifestações mediúnicas, é imprescindível que seja ela enriquecida de tesouros culturais, morais e de amor. Com o advento do Cristianismo, a mediunidade atingiu a sublimação com as manifestações provocadas por Jesus, como no Monte Tabor, ao invocar os espíritos de Moisés e Elias que aparecerem ao seu lado, para os apóstolos; também quando apareceu no seu corpo perispiritual aos apóstolos que estavam trancados, receosos de serem trucidados pelos fariseus; e ainda, quando se juntou aos discípulos a caminho de Emaús, e após se dar a conhecer, desapareceu. Na Idade Média prosseguiu nos feitos de Francisco de Assis, nas visões de Lutero.
A mediunidade existe desde as épocas mais remotas, mas foi somente na Doutrina dos Espíritos que encontrou um sentido mais elevado e disciplinado. Nos tempos modernos, nas prodigiosas manifestações através de Francisco Candido Xavier e Divaldo Pereira Franco, sem desmerecer as centenas de outros médiuns espalhados pelo mundo. O médium consciente do seu papel e responsabilidade precisa buscar disciplina e iluminação íntima, para tornar-se um instrumento de progresso, com vistas à felicidade coletiva e própria. Geralmente os médiuns têm uma aptidão especial para determinados fenômenos, do que resulta uma variedade muito grande de manifestações.
As principais variedades de médiuns são: médiuns de efeitos físicos; médiuns sensitivos; médiuns audientes; médiuns curadores; médiuns escreventes; médiuns psicógrafos, etc. Os médiuns de efeitos físicos, são aptos a produzir fenômenos materiais, como a movimentação de corpos inertes, ruídos, pancadas, vozes diretas, materializações, transporte, etc.. A mediunidade de efeitos físicos foi muito comum no surgimento da Doutrina dos Espíritos, com o objetivo de chamar a atenção dos encarnados para as coisas do além, espirituais. Médiuns sensitivos, são as pessoas que sentem a presença do espírito. Esta faculdade pode adquirir tal sutileza que aquele que a possui, reconhece não só a natureza, boa ou má do espírito que está lhe influenciando, mas até sua individualidade. Médiuns falantes ou audientes, são os que transmitem a mensagem do espírito através da fala. Médiuns curadores, são os que realizam as curas através do pensamento ou das mãos impostas sobre o doente. Médiuns psicógrafos, são os que recebem as mensagens espirituais, utilizando o lápis ou caneta e papel.
Falando sobre a faculdade mediúnica, Kardec diz que, de todos os meios de comunicação, a escrita é o meio melhor, mais simples, mais cômodo e o mais completo. Ela permite que se estabeleçam com os espíritos, relações continuadas e regulares, como as que existem entre nós, e é por meio da escrita que os espíritos revelam melhor sua natureza e o grau de aperfeiçoamento ou de sua inferioridade.
Chegada à hora em que devemos iniciar nosso trabalho mediúnico, de nosso corpo começa a desprender-se uma irradiação fluídica que possui certo brilho, de maneira que ficamos envolvidos por uma espécie de luz espiritual. Os espíritos sofredores, buscando alívio, são atraídos por essa luz. Uma vez agarrados a nós, não nos largam até que lhes seja indicado um modo de alcançarem um pouco de melhora para seus sofrimentos. Os sinais mais comuns do aparecimento da mediunidade são os seguintes: Sensação de peso na cabeça e nos ombros; arrepios, como se estivesse passando por nós alguma coisa muito fria; calor, como se estivéssemos encostados a qualquer coisa quente; profunda tristeza ou excessiva alegria sem sabermos por que. Estes sinais dia a dia se acentuam, à medida que as relações fluídicas entre a pessoa e os espíritos sofredores se fortificam; a saúde se altera devido à enorme carga de fluidos impuros que o nosso corpo armazena. O remédio capaz de produzir um resultado satisfatório é o desenvolvimento da mediunidade. Se tivermos o hábito de viver uma moral elevada, seremos auxiliados por espíritos bondosos que abrandarão as perturbações dos espíritos sofredores. Porém, somente isso não basta. Se não tratarmos de nos desfazer dos vícios e melhorar o nosso desenvolvimento moral, a nossa faculdade mediúnica se transformará em tormento e as influências negativas nos levarão a um sofrimento permanente.
Desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. E para isso devemos procurar um Centro Espírita e, sob a orientação do diretor dos trabalhos, iniciarmos o desenvolvimento da mediunidade. É conveniente só fazer esse trabalho mediúnico no Centro, nunca em casa. Para que o médium seja bem sucedido deve cultivar as seguintes virtudes: A perseverança, a paciência, a boa-vontade, a humildade e a sinceridade. A mediunidade não se desenvolve de um dia para o outro; leva-se meses e às vezes até anos, e para isso é preciso ter paciência. Um bom desenvolvimento exige que sejamos persistentes e perseverantes. Ter boa-vontade é comparecer sempre e com satisfação às sessões. A humildade é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus, e que sem Ele, nada podemos fazer.
O médium sincero é aquele que transmite fielmente o que os espíritos ditam, mesmo que a comunicação seja contrária ao seu modo de pensar ou mesmo uma reprimenda ao médium. Se o médium faltar com a sinceridade no desempenho da função mediúnica, cedo ou tarde sofrerá as conseqüências de seus atos. Conquanto a mediunidade curadora seja um dom que se traz ao nascer, todos podemos ser médiuns curadores, porque todos nós possuímos a força magnética, mesmo que não seja em alto grau dos médiuns curadores.
O conhecimento da lei de afinidade moral faz com que tenhamos a proteção dos bons espíritos e evitemos a influência dos espíritos ignorantes. Afinidade quer dizer semelhança. Pessoas e espíritos de moral igual se atraem e de moral contrária se repelem. Esta lei rege nossas relações tanto com os encarnados como com os desencarnados. Assim sendo, a afinidade moral agrupa os bons espíritos e repelem os maus; os maus por seu lado se reúnem e evitam os bons. Um espírito bondoso não procura um médium orgulhoso, assim como se afasta de um médium que tenha vícios.
A seriedade é a virtude que o médium possui de só utilizar sua mediunidade para fins benéficos. A modéstia faz o médium reconhecer que ele é um simples instrumento da vontade do Senhor. O devotamento leva o médium a se dedicar a fazer o bem a seus irmãos sofredores. A abnegação faz o médium ir até o sacrifício, renunciando a seus prazeres, a seus hábitos, para prestar socorro mediúnico a quem esteja precisando e lhe solicite. O desinteresse é a razão que faz o médium “dar de graça o que de graça recebeu”.
Algumas causas levam os médiuns ao fracasso. Eis algumas: Leviandade, indiferença, presunção, orgulho, egoísmo, inveja, elogios e exploração. Por isso é preciso a máxima vigilância, para não deixar que elas produzam seus efeitos maléficos. Em alguns casos, o médium é obrigado a suspender temporariamente o exercício da mediunidade. Nesses casos deve pedir a Deus que o desobrigue dela, enquanto durar o impedimento. Alguns exemplos: Por motivo de viagens; por motivo de serviço ou de estudos. Também durante a gestação, é aconselhável se abster de praticar a mediunidade, porém deve freqüentar o Centro, assim como as mães com bebês para cuidar. Embora com a mediunidade suspensa, deverá o médium diariamente dedicar alguns minutos à prece, pedindo pelos que sofrem. Pode acontecer ainda que o médium tenha sua mediunidade suspensa por ordem superior; os guias espirituais resolvem cancelar-lhe a mediunidade, provisoriamente, por duas razões: 1ª- os guias espirituais suspendem a mediunidade para que o médium passe por um período de repouso, para que sua organização físico-espiritual se reajuste e se fortaleça, preparando-o assim, para novos trabalhos futuros; 2ª- quando o médium se desvia do reto caminho, entregando-se a atos contrários à mora elevada, sua mediunidade é cancelada, por piedade, para que não lhe aconteça males maiores. Corrigido o erro que motivou a suspensão, novamente o médium passa a merecer a assistência dos seus guias espirituais.
As mensagens que através da mediunidade são enviadas pelos Espíritos Protetores, são alerta para os médiuns, quanto às atitudes corretas que devem adotar diante do convívio na sociedade. Como se trata de um dom gratuitamente cedido por Deus, a prática da mediunidade deve ser exercida sem a cobrança de quaisquer favores ou vantagens materiais. Os benefícios devem atingir sem exceções, a pessoas de qualquer condição social. Deus quer que o benefício chegue a todos, não quer que o mais pobre fique privado dele e possa dizer: “Não tenho fé, porque não obtive o consolo; porque sou pobre e não posso pagar.”
Finalizando, sabemos que a mediunidade é um dom que Deus dá às pessoas, não como um privilégio, mas como missão e como meio dos médiuns liquidarem seus pesados débitos contraídos em outras existências, exceto os que aqui chegam como missionários. Não deve o médium achar que é superior aos seus irmãos. Jesus disse: “Aquele que quiser ser o maior, que se torne o mais humilde servidor de seus irmãos”.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.
Bibliografia:
“Mediunidade sem Lágrimas”
O Evangelho de Jesus
“O Livro dos Espíritos”
Jc.
S.Luis, refeito em 18/8/2002.
ENCARNAÇÃO E REENCARNAÇÃO
ENCARNAÇÃO E REENCARNAÇÃO
Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores, qual o objetivo da encarnação dos espíritos, ou seja, o espírito assumir um corpo físico. Resposta dos Mentores Espirituais: “Deus lhes impõe a encarnação com a finalidade de fazê-los chegar à perfeição relativa. Para alguns, a encarnação é uma expiação, para outros, uma missão. Entretanto, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisso é que está a expiação. A encarnação tem também outro objetivo que é o de colocar o espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação.
Entretanto, para continuarmos a falar sobre encarnação, primeiro temos que conhecer o ser humano. Ele é formado de três partes essenciais:
1º- A alma, que é o espírito quando encarnado;
2º- O perispírito, princípio intermediário que serve de envoltório ao espírito e que une
a alma ao corpo;
3º- O corpo, ou o ser material.
Os espíritos e as almas, são a mesma coisa: sendo que se chama alma, quando o espírito está usando um corpo físico, e designamos espírito, quando este se encontra livre da matéria. O ser humano tem assim, duas naturezas; pelo corpo, participa da natureza dos animais, dos quais tem o instinto; pela alma, participa da natureza dos espíritos, dos quais tem os sentimentos. O que é o corpo físico ou a matéria? - É o veículo que retêm o espírito; é o instrumento de que se serve ele, e ao mesmo tempo, sobre o qual exerce sua ação. Os seres materiais, constituem o mundo visível, ou corporal. O que é o espírito? – É o ser inteligente do universo, incorpóreo, criado por Deus. Os espíritos povoam os espaços infinitos; os espíritos são uma das forças, instrumentos e mensageiros de que Deus se serve para a manutenção da harmonia universal. O mundo espiritual é o normal, preexistente e sobrevive a tudo, é eterno; enquanto que o mundo corporal não é senão secundário; poderia deixar de existir, sem alterar a essência do mundo espiritual. Deus criou os espíritos e deu a cada um deles, determinada missão, com o fim de fazê-los alcançar progressivamente a perfeição relativa.
Os humanos podem entrar em comunicação com os espíritos, mas não tê-los constantemente às suas ordens. e a comunicação é feita de lá para cá. Feitos estes esclarecimentos, voltemos ao assunto da encarnação.
Como o espírito foi criado simples e sem conhecimentos, não pode ele alcançar a perfeição relativa, apenas em uma existência. É necessário várias existências para que o espírito vá adquirindo valores e seja elevado a planos superiores. A cada nova existência, o espírito vai aumentado os seus conhecimentos e dando um passo na senda do progresso. Quando ele, finalmente, estiver livre de impurezas e alcançar um estágio evolutivo significativo, não terá mais necessidade de existir materialmente, a não ser como missionário em benefício da Humanidade.
O número de encarnações não é o mesmo para todos os espíritos; ele é determinado pelo progresso de cada um. Quando encarnado, a alma dispõe do livre-arbítrio para determinar seus atos. Podem ser eles, bons, levando-o a prosseguir mais rapidamente na evolução, ou serem maus seus atos, retardando a sua jornada e obrigando-a a muito mais reencarnações, que lhes causarão maiores expiações e sofrimentos. Dizem os Espíritos Superiores que, se não formos pelo amor, seremos forçados a prosseguir na escalada da evolução, pela dor.
O espírito ao reencarnar, escolhe o corpo, as condições deste, se sadio ou com deficiência, as condições e situações que vai passar na existência, o seio da família onde nasce, se rica ou pobre, culta ou inculta, honesta ou desonesta; tudo para lhe proporcionar as oportunidades de resgate de faltas passadas, e também o cumprimento da missão escolhida. Entretanto, algumas situações e sofrimentos que passamos na existência resultam de atos praticados pelo exercício do nosso livre-arbítrio, na própria existência. Porém, aquelas situações que passamos sem a interferência da nossa vontade, estas foram escolhidas por nós na espiritualidade, portanto, sendo do Determinismo Divino. E se não aceitarmos essas situações com resignação e confiança em Deus, de nada servirá para nós, o nosso sofrimento, visto que, voltaremos quantas vezes mais forem necessárias, até que tenhamos resgatados os nossos compromissos.
Há pessoas que entendem que a reencarnação pressupõe a destruição dos laços de família, visto que, vivendo inúmeras vezes na Terra, nossos pais, nossos filhos e a esposa de hoje, estarão amanhã substituídos por outras pessoas, ocorrendo o mesmo com relação à parentela. A Doutrina dos Espíritos, porém, afirma que os laços de família não são rompidos, mas sim, fortalecidos pela reencarnação, como veremos a seguir.
Existem quatro alternativas para a pessoa no seu futuro além morte: 1º- O nada absoluto, conforme ensinado pelo materialismo que diz que tudo se finda com a morte; 2º- A absorção no Todo Universal, consoante a doutrina panteísta, segundo a qual, depois da morte, retornamos à substância comum que compõe as coisas; 3º- A continuidade da individualidade, com a fixação definitiva da sorte, segundo os ensinos da Igreja Católica, que são o céu ou o inferno; 4º- A continuidade da individualidade, porém com possibilidades infinitas de progresso, mediante as reencarnações sucessivas, como ensina o Espiritismo.
De acordo com as duas primeiras teorias – materialismo e panteísmo – os laços de família desaparecem definitivamente com a morte, inexistindo qualquer possibilidade de reencontro. Na teoria Católica, existe a condição da família se rever, se estiverem no mesmo nível evolutivo e no mesmo meio, que pode ser o inferno ou o paraíso. A quarta alternativa que é a da Doutrina dos Espíritos, existe a certeza da continuidade das relações afetivas entre os que se amam, que voltarão em existências sucessivas, revezando-se às vezes nos papeis que lhes competem, que pode ser como pais, filhos irmãos e esposos.
É freqüente os espíritos reunirem-se na mesma família em várias reencarnações ou no mesmo círculo de vivência na Terra, trabalhando juntos para o aprimoramento de todos. Se uns estão encarnados e outros não, nem por isso estão desunidos, porquanto os que estão na espiritualidade, velam pelos que se encontram presos ao corpo físico. O temor do aumento indefinido da parentela em decorrência das várias existências não tem qualquer fundamento. A Doutrina dos Espíritos nos diz que, pelo fato de alguém ter tido dez encarnações, não quer dizer que ele encontrará no plano espiritual, dez pais, dez mães, dez esposas e um número proporcional de filhos. Ele reencontrará sempre os mesmos espíritos objetos de sua afeição, que lhes foram ligados na Terra sob papéis idênticos ou diferentes, algumas vezes.
O vínculo material fundamenta-se unicamente na filiação corporal, enquanto que o vínculo espiritual junta espíritos queridos que amam-se, por sucessivas encarnações e separa por algumas vezes, dando oportunidade a outros de se aprimorarem no convívio familiar, podendo mais tarde reencontrarem-se pelos laços do amor. É por isso que a família quando composta de espíritos afins, resulta num ambiente de harmonia, porém, quando formada por espíritos com débitos, a vivência é bem difícil.
Quando esperamos um filho, nos preocupamos para não ter um filho com problemas físicos ou mentais; que seja bonito e inteligente como nós, enfim, queremos que ele nasça perfeito para nossa satisfação. E acontece que Deus na sua infinita bondade e justiça, permite nascerem crianças deformadas, cegas, perturbadas, enquanto por outro lado, nascem crianças sadias, com visão, inteligentes, normais. Qual a razão dessas desigualdades, se no entender de outros religiosos, a existência é uma só? É essa a bondade de Deus que permite nascerem crianças privilegiadas e outras com problemas? Teríamos nós, humanos, melhor conceito de justiça do que a própria justiça de Deus? Qual a explicação para essas situações?
Sabemos nós perfeitamente, que Deus é amor, bondade, justiça, e misericórdia, que faz nascer o sol e vir à chuva para bons e maus, como então explicar esse tratamento desigual para com suas criaturas? Somente através da reencarnação, entendemos o por que dessas situações. Deus, na sua infinita justiça e misericórdia, nos possibilita o atendimento das nossas solicitações, de reencarnarmos com essas deficiências, para resgatarmos débitos contraídos no passado, que nos leva ao progresso no presente. Poderá ocorrer que o ser humano se deixe envolver pelos prazeres do mundo, não correspondendo ao compromisso assumido, enveredando por caminhos desastrosos e perdendo a oportunidade de elevação. Volta então, em outra existência, para resgatar pela dor, com acréscimo, o que não fez pelo amor na anterior.
Assim, os que usaram mal a visão, poderão voltar cegos; os que deram ouvidos somente a intrigas e maldades, poderão vir surdos; os que falaram e causaram sofrimentos, poderão vir mudos; os que usaram os seus membros para agredir e causar mortes, podem vir deformados; os que usaram a inteligência para enganar e prejudicar os seus semelhantes, poderão vir perturbados e retardados; tudo isto, pelo mal uso que fizeram dos dons que Deus lhes confiou.
Sobre o assunto do ser humano “colher o que semeia”, menciono aqui a manchete do jornal “O Estado do Maranhão”, do dia 25/08/2001, em que é noticiado o massacre de 6 portugueses chegados recentemente em Fortaleza-CE. Essa chacina provocou uma comoção nacional, pelo modo como foi realiza. No meu entender, com base na Doutrina dos Espíritos, essa tragédia vem comprovar mais uma vez a reencarnação; e eu, para compreendê-la, me servi da história antiga do Brasil.
Quando do descobrimento da nova Terra (Brasil), para cá vieram muitos aventureiros atraídos pelas riquezas, e também foram enviados muitos degredados; elementos indesejáveis que viviam em Portugal; assassinos, ladrões, parasitas. É interessante observar que só vinham homens; nada de mulheres ou famílias. Pois bem, imaginemos então que em determinada época desse período colonial, aqui chegaram seis portugueses, amigos, ou membros de uma mesma família, e as famílias nessa época eram numerosas, e aqui chegando, passaram a explorar os selvagens, como se fossem os novos donos da terra, e a tratá-los como seus escravos. Esses portugueses podem ter torturado e morto de forma cruel, com requintes de perversidade, muitos índios que eram mantidos acorrentados, e também violentado as índias, como era normal naquela época bárbara, contraindo com essa atitude, débitos perante a justiça dos homens, que não existia, e também para com a Justiça Divina, que teriam de resgatar um dia, em outra existência.
Assim, da mesma maneira que atravessaram o oceano para chegarem aqui, naquela época, da mesma maneira voltaram a cruzar o oceano para virem resgatar os seus débitos contraídos nesta Terra. Novamente é interessante notar que, apesar de casados, nenhum deles trouxe a esposa. Chegados a Fortaleza-CE., foram atraídos não por novas riquezas, mas para encontros com jovens prostitutas e com esse propósito, foram levados para lugar ermo onde foram roubados, torturados e ainda enterrados vivos. Embora lamentado o trágico fim desses nossos irmãos de além mar e a tragédia que se abateu sobre suas famílias, creio que a Justiça Divina possibilitou a esses espíritos, o resgate de suas faltas do passado. Só assim, posso entender essa tragédia e compreender a Justiça Divina, na sua Infinita Misericórdia e Bondade, permitindo o resgate dos débitos, conforme nos ensinou Jesus, ao nos afirmar que teríamos que “pagar até o último ceitil”. Dessa mesma maneira a Justiça Divina se manifestou, o mesmo aconteceu com respeito aos sofrimentos infligidos aos “cátaros”, tratado em outro artigo.
Voltando ao assunto que estávamos tratando, nos vem a pergunta: Se o ser humano tivesse apenas uma existência, qual seria o mérito de parte da humanidade que morre com pouca idade, para desfrutar, sem esforço, da felicidade eterna, isenta das condições de lutas e sofrimentos impostos à outra grande parte de seres humanos? Pela reencarnação, a igualdade é para todos, sem favor ou privilégios para ninguém; os que estão mais atrasados e sofredores, não podem culpar senão a si mesmos, pelo não cumprimento das leis de Deus.
A marcha do espírito é progressiva; jamais retrógrada. Eles se elevam na hierarquia e não descem da categoria que já alcançaram. Nas suas diferentes existências na Terra, podem descer, como pessoas, mas não como espíritos. Assim, a alma de um rei na Terra, poderá mais tarde, voltar como um modesto operário e vice-versa, porque as posições entre as pessoas, frequentemente se modificam. Herodes era rei; Jesus, um humilde carpinteiro. Os espíritos também se encarnam como homens e mulheres porque eles não possuem sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhe oferece provas e deveres especiais, além da oportunidade de adquirirem experiências. Aquele que fosse sempre homem, não saberia senão só o que os homens sabem. Como homens desenvolvem a inteligência, e como mulheres, desenvolvem os sentimentos, que são as duas asas para o vôo do espírito.
Quinhentos anos antes de Cristo, Sócrates ensinava nas ruas de Atenas, aos seus discípulos, dizendo: “É sábio quem só faz coisas boas e ignorante, aquele que realiza coisas ruins; porque toda pessoa recebe de volta, exatamente o que pratica.” Na passagem em que os soldados chegam para prender o Mestre, Pedro reagindo, ataca um deles cortando-lhe a orelha. Jesus imediatamente curou o ferimento e recomendou ao apóstolo agressor: “Embainha tua espada, porque quem fere com ferro, com ferro será ferido.” Haverá advertência mais clara, mais objetiva e mais completa? A impunidade não existe nas Leis Divinas. Entretanto, Deus não pune ninguém. Suas Leis, infinitamente justas, vale para todos nós. O próprio devedor deve quitar o seu débito, para dele se livrar. O ser humano apenas colhe o que semeou e, para se libertar do erro precisa conhecer a Verdade e lutar para progredir.
É por isso que se diz que a Justiça Divina é a maior confirmação da reencarnação. Sem reencarnação, seria impossível a Justiça Divina. A impunidade existiria para todos aqueles que após uma existência praticando injustiças e maldades, se despedissem do mundo sem resgatar ou sofrer qualquer punição pelos seus atos negativos, se aceitássemos apenas uma existência.
Como a história relaciona Teodora, que teria influenciado a Igreja para abolir a doutrina da reencarnação? – Milton de Sousa, professor e filósofo, grande estudioso da Doutrina dos Espíritos, informa o seguinte: “Em 553 D/C, o Imperador Justiniano sugeriu à Igreja Católica Romana, tornar oficial a reencarnação, mas a isto se opôs Teodora, amante do Imperador, que não desejava reencarnar, após sua morte, a fim de responder pelos seus erros, como mandar matar todos os que ela escolhia e tinha relações sexuais com ela. A Igreja pregava a reencarnação, e ela não queria voltar reencarnada para sofrer os rigores da “Lei de causa e efeito.” O Imperador então desfez a sua proposta, dominado pela amante e a Igreja então reuniu o 2º Concílio de Constantinopla e decretou a anulação da lei de reencarnação, mesmo sabendo estar ela mencionada em muitas passagens do Velho e Novo Testamento.
Pelo exposto, dois fatores levaram a Igreja Romana à decisão: 1º A grande campanha desencadeada por Teodora, amante do Imperador, posteriormente sua esposa; 2º a reencarnação contrariava a doutrina de “céu e inferno” que dava maior poder de pressão do clero sobre as pessoas. Assim, até hoje a Igreja condena a reencarnação, ensinada pelas mais antigas religiões e filosofias do mundo, por serem leis físicas, como os ciclos de atividade e repouso, amplamente divulgadas pela Doutrina dos Espíritos.
O livro “A Caminho da Luz”, informa-nos que dos espíritos degredados na Terra, muitos se agruparam nas margens do rio Ganges, na Índia, e foram os primeiros a formar códigos de uma sociedade organizada. As organizações hindus são anteriores à civilização egípcia e aos agrupamentos dos israelitas. Dois fatos relacionados com a Índia impressionam: 1º- Nenhum povo na Terra tem mais conhecimento sobre a reencarnação do que o hindu; 2º A Índia, foi a matriz de todas as filosofias e religiões da Humanidade. Da região sagrada do Ganges, partiram elementos que criaram muitas outras civilizações. Os papiros provam que os iniciados do velho Egito, sabiam da existência do corpo espiritual e da outra vida. A assistência do Cristo jamais lhes faltou e foi assim que, sentindo que o degredo na Terra chegava ao fim, eles construíram as grandes pirâmides, que ficaram como marca de suas presenças e mensagem para as futuras civilizações da Terra.
Possuindo o ser humano (espírito encarnado) muitas existências, fica mais fácil compreender a Justiça Divina. Compreende-se porque existem ricos e pobres de bens materiais, opressores e oprimidos, pessoas sadias e outras doentes. Quem promoveu o sofrimento, volta para recebê-lo como resgate. Algumas pessoas não aceitam a reencarnação porque não se lembram de suas existências passadas. Aí estão as regressões de memórias para comprovar. Tal esquecimento, na verdade, é parcial e perdura apenas na existência atual, evitando que recordações do nosso passado, nos cause graves dificuldades. Se tivéssemos a possibilidade de lembrar dos nossos erros e maldades; de que tal parente nos prejudicou; de que ocupamos posição de autoridade e injustiçamos e perseguimos outras pessoas, como ficaríamos? Certamente esses conhecimentos iriam prejudicar nosso relacionamento e nossa existência atual.
Finalizando este artigo, recordo as palavras de Jesus, nas “Bem-aventuranças”, incompreensíveis sem a reencarnação: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” E também, respondendo a Nicodemos, disse: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer de novo.” Os apóstolos respondendo a Jesus, lhes afirmaram: “Dizem que tu és Elias, Jeremias ou um dos profetas que voltou.” Ora, Elias e Jeremias haviam morrido em idade avançada, enquanto Jesus era um jovem e de pais conhecidos. Se um deles tivesse que voltar à Terra, só poderia fazê-lo pela reencarnação, e não pela ressurreição de um corpo sepultado e desintegrado, o que a ciência atesta ser impossível. A reencarnação é assim, uma realidade e abençoado recurso que constitui mais uma concessão da Bondade Divina...
Senhor, ajude-nos a levar avante a presente reencarnação com amor e progresso.
Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos”
Novo Testamento
“A Caminho da Luz”
Jc.
S.Luis, 03/01/2003
Refeito em 2005.
Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores, qual o objetivo da encarnação dos espíritos, ou seja, o espírito assumir um corpo físico. Resposta dos Mentores Espirituais: “Deus lhes impõe a encarnação com a finalidade de fazê-los chegar à perfeição relativa. Para alguns, a encarnação é uma expiação, para outros, uma missão. Entretanto, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisso é que está a expiação. A encarnação tem também outro objetivo que é o de colocar o espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação.
Entretanto, para continuarmos a falar sobre encarnação, primeiro temos que conhecer o ser humano. Ele é formado de três partes essenciais:
1º- A alma, que é o espírito quando encarnado;
2º- O perispírito, princípio intermediário que serve de envoltório ao espírito e que une
a alma ao corpo;
3º- O corpo, ou o ser material.
Os espíritos e as almas, são a mesma coisa: sendo que se chama alma, quando o espírito está usando um corpo físico, e designamos espírito, quando este se encontra livre da matéria. O ser humano tem assim, duas naturezas; pelo corpo, participa da natureza dos animais, dos quais tem o instinto; pela alma, participa da natureza dos espíritos, dos quais tem os sentimentos. O que é o corpo físico ou a matéria? - É o veículo que retêm o espírito; é o instrumento de que se serve ele, e ao mesmo tempo, sobre o qual exerce sua ação. Os seres materiais, constituem o mundo visível, ou corporal. O que é o espírito? – É o ser inteligente do universo, incorpóreo, criado por Deus. Os espíritos povoam os espaços infinitos; os espíritos são uma das forças, instrumentos e mensageiros de que Deus se serve para a manutenção da harmonia universal. O mundo espiritual é o normal, preexistente e sobrevive a tudo, é eterno; enquanto que o mundo corporal não é senão secundário; poderia deixar de existir, sem alterar a essência do mundo espiritual. Deus criou os espíritos e deu a cada um deles, determinada missão, com o fim de fazê-los alcançar progressivamente a perfeição relativa.
Os humanos podem entrar em comunicação com os espíritos, mas não tê-los constantemente às suas ordens. e a comunicação é feita de lá para cá. Feitos estes esclarecimentos, voltemos ao assunto da encarnação.
Como o espírito foi criado simples e sem conhecimentos, não pode ele alcançar a perfeição relativa, apenas em uma existência. É necessário várias existências para que o espírito vá adquirindo valores e seja elevado a planos superiores. A cada nova existência, o espírito vai aumentado os seus conhecimentos e dando um passo na senda do progresso. Quando ele, finalmente, estiver livre de impurezas e alcançar um estágio evolutivo significativo, não terá mais necessidade de existir materialmente, a não ser como missionário em benefício da Humanidade.
O número de encarnações não é o mesmo para todos os espíritos; ele é determinado pelo progresso de cada um. Quando encarnado, a alma dispõe do livre-arbítrio para determinar seus atos. Podem ser eles, bons, levando-o a prosseguir mais rapidamente na evolução, ou serem maus seus atos, retardando a sua jornada e obrigando-a a muito mais reencarnações, que lhes causarão maiores expiações e sofrimentos. Dizem os Espíritos Superiores que, se não formos pelo amor, seremos forçados a prosseguir na escalada da evolução, pela dor.
O espírito ao reencarnar, escolhe o corpo, as condições deste, se sadio ou com deficiência, as condições e situações que vai passar na existência, o seio da família onde nasce, se rica ou pobre, culta ou inculta, honesta ou desonesta; tudo para lhe proporcionar as oportunidades de resgate de faltas passadas, e também o cumprimento da missão escolhida. Entretanto, algumas situações e sofrimentos que passamos na existência resultam de atos praticados pelo exercício do nosso livre-arbítrio, na própria existência. Porém, aquelas situações que passamos sem a interferência da nossa vontade, estas foram escolhidas por nós na espiritualidade, portanto, sendo do Determinismo Divino. E se não aceitarmos essas situações com resignação e confiança em Deus, de nada servirá para nós, o nosso sofrimento, visto que, voltaremos quantas vezes mais forem necessárias, até que tenhamos resgatados os nossos compromissos.
Há pessoas que entendem que a reencarnação pressupõe a destruição dos laços de família, visto que, vivendo inúmeras vezes na Terra, nossos pais, nossos filhos e a esposa de hoje, estarão amanhã substituídos por outras pessoas, ocorrendo o mesmo com relação à parentela. A Doutrina dos Espíritos, porém, afirma que os laços de família não são rompidos, mas sim, fortalecidos pela reencarnação, como veremos a seguir.
Existem quatro alternativas para a pessoa no seu futuro além morte: 1º- O nada absoluto, conforme ensinado pelo materialismo que diz que tudo se finda com a morte; 2º- A absorção no Todo Universal, consoante a doutrina panteísta, segundo a qual, depois da morte, retornamos à substância comum que compõe as coisas; 3º- A continuidade da individualidade, com a fixação definitiva da sorte, segundo os ensinos da Igreja Católica, que são o céu ou o inferno; 4º- A continuidade da individualidade, porém com possibilidades infinitas de progresso, mediante as reencarnações sucessivas, como ensina o Espiritismo.
De acordo com as duas primeiras teorias – materialismo e panteísmo – os laços de família desaparecem definitivamente com a morte, inexistindo qualquer possibilidade de reencontro. Na teoria Católica, existe a condição da família se rever, se estiverem no mesmo nível evolutivo e no mesmo meio, que pode ser o inferno ou o paraíso. A quarta alternativa que é a da Doutrina dos Espíritos, existe a certeza da continuidade das relações afetivas entre os que se amam, que voltarão em existências sucessivas, revezando-se às vezes nos papeis que lhes competem, que pode ser como pais, filhos irmãos e esposos.
É freqüente os espíritos reunirem-se na mesma família em várias reencarnações ou no mesmo círculo de vivência na Terra, trabalhando juntos para o aprimoramento de todos. Se uns estão encarnados e outros não, nem por isso estão desunidos, porquanto os que estão na espiritualidade, velam pelos que se encontram presos ao corpo físico. O temor do aumento indefinido da parentela em decorrência das várias existências não tem qualquer fundamento. A Doutrina dos Espíritos nos diz que, pelo fato de alguém ter tido dez encarnações, não quer dizer que ele encontrará no plano espiritual, dez pais, dez mães, dez esposas e um número proporcional de filhos. Ele reencontrará sempre os mesmos espíritos objetos de sua afeição, que lhes foram ligados na Terra sob papéis idênticos ou diferentes, algumas vezes.
O vínculo material fundamenta-se unicamente na filiação corporal, enquanto que o vínculo espiritual junta espíritos queridos que amam-se, por sucessivas encarnações e separa por algumas vezes, dando oportunidade a outros de se aprimorarem no convívio familiar, podendo mais tarde reencontrarem-se pelos laços do amor. É por isso que a família quando composta de espíritos afins, resulta num ambiente de harmonia, porém, quando formada por espíritos com débitos, a vivência é bem difícil.
Quando esperamos um filho, nos preocupamos para não ter um filho com problemas físicos ou mentais; que seja bonito e inteligente como nós, enfim, queremos que ele nasça perfeito para nossa satisfação. E acontece que Deus na sua infinita bondade e justiça, permite nascerem crianças deformadas, cegas, perturbadas, enquanto por outro lado, nascem crianças sadias, com visão, inteligentes, normais. Qual a razão dessas desigualdades, se no entender de outros religiosos, a existência é uma só? É essa a bondade de Deus que permite nascerem crianças privilegiadas e outras com problemas? Teríamos nós, humanos, melhor conceito de justiça do que a própria justiça de Deus? Qual a explicação para essas situações?
Sabemos nós perfeitamente, que Deus é amor, bondade, justiça, e misericórdia, que faz nascer o sol e vir à chuva para bons e maus, como então explicar esse tratamento desigual para com suas criaturas? Somente através da reencarnação, entendemos o por que dessas situações. Deus, na sua infinita justiça e misericórdia, nos possibilita o atendimento das nossas solicitações, de reencarnarmos com essas deficiências, para resgatarmos débitos contraídos no passado, que nos leva ao progresso no presente. Poderá ocorrer que o ser humano se deixe envolver pelos prazeres do mundo, não correspondendo ao compromisso assumido, enveredando por caminhos desastrosos e perdendo a oportunidade de elevação. Volta então, em outra existência, para resgatar pela dor, com acréscimo, o que não fez pelo amor na anterior.
Assim, os que usaram mal a visão, poderão voltar cegos; os que deram ouvidos somente a intrigas e maldades, poderão vir surdos; os que falaram e causaram sofrimentos, poderão vir mudos; os que usaram os seus membros para agredir e causar mortes, podem vir deformados; os que usaram a inteligência para enganar e prejudicar os seus semelhantes, poderão vir perturbados e retardados; tudo isto, pelo mal uso que fizeram dos dons que Deus lhes confiou.
Sobre o assunto do ser humano “colher o que semeia”, menciono aqui a manchete do jornal “O Estado do Maranhão”, do dia 25/08/2001, em que é noticiado o massacre de 6 portugueses chegados recentemente em Fortaleza-CE. Essa chacina provocou uma comoção nacional, pelo modo como foi realiza. No meu entender, com base na Doutrina dos Espíritos, essa tragédia vem comprovar mais uma vez a reencarnação; e eu, para compreendê-la, me servi da história antiga do Brasil.
Quando do descobrimento da nova Terra (Brasil), para cá vieram muitos aventureiros atraídos pelas riquezas, e também foram enviados muitos degredados; elementos indesejáveis que viviam em Portugal; assassinos, ladrões, parasitas. É interessante observar que só vinham homens; nada de mulheres ou famílias. Pois bem, imaginemos então que em determinada época desse período colonial, aqui chegaram seis portugueses, amigos, ou membros de uma mesma família, e as famílias nessa época eram numerosas, e aqui chegando, passaram a explorar os selvagens, como se fossem os novos donos da terra, e a tratá-los como seus escravos. Esses portugueses podem ter torturado e morto de forma cruel, com requintes de perversidade, muitos índios que eram mantidos acorrentados, e também violentado as índias, como era normal naquela época bárbara, contraindo com essa atitude, débitos perante a justiça dos homens, que não existia, e também para com a Justiça Divina, que teriam de resgatar um dia, em outra existência.
Assim, da mesma maneira que atravessaram o oceano para chegarem aqui, naquela época, da mesma maneira voltaram a cruzar o oceano para virem resgatar os seus débitos contraídos nesta Terra. Novamente é interessante notar que, apesar de casados, nenhum deles trouxe a esposa. Chegados a Fortaleza-CE., foram atraídos não por novas riquezas, mas para encontros com jovens prostitutas e com esse propósito, foram levados para lugar ermo onde foram roubados, torturados e ainda enterrados vivos. Embora lamentado o trágico fim desses nossos irmãos de além mar e a tragédia que se abateu sobre suas famílias, creio que a Justiça Divina possibilitou a esses espíritos, o resgate de suas faltas do passado. Só assim, posso entender essa tragédia e compreender a Justiça Divina, na sua Infinita Misericórdia e Bondade, permitindo o resgate dos débitos, conforme nos ensinou Jesus, ao nos afirmar que teríamos que “pagar até o último ceitil”. Dessa mesma maneira a Justiça Divina se manifestou, o mesmo aconteceu com respeito aos sofrimentos infligidos aos “cátaros”, tratado em outro artigo.
Voltando ao assunto que estávamos tratando, nos vem a pergunta: Se o ser humano tivesse apenas uma existência, qual seria o mérito de parte da humanidade que morre com pouca idade, para desfrutar, sem esforço, da felicidade eterna, isenta das condições de lutas e sofrimentos impostos à outra grande parte de seres humanos? Pela reencarnação, a igualdade é para todos, sem favor ou privilégios para ninguém; os que estão mais atrasados e sofredores, não podem culpar senão a si mesmos, pelo não cumprimento das leis de Deus.
A marcha do espírito é progressiva; jamais retrógrada. Eles se elevam na hierarquia e não descem da categoria que já alcançaram. Nas suas diferentes existências na Terra, podem descer, como pessoas, mas não como espíritos. Assim, a alma de um rei na Terra, poderá mais tarde, voltar como um modesto operário e vice-versa, porque as posições entre as pessoas, frequentemente se modificam. Herodes era rei; Jesus, um humilde carpinteiro. Os espíritos também se encarnam como homens e mulheres porque eles não possuem sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhe oferece provas e deveres especiais, além da oportunidade de adquirirem experiências. Aquele que fosse sempre homem, não saberia senão só o que os homens sabem. Como homens desenvolvem a inteligência, e como mulheres, desenvolvem os sentimentos, que são as duas asas para o vôo do espírito.
Quinhentos anos antes de Cristo, Sócrates ensinava nas ruas de Atenas, aos seus discípulos, dizendo: “É sábio quem só faz coisas boas e ignorante, aquele que realiza coisas ruins; porque toda pessoa recebe de volta, exatamente o que pratica.” Na passagem em que os soldados chegam para prender o Mestre, Pedro reagindo, ataca um deles cortando-lhe a orelha. Jesus imediatamente curou o ferimento e recomendou ao apóstolo agressor: “Embainha tua espada, porque quem fere com ferro, com ferro será ferido.” Haverá advertência mais clara, mais objetiva e mais completa? A impunidade não existe nas Leis Divinas. Entretanto, Deus não pune ninguém. Suas Leis, infinitamente justas, vale para todos nós. O próprio devedor deve quitar o seu débito, para dele se livrar. O ser humano apenas colhe o que semeou e, para se libertar do erro precisa conhecer a Verdade e lutar para progredir.
É por isso que se diz que a Justiça Divina é a maior confirmação da reencarnação. Sem reencarnação, seria impossível a Justiça Divina. A impunidade existiria para todos aqueles que após uma existência praticando injustiças e maldades, se despedissem do mundo sem resgatar ou sofrer qualquer punição pelos seus atos negativos, se aceitássemos apenas uma existência.
Como a história relaciona Teodora, que teria influenciado a Igreja para abolir a doutrina da reencarnação? – Milton de Sousa, professor e filósofo, grande estudioso da Doutrina dos Espíritos, informa o seguinte: “Em 553 D/C, o Imperador Justiniano sugeriu à Igreja Católica Romana, tornar oficial a reencarnação, mas a isto se opôs Teodora, amante do Imperador, que não desejava reencarnar, após sua morte, a fim de responder pelos seus erros, como mandar matar todos os que ela escolhia e tinha relações sexuais com ela. A Igreja pregava a reencarnação, e ela não queria voltar reencarnada para sofrer os rigores da “Lei de causa e efeito.” O Imperador então desfez a sua proposta, dominado pela amante e a Igreja então reuniu o 2º Concílio de Constantinopla e decretou a anulação da lei de reencarnação, mesmo sabendo estar ela mencionada em muitas passagens do Velho e Novo Testamento.
Pelo exposto, dois fatores levaram a Igreja Romana à decisão: 1º A grande campanha desencadeada por Teodora, amante do Imperador, posteriormente sua esposa; 2º a reencarnação contrariava a doutrina de “céu e inferno” que dava maior poder de pressão do clero sobre as pessoas. Assim, até hoje a Igreja condena a reencarnação, ensinada pelas mais antigas religiões e filosofias do mundo, por serem leis físicas, como os ciclos de atividade e repouso, amplamente divulgadas pela Doutrina dos Espíritos.
O livro “A Caminho da Luz”, informa-nos que dos espíritos degredados na Terra, muitos se agruparam nas margens do rio Ganges, na Índia, e foram os primeiros a formar códigos de uma sociedade organizada. As organizações hindus são anteriores à civilização egípcia e aos agrupamentos dos israelitas. Dois fatos relacionados com a Índia impressionam: 1º- Nenhum povo na Terra tem mais conhecimento sobre a reencarnação do que o hindu; 2º A Índia, foi a matriz de todas as filosofias e religiões da Humanidade. Da região sagrada do Ganges, partiram elementos que criaram muitas outras civilizações. Os papiros provam que os iniciados do velho Egito, sabiam da existência do corpo espiritual e da outra vida. A assistência do Cristo jamais lhes faltou e foi assim que, sentindo que o degredo na Terra chegava ao fim, eles construíram as grandes pirâmides, que ficaram como marca de suas presenças e mensagem para as futuras civilizações da Terra.
Possuindo o ser humano (espírito encarnado) muitas existências, fica mais fácil compreender a Justiça Divina. Compreende-se porque existem ricos e pobres de bens materiais, opressores e oprimidos, pessoas sadias e outras doentes. Quem promoveu o sofrimento, volta para recebê-lo como resgate. Algumas pessoas não aceitam a reencarnação porque não se lembram de suas existências passadas. Aí estão as regressões de memórias para comprovar. Tal esquecimento, na verdade, é parcial e perdura apenas na existência atual, evitando que recordações do nosso passado, nos cause graves dificuldades. Se tivéssemos a possibilidade de lembrar dos nossos erros e maldades; de que tal parente nos prejudicou; de que ocupamos posição de autoridade e injustiçamos e perseguimos outras pessoas, como ficaríamos? Certamente esses conhecimentos iriam prejudicar nosso relacionamento e nossa existência atual.
Finalizando este artigo, recordo as palavras de Jesus, nas “Bem-aventuranças”, incompreensíveis sem a reencarnação: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” E também, respondendo a Nicodemos, disse: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer de novo.” Os apóstolos respondendo a Jesus, lhes afirmaram: “Dizem que tu és Elias, Jeremias ou um dos profetas que voltou.” Ora, Elias e Jeremias haviam morrido em idade avançada, enquanto Jesus era um jovem e de pais conhecidos. Se um deles tivesse que voltar à Terra, só poderia fazê-lo pela reencarnação, e não pela ressurreição de um corpo sepultado e desintegrado, o que a ciência atesta ser impossível. A reencarnação é assim, uma realidade e abençoado recurso que constitui mais uma concessão da Bondade Divina...
Senhor, ajude-nos a levar avante a presente reencarnação com amor e progresso.
Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos”
Novo Testamento
“A Caminho da Luz”
Jc.
S.Luis, 03/01/2003
Refeito em 2005.
domingo, 31 de janeiro de 2010
O AMOR, O CASAMENTO, A SEPARAÇÃO
O AMOR, O CASAMENTO E A SEPARAÇÃO
O amor movimenta a Humanidade. E uma das formas de amor é a que existe e sobrevive, graças a união de um homem e uma mulher. Os parceiros da vida a dois, antes de chegarem a essa situação, passam por uma fase de aproximação e namoro, que se inicia geralmente, devido a uma forte atração física mútua, a qual pode desencadear uma paixão. A paixão por sua vez, poderá evoluir para o sentimento de amizade e daí para o amor. Paixão e amor, ainda que intimamente ligados, são sentimentos diferentes. A paixão se caracteriza por intensa atração física e conseqüente desejo erótico. O amor nasce a partir da descoberta do ser amado, com suas qualidades e defeitos, seus encantos e desencantos, e a afinidade que une ambos. Uma das formas de amor mais real é a que exalta a figura da mãe.
Conta uma lenda árabe que um homem decidira casar-se apenas se achasse uma mulher perfeita. Assim, saiu pelo mundo à busca de sua eleita. Trinta anos depois, já idoso e cansado, retornou à terra natal, sem realizar seu desejo. Um amigo comentou: “Então, tu viajaste em vão sem encontrara mulher perfeita!” – Ele respondeu: “Enganas-te meu amigo. Eu encontrei-a, só que ela também estava a procura de um homem perfeito...”
Por essa e outras razões é que o casamento é o mais discutido na sociedade. Uns a definem como “união social de pessoas de sexos diferentes”; outros, o chamam de “fundamento da sociedade”. Alguns afirmam como “grande escola fundada por Deus, para a educação das pessoas”. Há também os que dizem jocosamente: “’’Casar, é perder metade de seus direitos e duplicar deveres”.
Historicamente, quatro são as formas de casamento existentes no mundo: 1- Casamento por rapto ou captura, comum entre tribos em guerra; 2- casamento por compra ou troca, comum entre os índios; 3- casamento por ordem paterna, comum nos povos islâmicos e na China; 4- casamento por consentimento mútuo, ou com a autorização dos pais, quando realizado entre menores. No Brasil, com a Proclamação da República, o casamento civil foi instituído no País, pelo Decreto 181 de 24/01/1890. O casamento passou a ser um ato solene, com três elementos essenciais: l- Sexos diferentes: 2- consentimento dos contratantes; 3- testemunhas. De acordo com os artigos 192 e 194 do Código Civil, o novo Código, a partir de 11/1/2003, permite o casamento religioso em qualquer religião, com o registro da cerimônia no Cartório competente, para a devida legalização. Também o poder familiar foi estendido à mãe e a maioridade passou a ser de 18 anos de idade...
No dia a dia conjugal, muitas são as atribuições e problemas que ocupam o tempo e a mente do casal. Decorre então que o tempo físico e afetivo que sobra para os cônjuges dedicarem um ao outro, vai se estreitando perigosamente, o que para algumas pessoas que já não se dão bem, é até algo desejado. Numa relação afetiva permanente, o saber amar ou amar com competência, consistiria basicamente em evitar a falta de diálogo e a dispersão de cada um para um lado.
Emmanuel, no livro “Vida e Sexo”, diz: “A princípio, exposto a aventuras poligâmicas,
O homem avança de ensinamento em ensinamento, para a monogamia, reconhecendo
a necessidade de equilíbrio em matéria de amor.” Como figuração, lembramos que antigamente o homem possuía harém, onde co-existiam muitas mulheres para o seu prazer. Hoje o homem tem uma esposa ou companheira, enquanto outros homens ainda possuem esposa e amantes. É nessa área – a da realização amorosa – que se iniciam as primeiras dificuldades da existência a dois e, consequentemente, nas relações familiares. Dificilmente cônjuges que não se entendem no campo amoroso, poderão desempenhar satisfatoriamente as funções da paternidade e da maternidade.
Unir um homem e uma mulher pode ser mais complicado do que parece à primeira vista. Tanto um como o outro possuem dois lados, igual a uma moeda; o lado positivo e o lado negativo. Na fase de namoro até o casamento todos apresentam apenas o seu lado positivo, ficando o lado negativo, para ser conhecido posteriormente. A convivência vai depender da aceitação de ambos com suas duas faces.
Em cada país, em cada cultura, a união de pessoas assume características diferentes, que envolvem acordos de família; outras vezes é a fortuna, outras mais por segurança, por conveniências, por solidão e finalmente por amor. É muito raro vermos um par ideal; duas pessoas com visões de vida que se encaixam uma na outra, cuja situação evolutiva seja a mesma e com simpatias que se harmonizem. Tais uniões são raras e não se mostram muito desejáveis, pois é bom que uma pessoa evoluída se sinta atraída por outra menos evoluída, para benefício de ambas.
As vezes ouvimos alguém comentar: “Que pena fulano ter casado com cicrana! São tão diferentes.” Se essa pessoa tivesse mais vivência espiritual, saberia que ambos estão destinados a se beneficiar, nos poucos anos que passarem juntos. Não resta dúvidas que o resultado imediato dessa união, aparentemente inadequada, é uma série de dificuldades de adaptação de ambos. Haverá sempre choques de interesses e de graus evolutivos. Muitos casais vivem um verdadeiro inferno na intimidade, porém, para os parentes e outras pessoas, passam uma aparência de harmonia e felicidade.
É através de dificuldades, tais como viver com pessoas que não se afinam conosco, que aprendemos à verdadeira tolerância. Uma existência agradável e tranqüila, todos desejamos, mas nem sempre é melhor para a evolução do nosso espírito. Progredimos muito mais depressa ao longo do caminho da evolução, pelo sacrifício do trabalho ao nosso próximo e pelo sofrimento que resgata as nossas faltas, que nos parece às vezes, ser um método duro e impiedoso.
Analisando o elevado percentual de casamentos e uniões que terminam em separação, verificamos como é difícil haver entre as pessoas, compreensão, respeito, tolerância, paciência e outras virtudes, que se vivenciadas, fariam com que as uniões perdurassem até a morte. As exceções ocorrem entre os casais que sejam afins e realmente religiosos. Falamos daqueles que põem em prática os ensinamentos morais pregados por Jesus. Vemos dessa maneira, que a religião é importante nessas uniões, porque trava os instintos agressivos que ainda não conseguimos eliminar, mas que o serão quando estivermos mais evoluídos.
Na Lei de Deus, o amor é o primeiro mandamento. O amar entre as pessoas, quando
posto em prática, evita atritos e a paz do lar permanece para felicidade do casal e dos filhos. Não há pior espetáculo do que as crianças presenciarem discussões acaloradas e agressões físicas entre os pais. Essas brigas provocam as separações e os traumas nos filhos, sem falar nas disputas pela posse dos filhos e dos bens materiais. Vemos assim, como é essencial a religião aos pais e filhos, para evitar a desagregação do lar. Dizem até que as uniões que atingem os dois anos, já passaram pela fase mais difícil, porque nesse período as pessoas retiraram a máscara e se apresentam como elas realmente são. Depois da morte, alguns espíritos não continuam necessariamente juntos, nem em existências futuras. Ambas se beneficiaram por terem estado juntas durante um período de tempo.
Nossa existência na Terra pode ser comparada a uma viagem, cuja duração varia de acordo com as nossas necessidades e o Determinismo Divino. A viagem terrena não é turística; ela é baseada em compromissos a tem por objetivo resgates e a conquista da sabedoria e virtudes. O casamento, com a conseqüente formação do lar, é o item mais importante dessa viagem, porque envolve a existência dos cônjuges e dos filhos. Concluímos então que se João veio para viver com Maria, irão se encontrar no momento exato, não importando a nacionalidade, a raça, a cultura ou a posição social que tenham.
Martins Peralta, no livro “Estudando a Mediunidade”, classifica as uniões em cinco tipos principais: 1º- Acidentais – encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem qualquer afinidade espiritual; 2º- Sacrificiais – reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o objetivo de ajudá-la a evoluir; 3º- Provacionais – reencontro de almas para reajustes necessários à resgates de débitos e à evolução de ambas; 4º- Afins – reencontro de almas amigas para consolidação de afetos e evolução espiritual; 5º- Transcendentais – reencontro de almas engrandecidas no bem, que se unem para ajudarem outras almas a evoluirem e promoverem realizações superiores. Com exceção da união acidental, todas as outras obedecem a uma programação feita no plano espiritual.
Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, a grande maioria dos casamentos e uniões, são provacionais; as pessoas têm ligações de existências passadas e se encontram em processo de reajustes, ajudas, realizações e evolução espiritual. A Lei Divina os une, a fim de que, pelo convívio diário, transformem a animosidade de ontem em laços de fraternidade e amor no presente. A prova disso é a desarmonia, os desentendimentos, os problemas nos lares, que às vezes lamentavelmente, terminam em agressões físicas. Relações difíceis de reajustes devem evoluir para relações de amizade. Na medida em que elas evoluem para a amizade; mãe e filho, pai e filha, irmãos, demonstra que a distância espiritual existente, estaria diminuindo gradativamente. Significaria que inimigos do passado estão fazendo as pazes, tornando-se espíritos simpáticos e afins.
Não separeis o que Deus juntou. Com esse argumento, algumas religiões se posicionaram contra o divórcio, alegando que o casamento, sendo uma união divina, o
ser humano não tem autoridade para desfazê-lo, através de leis por ele criadas. A esse
argumento, a Doutrina dos Espíritos apresenta outro argumento muito mais sábio e coerente que diz: “Não separeis o que o Amor juntou.” Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, dedica o capítulo 22 a questões sobre o casamento, do qual tiramos este trecho: “Imutável só o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudanças. Na união ou casamento, o que é de origem divina é o sentimento de amor e a complementação dos sexos para que se opere a substituição dos seres que morrem. Existe ainda outra lei divina, imutável como todas as Leis de Deus, exclusivamente moral: A Lei do Amor. Como Deus é Amor, o casal que vive ligado pelos laços do amor, está abençoado por Deus e ninguém deve separá-los, sob a alegação de que não se casaram no civil ou nesta ou naquela religião.”
Segundo a Doutrina dos Espíritos, somente as Leis Divinas são eternas e imutáveis em todos os tempos e em todo o Universo. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da Humanidade. A lei do casamento é humana e como tal, pode ser modificada. Se na convivência do casal, não existe mais amor, amizade, diálogo, compreensão e tolerância; se a desarmonia, o mal estar, a agressão verbal e física e a inimizade se instalou entre os dois, será difícil manter e, muito menos dizer que essa união é feliz e será duradoura. Após um período de convivência nessas circunstâncias, que pode ser curto ou longo, sem que haja entendimento, e, para que dessa união e desunião não venha a suceder algo pior que simples separação, é que com pesar, se aconselha separar, o que já estava de fato separado.
O divórcio também é uma lei humana, cuja finalidade é regularizar essa separação e dar liberdade às pessoas envolvidas, de prosseguirem vivendo, adiando parte do compromisso assumido na Espiritualidade. Com relação a adiar a dívida, Chico Xavier certa vez fez uma colocação oportuna. Disse ele: “Os bancos financeiros fornecem moratória e reformas para débitos de clientes. Será que o Banco da Providência Divina está em tal penúria que não nos possa dar tempo, para depois resgatarmos as nossas dívidas, para não cairmos em delito maior?”
André Luiz, no livro “Ação e Reação”, narra um caso de separação conjugal que evitou a consumação de um crime e o agravamento da dívida de um dos cônjuges. Conta ele que: “Um esposo seduzido pelos encantos de uma jovem, tudo fazia para que a esposa o abandonasse. Fascinado pela amante, passou a odiar a esposa. Planejou matá-la de forma que o fato passasse como autêntico suicídio. Assim acontecendo, poderia unir-se definitivamente com a amante. De madrugada, levantou-se, apanhou a arma e saindo do local onde dormia, pois já dormiam separados, passou pelo quarto das crianças e se dirigiu para o aposento onde dormia a esposa. Nesse momento, os espíritos protetores da família, utilizando-se de recursos magnéticos, despertam uma das filhas que aos gritos acorda a mãe. A esposa levantando e vendo o marido no corredor com o revolver, longe de suspeitar suas intenções de matá-la, lhe pede que ele não se mate; ela lhe concederia a separação que ele tanto lhe pedira e almejava.” E assim, foi evitado um crime com conseqüências maiores.
Analisando o caso, o assistente espiritual fez estas considerações: “Existe, no Evangelho de Mateus, certa passagem na qual afirma Jesus que a separação na Terra,
é permitida a nós, pela pobreza e dureza dos nossos sentimentos.” Emmanuel, refere-se ao divórcio como “medida extrema” a ser aplicada em situações muito graves. Nestes casos, o divórcio ou a separação resolve temporariamente o problema, porque interrompe a provação que terá de ser complementada no futuro, pelo menos por parte do que provocou a separação, ou que não fez esforço para levar até o fim a provação, se esta não chegou ao seu término.
O bom senso, com base nos ensinamentos morais de Jesus nos diz que devemos evitar recomendar a separação, assim como não devemos censurar, quem recorre a essa solução, para os problemas conjugais. A decisão é de cada um, que deve ouvir a sua consciência e assumir ou seus atos. Concluindo, nos esclarece ainda Emmanuel, quando diz: “De todas as instituições existentes na Terra, nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regeneradora, do que a família. Temos no instituto doméstico, uma organização de origem divina, em cujo seio se encontra os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento espiritual e para a edificação de um mundo melhor.”
Quando Deus disse pela voz dos profetas: “Vós não sereis senão uma mesma carne”, e quando Jesus disse: “Vós não separeis o que Deus uniu”, referia-se a união segundo a Lei imutável de Deus que é o Amor, e não segundo a lei variável dos homens. Paixão, amizade, amor, assim como incompreensão, desunião e separação, são sentimentos e situações que fazem parte da existência do ser humano, dada a nossa condição de inferioridade espiritual.
A pessoa que conseguir levar até o fim, sua jornada expiatória com resignação e paciência, estará no final da sua jornada terrena, liberta para alcançar morada superior na espiritualidade. O Espírito de Verdade, no capítulo VI do “Evangelho Segundo o Espiritismo” nos aconselha dizendo: “Aqueles que carregam seus fardos e que assistem seus irmãos, são meus bem-amados.” E completou ao dizer:”Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados”.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.
Bibliogtrafia:
Livro “Vida e Sexo”
“Estudando a Mediunidade”
“Ação e Reação”
“A Vigem de Uma Alma”
“Evangelho Segundo o Espiritismo”
Médium Chico Xavier –
Mentor Espiritual “Emmanuel”
O amor movimenta a Humanidade. E uma das formas de amor é a que existe e sobrevive, graças a união de um homem e uma mulher. Os parceiros da vida a dois, antes de chegarem a essa situação, passam por uma fase de aproximação e namoro, que se inicia geralmente, devido a uma forte atração física mútua, a qual pode desencadear uma paixão. A paixão por sua vez, poderá evoluir para o sentimento de amizade e daí para o amor. Paixão e amor, ainda que intimamente ligados, são sentimentos diferentes. A paixão se caracteriza por intensa atração física e conseqüente desejo erótico. O amor nasce a partir da descoberta do ser amado, com suas qualidades e defeitos, seus encantos e desencantos, e a afinidade que une ambos. Uma das formas de amor mais real é a que exalta a figura da mãe.
Conta uma lenda árabe que um homem decidira casar-se apenas se achasse uma mulher perfeita. Assim, saiu pelo mundo à busca de sua eleita. Trinta anos depois, já idoso e cansado, retornou à terra natal, sem realizar seu desejo. Um amigo comentou: “Então, tu viajaste em vão sem encontrara mulher perfeita!” – Ele respondeu: “Enganas-te meu amigo. Eu encontrei-a, só que ela também estava a procura de um homem perfeito...”
Por essa e outras razões é que o casamento é o mais discutido na sociedade. Uns a definem como “união social de pessoas de sexos diferentes”; outros, o chamam de “fundamento da sociedade”. Alguns afirmam como “grande escola fundada por Deus, para a educação das pessoas”. Há também os que dizem jocosamente: “’’Casar, é perder metade de seus direitos e duplicar deveres”.
Historicamente, quatro são as formas de casamento existentes no mundo: 1- Casamento por rapto ou captura, comum entre tribos em guerra; 2- casamento por compra ou troca, comum entre os índios; 3- casamento por ordem paterna, comum nos povos islâmicos e na China; 4- casamento por consentimento mútuo, ou com a autorização dos pais, quando realizado entre menores. No Brasil, com a Proclamação da República, o casamento civil foi instituído no País, pelo Decreto 181 de 24/01/1890. O casamento passou a ser um ato solene, com três elementos essenciais: l- Sexos diferentes: 2- consentimento dos contratantes; 3- testemunhas. De acordo com os artigos 192 e 194 do Código Civil, o novo Código, a partir de 11/1/2003, permite o casamento religioso em qualquer religião, com o registro da cerimônia no Cartório competente, para a devida legalização. Também o poder familiar foi estendido à mãe e a maioridade passou a ser de 18 anos de idade...
No dia a dia conjugal, muitas são as atribuições e problemas que ocupam o tempo e a mente do casal. Decorre então que o tempo físico e afetivo que sobra para os cônjuges dedicarem um ao outro, vai se estreitando perigosamente, o que para algumas pessoas que já não se dão bem, é até algo desejado. Numa relação afetiva permanente, o saber amar ou amar com competência, consistiria basicamente em evitar a falta de diálogo e a dispersão de cada um para um lado.
Emmanuel, no livro “Vida e Sexo”, diz: “A princípio, exposto a aventuras poligâmicas,
O homem avança de ensinamento em ensinamento, para a monogamia, reconhecendo
a necessidade de equilíbrio em matéria de amor.” Como figuração, lembramos que antigamente o homem possuía harém, onde co-existiam muitas mulheres para o seu prazer. Hoje o homem tem uma esposa ou companheira, enquanto outros homens ainda possuem esposa e amantes. É nessa área – a da realização amorosa – que se iniciam as primeiras dificuldades da existência a dois e, consequentemente, nas relações familiares. Dificilmente cônjuges que não se entendem no campo amoroso, poderão desempenhar satisfatoriamente as funções da paternidade e da maternidade.
Unir um homem e uma mulher pode ser mais complicado do que parece à primeira vista. Tanto um como o outro possuem dois lados, igual a uma moeda; o lado positivo e o lado negativo. Na fase de namoro até o casamento todos apresentam apenas o seu lado positivo, ficando o lado negativo, para ser conhecido posteriormente. A convivência vai depender da aceitação de ambos com suas duas faces.
Em cada país, em cada cultura, a união de pessoas assume características diferentes, que envolvem acordos de família; outras vezes é a fortuna, outras mais por segurança, por conveniências, por solidão e finalmente por amor. É muito raro vermos um par ideal; duas pessoas com visões de vida que se encaixam uma na outra, cuja situação evolutiva seja a mesma e com simpatias que se harmonizem. Tais uniões são raras e não se mostram muito desejáveis, pois é bom que uma pessoa evoluída se sinta atraída por outra menos evoluída, para benefício de ambas.
As vezes ouvimos alguém comentar: “Que pena fulano ter casado com cicrana! São tão diferentes.” Se essa pessoa tivesse mais vivência espiritual, saberia que ambos estão destinados a se beneficiar, nos poucos anos que passarem juntos. Não resta dúvidas que o resultado imediato dessa união, aparentemente inadequada, é uma série de dificuldades de adaptação de ambos. Haverá sempre choques de interesses e de graus evolutivos. Muitos casais vivem um verdadeiro inferno na intimidade, porém, para os parentes e outras pessoas, passam uma aparência de harmonia e felicidade.
É através de dificuldades, tais como viver com pessoas que não se afinam conosco, que aprendemos à verdadeira tolerância. Uma existência agradável e tranqüila, todos desejamos, mas nem sempre é melhor para a evolução do nosso espírito. Progredimos muito mais depressa ao longo do caminho da evolução, pelo sacrifício do trabalho ao nosso próximo e pelo sofrimento que resgata as nossas faltas, que nos parece às vezes, ser um método duro e impiedoso.
Analisando o elevado percentual de casamentos e uniões que terminam em separação, verificamos como é difícil haver entre as pessoas, compreensão, respeito, tolerância, paciência e outras virtudes, que se vivenciadas, fariam com que as uniões perdurassem até a morte. As exceções ocorrem entre os casais que sejam afins e realmente religiosos. Falamos daqueles que põem em prática os ensinamentos morais pregados por Jesus. Vemos dessa maneira, que a religião é importante nessas uniões, porque trava os instintos agressivos que ainda não conseguimos eliminar, mas que o serão quando estivermos mais evoluídos.
Na Lei de Deus, o amor é o primeiro mandamento. O amar entre as pessoas, quando
posto em prática, evita atritos e a paz do lar permanece para felicidade do casal e dos filhos. Não há pior espetáculo do que as crianças presenciarem discussões acaloradas e agressões físicas entre os pais. Essas brigas provocam as separações e os traumas nos filhos, sem falar nas disputas pela posse dos filhos e dos bens materiais. Vemos assim, como é essencial a religião aos pais e filhos, para evitar a desagregação do lar. Dizem até que as uniões que atingem os dois anos, já passaram pela fase mais difícil, porque nesse período as pessoas retiraram a máscara e se apresentam como elas realmente são. Depois da morte, alguns espíritos não continuam necessariamente juntos, nem em existências futuras. Ambas se beneficiaram por terem estado juntas durante um período de tempo.
Nossa existência na Terra pode ser comparada a uma viagem, cuja duração varia de acordo com as nossas necessidades e o Determinismo Divino. A viagem terrena não é turística; ela é baseada em compromissos a tem por objetivo resgates e a conquista da sabedoria e virtudes. O casamento, com a conseqüente formação do lar, é o item mais importante dessa viagem, porque envolve a existência dos cônjuges e dos filhos. Concluímos então que se João veio para viver com Maria, irão se encontrar no momento exato, não importando a nacionalidade, a raça, a cultura ou a posição social que tenham.
Martins Peralta, no livro “Estudando a Mediunidade”, classifica as uniões em cinco tipos principais: 1º- Acidentais – encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem qualquer afinidade espiritual; 2º- Sacrificiais – reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o objetivo de ajudá-la a evoluir; 3º- Provacionais – reencontro de almas para reajustes necessários à resgates de débitos e à evolução de ambas; 4º- Afins – reencontro de almas amigas para consolidação de afetos e evolução espiritual; 5º- Transcendentais – reencontro de almas engrandecidas no bem, que se unem para ajudarem outras almas a evoluirem e promoverem realizações superiores. Com exceção da união acidental, todas as outras obedecem a uma programação feita no plano espiritual.
Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, a grande maioria dos casamentos e uniões, são provacionais; as pessoas têm ligações de existências passadas e se encontram em processo de reajustes, ajudas, realizações e evolução espiritual. A Lei Divina os une, a fim de que, pelo convívio diário, transformem a animosidade de ontem em laços de fraternidade e amor no presente. A prova disso é a desarmonia, os desentendimentos, os problemas nos lares, que às vezes lamentavelmente, terminam em agressões físicas. Relações difíceis de reajustes devem evoluir para relações de amizade. Na medida em que elas evoluem para a amizade; mãe e filho, pai e filha, irmãos, demonstra que a distância espiritual existente, estaria diminuindo gradativamente. Significaria que inimigos do passado estão fazendo as pazes, tornando-se espíritos simpáticos e afins.
Não separeis o que Deus juntou. Com esse argumento, algumas religiões se posicionaram contra o divórcio, alegando que o casamento, sendo uma união divina, o
ser humano não tem autoridade para desfazê-lo, através de leis por ele criadas. A esse
argumento, a Doutrina dos Espíritos apresenta outro argumento muito mais sábio e coerente que diz: “Não separeis o que o Amor juntou.” Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, dedica o capítulo 22 a questões sobre o casamento, do qual tiramos este trecho: “Imutável só o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudanças. Na união ou casamento, o que é de origem divina é o sentimento de amor e a complementação dos sexos para que se opere a substituição dos seres que morrem. Existe ainda outra lei divina, imutável como todas as Leis de Deus, exclusivamente moral: A Lei do Amor. Como Deus é Amor, o casal que vive ligado pelos laços do amor, está abençoado por Deus e ninguém deve separá-los, sob a alegação de que não se casaram no civil ou nesta ou naquela religião.”
Segundo a Doutrina dos Espíritos, somente as Leis Divinas são eternas e imutáveis em todos os tempos e em todo o Universo. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da Humanidade. A lei do casamento é humana e como tal, pode ser modificada. Se na convivência do casal, não existe mais amor, amizade, diálogo, compreensão e tolerância; se a desarmonia, o mal estar, a agressão verbal e física e a inimizade se instalou entre os dois, será difícil manter e, muito menos dizer que essa união é feliz e será duradoura. Após um período de convivência nessas circunstâncias, que pode ser curto ou longo, sem que haja entendimento, e, para que dessa união e desunião não venha a suceder algo pior que simples separação, é que com pesar, se aconselha separar, o que já estava de fato separado.
O divórcio também é uma lei humana, cuja finalidade é regularizar essa separação e dar liberdade às pessoas envolvidas, de prosseguirem vivendo, adiando parte do compromisso assumido na Espiritualidade. Com relação a adiar a dívida, Chico Xavier certa vez fez uma colocação oportuna. Disse ele: “Os bancos financeiros fornecem moratória e reformas para débitos de clientes. Será que o Banco da Providência Divina está em tal penúria que não nos possa dar tempo, para depois resgatarmos as nossas dívidas, para não cairmos em delito maior?”
André Luiz, no livro “Ação e Reação”, narra um caso de separação conjugal que evitou a consumação de um crime e o agravamento da dívida de um dos cônjuges. Conta ele que: “Um esposo seduzido pelos encantos de uma jovem, tudo fazia para que a esposa o abandonasse. Fascinado pela amante, passou a odiar a esposa. Planejou matá-la de forma que o fato passasse como autêntico suicídio. Assim acontecendo, poderia unir-se definitivamente com a amante. De madrugada, levantou-se, apanhou a arma e saindo do local onde dormia, pois já dormiam separados, passou pelo quarto das crianças e se dirigiu para o aposento onde dormia a esposa. Nesse momento, os espíritos protetores da família, utilizando-se de recursos magnéticos, despertam uma das filhas que aos gritos acorda a mãe. A esposa levantando e vendo o marido no corredor com o revolver, longe de suspeitar suas intenções de matá-la, lhe pede que ele não se mate; ela lhe concederia a separação que ele tanto lhe pedira e almejava.” E assim, foi evitado um crime com conseqüências maiores.
Analisando o caso, o assistente espiritual fez estas considerações: “Existe, no Evangelho de Mateus, certa passagem na qual afirma Jesus que a separação na Terra,
é permitida a nós, pela pobreza e dureza dos nossos sentimentos.” Emmanuel, refere-se ao divórcio como “medida extrema” a ser aplicada em situações muito graves. Nestes casos, o divórcio ou a separação resolve temporariamente o problema, porque interrompe a provação que terá de ser complementada no futuro, pelo menos por parte do que provocou a separação, ou que não fez esforço para levar até o fim a provação, se esta não chegou ao seu término.
O bom senso, com base nos ensinamentos morais de Jesus nos diz que devemos evitar recomendar a separação, assim como não devemos censurar, quem recorre a essa solução, para os problemas conjugais. A decisão é de cada um, que deve ouvir a sua consciência e assumir ou seus atos. Concluindo, nos esclarece ainda Emmanuel, quando diz: “De todas as instituições existentes na Terra, nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regeneradora, do que a família. Temos no instituto doméstico, uma organização de origem divina, em cujo seio se encontra os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento espiritual e para a edificação de um mundo melhor.”
Quando Deus disse pela voz dos profetas: “Vós não sereis senão uma mesma carne”, e quando Jesus disse: “Vós não separeis o que Deus uniu”, referia-se a união segundo a Lei imutável de Deus que é o Amor, e não segundo a lei variável dos homens. Paixão, amizade, amor, assim como incompreensão, desunião e separação, são sentimentos e situações que fazem parte da existência do ser humano, dada a nossa condição de inferioridade espiritual.
A pessoa que conseguir levar até o fim, sua jornada expiatória com resignação e paciência, estará no final da sua jornada terrena, liberta para alcançar morada superior na espiritualidade. O Espírito de Verdade, no capítulo VI do “Evangelho Segundo o Espiritismo” nos aconselha dizendo: “Aqueles que carregam seus fardos e que assistem seus irmãos, são meus bem-amados.” E completou ao dizer:”Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados”.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.
Bibliogtrafia:
Livro “Vida e Sexo”
“Estudando a Mediunidade”
“Ação e Reação”
“A Vigem de Uma Alma”
“Evangelho Segundo o Espiritismo”
Médium Chico Xavier –
Mentor Espiritual “Emmanuel”
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
Jesus iniciou suas pregações nas sinagogas das cidades do interior, e somente mais tarde, quando a multidão aumentou, foi que Ele passou a pregar nas praças públicas e ao ar livre.
Oferecendo o Reino de Deus, sobre o dos homens, reino de harmonia, paz, misericórdia e justiça, Jesus tinha capacidade para promover a maior revolução social, dentre as que já haviam sido tentadas. De fato; bem distanciada das clássicas e das religiões dogmáticas, que até hoje existem, filiadas ao Cristianismo, a doutrina que Jesus pregava exigia reavaliações objetivas e imediatas; exigia ações moralizadoras e resultados; exatamente como a Doutrina dos Espíritos exige hoje de seus adeptos, e não concepções teóricas e filosofias vazias. Por isso Jesus dizia sempre: “Pelos frutos conhecereis as árvores e aquele que não der bons frutos, deve ser cortada e lançada fora.”
Quando vemos nos dias de hoje, nos ambientes ainda retardados ou ignorantes, que a tendência do povo é procurar confiadamente a curandeiros e charlatões, esperançosos em curas milagrosas, às vezes impossíveis, nada há de estranhável que naqueles dias, aquelas pessoas corressem desesperadas para junto de Jesus, que, realmente, tinha poderes e meios de auxiliar e curar aos que lhe solicitavam a cura.
Quando curava os leprosos e mandava que se apresentassem aos sacerdotes, era para que o benefício fosse completo, porque os sacerdotes eram obrigados a comprovar a cura e fornecer ao ex-doente, atestado de sua cura, cessando seu isolamento em lugares afastados, podendo eles, daí em diante, retornarem ao convívio da família e da sociedade.
As curas feitas por Jesus, eram aparentemente de processos diferentes: ora Ele impunha as mãos sobre os doentes, ora apelava para a fé do pedinte, ora utilizando seu imenso poder, simplesmente dizia: “estás curado”, ou “tua fé te curou”, ou “vai e não peques mais”. Muitas vezes por compaixão, curava vários doentes ou um grupo deles, estendendo os braços em sua direção, dizendo: “se tiverdes fé sereis beneficiados”, a exemplo do que fez com os dez leprosos; outras vezes operava curas à distância, usando apenas a palavra, e como exemplo; a cura do servo do centurião que pediu a Jesus, e que teve fé de que assim seria efetuado, sem precisar Jesus ir até sua casa, citados nos Evangelhos. Foram tantas as curas que Jesus fez que ficaram muitas sem serem mencionadas pelos evangelistas.
Vendo Jesus, a multidão que se aproximava e o procurava, mais pelas curas das enfermidades, do que pelos ensinamentos que transmitia, Ele subiu a um monte, sentou-se cercado dos seus discípulos e começou a pregar... O Sermão da Montanha. Não havia melhor oportunidade para que Ele falasse de temas tão essenciais para a Humanidade. Suas palavras se perpetuaram e, poucas pessoas souberam como Gandhi, o líder da Índia, dizer tão bem da relevância daquele sermão, quando disse: “Se se perdesse todos os livros sagrados, e só restasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido.”
Jesus então inicia a pregação dizendo: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”... O sofrimento é a maneira com a qual resgatamos as faltas e os erros que, em nossa ignorância, cometemos na presente e em existências passadas, e, conseguimos a nossa felicidade futura; porque os que sofrem, têm contas a ajustar com a Justiça Divina. As lágrimas dos sofrimentos, quando suportadas resignadamente, lavam as manchas da consciência e purificam o nosso Espírito. Por isso, Jesus diz que são felizes os que choram, porque eles já iniciaram o resgate dos seus débitos, e, embora a Terra lhes reservem lágrimas, suaves consolações os esperam no mundo espiritual, libertos de remorsos, originados pelos maus atos praticados...
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”... A justiça da Terra é falha; ignora as causas profundas que levaram alguém a cometer uma falta; por isso julga superficialmente. Além disso, quantas injustiças tomamos conhecimento e quantos crimes ficam impunes. Qualquer um de nós pode observar diariamente, crimes que são praticados, mas que a justiça da Terra não castiga e nem corrige. Embora possamos iludir e nos livrar da justiça terrena, é impossível iludir a Justiça de Deus. E Jesus, profundo conhecedor da lei de “causa e efeito”, declara: “Não te importes se sofreres injustiças, ou se irmãos que te ofenderam e te iludiram, e não forem alcançados pela justiça das pessoas. No mundo espiritual, para onde irão todos, mais cedo ou mais tarde, pontifica um Juiz Incorruptível; Ele te fará justiça”.
Bem-aventurados os que sofrem perseguições da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”... As nobres idéias que fazem com que a Humanidade progrida material, intelectual, moral, política e espiritualmente, encontram ferrenhos opositores que se esforçam por esmagá-las. E no mundo, formam-se castas, que se aproveitam de suas posições, para tirar o máximo proveito de seus poderes, e não admitem a mais leve mudança no regime que as mantém e favorece. Compreendendo a injustiça que semelhantes pessoas espalham na Terra, Jesus torna dignos da recompensa divina, as pessoas esclarecidas e de boa-vontade, que lutam para que a justiça reine em todos os setores das atividades humanas...
Essas compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra, não podem ocorrer senão na vida espiritual. Sem essas certezas, as máximas pregadas por Jesus, seria um contra-senso, dizendo melhor, seria um engodo. Mas, então, pergunta-se, por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns nascem na miséria e outros na opulência? Por que para uns, nada dá certo e para outros, tudo parece sorrir? – Compreende-se menos ainda, ver os bens materiais tão desigualmente repartidos; ver as pessoas virtuosas passarem dificuldades e sofrerem ao lado dos maus que prosperam e vivem nos prazeres. A fé no futuro pode consolar e levar à paciência, mas não explica essas anomalias que parecem brindar os maus e desmentir a Justiça Divina.
Porém, desde que se admita Deus, nosso Pai Celestial de infinito amor, justiça, bondade e misericórdia; não se pode concebê-lo sem perfeições infinitas, sem o que não seria Deus. Ora, meus irmãos, se Deus é soberanamente justo, não pode agir por capricho, nem com parcialidade, permitindo nascer crianças em perfeitas condições e outras defeituosas, existência de prazeres materiais para uns e sofrimentos para outros. Portanto, as vicissitudes da existência, têm, pois, uma causa, e, sendo Deus justo, essa causa deve ser justa também.
Elas são de duas espécies; uma tem a sua causa nas existências passadas e a outra na existência presente. Procurando a fonte dos males, se reconhecerá que muitos deles, são conseqüências do caráter e da conduta daqueles que os suportam. Quantas pessoas são vítimas de sua imprevidência, do orgulho, da ambição, do egoísmo, por má conduta, e por não terem limitado os seus desejos. Quantas uniões infelizes, algumas, porque foram realizadas sob a influência da vaidade e dos interesses, sem levar em conta a afinidade e os sentimentos. Quantos males e enfermidades, conseqüências dos excessos de todos os gêneros. Quantas atitudes impensadas e imprudentes que causaram desastres e sofrimentos. Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não combateram suas más tendências no princípio, recolhendo mais tarde o que deixaram acontecer; a falta de respeito e a ingratidão deles.
Que todos aqueles que são atingidos pelas vicissitudes e decepções da existência, interroguem friamente suas consciências, e verão o mais frequentemente, se não podem dizer: “Se eu tivesse, ou eu não tivesse feito tal coisa, eu não estaria hoje nesta situação. A quem culpar, pois, de todas as nossas aflições, senão a nós mesmos? O ser humano é assim, o próprio causador de seus males, mas ao invés de reconhecer, acha ele mais simples, acusar a sorte, a chance desfavorável, a má estrela e até mesmo a Providência Divina. O ser humano que sofre é semelhante a um devedor que deve uma grande quantia, e diz-lhe o seu credor: “Se me pagardes hoje, 50% do que me deves, eu vos darei quitação de todo o resto e sereis livre; se não o fizerdes, eu vos perseguirei até que tenhais pago o último centavos.” O devedor não seria mais feliz suportando toda sorte de privações para se liberar, pagando somente a metade do que deve? Ao invés de se lamentar do seu credor, não lhe agradeceria? Assim também procede o Pai Celestial com seus filhos devedores da sua Lei.
A pessoa evitará grande parte dos sofrimentos da existência, quando trabalhar para seu aprimoramento intelectual, moral e espiritual. Mas essa atitude, algumas vezes, vem um pouco tarde; quando a existência já foi prejudicada, as forças desgastadas, o tempo passou, e quando os atos negativos não podem mais ser reparados. Então a pessoa se põe a dizer: “Ah, se no início da existência eu soubesse o que sei agora, quantas faltas teria evitado. Perdi a jornada...” Mas, da mesma forma que o sol se ergue no dia seguinte, assim também depois da noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova existência, na qual o Espírito poderá aproveitar a experiência do passado, como suas boas intenções para o futuro. Essa é a maneira pela qual o Pai Celestial concede a todos nós, a possibilidade de resgatarmos as dívidas do passado e fazermos a nossa própria evolução.
Se há males, dos quais, o ser humano é o causador na existência, há outros que na aparência, lhe são completamente estranhos e que parecem ser como por fatalidade. Citamos alguns exemplos: A perda de entes queridos, principalmente os que são arrimo de família; os acidentes que ninguém poderia impedir; os revezes de fortuna; os flagelos naturais; as enfermidades de nascimento, principalmente aquelas que tiram aos infelizes, os meios de ganhar seu próprio sustento pelo trabalho. Esses que nascem em semelhantes condições, seguramente, nada fizeram na existência presente, para merecerem uma “má sorte”.
Por que, pois, seres tão infelizes, ao passo que as vezes sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos em todos os aspectos? Que dizer das crianças que morrem em tenra idade e não tomaram conhecimento de nada de bom ou de mal na existência? - Anomalias essas, que nenhuma religião até hoje pode explicar e justificar, a não ser a Doutrina dos Espíritos, e que seriam a negação da bondade e justiça de Deus, na hipótese de ser a alma, criada no mesmo tempo que o corpo. Que fizeram essas almas para suportar tantos sofrimentos, quando não puderam nem fazer o mal?
Deus, não nos pode punir pelo bem que se faz, nem pelo mal que não se fez. Porém, se o Espírito quando revestido de um corpo físico (ser humano) não fez o mal na presente existência, certamente o praticou em outras existências. Então, como não pode fugir da Justiça Divina, volta em nova existência para reparar e passar pelos mesmos problemas que causou aos seus semelhantes, no passado. Assim, o ser humano não é sempre punido nem resgata suas faltas na mesma existência, mas não escapa jamais às conseqüências de suas faltas. A sementeira é livre, ou seja, podemos fazer da nossa existência o que quisermos de bem ou de mal, entretanto sabendo, que vamos receber daquilo que plantarmos (realizarmos).
O Determinismo Divino é de progresso constante; podemos até estacionar por uma ou duas existências, mas se não evoluirmos pelo amor, o seremos impelidos pela dor. Não nos esqueçamos de que estamos vivendo num mundo inferior, onde somos mantidos pelas nossas próprias imperfeições. O sofrimento que não provoca lamentações, é sem dúvida uma expiação, como também é um indício de que foi escolhido voluntariamente pelo espírito, e não imposto, representando um sinal de progresso.
O espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu anteriormente, e em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez, ou ajudá-los a progredir. Não lhe é permitido a lembrança da existência anterior, porque, se reconhecesse nela, aquelas pessoas que odiou, talvez seu ódio se revelasse. Se tivesse sofrido algum mal de quem é filho hoje, poderia repudiar sua mãe. Esse esquecimento, somente ocorre durante a existência no corpo físico. Reentrando na vida espiritual, o espírito retoma as suas lembranças de existências passadas e também as da existência que vêm de concluir, e se as ações praticadas durante ela, foram inferiores, o espírito sofre também na espiritualidade.
Tempo vem, em que o espírito liberto das suas imperfeições, alçará a planos superiores onde não mais passará pelas provas dos sofrimentos.
“Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”...por estas palavras, Jesus nos anuncia a compensação que espera aqueles que sofrem com resignação, que faz abençoar o sofrimento, nos indicando a purificação da nossa alma. Essas faltas passadas e presentes que nos causam os sofrimentos, suportados pacientemente sobre a Terra, nos poupam séculos de dores em outras existências. Mas, para aquele que não crê na eternidade, que acredita que tudo nele se acaba com a existência material e que deseja abreviar seus sofrimentos e suas misérias pelo suicídio, deve ficar sabendo que a vida não se acaba e que esses sofrimentos serão acrescidos agora de suas funestas conseqüências, no plano espiritual.
Devemos, pois, ficar resignados e felizes porque Deus permitiu que pagássemos nossos débitos, o que nos assegura a Paz e a Felicidade no futuro. Seremos felizes se quitarmos os nossos débitos, porque estaremos livres; mas se continuarmos a nos endividar com a Justiça Divina, continuaremos sofrendo e mais difícil será alcançarmos a libertação tão almeja.
Do alto do Monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, Jesus ensinava às multidões, dizendo: “Vós sois bem-aventurados, vós que sois pobres, porque o reino dos céus é para vós. Vós sois bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados. Vós sois felizes, vós que agora chorais, porque rireis”, e os meios de conquistar o Reino dos Céus... e recomendava ainda; resignação na adversidade, mansidão nas lutas do dia a dia, misericórdia no meio da tirania, e, higiene de coração, para que pudessem ver a Deus...
Senhor, nos ajude a trilhar o caminho que nos evite os sofrimentos.
Bibliografia:
“Livro dos Espíritos”
Evangelho de Jesus
Evangelho Segundo o Espiritismo
Jc.
S.Luis, 29/02/1996
Jesus iniciou suas pregações nas sinagogas das cidades do interior, e somente mais tarde, quando a multidão aumentou, foi que Ele passou a pregar nas praças públicas e ao ar livre.
Oferecendo o Reino de Deus, sobre o dos homens, reino de harmonia, paz, misericórdia e justiça, Jesus tinha capacidade para promover a maior revolução social, dentre as que já haviam sido tentadas. De fato; bem distanciada das clássicas e das religiões dogmáticas, que até hoje existem, filiadas ao Cristianismo, a doutrina que Jesus pregava exigia reavaliações objetivas e imediatas; exigia ações moralizadoras e resultados; exatamente como a Doutrina dos Espíritos exige hoje de seus adeptos, e não concepções teóricas e filosofias vazias. Por isso Jesus dizia sempre: “Pelos frutos conhecereis as árvores e aquele que não der bons frutos, deve ser cortada e lançada fora.”
Quando vemos nos dias de hoje, nos ambientes ainda retardados ou ignorantes, que a tendência do povo é procurar confiadamente a curandeiros e charlatões, esperançosos em curas milagrosas, às vezes impossíveis, nada há de estranhável que naqueles dias, aquelas pessoas corressem desesperadas para junto de Jesus, que, realmente, tinha poderes e meios de auxiliar e curar aos que lhe solicitavam a cura.
Quando curava os leprosos e mandava que se apresentassem aos sacerdotes, era para que o benefício fosse completo, porque os sacerdotes eram obrigados a comprovar a cura e fornecer ao ex-doente, atestado de sua cura, cessando seu isolamento em lugares afastados, podendo eles, daí em diante, retornarem ao convívio da família e da sociedade.
As curas feitas por Jesus, eram aparentemente de processos diferentes: ora Ele impunha as mãos sobre os doentes, ora apelava para a fé do pedinte, ora utilizando seu imenso poder, simplesmente dizia: “estás curado”, ou “tua fé te curou”, ou “vai e não peques mais”. Muitas vezes por compaixão, curava vários doentes ou um grupo deles, estendendo os braços em sua direção, dizendo: “se tiverdes fé sereis beneficiados”, a exemplo do que fez com os dez leprosos; outras vezes operava curas à distância, usando apenas a palavra, e como exemplo; a cura do servo do centurião que pediu a Jesus, e que teve fé de que assim seria efetuado, sem precisar Jesus ir até sua casa, citados nos Evangelhos. Foram tantas as curas que Jesus fez que ficaram muitas sem serem mencionadas pelos evangelistas.
Vendo Jesus, a multidão que se aproximava e o procurava, mais pelas curas das enfermidades, do que pelos ensinamentos que transmitia, Ele subiu a um monte, sentou-se cercado dos seus discípulos e começou a pregar... O Sermão da Montanha. Não havia melhor oportunidade para que Ele falasse de temas tão essenciais para a Humanidade. Suas palavras se perpetuaram e, poucas pessoas souberam como Gandhi, o líder da Índia, dizer tão bem da relevância daquele sermão, quando disse: “Se se perdesse todos os livros sagrados, e só restasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido.”
Jesus então inicia a pregação dizendo: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”... O sofrimento é a maneira com a qual resgatamos as faltas e os erros que, em nossa ignorância, cometemos na presente e em existências passadas, e, conseguimos a nossa felicidade futura; porque os que sofrem, têm contas a ajustar com a Justiça Divina. As lágrimas dos sofrimentos, quando suportadas resignadamente, lavam as manchas da consciência e purificam o nosso Espírito. Por isso, Jesus diz que são felizes os que choram, porque eles já iniciaram o resgate dos seus débitos, e, embora a Terra lhes reservem lágrimas, suaves consolações os esperam no mundo espiritual, libertos de remorsos, originados pelos maus atos praticados...
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”... A justiça da Terra é falha; ignora as causas profundas que levaram alguém a cometer uma falta; por isso julga superficialmente. Além disso, quantas injustiças tomamos conhecimento e quantos crimes ficam impunes. Qualquer um de nós pode observar diariamente, crimes que são praticados, mas que a justiça da Terra não castiga e nem corrige. Embora possamos iludir e nos livrar da justiça terrena, é impossível iludir a Justiça de Deus. E Jesus, profundo conhecedor da lei de “causa e efeito”, declara: “Não te importes se sofreres injustiças, ou se irmãos que te ofenderam e te iludiram, e não forem alcançados pela justiça das pessoas. No mundo espiritual, para onde irão todos, mais cedo ou mais tarde, pontifica um Juiz Incorruptível; Ele te fará justiça”.
Bem-aventurados os que sofrem perseguições da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”... As nobres idéias que fazem com que a Humanidade progrida material, intelectual, moral, política e espiritualmente, encontram ferrenhos opositores que se esforçam por esmagá-las. E no mundo, formam-se castas, que se aproveitam de suas posições, para tirar o máximo proveito de seus poderes, e não admitem a mais leve mudança no regime que as mantém e favorece. Compreendendo a injustiça que semelhantes pessoas espalham na Terra, Jesus torna dignos da recompensa divina, as pessoas esclarecidas e de boa-vontade, que lutam para que a justiça reine em todos os setores das atividades humanas...
Essas compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra, não podem ocorrer senão na vida espiritual. Sem essas certezas, as máximas pregadas por Jesus, seria um contra-senso, dizendo melhor, seria um engodo. Mas, então, pergunta-se, por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns nascem na miséria e outros na opulência? Por que para uns, nada dá certo e para outros, tudo parece sorrir? – Compreende-se menos ainda, ver os bens materiais tão desigualmente repartidos; ver as pessoas virtuosas passarem dificuldades e sofrerem ao lado dos maus que prosperam e vivem nos prazeres. A fé no futuro pode consolar e levar à paciência, mas não explica essas anomalias que parecem brindar os maus e desmentir a Justiça Divina.
Porém, desde que se admita Deus, nosso Pai Celestial de infinito amor, justiça, bondade e misericórdia; não se pode concebê-lo sem perfeições infinitas, sem o que não seria Deus. Ora, meus irmãos, se Deus é soberanamente justo, não pode agir por capricho, nem com parcialidade, permitindo nascer crianças em perfeitas condições e outras defeituosas, existência de prazeres materiais para uns e sofrimentos para outros. Portanto, as vicissitudes da existência, têm, pois, uma causa, e, sendo Deus justo, essa causa deve ser justa também.
Elas são de duas espécies; uma tem a sua causa nas existências passadas e a outra na existência presente. Procurando a fonte dos males, se reconhecerá que muitos deles, são conseqüências do caráter e da conduta daqueles que os suportam. Quantas pessoas são vítimas de sua imprevidência, do orgulho, da ambição, do egoísmo, por má conduta, e por não terem limitado os seus desejos. Quantas uniões infelizes, algumas, porque foram realizadas sob a influência da vaidade e dos interesses, sem levar em conta a afinidade e os sentimentos. Quantos males e enfermidades, conseqüências dos excessos de todos os gêneros. Quantas atitudes impensadas e imprudentes que causaram desastres e sofrimentos. Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não combateram suas más tendências no princípio, recolhendo mais tarde o que deixaram acontecer; a falta de respeito e a ingratidão deles.
Que todos aqueles que são atingidos pelas vicissitudes e decepções da existência, interroguem friamente suas consciências, e verão o mais frequentemente, se não podem dizer: “Se eu tivesse, ou eu não tivesse feito tal coisa, eu não estaria hoje nesta situação. A quem culpar, pois, de todas as nossas aflições, senão a nós mesmos? O ser humano é assim, o próprio causador de seus males, mas ao invés de reconhecer, acha ele mais simples, acusar a sorte, a chance desfavorável, a má estrela e até mesmo a Providência Divina. O ser humano que sofre é semelhante a um devedor que deve uma grande quantia, e diz-lhe o seu credor: “Se me pagardes hoje, 50% do que me deves, eu vos darei quitação de todo o resto e sereis livre; se não o fizerdes, eu vos perseguirei até que tenhais pago o último centavos.” O devedor não seria mais feliz suportando toda sorte de privações para se liberar, pagando somente a metade do que deve? Ao invés de se lamentar do seu credor, não lhe agradeceria? Assim também procede o Pai Celestial com seus filhos devedores da sua Lei.
A pessoa evitará grande parte dos sofrimentos da existência, quando trabalhar para seu aprimoramento intelectual, moral e espiritual. Mas essa atitude, algumas vezes, vem um pouco tarde; quando a existência já foi prejudicada, as forças desgastadas, o tempo passou, e quando os atos negativos não podem mais ser reparados. Então a pessoa se põe a dizer: “Ah, se no início da existência eu soubesse o que sei agora, quantas faltas teria evitado. Perdi a jornada...” Mas, da mesma forma que o sol se ergue no dia seguinte, assim também depois da noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova existência, na qual o Espírito poderá aproveitar a experiência do passado, como suas boas intenções para o futuro. Essa é a maneira pela qual o Pai Celestial concede a todos nós, a possibilidade de resgatarmos as dívidas do passado e fazermos a nossa própria evolução.
Se há males, dos quais, o ser humano é o causador na existência, há outros que na aparência, lhe são completamente estranhos e que parecem ser como por fatalidade. Citamos alguns exemplos: A perda de entes queridos, principalmente os que são arrimo de família; os acidentes que ninguém poderia impedir; os revezes de fortuna; os flagelos naturais; as enfermidades de nascimento, principalmente aquelas que tiram aos infelizes, os meios de ganhar seu próprio sustento pelo trabalho. Esses que nascem em semelhantes condições, seguramente, nada fizeram na existência presente, para merecerem uma “má sorte”.
Por que, pois, seres tão infelizes, ao passo que as vezes sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos em todos os aspectos? Que dizer das crianças que morrem em tenra idade e não tomaram conhecimento de nada de bom ou de mal na existência? - Anomalias essas, que nenhuma religião até hoje pode explicar e justificar, a não ser a Doutrina dos Espíritos, e que seriam a negação da bondade e justiça de Deus, na hipótese de ser a alma, criada no mesmo tempo que o corpo. Que fizeram essas almas para suportar tantos sofrimentos, quando não puderam nem fazer o mal?
Deus, não nos pode punir pelo bem que se faz, nem pelo mal que não se fez. Porém, se o Espírito quando revestido de um corpo físico (ser humano) não fez o mal na presente existência, certamente o praticou em outras existências. Então, como não pode fugir da Justiça Divina, volta em nova existência para reparar e passar pelos mesmos problemas que causou aos seus semelhantes, no passado. Assim, o ser humano não é sempre punido nem resgata suas faltas na mesma existência, mas não escapa jamais às conseqüências de suas faltas. A sementeira é livre, ou seja, podemos fazer da nossa existência o que quisermos de bem ou de mal, entretanto sabendo, que vamos receber daquilo que plantarmos (realizarmos).
O Determinismo Divino é de progresso constante; podemos até estacionar por uma ou duas existências, mas se não evoluirmos pelo amor, o seremos impelidos pela dor. Não nos esqueçamos de que estamos vivendo num mundo inferior, onde somos mantidos pelas nossas próprias imperfeições. O sofrimento que não provoca lamentações, é sem dúvida uma expiação, como também é um indício de que foi escolhido voluntariamente pelo espírito, e não imposto, representando um sinal de progresso.
O espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu anteriormente, e em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez, ou ajudá-los a progredir. Não lhe é permitido a lembrança da existência anterior, porque, se reconhecesse nela, aquelas pessoas que odiou, talvez seu ódio se revelasse. Se tivesse sofrido algum mal de quem é filho hoje, poderia repudiar sua mãe. Esse esquecimento, somente ocorre durante a existência no corpo físico. Reentrando na vida espiritual, o espírito retoma as suas lembranças de existências passadas e também as da existência que vêm de concluir, e se as ações praticadas durante ela, foram inferiores, o espírito sofre também na espiritualidade.
Tempo vem, em que o espírito liberto das suas imperfeições, alçará a planos superiores onde não mais passará pelas provas dos sofrimentos.
“Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”...por estas palavras, Jesus nos anuncia a compensação que espera aqueles que sofrem com resignação, que faz abençoar o sofrimento, nos indicando a purificação da nossa alma. Essas faltas passadas e presentes que nos causam os sofrimentos, suportados pacientemente sobre a Terra, nos poupam séculos de dores em outras existências. Mas, para aquele que não crê na eternidade, que acredita que tudo nele se acaba com a existência material e que deseja abreviar seus sofrimentos e suas misérias pelo suicídio, deve ficar sabendo que a vida não se acaba e que esses sofrimentos serão acrescidos agora de suas funestas conseqüências, no plano espiritual.
Devemos, pois, ficar resignados e felizes porque Deus permitiu que pagássemos nossos débitos, o que nos assegura a Paz e a Felicidade no futuro. Seremos felizes se quitarmos os nossos débitos, porque estaremos livres; mas se continuarmos a nos endividar com a Justiça Divina, continuaremos sofrendo e mais difícil será alcançarmos a libertação tão almeja.
Do alto do Monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, Jesus ensinava às multidões, dizendo: “Vós sois bem-aventurados, vós que sois pobres, porque o reino dos céus é para vós. Vós sois bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados. Vós sois felizes, vós que agora chorais, porque rireis”, e os meios de conquistar o Reino dos Céus... e recomendava ainda; resignação na adversidade, mansidão nas lutas do dia a dia, misericórdia no meio da tirania, e, higiene de coração, para que pudessem ver a Deus...
Senhor, nos ajude a trilhar o caminho que nos evite os sofrimentos.
Bibliografia:
“Livro dos Espíritos”
Evangelho de Jesus
Evangelho Segundo o Espiritismo
Jc.
S.Luis, 29/02/1996
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