O AMOR, O CASAMENTO E A SEPARAÇÃO
O amor movimenta a Humanidade. E uma das formas de amor é a que existe e sobrevive, graças a união de um homem e uma mulher. Os parceiros da vida a dois, antes de chegarem a essa situação, passam por uma fase de aproximação e namoro, que se inicia geralmente, devido a uma forte atração física mútua, a qual pode desencadear uma paixão. A paixão por sua vez, poderá evoluir para o sentimento de amizade e daí para o amor. Paixão e amor, ainda que intimamente ligados, são sentimentos diferentes. A paixão se caracteriza por intensa atração física e conseqüente desejo erótico. O amor nasce a partir da descoberta do ser amado, com suas qualidades e defeitos, seus encantos e desencantos, e a afinidade que une ambos. Uma das formas de amor mais real é a que exalta a figura da mãe.
Conta uma lenda árabe que um homem decidira casar-se apenas se achasse uma mulher perfeita. Assim, saiu pelo mundo à busca de sua eleita. Trinta anos depois, já idoso e cansado, retornou à terra natal, sem realizar seu desejo. Um amigo comentou: “Então, tu viajaste em vão sem encontrara mulher perfeita!” – Ele respondeu: “Enganas-te meu amigo. Eu encontrei-a, só que ela também estava a procura de um homem perfeito...”
Por essa e outras razões é que o casamento é o mais discutido na sociedade. Uns a definem como “união social de pessoas de sexos diferentes”; outros, o chamam de “fundamento da sociedade”. Alguns afirmam como “grande escola fundada por Deus, para a educação das pessoas”. Há também os que dizem jocosamente: “’’Casar, é perder metade de seus direitos e duplicar deveres”.
Historicamente, quatro são as formas de casamento existentes no mundo: 1- Casamento por rapto ou captura, comum entre tribos em guerra; 2- casamento por compra ou troca, comum entre os índios; 3- casamento por ordem paterna, comum nos povos islâmicos e na China; 4- casamento por consentimento mútuo, ou com a autorização dos pais, quando realizado entre menores. No Brasil, com a Proclamação da República, o casamento civil foi instituído no País, pelo Decreto 181 de 24/01/1890. O casamento passou a ser um ato solene, com três elementos essenciais: l- Sexos diferentes: 2- consentimento dos contratantes; 3- testemunhas. De acordo com os artigos 192 e 194 do Código Civil, o novo Código, a partir de 11/1/2003, permite o casamento religioso em qualquer religião, com o registro da cerimônia no Cartório competente, para a devida legalização. Também o poder familiar foi estendido à mãe e a maioridade passou a ser de 18 anos de idade...
No dia a dia conjugal, muitas são as atribuições e problemas que ocupam o tempo e a mente do casal. Decorre então que o tempo físico e afetivo que sobra para os cônjuges dedicarem um ao outro, vai se estreitando perigosamente, o que para algumas pessoas que já não se dão bem, é até algo desejado. Numa relação afetiva permanente, o saber amar ou amar com competência, consistiria basicamente em evitar a falta de diálogo e a dispersão de cada um para um lado.
Emmanuel, no livro “Vida e Sexo”, diz: “A princípio, exposto a aventuras poligâmicas,
O homem avança de ensinamento em ensinamento, para a monogamia, reconhecendo
a necessidade de equilíbrio em matéria de amor.” Como figuração, lembramos que antigamente o homem possuía harém, onde co-existiam muitas mulheres para o seu prazer. Hoje o homem tem uma esposa ou companheira, enquanto outros homens ainda possuem esposa e amantes. É nessa área – a da realização amorosa – que se iniciam as primeiras dificuldades da existência a dois e, consequentemente, nas relações familiares. Dificilmente cônjuges que não se entendem no campo amoroso, poderão desempenhar satisfatoriamente as funções da paternidade e da maternidade.
Unir um homem e uma mulher pode ser mais complicado do que parece à primeira vista. Tanto um como o outro possuem dois lados, igual a uma moeda; o lado positivo e o lado negativo. Na fase de namoro até o casamento todos apresentam apenas o seu lado positivo, ficando o lado negativo, para ser conhecido posteriormente. A convivência vai depender da aceitação de ambos com suas duas faces.
Em cada país, em cada cultura, a união de pessoas assume características diferentes, que envolvem acordos de família; outras vezes é a fortuna, outras mais por segurança, por conveniências, por solidão e finalmente por amor. É muito raro vermos um par ideal; duas pessoas com visões de vida que se encaixam uma na outra, cuja situação evolutiva seja a mesma e com simpatias que se harmonizem. Tais uniões são raras e não se mostram muito desejáveis, pois é bom que uma pessoa evoluída se sinta atraída por outra menos evoluída, para benefício de ambas.
As vezes ouvimos alguém comentar: “Que pena fulano ter casado com cicrana! São tão diferentes.” Se essa pessoa tivesse mais vivência espiritual, saberia que ambos estão destinados a se beneficiar, nos poucos anos que passarem juntos. Não resta dúvidas que o resultado imediato dessa união, aparentemente inadequada, é uma série de dificuldades de adaptação de ambos. Haverá sempre choques de interesses e de graus evolutivos. Muitos casais vivem um verdadeiro inferno na intimidade, porém, para os parentes e outras pessoas, passam uma aparência de harmonia e felicidade.
É através de dificuldades, tais como viver com pessoas que não se afinam conosco, que aprendemos à verdadeira tolerância. Uma existência agradável e tranqüila, todos desejamos, mas nem sempre é melhor para a evolução do nosso espírito. Progredimos muito mais depressa ao longo do caminho da evolução, pelo sacrifício do trabalho ao nosso próximo e pelo sofrimento que resgata as nossas faltas, que nos parece às vezes, ser um método duro e impiedoso.
Analisando o elevado percentual de casamentos e uniões que terminam em separação, verificamos como é difícil haver entre as pessoas, compreensão, respeito, tolerância, paciência e outras virtudes, que se vivenciadas, fariam com que as uniões perdurassem até a morte. As exceções ocorrem entre os casais que sejam afins e realmente religiosos. Falamos daqueles que põem em prática os ensinamentos morais pregados por Jesus. Vemos dessa maneira, que a religião é importante nessas uniões, porque trava os instintos agressivos que ainda não conseguimos eliminar, mas que o serão quando estivermos mais evoluídos.
Na Lei de Deus, o amor é o primeiro mandamento. O amar entre as pessoas, quando
posto em prática, evita atritos e a paz do lar permanece para felicidade do casal e dos filhos. Não há pior espetáculo do que as crianças presenciarem discussões acaloradas e agressões físicas entre os pais. Essas brigas provocam as separações e os traumas nos filhos, sem falar nas disputas pela posse dos filhos e dos bens materiais. Vemos assim, como é essencial a religião aos pais e filhos, para evitar a desagregação do lar. Dizem até que as uniões que atingem os dois anos, já passaram pela fase mais difícil, porque nesse período as pessoas retiraram a máscara e se apresentam como elas realmente são. Depois da morte, alguns espíritos não continuam necessariamente juntos, nem em existências futuras. Ambas se beneficiaram por terem estado juntas durante um período de tempo.
Nossa existência na Terra pode ser comparada a uma viagem, cuja duração varia de acordo com as nossas necessidades e o Determinismo Divino. A viagem terrena não é turística; ela é baseada em compromissos a tem por objetivo resgates e a conquista da sabedoria e virtudes. O casamento, com a conseqüente formação do lar, é o item mais importante dessa viagem, porque envolve a existência dos cônjuges e dos filhos. Concluímos então que se João veio para viver com Maria, irão se encontrar no momento exato, não importando a nacionalidade, a raça, a cultura ou a posição social que tenham.
Martins Peralta, no livro “Estudando a Mediunidade”, classifica as uniões em cinco tipos principais: 1º- Acidentais – encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem qualquer afinidade espiritual; 2º- Sacrificiais – reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o objetivo de ajudá-la a evoluir; 3º- Provacionais – reencontro de almas para reajustes necessários à resgates de débitos e à evolução de ambas; 4º- Afins – reencontro de almas amigas para consolidação de afetos e evolução espiritual; 5º- Transcendentais – reencontro de almas engrandecidas no bem, que se unem para ajudarem outras almas a evoluirem e promoverem realizações superiores. Com exceção da união acidental, todas as outras obedecem a uma programação feita no plano espiritual.
Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, a grande maioria dos casamentos e uniões, são provacionais; as pessoas têm ligações de existências passadas e se encontram em processo de reajustes, ajudas, realizações e evolução espiritual. A Lei Divina os une, a fim de que, pelo convívio diário, transformem a animosidade de ontem em laços de fraternidade e amor no presente. A prova disso é a desarmonia, os desentendimentos, os problemas nos lares, que às vezes lamentavelmente, terminam em agressões físicas. Relações difíceis de reajustes devem evoluir para relações de amizade. Na medida em que elas evoluem para a amizade; mãe e filho, pai e filha, irmãos, demonstra que a distância espiritual existente, estaria diminuindo gradativamente. Significaria que inimigos do passado estão fazendo as pazes, tornando-se espíritos simpáticos e afins.
Não separeis o que Deus juntou. Com esse argumento, algumas religiões se posicionaram contra o divórcio, alegando que o casamento, sendo uma união divina, o
ser humano não tem autoridade para desfazê-lo, através de leis por ele criadas. A esse
argumento, a Doutrina dos Espíritos apresenta outro argumento muito mais sábio e coerente que diz: “Não separeis o que o Amor juntou.” Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, dedica o capítulo 22 a questões sobre o casamento, do qual tiramos este trecho: “Imutável só o que vem de Deus. Tudo o que é obra dos homens está sujeito a mudanças. Na união ou casamento, o que é de origem divina é o sentimento de amor e a complementação dos sexos para que se opere a substituição dos seres que morrem. Existe ainda outra lei divina, imutável como todas as Leis de Deus, exclusivamente moral: A Lei do Amor. Como Deus é Amor, o casal que vive ligado pelos laços do amor, está abençoado por Deus e ninguém deve separá-los, sob a alegação de que não se casaram no civil ou nesta ou naquela religião.”
Segundo a Doutrina dos Espíritos, somente as Leis Divinas são eternas e imutáveis em todos os tempos e em todo o Universo. As leis humanas mudam segundo os tempos, os lugares e o progresso da Humanidade. A lei do casamento é humana e como tal, pode ser modificada. Se na convivência do casal, não existe mais amor, amizade, diálogo, compreensão e tolerância; se a desarmonia, o mal estar, a agressão verbal e física e a inimizade se instalou entre os dois, será difícil manter e, muito menos dizer que essa união é feliz e será duradoura. Após um período de convivência nessas circunstâncias, que pode ser curto ou longo, sem que haja entendimento, e, para que dessa união e desunião não venha a suceder algo pior que simples separação, é que com pesar, se aconselha separar, o que já estava de fato separado.
O divórcio também é uma lei humana, cuja finalidade é regularizar essa separação e dar liberdade às pessoas envolvidas, de prosseguirem vivendo, adiando parte do compromisso assumido na Espiritualidade. Com relação a adiar a dívida, Chico Xavier certa vez fez uma colocação oportuna. Disse ele: “Os bancos financeiros fornecem moratória e reformas para débitos de clientes. Será que o Banco da Providência Divina está em tal penúria que não nos possa dar tempo, para depois resgatarmos as nossas dívidas, para não cairmos em delito maior?”
André Luiz, no livro “Ação e Reação”, narra um caso de separação conjugal que evitou a consumação de um crime e o agravamento da dívida de um dos cônjuges. Conta ele que: “Um esposo seduzido pelos encantos de uma jovem, tudo fazia para que a esposa o abandonasse. Fascinado pela amante, passou a odiar a esposa. Planejou matá-la de forma que o fato passasse como autêntico suicídio. Assim acontecendo, poderia unir-se definitivamente com a amante. De madrugada, levantou-se, apanhou a arma e saindo do local onde dormia, pois já dormiam separados, passou pelo quarto das crianças e se dirigiu para o aposento onde dormia a esposa. Nesse momento, os espíritos protetores da família, utilizando-se de recursos magnéticos, despertam uma das filhas que aos gritos acorda a mãe. A esposa levantando e vendo o marido no corredor com o revolver, longe de suspeitar suas intenções de matá-la, lhe pede que ele não se mate; ela lhe concederia a separação que ele tanto lhe pedira e almejava.” E assim, foi evitado um crime com conseqüências maiores.
Analisando o caso, o assistente espiritual fez estas considerações: “Existe, no Evangelho de Mateus, certa passagem na qual afirma Jesus que a separação na Terra,
é permitida a nós, pela pobreza e dureza dos nossos sentimentos.” Emmanuel, refere-se ao divórcio como “medida extrema” a ser aplicada em situações muito graves. Nestes casos, o divórcio ou a separação resolve temporariamente o problema, porque interrompe a provação que terá de ser complementada no futuro, pelo menos por parte do que provocou a separação, ou que não fez esforço para levar até o fim a provação, se esta não chegou ao seu término.
O bom senso, com base nos ensinamentos morais de Jesus nos diz que devemos evitar recomendar a separação, assim como não devemos censurar, quem recorre a essa solução, para os problemas conjugais. A decisão é de cada um, que deve ouvir a sua consciência e assumir ou seus atos. Concluindo, nos esclarece ainda Emmanuel, quando diz: “De todas as instituições existentes na Terra, nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regeneradora, do que a família. Temos no instituto doméstico, uma organização de origem divina, em cujo seio se encontra os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento espiritual e para a edificação de um mundo melhor.”
Quando Deus disse pela voz dos profetas: “Vós não sereis senão uma mesma carne”, e quando Jesus disse: “Vós não separeis o que Deus uniu”, referia-se a união segundo a Lei imutável de Deus que é o Amor, e não segundo a lei variável dos homens. Paixão, amizade, amor, assim como incompreensão, desunião e separação, são sentimentos e situações que fazem parte da existência do ser humano, dada a nossa condição de inferioridade espiritual.
A pessoa que conseguir levar até o fim, sua jornada expiatória com resignação e paciência, estará no final da sua jornada terrena, liberta para alcançar morada superior na espiritualidade. O Espírito de Verdade, no capítulo VI do “Evangelho Segundo o Espiritismo” nos aconselha dizendo: “Aqueles que carregam seus fardos e que assistem seus irmãos, são meus bem-amados.” E completou ao dizer:”Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados”.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.
Bibliogtrafia:
Livro “Vida e Sexo”
“Estudando a Mediunidade”
“Ação e Reação”
“A Vigem de Uma Alma”
“Evangelho Segundo o Espiritismo”
Médium Chico Xavier –
Mentor Espiritual “Emmanuel”
domingo, 31 de janeiro de 2010
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
Jesus iniciou suas pregações nas sinagogas das cidades do interior, e somente mais tarde, quando a multidão aumentou, foi que Ele passou a pregar nas praças públicas e ao ar livre.
Oferecendo o Reino de Deus, sobre o dos homens, reino de harmonia, paz, misericórdia e justiça, Jesus tinha capacidade para promover a maior revolução social, dentre as que já haviam sido tentadas. De fato; bem distanciada das clássicas e das religiões dogmáticas, que até hoje existem, filiadas ao Cristianismo, a doutrina que Jesus pregava exigia reavaliações objetivas e imediatas; exigia ações moralizadoras e resultados; exatamente como a Doutrina dos Espíritos exige hoje de seus adeptos, e não concepções teóricas e filosofias vazias. Por isso Jesus dizia sempre: “Pelos frutos conhecereis as árvores e aquele que não der bons frutos, deve ser cortada e lançada fora.”
Quando vemos nos dias de hoje, nos ambientes ainda retardados ou ignorantes, que a tendência do povo é procurar confiadamente a curandeiros e charlatões, esperançosos em curas milagrosas, às vezes impossíveis, nada há de estranhável que naqueles dias, aquelas pessoas corressem desesperadas para junto de Jesus, que, realmente, tinha poderes e meios de auxiliar e curar aos que lhe solicitavam a cura.
Quando curava os leprosos e mandava que se apresentassem aos sacerdotes, era para que o benefício fosse completo, porque os sacerdotes eram obrigados a comprovar a cura e fornecer ao ex-doente, atestado de sua cura, cessando seu isolamento em lugares afastados, podendo eles, daí em diante, retornarem ao convívio da família e da sociedade.
As curas feitas por Jesus, eram aparentemente de processos diferentes: ora Ele impunha as mãos sobre os doentes, ora apelava para a fé do pedinte, ora utilizando seu imenso poder, simplesmente dizia: “estás curado”, ou “tua fé te curou”, ou “vai e não peques mais”. Muitas vezes por compaixão, curava vários doentes ou um grupo deles, estendendo os braços em sua direção, dizendo: “se tiverdes fé sereis beneficiados”, a exemplo do que fez com os dez leprosos; outras vezes operava curas à distância, usando apenas a palavra, e como exemplo; a cura do servo do centurião que pediu a Jesus, e que teve fé de que assim seria efetuado, sem precisar Jesus ir até sua casa, citados nos Evangelhos. Foram tantas as curas que Jesus fez que ficaram muitas sem serem mencionadas pelos evangelistas.
Vendo Jesus, a multidão que se aproximava e o procurava, mais pelas curas das enfermidades, do que pelos ensinamentos que transmitia, Ele subiu a um monte, sentou-se cercado dos seus discípulos e começou a pregar... O Sermão da Montanha. Não havia melhor oportunidade para que Ele falasse de temas tão essenciais para a Humanidade. Suas palavras se perpetuaram e, poucas pessoas souberam como Gandhi, o líder da Índia, dizer tão bem da relevância daquele sermão, quando disse: “Se se perdesse todos os livros sagrados, e só restasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido.”
Jesus então inicia a pregação dizendo: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”... O sofrimento é a maneira com a qual resgatamos as faltas e os erros que, em nossa ignorância, cometemos na presente e em existências passadas, e, conseguimos a nossa felicidade futura; porque os que sofrem, têm contas a ajustar com a Justiça Divina. As lágrimas dos sofrimentos, quando suportadas resignadamente, lavam as manchas da consciência e purificam o nosso Espírito. Por isso, Jesus diz que são felizes os que choram, porque eles já iniciaram o resgate dos seus débitos, e, embora a Terra lhes reservem lágrimas, suaves consolações os esperam no mundo espiritual, libertos de remorsos, originados pelos maus atos praticados...
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”... A justiça da Terra é falha; ignora as causas profundas que levaram alguém a cometer uma falta; por isso julga superficialmente. Além disso, quantas injustiças tomamos conhecimento e quantos crimes ficam impunes. Qualquer um de nós pode observar diariamente, crimes que são praticados, mas que a justiça da Terra não castiga e nem corrige. Embora possamos iludir e nos livrar da justiça terrena, é impossível iludir a Justiça de Deus. E Jesus, profundo conhecedor da lei de “causa e efeito”, declara: “Não te importes se sofreres injustiças, ou se irmãos que te ofenderam e te iludiram, e não forem alcançados pela justiça das pessoas. No mundo espiritual, para onde irão todos, mais cedo ou mais tarde, pontifica um Juiz Incorruptível; Ele te fará justiça”.
Bem-aventurados os que sofrem perseguições da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”... As nobres idéias que fazem com que a Humanidade progrida material, intelectual, moral, política e espiritualmente, encontram ferrenhos opositores que se esforçam por esmagá-las. E no mundo, formam-se castas, que se aproveitam de suas posições, para tirar o máximo proveito de seus poderes, e não admitem a mais leve mudança no regime que as mantém e favorece. Compreendendo a injustiça que semelhantes pessoas espalham na Terra, Jesus torna dignos da recompensa divina, as pessoas esclarecidas e de boa-vontade, que lutam para que a justiça reine em todos os setores das atividades humanas...
Essas compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra, não podem ocorrer senão na vida espiritual. Sem essas certezas, as máximas pregadas por Jesus, seria um contra-senso, dizendo melhor, seria um engodo. Mas, então, pergunta-se, por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns nascem na miséria e outros na opulência? Por que para uns, nada dá certo e para outros, tudo parece sorrir? – Compreende-se menos ainda, ver os bens materiais tão desigualmente repartidos; ver as pessoas virtuosas passarem dificuldades e sofrerem ao lado dos maus que prosperam e vivem nos prazeres. A fé no futuro pode consolar e levar à paciência, mas não explica essas anomalias que parecem brindar os maus e desmentir a Justiça Divina.
Porém, desde que se admita Deus, nosso Pai Celestial de infinito amor, justiça, bondade e misericórdia; não se pode concebê-lo sem perfeições infinitas, sem o que não seria Deus. Ora, meus irmãos, se Deus é soberanamente justo, não pode agir por capricho, nem com parcialidade, permitindo nascer crianças em perfeitas condições e outras defeituosas, existência de prazeres materiais para uns e sofrimentos para outros. Portanto, as vicissitudes da existência, têm, pois, uma causa, e, sendo Deus justo, essa causa deve ser justa também.
Elas são de duas espécies; uma tem a sua causa nas existências passadas e a outra na existência presente. Procurando a fonte dos males, se reconhecerá que muitos deles, são conseqüências do caráter e da conduta daqueles que os suportam. Quantas pessoas são vítimas de sua imprevidência, do orgulho, da ambição, do egoísmo, por má conduta, e por não terem limitado os seus desejos. Quantas uniões infelizes, algumas, porque foram realizadas sob a influência da vaidade e dos interesses, sem levar em conta a afinidade e os sentimentos. Quantos males e enfermidades, conseqüências dos excessos de todos os gêneros. Quantas atitudes impensadas e imprudentes que causaram desastres e sofrimentos. Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não combateram suas más tendências no princípio, recolhendo mais tarde o que deixaram acontecer; a falta de respeito e a ingratidão deles.
Que todos aqueles que são atingidos pelas vicissitudes e decepções da existência, interroguem friamente suas consciências, e verão o mais frequentemente, se não podem dizer: “Se eu tivesse, ou eu não tivesse feito tal coisa, eu não estaria hoje nesta situação. A quem culpar, pois, de todas as nossas aflições, senão a nós mesmos? O ser humano é assim, o próprio causador de seus males, mas ao invés de reconhecer, acha ele mais simples, acusar a sorte, a chance desfavorável, a má estrela e até mesmo a Providência Divina. O ser humano que sofre é semelhante a um devedor que deve uma grande quantia, e diz-lhe o seu credor: “Se me pagardes hoje, 50% do que me deves, eu vos darei quitação de todo o resto e sereis livre; se não o fizerdes, eu vos perseguirei até que tenhais pago o último centavos.” O devedor não seria mais feliz suportando toda sorte de privações para se liberar, pagando somente a metade do que deve? Ao invés de se lamentar do seu credor, não lhe agradeceria? Assim também procede o Pai Celestial com seus filhos devedores da sua Lei.
A pessoa evitará grande parte dos sofrimentos da existência, quando trabalhar para seu aprimoramento intelectual, moral e espiritual. Mas essa atitude, algumas vezes, vem um pouco tarde; quando a existência já foi prejudicada, as forças desgastadas, o tempo passou, e quando os atos negativos não podem mais ser reparados. Então a pessoa se põe a dizer: “Ah, se no início da existência eu soubesse o que sei agora, quantas faltas teria evitado. Perdi a jornada...” Mas, da mesma forma que o sol se ergue no dia seguinte, assim também depois da noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova existência, na qual o Espírito poderá aproveitar a experiência do passado, como suas boas intenções para o futuro. Essa é a maneira pela qual o Pai Celestial concede a todos nós, a possibilidade de resgatarmos as dívidas do passado e fazermos a nossa própria evolução.
Se há males, dos quais, o ser humano é o causador na existência, há outros que na aparência, lhe são completamente estranhos e que parecem ser como por fatalidade. Citamos alguns exemplos: A perda de entes queridos, principalmente os que são arrimo de família; os acidentes que ninguém poderia impedir; os revezes de fortuna; os flagelos naturais; as enfermidades de nascimento, principalmente aquelas que tiram aos infelizes, os meios de ganhar seu próprio sustento pelo trabalho. Esses que nascem em semelhantes condições, seguramente, nada fizeram na existência presente, para merecerem uma “má sorte”.
Por que, pois, seres tão infelizes, ao passo que as vezes sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos em todos os aspectos? Que dizer das crianças que morrem em tenra idade e não tomaram conhecimento de nada de bom ou de mal na existência? - Anomalias essas, que nenhuma religião até hoje pode explicar e justificar, a não ser a Doutrina dos Espíritos, e que seriam a negação da bondade e justiça de Deus, na hipótese de ser a alma, criada no mesmo tempo que o corpo. Que fizeram essas almas para suportar tantos sofrimentos, quando não puderam nem fazer o mal?
Deus, não nos pode punir pelo bem que se faz, nem pelo mal que não se fez. Porém, se o Espírito quando revestido de um corpo físico (ser humano) não fez o mal na presente existência, certamente o praticou em outras existências. Então, como não pode fugir da Justiça Divina, volta em nova existência para reparar e passar pelos mesmos problemas que causou aos seus semelhantes, no passado. Assim, o ser humano não é sempre punido nem resgata suas faltas na mesma existência, mas não escapa jamais às conseqüências de suas faltas. A sementeira é livre, ou seja, podemos fazer da nossa existência o que quisermos de bem ou de mal, entretanto sabendo, que vamos receber daquilo que plantarmos (realizarmos).
O Determinismo Divino é de progresso constante; podemos até estacionar por uma ou duas existências, mas se não evoluirmos pelo amor, o seremos impelidos pela dor. Não nos esqueçamos de que estamos vivendo num mundo inferior, onde somos mantidos pelas nossas próprias imperfeições. O sofrimento que não provoca lamentações, é sem dúvida uma expiação, como também é um indício de que foi escolhido voluntariamente pelo espírito, e não imposto, representando um sinal de progresso.
O espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu anteriormente, e em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez, ou ajudá-los a progredir. Não lhe é permitido a lembrança da existência anterior, porque, se reconhecesse nela, aquelas pessoas que odiou, talvez seu ódio se revelasse. Se tivesse sofrido algum mal de quem é filho hoje, poderia repudiar sua mãe. Esse esquecimento, somente ocorre durante a existência no corpo físico. Reentrando na vida espiritual, o espírito retoma as suas lembranças de existências passadas e também as da existência que vêm de concluir, e se as ações praticadas durante ela, foram inferiores, o espírito sofre também na espiritualidade.
Tempo vem, em que o espírito liberto das suas imperfeições, alçará a planos superiores onde não mais passará pelas provas dos sofrimentos.
“Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”...por estas palavras, Jesus nos anuncia a compensação que espera aqueles que sofrem com resignação, que faz abençoar o sofrimento, nos indicando a purificação da nossa alma. Essas faltas passadas e presentes que nos causam os sofrimentos, suportados pacientemente sobre a Terra, nos poupam séculos de dores em outras existências. Mas, para aquele que não crê na eternidade, que acredita que tudo nele se acaba com a existência material e que deseja abreviar seus sofrimentos e suas misérias pelo suicídio, deve ficar sabendo que a vida não se acaba e que esses sofrimentos serão acrescidos agora de suas funestas conseqüências, no plano espiritual.
Devemos, pois, ficar resignados e felizes porque Deus permitiu que pagássemos nossos débitos, o que nos assegura a Paz e a Felicidade no futuro. Seremos felizes se quitarmos os nossos débitos, porque estaremos livres; mas se continuarmos a nos endividar com a Justiça Divina, continuaremos sofrendo e mais difícil será alcançarmos a libertação tão almeja.
Do alto do Monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, Jesus ensinava às multidões, dizendo: “Vós sois bem-aventurados, vós que sois pobres, porque o reino dos céus é para vós. Vós sois bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados. Vós sois felizes, vós que agora chorais, porque rireis”, e os meios de conquistar o Reino dos Céus... e recomendava ainda; resignação na adversidade, mansidão nas lutas do dia a dia, misericórdia no meio da tirania, e, higiene de coração, para que pudessem ver a Deus...
Senhor, nos ajude a trilhar o caminho que nos evite os sofrimentos.
Bibliografia:
“Livro dos Espíritos”
Evangelho de Jesus
Evangelho Segundo o Espiritismo
Jc.
S.Luis, 29/02/1996
Jesus iniciou suas pregações nas sinagogas das cidades do interior, e somente mais tarde, quando a multidão aumentou, foi que Ele passou a pregar nas praças públicas e ao ar livre.
Oferecendo o Reino de Deus, sobre o dos homens, reino de harmonia, paz, misericórdia e justiça, Jesus tinha capacidade para promover a maior revolução social, dentre as que já haviam sido tentadas. De fato; bem distanciada das clássicas e das religiões dogmáticas, que até hoje existem, filiadas ao Cristianismo, a doutrina que Jesus pregava exigia reavaliações objetivas e imediatas; exigia ações moralizadoras e resultados; exatamente como a Doutrina dos Espíritos exige hoje de seus adeptos, e não concepções teóricas e filosofias vazias. Por isso Jesus dizia sempre: “Pelos frutos conhecereis as árvores e aquele que não der bons frutos, deve ser cortada e lançada fora.”
Quando vemos nos dias de hoje, nos ambientes ainda retardados ou ignorantes, que a tendência do povo é procurar confiadamente a curandeiros e charlatões, esperançosos em curas milagrosas, às vezes impossíveis, nada há de estranhável que naqueles dias, aquelas pessoas corressem desesperadas para junto de Jesus, que, realmente, tinha poderes e meios de auxiliar e curar aos que lhe solicitavam a cura.
Quando curava os leprosos e mandava que se apresentassem aos sacerdotes, era para que o benefício fosse completo, porque os sacerdotes eram obrigados a comprovar a cura e fornecer ao ex-doente, atestado de sua cura, cessando seu isolamento em lugares afastados, podendo eles, daí em diante, retornarem ao convívio da família e da sociedade.
As curas feitas por Jesus, eram aparentemente de processos diferentes: ora Ele impunha as mãos sobre os doentes, ora apelava para a fé do pedinte, ora utilizando seu imenso poder, simplesmente dizia: “estás curado”, ou “tua fé te curou”, ou “vai e não peques mais”. Muitas vezes por compaixão, curava vários doentes ou um grupo deles, estendendo os braços em sua direção, dizendo: “se tiverdes fé sereis beneficiados”, a exemplo do que fez com os dez leprosos; outras vezes operava curas à distância, usando apenas a palavra, e como exemplo; a cura do servo do centurião que pediu a Jesus, e que teve fé de que assim seria efetuado, sem precisar Jesus ir até sua casa, citados nos Evangelhos. Foram tantas as curas que Jesus fez que ficaram muitas sem serem mencionadas pelos evangelistas.
Vendo Jesus, a multidão que se aproximava e o procurava, mais pelas curas das enfermidades, do que pelos ensinamentos que transmitia, Ele subiu a um monte, sentou-se cercado dos seus discípulos e começou a pregar... O Sermão da Montanha. Não havia melhor oportunidade para que Ele falasse de temas tão essenciais para a Humanidade. Suas palavras se perpetuaram e, poucas pessoas souberam como Gandhi, o líder da Índia, dizer tão bem da relevância daquele sermão, quando disse: “Se se perdesse todos os livros sagrados, e só restasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido.”
Jesus então inicia a pregação dizendo: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”... O sofrimento é a maneira com a qual resgatamos as faltas e os erros que, em nossa ignorância, cometemos na presente e em existências passadas, e, conseguimos a nossa felicidade futura; porque os que sofrem, têm contas a ajustar com a Justiça Divina. As lágrimas dos sofrimentos, quando suportadas resignadamente, lavam as manchas da consciência e purificam o nosso Espírito. Por isso, Jesus diz que são felizes os que choram, porque eles já iniciaram o resgate dos seus débitos, e, embora a Terra lhes reservem lágrimas, suaves consolações os esperam no mundo espiritual, libertos de remorsos, originados pelos maus atos praticados...
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”... A justiça da Terra é falha; ignora as causas profundas que levaram alguém a cometer uma falta; por isso julga superficialmente. Além disso, quantas injustiças tomamos conhecimento e quantos crimes ficam impunes. Qualquer um de nós pode observar diariamente, crimes que são praticados, mas que a justiça da Terra não castiga e nem corrige. Embora possamos iludir e nos livrar da justiça terrena, é impossível iludir a Justiça de Deus. E Jesus, profundo conhecedor da lei de “causa e efeito”, declara: “Não te importes se sofreres injustiças, ou se irmãos que te ofenderam e te iludiram, e não forem alcançados pela justiça das pessoas. No mundo espiritual, para onde irão todos, mais cedo ou mais tarde, pontifica um Juiz Incorruptível; Ele te fará justiça”.
Bem-aventurados os que sofrem perseguições da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”... As nobres idéias que fazem com que a Humanidade progrida material, intelectual, moral, política e espiritualmente, encontram ferrenhos opositores que se esforçam por esmagá-las. E no mundo, formam-se castas, que se aproveitam de suas posições, para tirar o máximo proveito de seus poderes, e não admitem a mais leve mudança no regime que as mantém e favorece. Compreendendo a injustiça que semelhantes pessoas espalham na Terra, Jesus torna dignos da recompensa divina, as pessoas esclarecidas e de boa-vontade, que lutam para que a justiça reine em todos os setores das atividades humanas...
Essas compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra, não podem ocorrer senão na vida espiritual. Sem essas certezas, as máximas pregadas por Jesus, seria um contra-senso, dizendo melhor, seria um engodo. Mas, então, pergunta-se, por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns nascem na miséria e outros na opulência? Por que para uns, nada dá certo e para outros, tudo parece sorrir? – Compreende-se menos ainda, ver os bens materiais tão desigualmente repartidos; ver as pessoas virtuosas passarem dificuldades e sofrerem ao lado dos maus que prosperam e vivem nos prazeres. A fé no futuro pode consolar e levar à paciência, mas não explica essas anomalias que parecem brindar os maus e desmentir a Justiça Divina.
Porém, desde que se admita Deus, nosso Pai Celestial de infinito amor, justiça, bondade e misericórdia; não se pode concebê-lo sem perfeições infinitas, sem o que não seria Deus. Ora, meus irmãos, se Deus é soberanamente justo, não pode agir por capricho, nem com parcialidade, permitindo nascer crianças em perfeitas condições e outras defeituosas, existência de prazeres materiais para uns e sofrimentos para outros. Portanto, as vicissitudes da existência, têm, pois, uma causa, e, sendo Deus justo, essa causa deve ser justa também.
Elas são de duas espécies; uma tem a sua causa nas existências passadas e a outra na existência presente. Procurando a fonte dos males, se reconhecerá que muitos deles, são conseqüências do caráter e da conduta daqueles que os suportam. Quantas pessoas são vítimas de sua imprevidência, do orgulho, da ambição, do egoísmo, por má conduta, e por não terem limitado os seus desejos. Quantas uniões infelizes, algumas, porque foram realizadas sob a influência da vaidade e dos interesses, sem levar em conta a afinidade e os sentimentos. Quantos males e enfermidades, conseqüências dos excessos de todos os gêneros. Quantas atitudes impensadas e imprudentes que causaram desastres e sofrimentos. Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não combateram suas más tendências no princípio, recolhendo mais tarde o que deixaram acontecer; a falta de respeito e a ingratidão deles.
Que todos aqueles que são atingidos pelas vicissitudes e decepções da existência, interroguem friamente suas consciências, e verão o mais frequentemente, se não podem dizer: “Se eu tivesse, ou eu não tivesse feito tal coisa, eu não estaria hoje nesta situação. A quem culpar, pois, de todas as nossas aflições, senão a nós mesmos? O ser humano é assim, o próprio causador de seus males, mas ao invés de reconhecer, acha ele mais simples, acusar a sorte, a chance desfavorável, a má estrela e até mesmo a Providência Divina. O ser humano que sofre é semelhante a um devedor que deve uma grande quantia, e diz-lhe o seu credor: “Se me pagardes hoje, 50% do que me deves, eu vos darei quitação de todo o resto e sereis livre; se não o fizerdes, eu vos perseguirei até que tenhais pago o último centavos.” O devedor não seria mais feliz suportando toda sorte de privações para se liberar, pagando somente a metade do que deve? Ao invés de se lamentar do seu credor, não lhe agradeceria? Assim também procede o Pai Celestial com seus filhos devedores da sua Lei.
A pessoa evitará grande parte dos sofrimentos da existência, quando trabalhar para seu aprimoramento intelectual, moral e espiritual. Mas essa atitude, algumas vezes, vem um pouco tarde; quando a existência já foi prejudicada, as forças desgastadas, o tempo passou, e quando os atos negativos não podem mais ser reparados. Então a pessoa se põe a dizer: “Ah, se no início da existência eu soubesse o que sei agora, quantas faltas teria evitado. Perdi a jornada...” Mas, da mesma forma que o sol se ergue no dia seguinte, assim também depois da noite do túmulo, brilhará o sol de uma nova existência, na qual o Espírito poderá aproveitar a experiência do passado, como suas boas intenções para o futuro. Essa é a maneira pela qual o Pai Celestial concede a todos nós, a possibilidade de resgatarmos as dívidas do passado e fazermos a nossa própria evolução.
Se há males, dos quais, o ser humano é o causador na existência, há outros que na aparência, lhe são completamente estranhos e que parecem ser como por fatalidade. Citamos alguns exemplos: A perda de entes queridos, principalmente os que são arrimo de família; os acidentes que ninguém poderia impedir; os revezes de fortuna; os flagelos naturais; as enfermidades de nascimento, principalmente aquelas que tiram aos infelizes, os meios de ganhar seu próprio sustento pelo trabalho. Esses que nascem em semelhantes condições, seguramente, nada fizeram na existência presente, para merecerem uma “má sorte”.
Por que, pois, seres tão infelizes, ao passo que as vezes sob o mesmo teto, na mesma família, outros são favorecidos em todos os aspectos? Que dizer das crianças que morrem em tenra idade e não tomaram conhecimento de nada de bom ou de mal na existência? - Anomalias essas, que nenhuma religião até hoje pode explicar e justificar, a não ser a Doutrina dos Espíritos, e que seriam a negação da bondade e justiça de Deus, na hipótese de ser a alma, criada no mesmo tempo que o corpo. Que fizeram essas almas para suportar tantos sofrimentos, quando não puderam nem fazer o mal?
Deus, não nos pode punir pelo bem que se faz, nem pelo mal que não se fez. Porém, se o Espírito quando revestido de um corpo físico (ser humano) não fez o mal na presente existência, certamente o praticou em outras existências. Então, como não pode fugir da Justiça Divina, volta em nova existência para reparar e passar pelos mesmos problemas que causou aos seus semelhantes, no passado. Assim, o ser humano não é sempre punido nem resgata suas faltas na mesma existência, mas não escapa jamais às conseqüências de suas faltas. A sementeira é livre, ou seja, podemos fazer da nossa existência o que quisermos de bem ou de mal, entretanto sabendo, que vamos receber daquilo que plantarmos (realizarmos).
O Determinismo Divino é de progresso constante; podemos até estacionar por uma ou duas existências, mas se não evoluirmos pelo amor, o seremos impelidos pela dor. Não nos esqueçamos de que estamos vivendo num mundo inferior, onde somos mantidos pelas nossas próprias imperfeições. O sofrimento que não provoca lamentações, é sem dúvida uma expiação, como também é um indício de que foi escolhido voluntariamente pelo espírito, e não imposto, representando um sinal de progresso.
O espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu anteriormente, e em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez, ou ajudá-los a progredir. Não lhe é permitido a lembrança da existência anterior, porque, se reconhecesse nela, aquelas pessoas que odiou, talvez seu ódio se revelasse. Se tivesse sofrido algum mal de quem é filho hoje, poderia repudiar sua mãe. Esse esquecimento, somente ocorre durante a existência no corpo físico. Reentrando na vida espiritual, o espírito retoma as suas lembranças de existências passadas e também as da existência que vêm de concluir, e se as ações praticadas durante ela, foram inferiores, o espírito sofre também na espiritualidade.
Tempo vem, em que o espírito liberto das suas imperfeições, alçará a planos superiores onde não mais passará pelas provas dos sofrimentos.
“Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados”...por estas palavras, Jesus nos anuncia a compensação que espera aqueles que sofrem com resignação, que faz abençoar o sofrimento, nos indicando a purificação da nossa alma. Essas faltas passadas e presentes que nos causam os sofrimentos, suportados pacientemente sobre a Terra, nos poupam séculos de dores em outras existências. Mas, para aquele que não crê na eternidade, que acredita que tudo nele se acaba com a existência material e que deseja abreviar seus sofrimentos e suas misérias pelo suicídio, deve ficar sabendo que a vida não se acaba e que esses sofrimentos serão acrescidos agora de suas funestas conseqüências, no plano espiritual.
Devemos, pois, ficar resignados e felizes porque Deus permitiu que pagássemos nossos débitos, o que nos assegura a Paz e a Felicidade no futuro. Seremos felizes se quitarmos os nossos débitos, porque estaremos livres; mas se continuarmos a nos endividar com a Justiça Divina, continuaremos sofrendo e mais difícil será alcançarmos a libertação tão almeja.
Do alto do Monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, Jesus ensinava às multidões, dizendo: “Vós sois bem-aventurados, vós que sois pobres, porque o reino dos céus é para vós. Vós sois bem-aventurados, vós que agora tendes fome, porque sereis saciados. Vós sois felizes, vós que agora chorais, porque rireis”, e os meios de conquistar o Reino dos Céus... e recomendava ainda; resignação na adversidade, mansidão nas lutas do dia a dia, misericórdia no meio da tirania, e, higiene de coração, para que pudessem ver a Deus...
Senhor, nos ajude a trilhar o caminho que nos evite os sofrimentos.
Bibliografia:
“Livro dos Espíritos”
Evangelho de Jesus
Evangelho Segundo o Espiritismo
Jc.
S.Luis, 29/02/1996
sábado, 23 de janeiro de 2010
JESUS E OS APÓSTOLOS
JESUS E SEUS APÓSTOLOS
Chegando o tempo previsto em que Jesus deveria realizar sua missão divina, se encaminhou para a pequena cidade de Cafarnaum, as margens do Mar da Galiléia, como a procurar alguns amigos que estivessem à sua espera, para convocá-los a serem os seus seguidores. Chegando a beira mar, dirigiu-se a dois pescadores, dizendo: Simão e André, filhos de Jonas, venho da parte de Deus e vos convido a serem pescadores de almas. Quereis ser meus discípulos? – Eles ao ouvirem aquelas palavras, não sabiam como explicar a confiança e o amor que lhes brotaram na alma e, sem hesitarem responderam: - “Senhor, seguiremos os teus passos”. Jesus então os abraçou e seguiram em frente, a convocar outros companheiros. Ele convidou primeiro os pescadores que formou a maioria, e depois passando pela Coletoria de impostos, recrutou a Levi (mais conhecido como Mateus), depois, Simão o zelote, e por último, para completar os doze, aceitou o oferecimento de Judas Iscariotes, que desejava se juntar ao grupo, visando a posição política.
O reduzido grupo de seguidores do Mestre, esperimentou no início, dificuldades para harmonizar-se. De vez em quando, o Mestre os surpreendia em discussões sobre qual deles seria o maior no Reino de Deus; outras vezes era sobre qual deles revelava maior condição de pregar o Evangelho; outras mais, pela capacidade de trabalho em função da idade.
O “Sermão da Montanha”, engloba toda a doutrina de Jesus. Sobre esse sermão assim se expressou Gandhi: “Se, se perdessem todos os escritos e sobrasse apenas o “Sermão da Montanha”, nada se teria perdido”. Em dois mandamentos, Jesus resumiu todos os profetas e todos os ensinamentos, ao dizer: “Amar a Deus acima de todas as coisas; e ao seu próximo como a si mesmo.” E aos seus discípulos ainda lhes afirmou: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por mim.”
Os seus doze discípulos (apóstolos) foram:
01- SIMÃO PEDRO (Cefas), nascido em Betsaida, pescador, filho de Jonas, o mais rude e idoso de todos. Em sua casa Jesus costumava se hospedar. Era um dos mais dedicados, porém, quando da prisão do Mestre, foi acusado de ser seguidor do Nazareno, o que ele negou por três vezes, conforme havia anteriormente predito Jesus. Pedro, fazendo suas pregações após a partida de Jesus, chegou até a cidade de Roma, onde realizada as reuniões nas catacumbas, até o dia em que foi preso e condenado a morrer na cruz. Pediu ele, ao seu algoz, que fosse crucificado de cabeça para baixo, para não se igualar ao seu Mestre, no que foi atendido e veio a falecer.
02- ANDRÉ (irmão de Simão Pedro), nascido também em Betsaida, pescador, filho de Jonas, um dos mais jovens do grupo.
03- THIAGO MAIOR, nascido em Betsaida, pescador, filho de Zebedeu e Salomé, parentes de Maria, mãe de Jesus. Foi morto por ordem de Herodes, por comandar o grupo de apóstolos, após a partida do Mestre.
04- JOÃO EVANGELISTA, nascido em Betsaida, irmão de Tiago Maior, um dos jovens do grupo e autor do 4ª Evangelho sobre Jesus.
05- FELIPE, nascido em Betsaida, pescador, integrante do grupo dos jovens, com André, João e Tiago Menor.
06- BARTOLOMEU (Natanael), nascido em Caná da Galiléia, pescador; um dos mais dedicados ao Mestre.
07- TOMÉ (Dídimo), nascido em Dalmanuta, pescador, muito incrédulo.
08- LEVI (Mateus), nascido em Nazaré, filho de Alfeu, irmão de Tiago Menor e de Judas Tadeu, autor do 1º Evangelho, tendo a profissão de cobrador de impostos.
09-TIAGO MENOR, nascido em Nazaré, pescador, filho de Alfeu, autor da Epístola Universal de São Tiago.
10- JUDAS TADEU (Lebeu), nascido em Nazaré, filho de Alfeu, irmão de Mateus e de Tiago Menor.
11- SIMÃO (o Zelote), nascido em Canaã, pescador. Pertencia ele ao grupo dos Zelotes, que tinham por fim libertar o povo judeu pelas armas. Depois de se integrar ao grupo de seguidores do Mestre, abandonou os Zelotes.
12- JUDAS ISCARIOTES, nascido em Kerioth, na Judéia, filho de Simão. Foi o discípulo que entregou Jesus ao Sinédrio, em troca de trinta moedas. Com o seu afastamento e suicídio, foi escolhido para substituí-lo no apostolado, o discípulo Matias.
Pedro, Tiago Maior e João Evangelista, eram chamados por Jesus, para presenciarem os acontecimentos mais importantes, como: Transfiguração do Tabor, onde aparecerem materializados ao lado de Jesus, os espíritos de Moysés e Elias; a Oração do Horto das Oliveiras; a Ressurreição da filha de Jairo, etc. Todos os discípulos pregaram aos judeus e aos gentios, e dentre estes, se destacou a figura de Saulo, doutor da lei, que em perseguição aos cristãos, e a caminho de Damasco, teve um encontro com Jesus; se converteu ao Cristianismo e trocou seu nome para Paulo.
O Espírito Emmánuel, no livro “Caminho, Verdade e Vida”, nos recomenda: “É importante não atentarmos para os indivíduos, mas sim, observar e compreender o bem que o Supremo Senhor nos envia por intermédio deles. Que importa o aspecto exterior deste ou daquele homem? O que interessa a sua nacionalidade, o seu nome a sua cor? Anotemos, sim, a mensagem de que são portadores. Se praticam o mal, são dignos de uma oração que possamos lhes fazer; mas, se são bons e sinceros, no serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra que o Pai Celestial concede”.
Se consultarmos os Evangelhos de Mateus, Lucas e João, não vamos encontrar nenhuma referência a um 13º discípulo; apenas existe uma pequena menção no Evangelho de Marcos.
Desconhecido, não há como saber-lhe o nome, nem mesmo sua origem; o que temos notícia é da ação apostólica por ele desenvolvida. É de estranhar como pôde tão singular personagem fazer jus à posição de 13º discípulo de Jesus, se não fazia parte do grupo apostólico e nem convivia com os doze que o compunham...
Num dia de causticante calor, tarde ensolarada, a multidão ansiosa aguardava a presença de Jesus, que não apareceu. Um cidadão desconhecido, porém, ante a expectativa frustrada, se permitiu fazer-lhe a vez, dispensando assistência espiritual ao grande número de almas sofridas. Esse caso, em breve menção da qual nos põe a par o evangelista Marcos no (Cap.9 vrs. 38 a 41): “Disse João; Mestre, vimos um homem que em teu nome expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não segue conosco.” Mas Jesus lhe respondeu: “Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagres em meu nome e logo a seguir possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós, é por nós. Porquanto, aquele que vos der de beber um copo com água, em meu nome, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.”
Esse cidadão desconhecido, era um jovem moreno, de olhos castanhos, modestamente trajado com uma túnica de algodão, alpercatas gregas e manto de lã marrom. Seus cabelos eram negros e abundantes, não passando da altura do pescoço, barba pequena e negra como a cabeleira. Jamais esse jovem se fazia acompanhar de outro de sua idade, nem mesmo era visto interessado em palestras frívolas. Introvertido, não era dado a ditos que suscitassem hilaridade, sem contudo chegar a ser mal-humorado ou averso a sociedade. Munido dos apetrechos necessários ao seu trabalho, portava dois roletes de madeira muito fino envoltos em retalhos de linho, de uso pelos estudantes e intelectuais, para a escrita, utilizados pelos gregos. Um desses roletes era suprido de “papirus” (papel), e o outro vazio, um saco com estiletes e tintas para a escrita...
Em outra ocasião, condoído da multidão sob sol escaldante, sem ter onde resguardar-se, com sede e fome, o moço anônimo notando a ausência de Jesus, pôs-se à frente das infortunadas criaturas e lhes dispensava os almejados benefícios, de emergência, como eventual doador.Concluída a tarefa, já se predispunha a retornar à pousada, quando viu a João que, presenciando mais essa oportunidade de substituição do Mestre, aproximou-se do jovem para penitenciar-se, em seu nome e dos demais discípulos, da imprópria e imprudente atitude de proibição que tiveram para com ele; e lhe pede que esquecesse o lamentável incidente, e o incentiva com sinceridade, a que não desanimasse ante os sacrifícios de suas ações. E não houve mesmo desfalecimento ao longo do tempo e das perseguições a que se sujeitou.
Muito empenhado em ser o detentor do conteúdo de todos os ensinamentos de Jesus, pôs-se a campo para conseguir o almejado objetivo; aonde quer que o Nazareno estevesse, fosse qual fosse a localidade, ele ali estava a postos, e o fazia cauteloso, esgueirando-se por entre a massa humana, alheia ao que se passava ao redor, interessada apenas em ver o meigo Rabi. Posicionado como bem lhe conviesse, ora sentando-se no próprio chão, ora em assentos improvisados, se punha a manuscritar os ensinos do Divino Pregador da Boa Nova. Só não o fazia, quando o Senhor estava a sós com os discípulos, em visitas a doentes, em reuniões nas sinagogas ou participando de alguma hospitalidade.
Em uma das reuniões, comprimido pela multidão, empurrado de um lado e do outro, Jesus foi impelido a aproximar-se tanto do jovem que a ponta da sua túnica roçou-lhe o rosto, ensejo em que o moço a tomou nas mãos beijando-a, sem conter as lágrimas, num testemunho de deferência e veneração. Ato contínuo, Jesus pousou-lhe, carinhosamente a mão na cabeça do jovem, momento em que seus olhares de encontraram, emudecidos de significativa afeição, a um tempo humana e divina... Quem observasse no acompanhamento a Jesus, em Jerusalém, Judéia, Galiléia, Cesaréia, Jericó, Cafarnaum, e em outras aldeias e povoados, era certo estar presente o moço de manto marrom, nas manhãs e às tardes, períodos em que ocorriam as pregações. Nos intervalos, atento ao imperativo de sua subsistência e querendo supri-la com seu trabalho, dava-se a tarefas que lhe garantiam o alimento de cada dia. Ora remendando túnicas e mantos para os costureiros, ora consertando tendas para os viajantes, limpando e varrendo o mercado para os comerciantes, carregando água para as famílias, levando camelos e cavalos a beberem água e a serem lavados no poço mais próximo. Ele que ficara conhecido por manuscritar, era também homem de certa cultura, própria de alguém de posição social, nem por isso se sentia humilhado ou constrangido pelo gênero de vida que levava. Recolhido à pousada em que se hospedava, comprazia-se em passar revista nas anotações do dia e a meditar sobre o seu conteúdo, buscando assimilar-lhe a essência, e assim ficava até altas horas da noite.
Passara-se o tempo, Jesus tinha sido preso, condenado e crucificado. Uma noite, alguns dias depois da ressurreição do Mestre, fatigado pelas horas de canseiras, adormeceu e sonhou que o Mestre o visitava em seu modesto quarto, e lhe dirigia a palavra: “Filho, querido! Dar-te-ei a incumbência de relatar aos jovens que encontrar em teus caminhos, o noticiário que escrevestes, e que ai está... Será bom que te dediques também a educar corações e mentes para os meus serviços do futuro, que abrangerão o mundo inteiro, através dos tempos... Não te limites a curar apenas os corpos, que tendem a desaparecer no túmulo. Trata de curar também as almas, por amor de mim, pois estas são eternas e mais necessitadas do que os corpos, pois necessitam de fachos da Verdade...”
O moço que era musicista carregava um pífaro, (espécie de flauta) e um alaúde (antigo instrumento de cordas), dos quais retirava sons harmoniosos. Na manhã seguinte à do sonho, estava ele nas imediações do mercado de Jerusalém, sentado sobre as pernas cruzadas, executando melodias de envolventes sonoridades, rodeado de crianças e jovens, a quem pedia sentarem-se, e ao término dos números musicais, passava a contar tudo quanto ouvira do Mestre, e o fazia com tal maestria, com tanta arte, que o improvisado auditório ao ar livre não dava mostras de cansaço, tão enleado estava em ouvi-lo. Essas reuniões a céu aberto, passaram a ter maior número de participantes que acompanhavam atentos, as narrativas do expositor, de casos e coisas, atitudes e ações da vida de Jesus, cujos ensinos e exemplos ficaram no âmago dos ouvintes, muitos dos quais se fizeram fiéis depositários do precioso legado transmitido pelo moço.
Sentindo-se cansado e com a saúde desgastada por anos de apostolado, numa bela noite, em que se encontrava bastante meditativo, ao deitar-se, voltou a sonhar com o Mestre, que assim lhe falou: “Prossegue ainda, filho querido! Prossegue até o final dos teus dias, porque me tens prestado precioso serviço! Educa, educa por mim, e em meu nome, as almas e os corações, porque me ignoram... É preciso que todas as almas alcancem a Verdade Eterna...”
Renovado nas suas forças, o discípulo agora mais idoso, continuou no seu trabalho de pregar o Evangelho de Jesus, enquanto deliciava as pessoas com suas melodias. E assim, continuou a sua tarefa abençoada, por todos os lugares por onde passava... Alguns anos depois, encontrava-se ele em Roma, onde havia se domiciliado. Sentado sobre as pernas, à moda oriental, estava ele, agora de barba branca, tocando velhas melodias em seu velho pífano, recitando ou cantando, com voz trêmula, lindos poemas ao som do seu alaúde, rodeado de crianças e jovens que lhe rogavam entre sorrisos: - “Conta-nos, avozinho, aquela história do Príncipe, filho dos deuses, que desceu do Olimpo para curar cegos e leprosos, paralíticos e surdos-mudos... e para amar os pecadores e redimi-los, ensinando-lhes a lei do amor, para substituir a violência...”
Envelhecera mais ainda e agora conhecido como o “velho do manto roto”, cansado, corpo arqueado, olhos embaçados, semblante enrugado, cabelos em desalinho, mãos encarquilhadas, andar trôpego, veste estragada, sandálias encardidas, até então sem nome nem nacionalidade: assim termina os dias, fecha-se o ciclo de uma existência, aquele que deixara a sua imagem retratada como o 13º discípulo do Colégio Apostólico, como tal reconhecido e consagrado por Jesus, junto a quem estivera, assiduamente, com admirável perseverança e dedicação, a serviço da Boa Nova, arrebanhando as ovelhas perdidas para o acolhedor e manso aprisco do Senhor.
Marcou ele, sua passagem pelo mundo, não pelo seu nome e do país de nascimento, mas pelo que fora e fizera em benefício dos semelhantes. Desconhecido dos homens, mas identificado pelo Cristo que lhe consagrara justa qualificação, muito além das formalidades humanas; autêntica consagração!... Esse discípulo, pode ser você mesmo, meu irmão, que tomaste conhecimento da sua existência. O mundo necessita muito ainda do Evangelho do Senhor. Você, ao se alistar a Causa da redenção da Humanidade, poderá prestar idêntico serviço a Jesus... Necessita de apenas uma coisa, para o desempenho de tão grande tarefa: - Amor a Deus, ao próximo e ao Evangelho do nosso Mestre Nazareno...
Que Jesus nos dê a força para nos tornarmos merecedores do trabalho na sua seára.
Bibliografia:
“Novo Testamento”
Livro “Boa Nova”
Livro “Ressurreição e Vida”
Jc.
S.Luis, 28/8/2003
Chegando o tempo previsto em que Jesus deveria realizar sua missão divina, se encaminhou para a pequena cidade de Cafarnaum, as margens do Mar da Galiléia, como a procurar alguns amigos que estivessem à sua espera, para convocá-los a serem os seus seguidores. Chegando a beira mar, dirigiu-se a dois pescadores, dizendo: Simão e André, filhos de Jonas, venho da parte de Deus e vos convido a serem pescadores de almas. Quereis ser meus discípulos? – Eles ao ouvirem aquelas palavras, não sabiam como explicar a confiança e o amor que lhes brotaram na alma e, sem hesitarem responderam: - “Senhor, seguiremos os teus passos”. Jesus então os abraçou e seguiram em frente, a convocar outros companheiros. Ele convidou primeiro os pescadores que formou a maioria, e depois passando pela Coletoria de impostos, recrutou a Levi (mais conhecido como Mateus), depois, Simão o zelote, e por último, para completar os doze, aceitou o oferecimento de Judas Iscariotes, que desejava se juntar ao grupo, visando a posição política.
O reduzido grupo de seguidores do Mestre, esperimentou no início, dificuldades para harmonizar-se. De vez em quando, o Mestre os surpreendia em discussões sobre qual deles seria o maior no Reino de Deus; outras vezes era sobre qual deles revelava maior condição de pregar o Evangelho; outras mais, pela capacidade de trabalho em função da idade.
O “Sermão da Montanha”, engloba toda a doutrina de Jesus. Sobre esse sermão assim se expressou Gandhi: “Se, se perdessem todos os escritos e sobrasse apenas o “Sermão da Montanha”, nada se teria perdido”. Em dois mandamentos, Jesus resumiu todos os profetas e todos os ensinamentos, ao dizer: “Amar a Deus acima de todas as coisas; e ao seu próximo como a si mesmo.” E aos seus discípulos ainda lhes afirmou: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por mim.”
Os seus doze discípulos (apóstolos) foram:
01- SIMÃO PEDRO (Cefas), nascido em Betsaida, pescador, filho de Jonas, o mais rude e idoso de todos. Em sua casa Jesus costumava se hospedar. Era um dos mais dedicados, porém, quando da prisão do Mestre, foi acusado de ser seguidor do Nazareno, o que ele negou por três vezes, conforme havia anteriormente predito Jesus. Pedro, fazendo suas pregações após a partida de Jesus, chegou até a cidade de Roma, onde realizada as reuniões nas catacumbas, até o dia em que foi preso e condenado a morrer na cruz. Pediu ele, ao seu algoz, que fosse crucificado de cabeça para baixo, para não se igualar ao seu Mestre, no que foi atendido e veio a falecer.
02- ANDRÉ (irmão de Simão Pedro), nascido também em Betsaida, pescador, filho de Jonas, um dos mais jovens do grupo.
03- THIAGO MAIOR, nascido em Betsaida, pescador, filho de Zebedeu e Salomé, parentes de Maria, mãe de Jesus. Foi morto por ordem de Herodes, por comandar o grupo de apóstolos, após a partida do Mestre.
04- JOÃO EVANGELISTA, nascido em Betsaida, irmão de Tiago Maior, um dos jovens do grupo e autor do 4ª Evangelho sobre Jesus.
05- FELIPE, nascido em Betsaida, pescador, integrante do grupo dos jovens, com André, João e Tiago Menor.
06- BARTOLOMEU (Natanael), nascido em Caná da Galiléia, pescador; um dos mais dedicados ao Mestre.
07- TOMÉ (Dídimo), nascido em Dalmanuta, pescador, muito incrédulo.
08- LEVI (Mateus), nascido em Nazaré, filho de Alfeu, irmão de Tiago Menor e de Judas Tadeu, autor do 1º Evangelho, tendo a profissão de cobrador de impostos.
09-TIAGO MENOR, nascido em Nazaré, pescador, filho de Alfeu, autor da Epístola Universal de São Tiago.
10- JUDAS TADEU (Lebeu), nascido em Nazaré, filho de Alfeu, irmão de Mateus e de Tiago Menor.
11- SIMÃO (o Zelote), nascido em Canaã, pescador. Pertencia ele ao grupo dos Zelotes, que tinham por fim libertar o povo judeu pelas armas. Depois de se integrar ao grupo de seguidores do Mestre, abandonou os Zelotes.
12- JUDAS ISCARIOTES, nascido em Kerioth, na Judéia, filho de Simão. Foi o discípulo que entregou Jesus ao Sinédrio, em troca de trinta moedas. Com o seu afastamento e suicídio, foi escolhido para substituí-lo no apostolado, o discípulo Matias.
Pedro, Tiago Maior e João Evangelista, eram chamados por Jesus, para presenciarem os acontecimentos mais importantes, como: Transfiguração do Tabor, onde aparecerem materializados ao lado de Jesus, os espíritos de Moysés e Elias; a Oração do Horto das Oliveiras; a Ressurreição da filha de Jairo, etc. Todos os discípulos pregaram aos judeus e aos gentios, e dentre estes, se destacou a figura de Saulo, doutor da lei, que em perseguição aos cristãos, e a caminho de Damasco, teve um encontro com Jesus; se converteu ao Cristianismo e trocou seu nome para Paulo.
O Espírito Emmánuel, no livro “Caminho, Verdade e Vida”, nos recomenda: “É importante não atentarmos para os indivíduos, mas sim, observar e compreender o bem que o Supremo Senhor nos envia por intermédio deles. Que importa o aspecto exterior deste ou daquele homem? O que interessa a sua nacionalidade, o seu nome a sua cor? Anotemos, sim, a mensagem de que são portadores. Se praticam o mal, são dignos de uma oração que possamos lhes fazer; mas, se são bons e sinceros, no serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra que o Pai Celestial concede”.
Se consultarmos os Evangelhos de Mateus, Lucas e João, não vamos encontrar nenhuma referência a um 13º discípulo; apenas existe uma pequena menção no Evangelho de Marcos.
Desconhecido, não há como saber-lhe o nome, nem mesmo sua origem; o que temos notícia é da ação apostólica por ele desenvolvida. É de estranhar como pôde tão singular personagem fazer jus à posição de 13º discípulo de Jesus, se não fazia parte do grupo apostólico e nem convivia com os doze que o compunham...
Num dia de causticante calor, tarde ensolarada, a multidão ansiosa aguardava a presença de Jesus, que não apareceu. Um cidadão desconhecido, porém, ante a expectativa frustrada, se permitiu fazer-lhe a vez, dispensando assistência espiritual ao grande número de almas sofridas. Esse caso, em breve menção da qual nos põe a par o evangelista Marcos no (Cap.9 vrs. 38 a 41): “Disse João; Mestre, vimos um homem que em teu nome expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não segue conosco.” Mas Jesus lhe respondeu: “Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagres em meu nome e logo a seguir possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós, é por nós. Porquanto, aquele que vos der de beber um copo com água, em meu nome, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.”
Esse cidadão desconhecido, era um jovem moreno, de olhos castanhos, modestamente trajado com uma túnica de algodão, alpercatas gregas e manto de lã marrom. Seus cabelos eram negros e abundantes, não passando da altura do pescoço, barba pequena e negra como a cabeleira. Jamais esse jovem se fazia acompanhar de outro de sua idade, nem mesmo era visto interessado em palestras frívolas. Introvertido, não era dado a ditos que suscitassem hilaridade, sem contudo chegar a ser mal-humorado ou averso a sociedade. Munido dos apetrechos necessários ao seu trabalho, portava dois roletes de madeira muito fino envoltos em retalhos de linho, de uso pelos estudantes e intelectuais, para a escrita, utilizados pelos gregos. Um desses roletes era suprido de “papirus” (papel), e o outro vazio, um saco com estiletes e tintas para a escrita...
Em outra ocasião, condoído da multidão sob sol escaldante, sem ter onde resguardar-se, com sede e fome, o moço anônimo notando a ausência de Jesus, pôs-se à frente das infortunadas criaturas e lhes dispensava os almejados benefícios, de emergência, como eventual doador.Concluída a tarefa, já se predispunha a retornar à pousada, quando viu a João que, presenciando mais essa oportunidade de substituição do Mestre, aproximou-se do jovem para penitenciar-se, em seu nome e dos demais discípulos, da imprópria e imprudente atitude de proibição que tiveram para com ele; e lhe pede que esquecesse o lamentável incidente, e o incentiva com sinceridade, a que não desanimasse ante os sacrifícios de suas ações. E não houve mesmo desfalecimento ao longo do tempo e das perseguições a que se sujeitou.
Muito empenhado em ser o detentor do conteúdo de todos os ensinamentos de Jesus, pôs-se a campo para conseguir o almejado objetivo; aonde quer que o Nazareno estevesse, fosse qual fosse a localidade, ele ali estava a postos, e o fazia cauteloso, esgueirando-se por entre a massa humana, alheia ao que se passava ao redor, interessada apenas em ver o meigo Rabi. Posicionado como bem lhe conviesse, ora sentando-se no próprio chão, ora em assentos improvisados, se punha a manuscritar os ensinos do Divino Pregador da Boa Nova. Só não o fazia, quando o Senhor estava a sós com os discípulos, em visitas a doentes, em reuniões nas sinagogas ou participando de alguma hospitalidade.
Em uma das reuniões, comprimido pela multidão, empurrado de um lado e do outro, Jesus foi impelido a aproximar-se tanto do jovem que a ponta da sua túnica roçou-lhe o rosto, ensejo em que o moço a tomou nas mãos beijando-a, sem conter as lágrimas, num testemunho de deferência e veneração. Ato contínuo, Jesus pousou-lhe, carinhosamente a mão na cabeça do jovem, momento em que seus olhares de encontraram, emudecidos de significativa afeição, a um tempo humana e divina... Quem observasse no acompanhamento a Jesus, em Jerusalém, Judéia, Galiléia, Cesaréia, Jericó, Cafarnaum, e em outras aldeias e povoados, era certo estar presente o moço de manto marrom, nas manhãs e às tardes, períodos em que ocorriam as pregações. Nos intervalos, atento ao imperativo de sua subsistência e querendo supri-la com seu trabalho, dava-se a tarefas que lhe garantiam o alimento de cada dia. Ora remendando túnicas e mantos para os costureiros, ora consertando tendas para os viajantes, limpando e varrendo o mercado para os comerciantes, carregando água para as famílias, levando camelos e cavalos a beberem água e a serem lavados no poço mais próximo. Ele que ficara conhecido por manuscritar, era também homem de certa cultura, própria de alguém de posição social, nem por isso se sentia humilhado ou constrangido pelo gênero de vida que levava. Recolhido à pousada em que se hospedava, comprazia-se em passar revista nas anotações do dia e a meditar sobre o seu conteúdo, buscando assimilar-lhe a essência, e assim ficava até altas horas da noite.
Passara-se o tempo, Jesus tinha sido preso, condenado e crucificado. Uma noite, alguns dias depois da ressurreição do Mestre, fatigado pelas horas de canseiras, adormeceu e sonhou que o Mestre o visitava em seu modesto quarto, e lhe dirigia a palavra: “Filho, querido! Dar-te-ei a incumbência de relatar aos jovens que encontrar em teus caminhos, o noticiário que escrevestes, e que ai está... Será bom que te dediques também a educar corações e mentes para os meus serviços do futuro, que abrangerão o mundo inteiro, através dos tempos... Não te limites a curar apenas os corpos, que tendem a desaparecer no túmulo. Trata de curar também as almas, por amor de mim, pois estas são eternas e mais necessitadas do que os corpos, pois necessitam de fachos da Verdade...”
O moço que era musicista carregava um pífaro, (espécie de flauta) e um alaúde (antigo instrumento de cordas), dos quais retirava sons harmoniosos. Na manhã seguinte à do sonho, estava ele nas imediações do mercado de Jerusalém, sentado sobre as pernas cruzadas, executando melodias de envolventes sonoridades, rodeado de crianças e jovens, a quem pedia sentarem-se, e ao término dos números musicais, passava a contar tudo quanto ouvira do Mestre, e o fazia com tal maestria, com tanta arte, que o improvisado auditório ao ar livre não dava mostras de cansaço, tão enleado estava em ouvi-lo. Essas reuniões a céu aberto, passaram a ter maior número de participantes que acompanhavam atentos, as narrativas do expositor, de casos e coisas, atitudes e ações da vida de Jesus, cujos ensinos e exemplos ficaram no âmago dos ouvintes, muitos dos quais se fizeram fiéis depositários do precioso legado transmitido pelo moço.
Sentindo-se cansado e com a saúde desgastada por anos de apostolado, numa bela noite, em que se encontrava bastante meditativo, ao deitar-se, voltou a sonhar com o Mestre, que assim lhe falou: “Prossegue ainda, filho querido! Prossegue até o final dos teus dias, porque me tens prestado precioso serviço! Educa, educa por mim, e em meu nome, as almas e os corações, porque me ignoram... É preciso que todas as almas alcancem a Verdade Eterna...”
Renovado nas suas forças, o discípulo agora mais idoso, continuou no seu trabalho de pregar o Evangelho de Jesus, enquanto deliciava as pessoas com suas melodias. E assim, continuou a sua tarefa abençoada, por todos os lugares por onde passava... Alguns anos depois, encontrava-se ele em Roma, onde havia se domiciliado. Sentado sobre as pernas, à moda oriental, estava ele, agora de barba branca, tocando velhas melodias em seu velho pífano, recitando ou cantando, com voz trêmula, lindos poemas ao som do seu alaúde, rodeado de crianças e jovens que lhe rogavam entre sorrisos: - “Conta-nos, avozinho, aquela história do Príncipe, filho dos deuses, que desceu do Olimpo para curar cegos e leprosos, paralíticos e surdos-mudos... e para amar os pecadores e redimi-los, ensinando-lhes a lei do amor, para substituir a violência...”
Envelhecera mais ainda e agora conhecido como o “velho do manto roto”, cansado, corpo arqueado, olhos embaçados, semblante enrugado, cabelos em desalinho, mãos encarquilhadas, andar trôpego, veste estragada, sandálias encardidas, até então sem nome nem nacionalidade: assim termina os dias, fecha-se o ciclo de uma existência, aquele que deixara a sua imagem retratada como o 13º discípulo do Colégio Apostólico, como tal reconhecido e consagrado por Jesus, junto a quem estivera, assiduamente, com admirável perseverança e dedicação, a serviço da Boa Nova, arrebanhando as ovelhas perdidas para o acolhedor e manso aprisco do Senhor.
Marcou ele, sua passagem pelo mundo, não pelo seu nome e do país de nascimento, mas pelo que fora e fizera em benefício dos semelhantes. Desconhecido dos homens, mas identificado pelo Cristo que lhe consagrara justa qualificação, muito além das formalidades humanas; autêntica consagração!... Esse discípulo, pode ser você mesmo, meu irmão, que tomaste conhecimento da sua existência. O mundo necessita muito ainda do Evangelho do Senhor. Você, ao se alistar a Causa da redenção da Humanidade, poderá prestar idêntico serviço a Jesus... Necessita de apenas uma coisa, para o desempenho de tão grande tarefa: - Amor a Deus, ao próximo e ao Evangelho do nosso Mestre Nazareno...
Que Jesus nos dê a força para nos tornarmos merecedores do trabalho na sua seára.
Bibliografia:
“Novo Testamento”
Livro “Boa Nova”
Livro “Ressurreição e Vida”
Jc.
S.Luis, 28/8/2003
JESUS, O EDUCADOR DE ALMAS
JESUS, O EDUCADOR DE ALMAS
Certa vez um moço dirigiu-se a Jesus chamando-o de “Bom Mestre”. Ele de imediato recusou o título dizendo: “Ninguém é bom senão um só, que é Deus”. Mas aceitou o título de Mestre: “Vós me chamais Mestre, e dizeis bem; porque eu o sou”, disse Jesus em outra ocasião. Esse título foi por Ele dignificado, apresentando aos seres humanos, uma forma nova de educar, toda ela centrada no maior dos sentimentos: O Amor.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases que rege a instrução no Brasil, “o papel do ensino religioso é ensinar valores universais como: ética, respeito e cidadania.” Também a solidariedade deveria ocupar o centro de toda ação educativa, que não se aprende e se transmite só por palavras, mas, sobretudo, por exemplos.
Por ter a família descuidado da educação religiosa dos filhos, se formou gerações de poucos recursos espirituais. Alguns pais se mantiveram na religião mais não tiveram forças para se fazerem acompanhar dos filhos. Não seria egoísmo ter consolações, espaço de paz e harmonia, o apoio de companheiros de ideais, e não dividir com os filhos esse bem estar?
As crianças de hoje recebem uma imensa quantidade de informações através dos meios de comunicação, e os pais são profissionais em luta por manterem-se num mercado de trabalho cada vez recessivo que exige de ambos mais tempo. Antes, a mãe era responsável pela transmissão dos valores morais e religiosos, enquanto o pai era o provedor da família. Essa situação mudou e hoje, muitos pais não podendo nem querendo “perder tempo” com os filhos, transferem para os professores e outras pessoas, a responsabilidade de corrigir, educar e orientá-los, e, por se sentirem culpados pela ausência na vida dos filhos, costumam compensá-los com presentes e muita liberdade. Por sua vez, as crianças têm mais argumentos e, quando esses não funcionam, insistem e fazem alegações em defesa de seus desejos, nem sempre aconselháveis. De permissão em permissão, os filhos ganham e os pais perdem, proporcionando-lhes ainda, os meios de se perderem também.
“O destino das criaturas humanas está em função dos princípios educacionais que lhes foram inculcados na infância e na adolescência pelos pais. A violência crescente nos dias de hoje, está relacionada à inegável falta de educação, no sentido da palavra”, diz Pedro Camargo no livro “Mestres na Educação”. Ainda é tempo dos pais recuperarem sua responsabilidade e autoridade junto aos filhos, educando-os com dedicação, paciência, amor e, principalmente com exemplos.
A mensagem de Jesus foi apequenada, podada, enxertada e modificada por aqueles que dela se apossaram, ao construírem uma religião atemorizadora e salvacionista, com bases em atitudes místicas e ritualísticas. A Humanidade começou, com o advento da Doutrina dos Espíritos, a conhecer com mais amplitude e profundidade o que significou, para o mundo, a vinda de Jesus, o Mestre Amado, mais perfeito que a Terra já conheceu; aquele que baseou seus ensinamentos na pedagogia do exemplo. Não há um só ensinamento dele que tenha ficado sem o seu testemunho pessoal. Jesus foi simples e minucioso no que ensinou verbalmente e muito na exemplificação.
O próprio conceito de religião foi modificado a partir dos seus ensinamentos. Com Jesus, aprende-se que religião não é algo místico e mágico a ser levado a efeito no interior dos templos. Não mais a idéia de religião contemplativa, cheia de oferendas e fórmulas vivenciadas no interior das chamadas “Casas de Deus”. Religião passou a ser, para aquele que lhe entendeu as lições, um novo modo de viver, de se relacionar com o próximo em todos os ambientes, em todos os momentos.
Ensinando que Deus está presente em todo o universo, Jesus alargou os limites, conceituando o universo como um templo imenso, quando disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Jesus não foi um Mestre que viveu confinado em ambiente religioso, ou em local distante, isolado do convívio diário, longe do povo. Pelo contrário, o Mestre sempre viveu com as pessoas e, para prevenir qualquer interpretação equivocada, deixou ensino registrado por dois evangelistas, ao dizer: “Eis que vos envio como ovelhas no meio dos lobos”. Ele não era um profissional religioso, pois vivia como simples carpinteiro, que causava espanto a muitos, diante do que falava e fazia.
Jesus foi um educador de almas, que sempre falou da necessidade da criatura se educar e progredir, conforme ensinou no Sermão da Montanha, quando disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens”. Toda a mensagem do Mestre fundamenta-se no esforço da criatura e na herança divina que todos trazemos. Nada de graça, além da graça da vida. Nada de privilégios. “A cada um segundo as suas obras”.
Jesus não aceitou apóstolos passivos, encantados, deslumbrados. Ao contrário, sempre buscou tocar o sentimento, juntamente com o apelo para que a criatura raciocinasse, para saber agir desse ou daquele modo. Jesus levou o entendimento, a compreensão, o uso do raciocínio ao campo da fé. A fé ensinada por Jesus transcende os limites da emoção, do sentimento, por associar-se a um componente essencial: a razão. Inquestionavelmente, a fé raciocinada, ensinada pela Doutrina dos Espíritos, começou com Jesus. Kardec, como profundo conhecedor dos Evangelhos, soube ver que as lições de Jesus têm sempre dois direcionamentos: ao sentimento e à razão. Ao ensinar a criatura a não criar fantasias sobre a fé, mostra a divisão entre o que deve ser objeto da preocupação do ser humano, e o que deve ser entregue à Deus, perguntando: “E qual de vós poderá acrescentar um côvado à sua estatura?” Por isso o Evangelho Segundo o Espiritismo, ensina: “Fé inabalável, só o é, a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da Humanidade.”
O ensino religioso de Jesus propicia ao ser humano a conscientização de que não será através de orações repetitivas que estaremos agradando a Deus, nem por meio de oferendas, bajulações e promessas. No seu trabalho educativo, Jesus mostrou a importância do bom relacionamento com o próximo, como caminho para Deus, conforme bem entendeu o apóstolo João, que registrou: “Pois, quem não ama a seu irmão, ao qual vê, como pode amar a Deus a quem não viu?”.
Significativo é o diálogo entre o doutor da lei e Jesus, conforme relatado por Lucas. “Mestre, que farei para herdar vida eterna?” – Ali se vê um homem conhecedor das leis religiosas a receber de Jesus a resposta: “Amarás ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e ao teu próximo com a ti mesmo”. E quando Jesus lhe disse: “Faze isso e viverás”, aquele homem não compreendeu a conexão entre o preceito religioso que lhe enfeitava o campo intelectual, com a vida prática, a ponto de perguntar: “Quem é o meu próximo?” – Para aquele homem a palavra “próximo” era uma palavra mágica usada no templo, sem nenhum significado real na vida profana; daí o espanto. Ele estranhou que Jesus lhe recomendasse a aplicação do preceito religioso à vida comum. Sabendo da distância que havia entre os preceitos religiosos e a vida em sociedade, é que Jesus contou-lhe a Parábola do “Bom Samaritano”, mostrando que aquele homem, desprezado pelos judeus, fez sua obrigação a Deus, não diante do altar, mas através do mais legítimo modo – o socorro ao seu próximo!
Jesus deu-se como exemplo no serviço a Deus na pessoa do próximo. Curava sempre, impondo as mãos sobre os doentes, embora não precisasse fazê-lo para curar, como o fez com o servo do centurião; mas o fez para ensinar, recomendando que se fizesse o mesmo. Deixou bem claro, que também a prática religiosas deveria ser gratuita, ao dizer: “De graça recebestes, de graça dai”. Jesus trouxe à Terra uma mensagem religiosa sem preconceitos. Simples, sem ser superficial; profunda, sem ser complicada...
Uma concepção religiosa libertadora, geralmente não agrada àqueles que desejam exercer o poder religioso. Eles procuram conservar a religião como algo mágico, místico, extático, complexo, a ponto de a ela, só terem acesso os doutores e os sábios, pessoas pretensamente especiais, que estariam mais habilitadas a intermediarem entre as pessoas e o Criador, mesmo sem procuração de Deus. Jesus concedeu uma verdadeira carta de alforria à Humanidade, em relação à intermediação sacerdotal, ao informar ao ser humano que ele tem o direito legítimo e inalienável de se comunicar com seu Criador, diretamente, em qualquer lugar onde se encontre, dando como exemplo o lugar onde se dorme, dizendo: “Mas tu, quando orares, entre no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está oculto, e teu Pai que tudo vê secretamente, te recompensará”.
Ao se meditar sobre esse ensinamento, percebe-se quanto sua mensagem foi deturpada pelos religiosos que ensinam terem certas pessoas, determinadas prerrogativas de serem ouvidas por Deus, como se fossem advogados ou procuradores, a levarem agradecimentos ou a reivindicarem determinadas benesses, numa prática desenvolvida em meio a rituais completamente estranhos aos ensinamentos e aos exemplos de Jesus, com a agravante de serem renumerados. Jesus libertou a criatura humana também da necessidade do comparecimento ao templo, a fim de ali encontrar-se com Deus. O Mestre jamais convidou alguém a orar num templo. Ao contrário, quando a samaritana manifestou-se no sentido de adorar a Deus no Templo de Jerusalém, o Mestre desautorizou tal atitude, dizendo-lhe: “Mulher, crede-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Deus é Espírito e importa que os que O adoram O adorem em Espírito e Verdade”. Para Jesus, não havia lugares especiais. Seus ensinos, suas curas, suas orações sempre foram efetuadas ao ar livre, onde quer que se encontrasse Ele.
Infelizmente, com o passar do tempo, a mensagem cristã foi-se desviando, saindo da área do estudo, da meditação e do serviço à luz da oração consciente, passando às práticas exteriores. Essas verdades religiosas simples, que estiveram ao alcance de humildes pescadores, de viúvas e de deserdados, foram, com o tempo, relegadas a segundo plano, tendo sido posto em primeiro lugar o ritual, a solenidade, o manuseio de objetos de culto, imagens, velas, roupas especiais e todo um conjunto de práticas exteriores alienantes, trazidas do paganismo romano e do judaísmo, que distanciavam o ser humano cada vez mais do esforço de auto-aprimoramento, preconizado por Jesus.
Os ensinos libertadores de Jesus não foram objetos de estudo pelos teólogos, que criaram as liturgias, e, pior ainda, a hedionda teoria das penas eternas, desfazendo a imagem do Deus Misericordioso, tão bem apresentado pelo Mestre Amado. A mensagem cristã foi então apequenada, podada, enxertada e modificada por aqueles que dela se apossaram, ao construírem uma religião com bases em atitudes místicas e na crença de que o sangue de Jesus seria o remissor dos pecados da Humanidade. Foi enfatizada a adoração extática de Jesus morto, em detrimento do esforço em aceitar um Jesus vivo, permanente, conforme Ele mesmo afirmou ser “A Verdade, o Caminho e a Vida”.
O Mestre veio trazer a certeza de que Deus é Pai, é Amor, é Misericórdia, ao contrário do que foi apresentado pela Bíblia, no Velho Testamento, que mostrava o Pai Criador, vingativo, capaz de ter preferências por determinadas pessoas e povos e abominando os outros. O Pai Misericordioso, de Bondade e Justiça, tantas vezes apresentado por Jesus, foi negado pelos teólogos, ao criarem o inferno de penas eternas. Em verdade, Jesus falou de sofrimentos após a morte, mas nunca com a possibilidade de ser eterno esse sofrimento. Tanto é que Ele disse: “Em verdade te digo que de maneira alguma sairás dali enquanto não pagares até o último ceitil”. O Mestre, conhecedor da fragilidade humana, sabia que, de alguma forma, isso aconteceria, por isso, prometeu o Consolador, dizendo: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome; esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” Cumprindo sua promessa apareceu a Doutrina dos Espíritos, que não é apenas mais uma religião cristã... mas o próprio Cristianismo Primitivo redivivo.
Jesus como educador, fez os ensinos agradáveis com o relato de parábolas (pequenas histórias) e, nelas, prefere o uso de símbolos e situações da vida. Não desfazendo a cultura da época, prestigia o templo como casa de oração, mostrando-nos a necessidade da religião ao ser humano, para ensinar-nos como proceder na existência. A vinda de Jesus a Terra, deu aos seres humanos, os parâmetros para a boa condução de sua própria educação e de seus semelhantes, com vistas ao crescimento moral e espiritual.
Aos pais cabe, a educação religiosa dos filhos, para fortificá-los nas vicissitudes da existência. Desvinculado de sua condição espiritual, a pessoa é esse ser que, jogado na estrada da vida, se perde no emaranhado dos vícios, da violência, da perdição, pela falta da vivência do amor sublime que nos ensinou e exemplificou o Divino Mestre Jesus, e que os pais, responsáveis perante Deus pelos filhos, têm o dever de lhes ensinar e exemplificar, por serem os seus primeiros instrutores ainda na fase de crianças carentes.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações, nos orientando para bem viver...
Bibliografia:
“Novo Testamento”
Jc.
Refeito em: 01/09/2009
Certa vez um moço dirigiu-se a Jesus chamando-o de “Bom Mestre”. Ele de imediato recusou o título dizendo: “Ninguém é bom senão um só, que é Deus”. Mas aceitou o título de Mestre: “Vós me chamais Mestre, e dizeis bem; porque eu o sou”, disse Jesus em outra ocasião. Esse título foi por Ele dignificado, apresentando aos seres humanos, uma forma nova de educar, toda ela centrada no maior dos sentimentos: O Amor.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases que rege a instrução no Brasil, “o papel do ensino religioso é ensinar valores universais como: ética, respeito e cidadania.” Também a solidariedade deveria ocupar o centro de toda ação educativa, que não se aprende e se transmite só por palavras, mas, sobretudo, por exemplos.
Por ter a família descuidado da educação religiosa dos filhos, se formou gerações de poucos recursos espirituais. Alguns pais se mantiveram na religião mais não tiveram forças para se fazerem acompanhar dos filhos. Não seria egoísmo ter consolações, espaço de paz e harmonia, o apoio de companheiros de ideais, e não dividir com os filhos esse bem estar?
As crianças de hoje recebem uma imensa quantidade de informações através dos meios de comunicação, e os pais são profissionais em luta por manterem-se num mercado de trabalho cada vez recessivo que exige de ambos mais tempo. Antes, a mãe era responsável pela transmissão dos valores morais e religiosos, enquanto o pai era o provedor da família. Essa situação mudou e hoje, muitos pais não podendo nem querendo “perder tempo” com os filhos, transferem para os professores e outras pessoas, a responsabilidade de corrigir, educar e orientá-los, e, por se sentirem culpados pela ausência na vida dos filhos, costumam compensá-los com presentes e muita liberdade. Por sua vez, as crianças têm mais argumentos e, quando esses não funcionam, insistem e fazem alegações em defesa de seus desejos, nem sempre aconselháveis. De permissão em permissão, os filhos ganham e os pais perdem, proporcionando-lhes ainda, os meios de se perderem também.
“O destino das criaturas humanas está em função dos princípios educacionais que lhes foram inculcados na infância e na adolescência pelos pais. A violência crescente nos dias de hoje, está relacionada à inegável falta de educação, no sentido da palavra”, diz Pedro Camargo no livro “Mestres na Educação”. Ainda é tempo dos pais recuperarem sua responsabilidade e autoridade junto aos filhos, educando-os com dedicação, paciência, amor e, principalmente com exemplos.
A mensagem de Jesus foi apequenada, podada, enxertada e modificada por aqueles que dela se apossaram, ao construírem uma religião atemorizadora e salvacionista, com bases em atitudes místicas e ritualísticas. A Humanidade começou, com o advento da Doutrina dos Espíritos, a conhecer com mais amplitude e profundidade o que significou, para o mundo, a vinda de Jesus, o Mestre Amado, mais perfeito que a Terra já conheceu; aquele que baseou seus ensinamentos na pedagogia do exemplo. Não há um só ensinamento dele que tenha ficado sem o seu testemunho pessoal. Jesus foi simples e minucioso no que ensinou verbalmente e muito na exemplificação.
O próprio conceito de religião foi modificado a partir dos seus ensinamentos. Com Jesus, aprende-se que religião não é algo místico e mágico a ser levado a efeito no interior dos templos. Não mais a idéia de religião contemplativa, cheia de oferendas e fórmulas vivenciadas no interior das chamadas “Casas de Deus”. Religião passou a ser, para aquele que lhe entendeu as lições, um novo modo de viver, de se relacionar com o próximo em todos os ambientes, em todos os momentos.
Ensinando que Deus está presente em todo o universo, Jesus alargou os limites, conceituando o universo como um templo imenso, quando disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Jesus não foi um Mestre que viveu confinado em ambiente religioso, ou em local distante, isolado do convívio diário, longe do povo. Pelo contrário, o Mestre sempre viveu com as pessoas e, para prevenir qualquer interpretação equivocada, deixou ensino registrado por dois evangelistas, ao dizer: “Eis que vos envio como ovelhas no meio dos lobos”. Ele não era um profissional religioso, pois vivia como simples carpinteiro, que causava espanto a muitos, diante do que falava e fazia.
Jesus foi um educador de almas, que sempre falou da necessidade da criatura se educar e progredir, conforme ensinou no Sermão da Montanha, quando disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens”. Toda a mensagem do Mestre fundamenta-se no esforço da criatura e na herança divina que todos trazemos. Nada de graça, além da graça da vida. Nada de privilégios. “A cada um segundo as suas obras”.
Jesus não aceitou apóstolos passivos, encantados, deslumbrados. Ao contrário, sempre buscou tocar o sentimento, juntamente com o apelo para que a criatura raciocinasse, para saber agir desse ou daquele modo. Jesus levou o entendimento, a compreensão, o uso do raciocínio ao campo da fé. A fé ensinada por Jesus transcende os limites da emoção, do sentimento, por associar-se a um componente essencial: a razão. Inquestionavelmente, a fé raciocinada, ensinada pela Doutrina dos Espíritos, começou com Jesus. Kardec, como profundo conhecedor dos Evangelhos, soube ver que as lições de Jesus têm sempre dois direcionamentos: ao sentimento e à razão. Ao ensinar a criatura a não criar fantasias sobre a fé, mostra a divisão entre o que deve ser objeto da preocupação do ser humano, e o que deve ser entregue à Deus, perguntando: “E qual de vós poderá acrescentar um côvado à sua estatura?” Por isso o Evangelho Segundo o Espiritismo, ensina: “Fé inabalável, só o é, a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da Humanidade.”
O ensino religioso de Jesus propicia ao ser humano a conscientização de que não será através de orações repetitivas que estaremos agradando a Deus, nem por meio de oferendas, bajulações e promessas. No seu trabalho educativo, Jesus mostrou a importância do bom relacionamento com o próximo, como caminho para Deus, conforme bem entendeu o apóstolo João, que registrou: “Pois, quem não ama a seu irmão, ao qual vê, como pode amar a Deus a quem não viu?”.
Significativo é o diálogo entre o doutor da lei e Jesus, conforme relatado por Lucas. “Mestre, que farei para herdar vida eterna?” – Ali se vê um homem conhecedor das leis religiosas a receber de Jesus a resposta: “Amarás ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e ao teu próximo com a ti mesmo”. E quando Jesus lhe disse: “Faze isso e viverás”, aquele homem não compreendeu a conexão entre o preceito religioso que lhe enfeitava o campo intelectual, com a vida prática, a ponto de perguntar: “Quem é o meu próximo?” – Para aquele homem a palavra “próximo” era uma palavra mágica usada no templo, sem nenhum significado real na vida profana; daí o espanto. Ele estranhou que Jesus lhe recomendasse a aplicação do preceito religioso à vida comum. Sabendo da distância que havia entre os preceitos religiosos e a vida em sociedade, é que Jesus contou-lhe a Parábola do “Bom Samaritano”, mostrando que aquele homem, desprezado pelos judeus, fez sua obrigação a Deus, não diante do altar, mas através do mais legítimo modo – o socorro ao seu próximo!
Jesus deu-se como exemplo no serviço a Deus na pessoa do próximo. Curava sempre, impondo as mãos sobre os doentes, embora não precisasse fazê-lo para curar, como o fez com o servo do centurião; mas o fez para ensinar, recomendando que se fizesse o mesmo. Deixou bem claro, que também a prática religiosas deveria ser gratuita, ao dizer: “De graça recebestes, de graça dai”. Jesus trouxe à Terra uma mensagem religiosa sem preconceitos. Simples, sem ser superficial; profunda, sem ser complicada...
Uma concepção religiosa libertadora, geralmente não agrada àqueles que desejam exercer o poder religioso. Eles procuram conservar a religião como algo mágico, místico, extático, complexo, a ponto de a ela, só terem acesso os doutores e os sábios, pessoas pretensamente especiais, que estariam mais habilitadas a intermediarem entre as pessoas e o Criador, mesmo sem procuração de Deus. Jesus concedeu uma verdadeira carta de alforria à Humanidade, em relação à intermediação sacerdotal, ao informar ao ser humano que ele tem o direito legítimo e inalienável de se comunicar com seu Criador, diretamente, em qualquer lugar onde se encontre, dando como exemplo o lugar onde se dorme, dizendo: “Mas tu, quando orares, entre no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está oculto, e teu Pai que tudo vê secretamente, te recompensará”.
Ao se meditar sobre esse ensinamento, percebe-se quanto sua mensagem foi deturpada pelos religiosos que ensinam terem certas pessoas, determinadas prerrogativas de serem ouvidas por Deus, como se fossem advogados ou procuradores, a levarem agradecimentos ou a reivindicarem determinadas benesses, numa prática desenvolvida em meio a rituais completamente estranhos aos ensinamentos e aos exemplos de Jesus, com a agravante de serem renumerados. Jesus libertou a criatura humana também da necessidade do comparecimento ao templo, a fim de ali encontrar-se com Deus. O Mestre jamais convidou alguém a orar num templo. Ao contrário, quando a samaritana manifestou-se no sentido de adorar a Deus no Templo de Jerusalém, o Mestre desautorizou tal atitude, dizendo-lhe: “Mulher, crede-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Deus é Espírito e importa que os que O adoram O adorem em Espírito e Verdade”. Para Jesus, não havia lugares especiais. Seus ensinos, suas curas, suas orações sempre foram efetuadas ao ar livre, onde quer que se encontrasse Ele.
Infelizmente, com o passar do tempo, a mensagem cristã foi-se desviando, saindo da área do estudo, da meditação e do serviço à luz da oração consciente, passando às práticas exteriores. Essas verdades religiosas simples, que estiveram ao alcance de humildes pescadores, de viúvas e de deserdados, foram, com o tempo, relegadas a segundo plano, tendo sido posto em primeiro lugar o ritual, a solenidade, o manuseio de objetos de culto, imagens, velas, roupas especiais e todo um conjunto de práticas exteriores alienantes, trazidas do paganismo romano e do judaísmo, que distanciavam o ser humano cada vez mais do esforço de auto-aprimoramento, preconizado por Jesus.
Os ensinos libertadores de Jesus não foram objetos de estudo pelos teólogos, que criaram as liturgias, e, pior ainda, a hedionda teoria das penas eternas, desfazendo a imagem do Deus Misericordioso, tão bem apresentado pelo Mestre Amado. A mensagem cristã foi então apequenada, podada, enxertada e modificada por aqueles que dela se apossaram, ao construírem uma religião com bases em atitudes místicas e na crença de que o sangue de Jesus seria o remissor dos pecados da Humanidade. Foi enfatizada a adoração extática de Jesus morto, em detrimento do esforço em aceitar um Jesus vivo, permanente, conforme Ele mesmo afirmou ser “A Verdade, o Caminho e a Vida”.
O Mestre veio trazer a certeza de que Deus é Pai, é Amor, é Misericórdia, ao contrário do que foi apresentado pela Bíblia, no Velho Testamento, que mostrava o Pai Criador, vingativo, capaz de ter preferências por determinadas pessoas e povos e abominando os outros. O Pai Misericordioso, de Bondade e Justiça, tantas vezes apresentado por Jesus, foi negado pelos teólogos, ao criarem o inferno de penas eternas. Em verdade, Jesus falou de sofrimentos após a morte, mas nunca com a possibilidade de ser eterno esse sofrimento. Tanto é que Ele disse: “Em verdade te digo que de maneira alguma sairás dali enquanto não pagares até o último ceitil”. O Mestre, conhecedor da fragilidade humana, sabia que, de alguma forma, isso aconteceria, por isso, prometeu o Consolador, dizendo: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome; esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” Cumprindo sua promessa apareceu a Doutrina dos Espíritos, que não é apenas mais uma religião cristã... mas o próprio Cristianismo Primitivo redivivo.
Jesus como educador, fez os ensinos agradáveis com o relato de parábolas (pequenas histórias) e, nelas, prefere o uso de símbolos e situações da vida. Não desfazendo a cultura da época, prestigia o templo como casa de oração, mostrando-nos a necessidade da religião ao ser humano, para ensinar-nos como proceder na existência. A vinda de Jesus a Terra, deu aos seres humanos, os parâmetros para a boa condução de sua própria educação e de seus semelhantes, com vistas ao crescimento moral e espiritual.
Aos pais cabe, a educação religiosa dos filhos, para fortificá-los nas vicissitudes da existência. Desvinculado de sua condição espiritual, a pessoa é esse ser que, jogado na estrada da vida, se perde no emaranhado dos vícios, da violência, da perdição, pela falta da vivência do amor sublime que nos ensinou e exemplificou o Divino Mestre Jesus, e que os pais, responsáveis perante Deus pelos filhos, têm o dever de lhes ensinar e exemplificar, por serem os seus primeiros instrutores ainda na fase de crianças carentes.
Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações, nos orientando para bem viver...
Bibliografia:
“Novo Testamento”
Jc.
Refeito em: 01/09/2009
FIM DOS TEMPOS
FIM DOS TEMPOS = APOCALIPSE
Apocalipse, na verdade são, revelações feitas a profetas (médiuns) da antiguidade. Há vários apocalipses, sendo os mais citados o apocalipse de Moysés, o apocalipse de Elias, o de Daniel, o de Jesus e o apocalipse de João Evangelista, escrito na ilha de Patmos, para onde ele fora exilado no ano de 95 DC. Este apocalipse tem caráter cósmico porque relata acontecimentos que interessam à Terra e sua humanidade, e da remate ao de Jesus, no seu sermão profético de despedida com os seus apóstolos, sobre os acontecimentos finais deste atual ciclo evolutivo da Terra. Em estado de desdobramento ou êxtase, provocados e controlados pelo Alto, o apóstolo João viu, nos Planos Espirituais, quadros e projeções que deveriam gravar-se em sua mente com a intensidade para serem escritos, destinados à divulgação em épocas vindouras.
Os ciclos evolutivos da Terra se sucedem em períodos de cerca de 2.000 anos, e no atual, o sentido religioso é o elemento mais importante, cabendo-lhe guiar o ser humano à redenção com base nos ensinamentos cristãos. Para apurar os resultados do esforço evolutivo, ou das tendências humanas dominadas por valores negativos, é que haverá o selecionamento predito para este milênio, quando então se abrirá novo ciclo da mesma duração. Os acontecimentos que se darão, desde muito tempo anunciados ao mundo e ultimamente confirmados pela espiritualidade, ocorrerão causando impressionantes transformações genéticas, profundas alterações de clima, confusões de estações, destruição de colheitas, por efeito de secas impiedosas ou de chuvas torrenciais, e outras muitas calamidades já conhecidas como: violência,crimes estarrecedores, guerras, fenômenos atmosféricos com grande abrasamentos(calor) e pressões, provocando a explosão de vulcões que causarão violentos terremotos e maremotos e terrível calor que em conseqüência, causará o degelo das massas polares, que a ciência já verificou e está se iniciando.
Como resultado de tudo isso, haverá o deslocamento do eixo da Terra e regiões continentais submergirão nos oceanos, ao mesmo tempo em que surgirão regiões novas, como já tem acontecido desde os tempos primitivos. Em virtude dessas calamidades, haverá grande êxodo de populações (fuga de povos de um lugar para outro), mistura de raças, unificações, separações, desespero e muitos sofrimentos, e, ante tal violência, poucos seres humanos sobreviverão aos cataclismos anunciados, que se abaterão sobre a Terra.
Jesus profetizando sobre esses acontecimentos no sermão do cenáculo, em várias ocasiões, referia-se a uma Nova Jerusalém, ou Cidade Santa, numa alusão bastante clara e antecipada da Terra renovada do Final dos Tempos, na qual não entrariam espíritos retardados na evolução, os quais, no expurgo a haver, já estariam destinados a mundos inferiores, e João refere-se a isso a também “a um novo Céu e uma Nova Terra”, porque nesta altura, dos acontecimentos, já estariam mudados os cenários.
Apesar de apenas iniciado na Terra o período de transição para chegarmos ao período evolutivo, já observamos as ondas de perturbações, de corrupção, de violência, de anarquia, desorientação, desequilíbrio sexual que varrem o planeta de extremo a extremo, atingindo homens, mulheres, idosas, jovens e crianças.
Allan Kardec, indaga aos benfeitores espirituais sobre o assunto, como se observa na questão 687 de “O Livro dos Espíritos”: - “Indo sempre a população na progressão crescente, chegará o tempo em que seja excessiva na Terra?” – Resposta dos Espíritos Superiores: “A reprodução da existência física, à semelhança do equilíbrio cósmico e de tudo o mais, resulta de uma programação planejada por Deus.” Não há dúvida quanto à magnitude do momento que passa, quando milhares de espíritos, retidos por milênios nas regiões de sombra e dor, alucinados e primitivos, vêm sendo encaminhados ao corpo físico, a fim de experimentarem a última oportunidade evolutiva que os poderá libertar da própria situação. Ressurgem, atônitos e violentos, conforme se encontravam, reassumindo as posições inferiores em bandos ou grupos de alucinados, esperando receber educação e socorro, com as possibilidades iluminativas, de modo a se integrarem no contexto da evolução que ora se opera no planeta, por graça de Espíritos mais elevados que também já chegaram e estão chegando à Terra, para a transformação.
As massas malignas das trevas e da Crosta planetária, se misturam com os encarnados por serem parte da mesma humanidade e, no expurgo, dois terços dela serão descartados para outros mundos, eliminando-se definitivamente do planeta, as forças negativas e os seres incompatíveis e irrecuperáveis, por enquanto, pelos recursos do amor. As massas de espíritos que estão sendo soltas e liberadas para tomarem parte na grande avaliação, saturarão a Terra nestes últimos tempos, conforme estamos vivenciando, tentando reconstituir a vida dos mundos primitivos, e os desregramentos das civilizações passadas; tentando fazer o mundo retroagir. Porém todos eles e mais os enganadores de todas as origens, os chacinadores de povos, os inquisidores religiosos, os que sugam na miséria do povo, os armamentistas, os políticos corruptos que enganam o povo com vistas a conquista do poder, e os que retardam a evolução espiritual dos seres humanos, apregoando cultos exteriores e a exploração de seus semelhantes, serão descartados, embora até lá, muitos ainda poderão redimir-se pelas luzes do Evangelho, pelo esforço dos humildes discípulos do Cordeiro, que não cessam de difundir pelo mundo as promessas de redenção.
Como as filosofias e as religiões não tiveram êxito durante séculos e séculos, e, como insignificantes foram os resultados, conforme se pode constatar pelo baixo índice de espiritualidade da Humanidade atual, e como os seres humanos de consciência e inteligência próprias não agiram buscando os caminhos apontados pelo Divino Mestre, o único poder capaz de derrotar a Besta Apocalítica; foi enviado o Consolador, A Doutrina dos Espíritos, como agente de Jesus, como recurso derradeiro de esclarecimento e encaminhamento dos seres humanos deste final dos tempos.
Para que se cumpram todos estes acontecimentos, os espíritos estão encarnando no ritmo de quase 1000 por dia. Milhares deles, são os mesmos que tomaram parte nas últimas guerras e conservam ainda o ódio e o espírito de vingança, e voltam para colaborar nas violências deste período de transição; outros são espíritos que estavam aguardando novas oportunidade de redenção com testemunhos em épocas difíceis; e por último, estão encarnando aqueles que receberam missão de trabalho para a implantação da paz futura, da concórdia, orientando e conduzindo os povos neste transe doloroso e difícil que se avizinha. Por outro lado, estão partindo da Terra, espíritos em grandes quantidades, realizando a renovação da população do planeta.
Daniel, disse no seu apocalipse que o tempo do fim seria assinalado pela ciência que se multiplicaria e por uma angústia generalizada, que cairia sobre os seres humanos como nunca se vira antes. Isto estamos vendo nos dias atuais. E quanto ao dia e hora que tais coisas aconteceriam, Jesus advertiu que ninguém sabia, nem mesmo Ele, somente o Pai. E recomendou aos seus apóstolos: “Portanto, estai sempre preparados. Orai e vigiai porque esse dia chegará tão de improviso, como a rede do pescador que cai na água e surpreende os peixes.”
Em várias épocas, a partir de Jesus, o chamado “Fim dos Tempos” foi anunciado com alvoroço e emoção, supondo-se que o mundo acabaria e fenômenos físicos, como cometas, eclipses, erupções vulcânicas, terremotos e maremotos, pareciam confirmar as suposições. Mas o tempo, passando, desmentiu as previsões e a vida retomou seu ritmo normal, pois não passavam de fenômenos naturais que a ignorância generalizada do povo inculto, dramatizava como ameaças divinas. Entretanto, os anúncios de agora merecem maior atenção pelas credenciais dos seus autores, Jesus, João e os Espíritos Superiores, que falam com uniformidade, demonstrando que os acontecimentos que já ocorrem na Terra, envolvendo a humanidade, confirma de certa forma a natureza e os prazos profetizados para sua ocorrência; e ainda por que os grandes acontecimentos de períodos cíclicos, são sempre precedidos de revelações e fenômenos que afetam fundamentalmente a vida humana e a próprias Natureza.
O Brasil, receberá o eco das provações coletivas e cada habitante o choque de retorno do seu próprio débito pessoal, cujas provações serão mais fortes ou menos forte, segundo o merecimento de cada um. Portanto, caros irmãos, devemos estar preparados para atenuar o que puder das dívidas que porventura tenhamos com a Lei Divina e, melhor será ainda, que desde já estejamos alertados e despertos sobre esse futuro e não cegos e iludidos. As esperanças do mundo se voltarão nesses dias para o nosso país, e ele se converterá em um grande sanatório mundial, no qual a terapêutica será a do amor de cristão, com bondade e consolação. O Brasil não estará isento de sofrer impactos violentos, porém permanecerá a salvo na sua estrutura física, porque nesses dias, grande será o número de seus filhos despertados para as luzes do Evangelho.
Referindo-se ainda ao nosso país, os Espíritos Superiores dizem “que somente quando o panorama espiritual do planeta atingir os momentos decisivos das provações coletivas (desencarnações em massa), a alma brasileira despertará, completamente, sacudida pela imperiosidade da própria destinação, caso não se deixe envolver pelo orgulho, ou inebriar-se pela força e o poder que lhe serão atribuídos. Grande, portanto, será nossa responsabilidade nesses acontecimentos. Muitos de nós sempre tiveram e continuam a ter ante os olhos, provas inúmeras e expressivas do amparo divino e a possibilidade de vivermos no sentido justo da predestinação; e mais que quaisquer outros, devemos nos preparar para cumprir a tarefa missionária que nos cabe.
Nestas horas e dias de tormentos para quem as pessoas poderão apelar? Após esse caos prolongado, ressurgirá a Terra com uma nova aparência, mais perfeita, de regeneração espiritual, onde novos planejamentos sociais serão estabelecidos, segundo os ensinamentos cristãos e as necessidades, e, muitos habitantes de outros mundos virão, como vieram antigamente os espíritos de Capela, para nos ajudar e nos orientar durante esse período difícil, e que participarão da humanidade que habitar a nova terra, e ela os receberá necessitando de reconstrução para que se torne habitável. Após a seleção que será efetuada, a Terra não mais será um mundo de provas e expiações, porque a nova humanidade estará renovada, pacificada e espiritualizada.
Mas é necessário que haja uma expansão de maior rapidez e amplitude das ações positivas, porque o tempo é curto e grande é a luta a travar contra as forças negativas que combatem o Cristo e “só uma força de fé muito superior ao desequilíbrio geral, sustentará o trabalhador na sua tarefa de abnegação.” Espíritos missionários, afeitos ao bem, já encarnaram e estão encarnando em maior número agora, para ajudar na luta, e serão também as lideranças de aproximação dos trabalhadores bem intencionados e orientados para a vitória do Cristo. Jesus ensinou que “os mansos e pacíficos herdarão a Terra”, mas não será de graça; terão que conquistá-la com suor e lágrimas, trabalho e perseverança, sobretudo, nestes dias finais que estamos vivendo com a Doutrina dos Espíritos, neste esforço de revivescência do Cristianismo primitivo e exemplificador.
Assim como os pais terrestres não têm a intenção de atemorizar seus filhos, ao adverti-los sobre os perigos da existência e do mundo, também os Espíritos Superiores não desejam senão alertar, sem intenções de levar receio ou o pânico a quem quer que seja. Avisar é obrigação de amigo e irmão; assustar é prova de leviandade. Mas, se alguém se assustar e esse susto o levar a emendar-se; se esse temor o conduz à virtude; se alguém sente medo de ouvir sobre os seres que serão exilados da Terra, e esse conhecimento o faz buscar no Evangelho de Jesus, o remédio para seus males espirituais e o impulso sagrado para a reforma interior, então nos sentiremos felizes e recompensados pelo esforço nesse trabalho.
O Divino Mestre, que após a multiplicação dos pães e peixes recolheu as sobras, agora recolhe com Suas mãos, toda centelha de luz, toda ação boa, toda intenção verdadeira de serviço no bem. E toda fagulha de luz que existe nas almas, é por Ele recolhida e levada ao Supremo Juiz, e apresentada com uma rogativa sincera e humilde: “Vê, Pai, este já tem um si uma pequenina luz a brilhar. Deixa-o ficar conosco.” Essa pequenina luz, imaginemos, representa um fósforo que se acende num quarto escuro... “Brilhe a vossa luz”, recomendou o Mestre. Que ela faça desaparecer a escuridão, para que a Terra Prometida e Renovada do Terceiro Milênio, possa abrigar em seu seio toda aquele que trabalhou pela implantação do Reino de Deus.
Divaldo Franco recebeu uma mensagem de Joana de Angelis que diz: “Adensam-se as sombras. Os fantasmas do desequilíbrio e da destruição se confraternizam no festival da loucura humana. A dor amesquinha os ideais edificantes da humanidade. Deus e o Amor parecem ignorados de muitos governantes e de muitos segmentos da soberba sociedade humana. Não obstante, raia madrugada nova. A treva densa e ameaçadora não vai resistir ao lampejar de uma estrela, nem à débil claridade de uma vela. A madrugada de um mundo novo está começando. Perguntais então: “Quando os céus promoverão a chuva de estrelas, para que a noite de sombras se transforme num radiante dia?” – Tende calma e velai! O Senhor da vida no Seu código de amor, não promove a precipitação, o improviso nem o desequilíbrio. Há algum tempo, estão reencarnando na Terra espíritos evoluídos que fulgirão nas diversas áreas, alterando a estrutura da Cultura, do Conhecimento, da Arte, da Fé e da Ciência. Este é século em que a Ciência e a Tecnologia promoverão a mente. O próximo, será o do Amor e da Educação que dignificarão a criatura humana.”
Enfim, os mansos herdarão a Terra, cumprindo-se a promessa de Jesus, já que não haverá mais lugar para os maus e os que entravam o progresso espiritual da humanidade. Eles serão encaminhados para mundos inferiores, e deles retornarão um dia para a luz do Mestre, que não quer que ninguém se perca, conforme o determinismo divino. Antecipando esse tempo, ocorrerão os últimos acontecimentos deste final dos tempos, com a seqüência dos mais terríveis cataclismas na terra, no mar e no céu, durante os quais desencarnarão milhões de seres humanos, operando-se em todos os setores do planeta, profundas transformações.
É chegado o momento da grande decisão; o tempo da colheita e da separação está chegando. A cada um será dado conforme o que houver praticado. Bem-aventurados os que forem achados trabalhando pelo Reino de Deus, dignos de permanecerem na Terra. E os que forem exilados para outros mundos, onde os sofrimentos imperam, serão conduzidos para o campo da evangelização, sob as bênçãos do Criador, no novo lar que habitarem, de acordo com o merecimento de cada um...
Que o Senhor nos ampare nessa transição, a fim de que possamos continuar sob a sua bandeira de Paz, Amor, Fraternidade e Caridade.
Bibliografia:
“A Hora do Apocalipse”
“Novo Testamento”
Jc.
Refeito em 8/8/2009
Apocalipse, na verdade são, revelações feitas a profetas (médiuns) da antiguidade. Há vários apocalipses, sendo os mais citados o apocalipse de Moysés, o apocalipse de Elias, o de Daniel, o de Jesus e o apocalipse de João Evangelista, escrito na ilha de Patmos, para onde ele fora exilado no ano de 95 DC. Este apocalipse tem caráter cósmico porque relata acontecimentos que interessam à Terra e sua humanidade, e da remate ao de Jesus, no seu sermão profético de despedida com os seus apóstolos, sobre os acontecimentos finais deste atual ciclo evolutivo da Terra. Em estado de desdobramento ou êxtase, provocados e controlados pelo Alto, o apóstolo João viu, nos Planos Espirituais, quadros e projeções que deveriam gravar-se em sua mente com a intensidade para serem escritos, destinados à divulgação em épocas vindouras.
Os ciclos evolutivos da Terra se sucedem em períodos de cerca de 2.000 anos, e no atual, o sentido religioso é o elemento mais importante, cabendo-lhe guiar o ser humano à redenção com base nos ensinamentos cristãos. Para apurar os resultados do esforço evolutivo, ou das tendências humanas dominadas por valores negativos, é que haverá o selecionamento predito para este milênio, quando então se abrirá novo ciclo da mesma duração. Os acontecimentos que se darão, desde muito tempo anunciados ao mundo e ultimamente confirmados pela espiritualidade, ocorrerão causando impressionantes transformações genéticas, profundas alterações de clima, confusões de estações, destruição de colheitas, por efeito de secas impiedosas ou de chuvas torrenciais, e outras muitas calamidades já conhecidas como: violência,crimes estarrecedores, guerras, fenômenos atmosféricos com grande abrasamentos(calor) e pressões, provocando a explosão de vulcões que causarão violentos terremotos e maremotos e terrível calor que em conseqüência, causará o degelo das massas polares, que a ciência já verificou e está se iniciando.
Como resultado de tudo isso, haverá o deslocamento do eixo da Terra e regiões continentais submergirão nos oceanos, ao mesmo tempo em que surgirão regiões novas, como já tem acontecido desde os tempos primitivos. Em virtude dessas calamidades, haverá grande êxodo de populações (fuga de povos de um lugar para outro), mistura de raças, unificações, separações, desespero e muitos sofrimentos, e, ante tal violência, poucos seres humanos sobreviverão aos cataclismos anunciados, que se abaterão sobre a Terra.
Jesus profetizando sobre esses acontecimentos no sermão do cenáculo, em várias ocasiões, referia-se a uma Nova Jerusalém, ou Cidade Santa, numa alusão bastante clara e antecipada da Terra renovada do Final dos Tempos, na qual não entrariam espíritos retardados na evolução, os quais, no expurgo a haver, já estariam destinados a mundos inferiores, e João refere-se a isso a também “a um novo Céu e uma Nova Terra”, porque nesta altura, dos acontecimentos, já estariam mudados os cenários.
Apesar de apenas iniciado na Terra o período de transição para chegarmos ao período evolutivo, já observamos as ondas de perturbações, de corrupção, de violência, de anarquia, desorientação, desequilíbrio sexual que varrem o planeta de extremo a extremo, atingindo homens, mulheres, idosas, jovens e crianças.
Allan Kardec, indaga aos benfeitores espirituais sobre o assunto, como se observa na questão 687 de “O Livro dos Espíritos”: - “Indo sempre a população na progressão crescente, chegará o tempo em que seja excessiva na Terra?” – Resposta dos Espíritos Superiores: “A reprodução da existência física, à semelhança do equilíbrio cósmico e de tudo o mais, resulta de uma programação planejada por Deus.” Não há dúvida quanto à magnitude do momento que passa, quando milhares de espíritos, retidos por milênios nas regiões de sombra e dor, alucinados e primitivos, vêm sendo encaminhados ao corpo físico, a fim de experimentarem a última oportunidade evolutiva que os poderá libertar da própria situação. Ressurgem, atônitos e violentos, conforme se encontravam, reassumindo as posições inferiores em bandos ou grupos de alucinados, esperando receber educação e socorro, com as possibilidades iluminativas, de modo a se integrarem no contexto da evolução que ora se opera no planeta, por graça de Espíritos mais elevados que também já chegaram e estão chegando à Terra, para a transformação.
As massas malignas das trevas e da Crosta planetária, se misturam com os encarnados por serem parte da mesma humanidade e, no expurgo, dois terços dela serão descartados para outros mundos, eliminando-se definitivamente do planeta, as forças negativas e os seres incompatíveis e irrecuperáveis, por enquanto, pelos recursos do amor. As massas de espíritos que estão sendo soltas e liberadas para tomarem parte na grande avaliação, saturarão a Terra nestes últimos tempos, conforme estamos vivenciando, tentando reconstituir a vida dos mundos primitivos, e os desregramentos das civilizações passadas; tentando fazer o mundo retroagir. Porém todos eles e mais os enganadores de todas as origens, os chacinadores de povos, os inquisidores religiosos, os que sugam na miséria do povo, os armamentistas, os políticos corruptos que enganam o povo com vistas a conquista do poder, e os que retardam a evolução espiritual dos seres humanos, apregoando cultos exteriores e a exploração de seus semelhantes, serão descartados, embora até lá, muitos ainda poderão redimir-se pelas luzes do Evangelho, pelo esforço dos humildes discípulos do Cordeiro, que não cessam de difundir pelo mundo as promessas de redenção.
Como as filosofias e as religiões não tiveram êxito durante séculos e séculos, e, como insignificantes foram os resultados, conforme se pode constatar pelo baixo índice de espiritualidade da Humanidade atual, e como os seres humanos de consciência e inteligência próprias não agiram buscando os caminhos apontados pelo Divino Mestre, o único poder capaz de derrotar a Besta Apocalítica; foi enviado o Consolador, A Doutrina dos Espíritos, como agente de Jesus, como recurso derradeiro de esclarecimento e encaminhamento dos seres humanos deste final dos tempos.
Para que se cumpram todos estes acontecimentos, os espíritos estão encarnando no ritmo de quase 1000 por dia. Milhares deles, são os mesmos que tomaram parte nas últimas guerras e conservam ainda o ódio e o espírito de vingança, e voltam para colaborar nas violências deste período de transição; outros são espíritos que estavam aguardando novas oportunidade de redenção com testemunhos em épocas difíceis; e por último, estão encarnando aqueles que receberam missão de trabalho para a implantação da paz futura, da concórdia, orientando e conduzindo os povos neste transe doloroso e difícil que se avizinha. Por outro lado, estão partindo da Terra, espíritos em grandes quantidades, realizando a renovação da população do planeta.
Daniel, disse no seu apocalipse que o tempo do fim seria assinalado pela ciência que se multiplicaria e por uma angústia generalizada, que cairia sobre os seres humanos como nunca se vira antes. Isto estamos vendo nos dias atuais. E quanto ao dia e hora que tais coisas aconteceriam, Jesus advertiu que ninguém sabia, nem mesmo Ele, somente o Pai. E recomendou aos seus apóstolos: “Portanto, estai sempre preparados. Orai e vigiai porque esse dia chegará tão de improviso, como a rede do pescador que cai na água e surpreende os peixes.”
Em várias épocas, a partir de Jesus, o chamado “Fim dos Tempos” foi anunciado com alvoroço e emoção, supondo-se que o mundo acabaria e fenômenos físicos, como cometas, eclipses, erupções vulcânicas, terremotos e maremotos, pareciam confirmar as suposições. Mas o tempo, passando, desmentiu as previsões e a vida retomou seu ritmo normal, pois não passavam de fenômenos naturais que a ignorância generalizada do povo inculto, dramatizava como ameaças divinas. Entretanto, os anúncios de agora merecem maior atenção pelas credenciais dos seus autores, Jesus, João e os Espíritos Superiores, que falam com uniformidade, demonstrando que os acontecimentos que já ocorrem na Terra, envolvendo a humanidade, confirma de certa forma a natureza e os prazos profetizados para sua ocorrência; e ainda por que os grandes acontecimentos de períodos cíclicos, são sempre precedidos de revelações e fenômenos que afetam fundamentalmente a vida humana e a próprias Natureza.
O Brasil, receberá o eco das provações coletivas e cada habitante o choque de retorno do seu próprio débito pessoal, cujas provações serão mais fortes ou menos forte, segundo o merecimento de cada um. Portanto, caros irmãos, devemos estar preparados para atenuar o que puder das dívidas que porventura tenhamos com a Lei Divina e, melhor será ainda, que desde já estejamos alertados e despertos sobre esse futuro e não cegos e iludidos. As esperanças do mundo se voltarão nesses dias para o nosso país, e ele se converterá em um grande sanatório mundial, no qual a terapêutica será a do amor de cristão, com bondade e consolação. O Brasil não estará isento de sofrer impactos violentos, porém permanecerá a salvo na sua estrutura física, porque nesses dias, grande será o número de seus filhos despertados para as luzes do Evangelho.
Referindo-se ainda ao nosso país, os Espíritos Superiores dizem “que somente quando o panorama espiritual do planeta atingir os momentos decisivos das provações coletivas (desencarnações em massa), a alma brasileira despertará, completamente, sacudida pela imperiosidade da própria destinação, caso não se deixe envolver pelo orgulho, ou inebriar-se pela força e o poder que lhe serão atribuídos. Grande, portanto, será nossa responsabilidade nesses acontecimentos. Muitos de nós sempre tiveram e continuam a ter ante os olhos, provas inúmeras e expressivas do amparo divino e a possibilidade de vivermos no sentido justo da predestinação; e mais que quaisquer outros, devemos nos preparar para cumprir a tarefa missionária que nos cabe.
Nestas horas e dias de tormentos para quem as pessoas poderão apelar? Após esse caos prolongado, ressurgirá a Terra com uma nova aparência, mais perfeita, de regeneração espiritual, onde novos planejamentos sociais serão estabelecidos, segundo os ensinamentos cristãos e as necessidades, e, muitos habitantes de outros mundos virão, como vieram antigamente os espíritos de Capela, para nos ajudar e nos orientar durante esse período difícil, e que participarão da humanidade que habitar a nova terra, e ela os receberá necessitando de reconstrução para que se torne habitável. Após a seleção que será efetuada, a Terra não mais será um mundo de provas e expiações, porque a nova humanidade estará renovada, pacificada e espiritualizada.
Mas é necessário que haja uma expansão de maior rapidez e amplitude das ações positivas, porque o tempo é curto e grande é a luta a travar contra as forças negativas que combatem o Cristo e “só uma força de fé muito superior ao desequilíbrio geral, sustentará o trabalhador na sua tarefa de abnegação.” Espíritos missionários, afeitos ao bem, já encarnaram e estão encarnando em maior número agora, para ajudar na luta, e serão também as lideranças de aproximação dos trabalhadores bem intencionados e orientados para a vitória do Cristo. Jesus ensinou que “os mansos e pacíficos herdarão a Terra”, mas não será de graça; terão que conquistá-la com suor e lágrimas, trabalho e perseverança, sobretudo, nestes dias finais que estamos vivendo com a Doutrina dos Espíritos, neste esforço de revivescência do Cristianismo primitivo e exemplificador.
Assim como os pais terrestres não têm a intenção de atemorizar seus filhos, ao adverti-los sobre os perigos da existência e do mundo, também os Espíritos Superiores não desejam senão alertar, sem intenções de levar receio ou o pânico a quem quer que seja. Avisar é obrigação de amigo e irmão; assustar é prova de leviandade. Mas, se alguém se assustar e esse susto o levar a emendar-se; se esse temor o conduz à virtude; se alguém sente medo de ouvir sobre os seres que serão exilados da Terra, e esse conhecimento o faz buscar no Evangelho de Jesus, o remédio para seus males espirituais e o impulso sagrado para a reforma interior, então nos sentiremos felizes e recompensados pelo esforço nesse trabalho.
O Divino Mestre, que após a multiplicação dos pães e peixes recolheu as sobras, agora recolhe com Suas mãos, toda centelha de luz, toda ação boa, toda intenção verdadeira de serviço no bem. E toda fagulha de luz que existe nas almas, é por Ele recolhida e levada ao Supremo Juiz, e apresentada com uma rogativa sincera e humilde: “Vê, Pai, este já tem um si uma pequenina luz a brilhar. Deixa-o ficar conosco.” Essa pequenina luz, imaginemos, representa um fósforo que se acende num quarto escuro... “Brilhe a vossa luz”, recomendou o Mestre. Que ela faça desaparecer a escuridão, para que a Terra Prometida e Renovada do Terceiro Milênio, possa abrigar em seu seio toda aquele que trabalhou pela implantação do Reino de Deus.
Divaldo Franco recebeu uma mensagem de Joana de Angelis que diz: “Adensam-se as sombras. Os fantasmas do desequilíbrio e da destruição se confraternizam no festival da loucura humana. A dor amesquinha os ideais edificantes da humanidade. Deus e o Amor parecem ignorados de muitos governantes e de muitos segmentos da soberba sociedade humana. Não obstante, raia madrugada nova. A treva densa e ameaçadora não vai resistir ao lampejar de uma estrela, nem à débil claridade de uma vela. A madrugada de um mundo novo está começando. Perguntais então: “Quando os céus promoverão a chuva de estrelas, para que a noite de sombras se transforme num radiante dia?” – Tende calma e velai! O Senhor da vida no Seu código de amor, não promove a precipitação, o improviso nem o desequilíbrio. Há algum tempo, estão reencarnando na Terra espíritos evoluídos que fulgirão nas diversas áreas, alterando a estrutura da Cultura, do Conhecimento, da Arte, da Fé e da Ciência. Este é século em que a Ciência e a Tecnologia promoverão a mente. O próximo, será o do Amor e da Educação que dignificarão a criatura humana.”
Enfim, os mansos herdarão a Terra, cumprindo-se a promessa de Jesus, já que não haverá mais lugar para os maus e os que entravam o progresso espiritual da humanidade. Eles serão encaminhados para mundos inferiores, e deles retornarão um dia para a luz do Mestre, que não quer que ninguém se perca, conforme o determinismo divino. Antecipando esse tempo, ocorrerão os últimos acontecimentos deste final dos tempos, com a seqüência dos mais terríveis cataclismas na terra, no mar e no céu, durante os quais desencarnarão milhões de seres humanos, operando-se em todos os setores do planeta, profundas transformações.
É chegado o momento da grande decisão; o tempo da colheita e da separação está chegando. A cada um será dado conforme o que houver praticado. Bem-aventurados os que forem achados trabalhando pelo Reino de Deus, dignos de permanecerem na Terra. E os que forem exilados para outros mundos, onde os sofrimentos imperam, serão conduzidos para o campo da evangelização, sob as bênçãos do Criador, no novo lar que habitarem, de acordo com o merecimento de cada um...
Que o Senhor nos ampare nessa transição, a fim de que possamos continuar sob a sua bandeira de Paz, Amor, Fraternidade e Caridade.
Bibliografia:
“A Hora do Apocalipse”
“Novo Testamento”
Jc.
Refeito em 8/8/2009
domingo, 17 de janeiro de 2010
A EDUCAÇÃO
A EDUCAÇÃO
A educação é o conjunto dos hábitos adquiridos e das orientações recebidas. Educar, portanto, é formar hábitos, e educar para o bem é formar hábitos bons.
Nos registros históricos da Humanidade, encontramos inúmeras anotações sobre os esforços dos homens para lograr as chamadas “reformas sociais”. Desde que entendeu o valor da vida grupal e que a família se constitui em importante célula da sociedade organizada, os indivíduos de formação humanística elaboraram procedimentos, estudos e leis, e fomentaram movimentos, no sentido de conceder aos grupos humanos, aspectos positivos de vida cristã.
Inesquecíveis movimentos sociais libertários se destacaram na História, a exemplo da Revolução Francesa, ocorrida em 1789, cujo lema era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, se constituiu na trilogia de ideais reformistas de bem-estar das pessoas. Conceitos socialistas-marxistas promoveram na Rússia e em outros países da Europa, a Revolução do Proletariado, mesmo com as distorções praticadas no afã de libertação do ser humano.
Após as grandes guerras mundiais, as nações do mundo buscaram unir-se na conquista de soluções para as disparidades sociais, da crise da fome, da violência, do abuso do poder. Em 1945 surgiu a Organização das Nações Unidas (ONU), e posteriormente, outras instituições, com notáveis finalidades de alcance social, entre elas a preservação do meio ambiente, afetado por ações precipitadas e egoísticas do ser humano. Contudo, todo esforço para alcançar as reformas sociais, tem sido muitas vezes alvo de fracasso, para desilusão de idealistas e da população mundial.
Muitos perguntam: - Como solucionar tão graves problemas? Entendemos que, enquanto se procurar a reforma social sem a indispensável e profilática reforma moral, inúteis serão os esforços. Isto porque, a alavanca da reforma moral chama-se educação...
A propósito, conta-se que Licurgo, célebre orador e político ateniense, que viveu entre os anos 396 a 323 A/C., fora certa ocasião, convidado para falar sobre Educação. Ele aceitou o convite, com a condição de lhe concederem três meses de prazo... Findo esse tempo, apresentou-se ele perante numerosa e seleta assembléia, que aguardava, ávida de curiosidade, a palavra do consagrado tribuno. Licurgo se apresentou trazendo consigo, dois cães e duas lebres. Ele então soltou a primeira lebre e um dos cães. A cena foi chocante e bárbara. O cão avançou furioso sobre a lebre e a despedaçou. Ele então voltou a soltar a segunda lebre e o outro cachorro. A surpresa foi geral, porquanto o cachorro passou a brincar amistosamente com a lebre. Ambos se afagavam mutuamente.
Ergueu-se, então Licurgo na tribuna e concluiu, dirigindo-se ao seleto público: “Eis aí o que é a educação”. O primeiro cão é da mesma raça e idade do segundo Foram tratados e alimentados em idênticas condições. (Mas, qual a diferença entre eles?) A diferença é que um foi educado e o outro não; ele foi deixado aos seus instintos primários. Educar, disse então Licurgo – é criar hábitos considerados saudáveis. Educar é desenvolver as aptidões inatas da criatura que, estando adormecidas, devem ser dirigidas para o bem geral. Educar, é preparar a pessoa para realizações nobres, concluiu ele.
Com essa assertiva, Allan Kardec enfatiza então que, as raízes das atitudes comportamentais atormentadoras e agressivas, individuais e grupais, são originárias do modo de ser, adquirido em outras existências terrenas, que teria de ser “reformadas” ou “reeducadas”. Para isso, somente a educação logrará êxito.
Relatório da Comissão Especial da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, sob a coordenação do educador francês Jacques Delor, intitulado: “Educação, um Tesouro a Descobrir”, valioso documento norteador para as pessoas, instituições e nações que vêem na ação educacional o caminho real para o progresso das sociedades e da Humanidade, apontam os quatro pilares de uma educação para o século XXI: - Aprender a Conhecer; Aprender a Conviver; Aprender a Fazer; e Aprender a Ser – visando à revolução e renovação sociais que o mundo deseja: 1- Aprender a conhecer a existência de Deus; a sua ação providencial no mundo e a amá-lo acima de todas as coisas; 2- Aprender a conviver com o seu próximo, amando-o como a si mesmo; 3- Aprender a fazer o seu destino voltado para o bem, para não sofrer as conseqüências pela “lei de causa e efeito”; 4- Aprender a se conhecer como um Espírito imortal em constante evolução por vontade própria...
Vivemos num mundo atrasado, onde a grande maioria de seus habitantes admira e busca o que os seus sentidos elegem como conquistas a realizar; a notoriedade, a riqueza, o luxo, o prazer, a posição social e todos os valores da existência material. Entretanto, considerando que somos um ser imortal, Espírito eterno, que está atualmente ligado a um corpo material perecível, os verdadeiros valores a ser conquistados não estão no exterior, mas no interior de cada um: a inteligência e os sentimentos nobres, formadores do caráter.
O Cristo já havia ensinado há dois mil anos; também o Consolador por Ele prometido, vem ressaltar a necessidade da construção dos valores interiores, sem prejuízo do atendimento das necessidades materiais. Os seres humanos esqueceram sua condição de seres espirituais, para dar ênfase a tudo o que se relaciona com a existência transitória do corpo.
Todos os mensageiros do Alto, desde as mais remotas eras, tiveram a preocupação de lembrar a natureza espiritual do ser humano. Os ensinos do Mestre, ressaltaram a finalidade da existência presente e o caminho para o futuro, para o “reino dos céus” que se encontra dentro de nós mesmos. Por sua vez, o Consolador, a Doutrina dos Espíritos, mostra a vida futura do Espírito que deixa o corpo físico, no fenômeno que denominamos morte, para voltar ao mundo espiritual, às esferas que se destinam a acolher as almas das mais diferentes condições evolutivas. A compreensão dessa realidade retifica os erros e enganos resultantes de crenças milenares errôneas sobre a finalidade da existência na Terra e suas conseqüências.
Por outro lado, a realidade das existências sucessivas demonstra a verdade das doutrinas reencarnacionistas, conhecidas há milênios, mas rejeitadas pela igreja católica que substituiu a igreja cristã, após sua condição como religião oficial, e por outras denominações religiosas, com graves prejuízos para o conhecimento do positivo, da realidade. Esse roteiro resume-se na educação da mente e do coração e consiste na conquista dos conhecimentos e no aperfeiçoamento dos sentimentos; vale dizer, é o progresso intelectual e moral.
De acordo com as leis divinas, todos os seres humanos podem realizar esse objetivo de crescimento, através da educação. Falamos de educação como o processo e a realização dos objetivos superiores da existência. No atual estágio de muitas nações, inclusive o Brasil, confunde-se o conceito de educação com o de instrução. Assim o nosso Ministério da Educação, cuida, na realidade, da instrução do povo, oferecendo níveis de escola para o aprendizado das letras, dos números e das ciências, nos seus múltiplos aspectos.
Sabemos todos que a educação, durante a nossa existência terrena, inicia-se no lar, na fase do berço, quando as mães começam a passar aos seus bebês, os rudimentos de educação, além dos conhecimentos inatos trazidos de outras encarnações. A instrução é que começa a ser adquirida alguns anos depois, quando a criança inicia o aprendizado das primeiras letras e números, quando já entende e fala, porém, sem ter ainda qualquer conhecimento prático.
Não basta apenas o ser humano se instruir ou se especializar em determinadas atividades, se permanece moralmente atrasado, personalista, orgulhoso, insensível e egoísta. A mensagem de Jesus, se expressa principalmente em ensinamentos morais, por saber Ele que as pessoas se preocupavam mais com o aperfeiçoamento intelectual e encontravam maior dificuldade nas aquisições morais. Por isso, a educação tem sempre como parâmetro aquela mensagem, visando à renovação íntima e a reeducação de todos que despertam para as verdades eternas. Será através das idéias trazidas pelo Consolador, revivendo os ensinos de Jesus, que a Humanidade encontrará nova fase de progresso moral.
A reeducação com base na Nova Revelação, trazida para a era do Espírito, afastará as teorias negativistas, os dogmas, as doutrinas superadas, os mistérios, as superstições e todos os desvios da verdade, responsáveis em grande parte pelo atraso moral em que se encontra considerável parcela da população mundial. Assim, as verdades não surgem do exterior, mas crescem no íntimo de nós mesmos, quando existem esforços e vontade para se escolher o caminho certo da evolução.
A educação é obra difícil e de sacrifício em certo sentido, no espaço e no tempo, atendendo à Divina Sabedoria, por mais pesadas e espinhosas que sejam, recebendo as mais altas e belas lições. A prática da lei do amor, por exemplo, pressupõe um aprendizado prévio do Espírito que o conduz à modificação de sentimentos e hábitos. Essa transformação é obra de educação e um fator poderoso de progresso. Enquanto os estabelecimentos de ensino, representados pelas escolas em geral, preocuparem-se somente com a instrução, esquecendo a educação, e enquanto predominarem os erros pela influência tradicional e pelo materialismo, os seguidores do Consolador terão a responsabilidade de sustentar as verdades espirituais, na obra de reeducação, que haverá de produzir seus efeitos no futuro.
Todos os problemas da existência terrena terão soluções naturais quando o Espírito for reconhecido em sua natural condição, acima do corpo material, porque sobrevive a ele. O processo educativo, amparado no Evangelho de Jesus, será o grande fator na transformação dos hábitos humanos carregados de egoísmo e de orgulho, em novas vivências na fraternidade, na solidariedade, na caridade e na compreensão entre os seres humanos.
Compete à educação o mais relevante papel no progresso da civilização. Porém, os nossos sistemas pedagógicos não têm correspondido às suas legítimas finalidades. A julgar pelo conteúdo dos programas oficiais de ensino, os valores do sentimento continuam relegados a plano secundário ou esquecidos, como se o cérebro, que elabora a teoria, devesse viver divorciado do coração, que inspira a prática. A prova está em que, no período mais fecundo de nosso aprendizado que vai da infância à juventude, quando são máximas as nossas capacidades aquisitivas, tudo se faz por dotar-nos da maior soma de valores intelectuais, mas pouco ou quase nada se tem feito para demonstrar-nos a melhor forma de aplicá-los. De que nos tem servido saber corretamente a conjugação do verbo amar, se não nos ensinam a amar o nosso próximo? Para que nos tem servido aprender a operação de dividir, se não temos aprendido a dividir com os que sofrem, um pouco sequer de nossa felicidade?
Teoricamente, sabemos conjugar o verbo amar e efetuar a operação de dividir; mas, praticamente, só temos sabido odiar e subtrair. Compreendemos perfeitamente que a divisão, segundo as leis da matemática, é uma subtração sucessiva, mas o que ainda não compreendemos é que a divisão com os outros, segundo as leis do amor, é uma autêntica multiplicação de bênçãos.
Uma das mais nobres formas de trabalho de educação, é a desempenhada pelos pais na infância e pelos professores na fase de criança/adolescente. Quatro são as condições requeridas para a nobreza de tão alta função: 1- Amor; 2- Vocação; 3- Abnegação; 4- Boa-vontade... Nenhuma mulher deveria ter filho, ou o educador, ter permissão para ensinar, se não houvessem provado, por sua vivência, ser o amor a qualidade fundamental de sua natureza, porque somente uma mãe devotada e com amor, fará de seu filho um cidadão e um professor cheio de boa-vontade e vocação, atrairá seus alunos, para o aprendizado agradável.
O desenvolvimento do processo educacional da humanidade passou por várias etapas sucessivas e complementares, a saber: A Educação Clássica, grego-romana que formou o cidadão, vinculado à sua cidade e suas leis; que aprendeu a respeitar e conviver com o próximo numa comunidade urbana; a Educação Medieval, que formou o cristão, submisso ao Cristo e sujeito à igreja; a Educação Renascentista, que formou o gentil-homem, refinado na forma, sujeito às etiquetas e às normas sociais; a Educação Moderna, que formou o homem esclarecido, amante das ciências e das artes; a Educação Nova, que formou o homem psicológico do nosso tempo, ansioso por se libertar das dúvidas, do medo, das angústias e dos traumas psíquicos do passado, substituindo o confessionário pelo consultório do psicanalista e reduzindo a religião a mera convenção social.
Desse processo, resultou o homem de hoje, ainda buscando a própria cidadania, distante da fraternidade, (vide guerras, inclusive religiosas), apegado às etiquetas e formalismos exteriores, extremamente confuso e angustiado diante das possibilidades libertadoras que, intuitivamente, sente. O ser humano enfim, que ainda não sabe o que é, qual sua origem e o propósito de sua existência na Terra...
Segundo o IBGE, l/5 da população brasileira (36 milhões) é constituída de jovens entre 8 e 18 anos de idade. Destes, 50 mil estão cumprindo medidas sócio-educativas, impostas pela Justiça; outros 14 mil estão recolhidos em instituições (FEBEM) pretensamente destinadas a protegê-los e educá-los. Um número bem maior está freqüentando os bancos escolares públicos e privados, cujo relato de profissionais da educação, não permitem fazer para muitos deles, projeções otimistas. Muitos deles serão os futuros profissionais responsáveis por vidas e outros condutores do nosso País.
Vivemos tempos de desagregação e convulsões, já previstos por Jesus no Sermão Profético, em que os laços familiares se enfraqueceram, em virtude das pessoas estarem concentradas nas aquisições materiais. Não poderia ser diferente o que se passa com a educação no lar e com a instrução nos colégios. Os acontecimentos que estamos vivenciando, de nos estarrecer, estão de acordo com as nossas ações, pois, se não agimos negativamente, em função do nosso atraso espiritual, nos aproveitamos e nos solidarizamos com eles ao darmos audiência aos programas de baixarias, sem qualquer respeito à educação que deveria ser obrigação das emissoras. Onde está a censura e os juizados que não atuam no respeito à família e aos bons costumes?
Os valores morais e espirituais chegaram ao fundo do poço, e, se não fosse à intervenção divina, determinando o nascimento (reencarnação) de Espíritos mais evoluídos, para promoverem a reformulação do mundo, o caos em que nos encontramos seria pior. Estamos vivendo uma situação difícil, de aferição de valores, onde devemos priorizar os valores morais que nos livrarão de sermos levados de roldão pelas forças desagregadoras que atuam no mundo, ao saberem chegado o final dos tempos, do reinado do mal e de suas conseqüências. Transformações e acontecimentos nunca vistos estão se processando no mundo, para libertá-lo dos espíritos inferiores que ainda habitam entre nós, e prepará-lo para receber novos habitantes que farão deste, um mundo de regeneração, onde a educação será a mola propulsora da evolução.
Que o Senhor nos permita passar por essa turbulência sem afetar nossos valores.
Jc.
S.Luis, 13/1/1996
A educação é o conjunto dos hábitos adquiridos e das orientações recebidas. Educar, portanto, é formar hábitos, e educar para o bem é formar hábitos bons.
Nos registros históricos da Humanidade, encontramos inúmeras anotações sobre os esforços dos homens para lograr as chamadas “reformas sociais”. Desde que entendeu o valor da vida grupal e que a família se constitui em importante célula da sociedade organizada, os indivíduos de formação humanística elaboraram procedimentos, estudos e leis, e fomentaram movimentos, no sentido de conceder aos grupos humanos, aspectos positivos de vida cristã.
Inesquecíveis movimentos sociais libertários se destacaram na História, a exemplo da Revolução Francesa, ocorrida em 1789, cujo lema era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, se constituiu na trilogia de ideais reformistas de bem-estar das pessoas. Conceitos socialistas-marxistas promoveram na Rússia e em outros países da Europa, a Revolução do Proletariado, mesmo com as distorções praticadas no afã de libertação do ser humano.
Após as grandes guerras mundiais, as nações do mundo buscaram unir-se na conquista de soluções para as disparidades sociais, da crise da fome, da violência, do abuso do poder. Em 1945 surgiu a Organização das Nações Unidas (ONU), e posteriormente, outras instituições, com notáveis finalidades de alcance social, entre elas a preservação do meio ambiente, afetado por ações precipitadas e egoísticas do ser humano. Contudo, todo esforço para alcançar as reformas sociais, tem sido muitas vezes alvo de fracasso, para desilusão de idealistas e da população mundial.
Muitos perguntam: - Como solucionar tão graves problemas? Entendemos que, enquanto se procurar a reforma social sem a indispensável e profilática reforma moral, inúteis serão os esforços. Isto porque, a alavanca da reforma moral chama-se educação...
A propósito, conta-se que Licurgo, célebre orador e político ateniense, que viveu entre os anos 396 a 323 A/C., fora certa ocasião, convidado para falar sobre Educação. Ele aceitou o convite, com a condição de lhe concederem três meses de prazo... Findo esse tempo, apresentou-se ele perante numerosa e seleta assembléia, que aguardava, ávida de curiosidade, a palavra do consagrado tribuno. Licurgo se apresentou trazendo consigo, dois cães e duas lebres. Ele então soltou a primeira lebre e um dos cães. A cena foi chocante e bárbara. O cão avançou furioso sobre a lebre e a despedaçou. Ele então voltou a soltar a segunda lebre e o outro cachorro. A surpresa foi geral, porquanto o cachorro passou a brincar amistosamente com a lebre. Ambos se afagavam mutuamente.
Ergueu-se, então Licurgo na tribuna e concluiu, dirigindo-se ao seleto público: “Eis aí o que é a educação”. O primeiro cão é da mesma raça e idade do segundo Foram tratados e alimentados em idênticas condições. (Mas, qual a diferença entre eles?) A diferença é que um foi educado e o outro não; ele foi deixado aos seus instintos primários. Educar, disse então Licurgo – é criar hábitos considerados saudáveis. Educar é desenvolver as aptidões inatas da criatura que, estando adormecidas, devem ser dirigidas para o bem geral. Educar, é preparar a pessoa para realizações nobres, concluiu ele.
Com essa assertiva, Allan Kardec enfatiza então que, as raízes das atitudes comportamentais atormentadoras e agressivas, individuais e grupais, são originárias do modo de ser, adquirido em outras existências terrenas, que teria de ser “reformadas” ou “reeducadas”. Para isso, somente a educação logrará êxito.
Relatório da Comissão Especial da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, sob a coordenação do educador francês Jacques Delor, intitulado: “Educação, um Tesouro a Descobrir”, valioso documento norteador para as pessoas, instituições e nações que vêem na ação educacional o caminho real para o progresso das sociedades e da Humanidade, apontam os quatro pilares de uma educação para o século XXI: - Aprender a Conhecer; Aprender a Conviver; Aprender a Fazer; e Aprender a Ser – visando à revolução e renovação sociais que o mundo deseja: 1- Aprender a conhecer a existência de Deus; a sua ação providencial no mundo e a amá-lo acima de todas as coisas; 2- Aprender a conviver com o seu próximo, amando-o como a si mesmo; 3- Aprender a fazer o seu destino voltado para o bem, para não sofrer as conseqüências pela “lei de causa e efeito”; 4- Aprender a se conhecer como um Espírito imortal em constante evolução por vontade própria...
Vivemos num mundo atrasado, onde a grande maioria de seus habitantes admira e busca o que os seus sentidos elegem como conquistas a realizar; a notoriedade, a riqueza, o luxo, o prazer, a posição social e todos os valores da existência material. Entretanto, considerando que somos um ser imortal, Espírito eterno, que está atualmente ligado a um corpo material perecível, os verdadeiros valores a ser conquistados não estão no exterior, mas no interior de cada um: a inteligência e os sentimentos nobres, formadores do caráter.
O Cristo já havia ensinado há dois mil anos; também o Consolador por Ele prometido, vem ressaltar a necessidade da construção dos valores interiores, sem prejuízo do atendimento das necessidades materiais. Os seres humanos esqueceram sua condição de seres espirituais, para dar ênfase a tudo o que se relaciona com a existência transitória do corpo.
Todos os mensageiros do Alto, desde as mais remotas eras, tiveram a preocupação de lembrar a natureza espiritual do ser humano. Os ensinos do Mestre, ressaltaram a finalidade da existência presente e o caminho para o futuro, para o “reino dos céus” que se encontra dentro de nós mesmos. Por sua vez, o Consolador, a Doutrina dos Espíritos, mostra a vida futura do Espírito que deixa o corpo físico, no fenômeno que denominamos morte, para voltar ao mundo espiritual, às esferas que se destinam a acolher as almas das mais diferentes condições evolutivas. A compreensão dessa realidade retifica os erros e enganos resultantes de crenças milenares errôneas sobre a finalidade da existência na Terra e suas conseqüências.
Por outro lado, a realidade das existências sucessivas demonstra a verdade das doutrinas reencarnacionistas, conhecidas há milênios, mas rejeitadas pela igreja católica que substituiu a igreja cristã, após sua condição como religião oficial, e por outras denominações religiosas, com graves prejuízos para o conhecimento do positivo, da realidade. Esse roteiro resume-se na educação da mente e do coração e consiste na conquista dos conhecimentos e no aperfeiçoamento dos sentimentos; vale dizer, é o progresso intelectual e moral.
De acordo com as leis divinas, todos os seres humanos podem realizar esse objetivo de crescimento, através da educação. Falamos de educação como o processo e a realização dos objetivos superiores da existência. No atual estágio de muitas nações, inclusive o Brasil, confunde-se o conceito de educação com o de instrução. Assim o nosso Ministério da Educação, cuida, na realidade, da instrução do povo, oferecendo níveis de escola para o aprendizado das letras, dos números e das ciências, nos seus múltiplos aspectos.
Sabemos todos que a educação, durante a nossa existência terrena, inicia-se no lar, na fase do berço, quando as mães começam a passar aos seus bebês, os rudimentos de educação, além dos conhecimentos inatos trazidos de outras encarnações. A instrução é que começa a ser adquirida alguns anos depois, quando a criança inicia o aprendizado das primeiras letras e números, quando já entende e fala, porém, sem ter ainda qualquer conhecimento prático.
Não basta apenas o ser humano se instruir ou se especializar em determinadas atividades, se permanece moralmente atrasado, personalista, orgulhoso, insensível e egoísta. A mensagem de Jesus, se expressa principalmente em ensinamentos morais, por saber Ele que as pessoas se preocupavam mais com o aperfeiçoamento intelectual e encontravam maior dificuldade nas aquisições morais. Por isso, a educação tem sempre como parâmetro aquela mensagem, visando à renovação íntima e a reeducação de todos que despertam para as verdades eternas. Será através das idéias trazidas pelo Consolador, revivendo os ensinos de Jesus, que a Humanidade encontrará nova fase de progresso moral.
A reeducação com base na Nova Revelação, trazida para a era do Espírito, afastará as teorias negativistas, os dogmas, as doutrinas superadas, os mistérios, as superstições e todos os desvios da verdade, responsáveis em grande parte pelo atraso moral em que se encontra considerável parcela da população mundial. Assim, as verdades não surgem do exterior, mas crescem no íntimo de nós mesmos, quando existem esforços e vontade para se escolher o caminho certo da evolução.
A educação é obra difícil e de sacrifício em certo sentido, no espaço e no tempo, atendendo à Divina Sabedoria, por mais pesadas e espinhosas que sejam, recebendo as mais altas e belas lições. A prática da lei do amor, por exemplo, pressupõe um aprendizado prévio do Espírito que o conduz à modificação de sentimentos e hábitos. Essa transformação é obra de educação e um fator poderoso de progresso. Enquanto os estabelecimentos de ensino, representados pelas escolas em geral, preocuparem-se somente com a instrução, esquecendo a educação, e enquanto predominarem os erros pela influência tradicional e pelo materialismo, os seguidores do Consolador terão a responsabilidade de sustentar as verdades espirituais, na obra de reeducação, que haverá de produzir seus efeitos no futuro.
Todos os problemas da existência terrena terão soluções naturais quando o Espírito for reconhecido em sua natural condição, acima do corpo material, porque sobrevive a ele. O processo educativo, amparado no Evangelho de Jesus, será o grande fator na transformação dos hábitos humanos carregados de egoísmo e de orgulho, em novas vivências na fraternidade, na solidariedade, na caridade e na compreensão entre os seres humanos.
Compete à educação o mais relevante papel no progresso da civilização. Porém, os nossos sistemas pedagógicos não têm correspondido às suas legítimas finalidades. A julgar pelo conteúdo dos programas oficiais de ensino, os valores do sentimento continuam relegados a plano secundário ou esquecidos, como se o cérebro, que elabora a teoria, devesse viver divorciado do coração, que inspira a prática. A prova está em que, no período mais fecundo de nosso aprendizado que vai da infância à juventude, quando são máximas as nossas capacidades aquisitivas, tudo se faz por dotar-nos da maior soma de valores intelectuais, mas pouco ou quase nada se tem feito para demonstrar-nos a melhor forma de aplicá-los. De que nos tem servido saber corretamente a conjugação do verbo amar, se não nos ensinam a amar o nosso próximo? Para que nos tem servido aprender a operação de dividir, se não temos aprendido a dividir com os que sofrem, um pouco sequer de nossa felicidade?
Teoricamente, sabemos conjugar o verbo amar e efetuar a operação de dividir; mas, praticamente, só temos sabido odiar e subtrair. Compreendemos perfeitamente que a divisão, segundo as leis da matemática, é uma subtração sucessiva, mas o que ainda não compreendemos é que a divisão com os outros, segundo as leis do amor, é uma autêntica multiplicação de bênçãos.
Uma das mais nobres formas de trabalho de educação, é a desempenhada pelos pais na infância e pelos professores na fase de criança/adolescente. Quatro são as condições requeridas para a nobreza de tão alta função: 1- Amor; 2- Vocação; 3- Abnegação; 4- Boa-vontade... Nenhuma mulher deveria ter filho, ou o educador, ter permissão para ensinar, se não houvessem provado, por sua vivência, ser o amor a qualidade fundamental de sua natureza, porque somente uma mãe devotada e com amor, fará de seu filho um cidadão e um professor cheio de boa-vontade e vocação, atrairá seus alunos, para o aprendizado agradável.
O desenvolvimento do processo educacional da humanidade passou por várias etapas sucessivas e complementares, a saber: A Educação Clássica, grego-romana que formou o cidadão, vinculado à sua cidade e suas leis; que aprendeu a respeitar e conviver com o próximo numa comunidade urbana; a Educação Medieval, que formou o cristão, submisso ao Cristo e sujeito à igreja; a Educação Renascentista, que formou o gentil-homem, refinado na forma, sujeito às etiquetas e às normas sociais; a Educação Moderna, que formou o homem esclarecido, amante das ciências e das artes; a Educação Nova, que formou o homem psicológico do nosso tempo, ansioso por se libertar das dúvidas, do medo, das angústias e dos traumas psíquicos do passado, substituindo o confessionário pelo consultório do psicanalista e reduzindo a religião a mera convenção social.
Desse processo, resultou o homem de hoje, ainda buscando a própria cidadania, distante da fraternidade, (vide guerras, inclusive religiosas), apegado às etiquetas e formalismos exteriores, extremamente confuso e angustiado diante das possibilidades libertadoras que, intuitivamente, sente. O ser humano enfim, que ainda não sabe o que é, qual sua origem e o propósito de sua existência na Terra...
Segundo o IBGE, l/5 da população brasileira (36 milhões) é constituída de jovens entre 8 e 18 anos de idade. Destes, 50 mil estão cumprindo medidas sócio-educativas, impostas pela Justiça; outros 14 mil estão recolhidos em instituições (FEBEM) pretensamente destinadas a protegê-los e educá-los. Um número bem maior está freqüentando os bancos escolares públicos e privados, cujo relato de profissionais da educação, não permitem fazer para muitos deles, projeções otimistas. Muitos deles serão os futuros profissionais responsáveis por vidas e outros condutores do nosso País.
Vivemos tempos de desagregação e convulsões, já previstos por Jesus no Sermão Profético, em que os laços familiares se enfraqueceram, em virtude das pessoas estarem concentradas nas aquisições materiais. Não poderia ser diferente o que se passa com a educação no lar e com a instrução nos colégios. Os acontecimentos que estamos vivenciando, de nos estarrecer, estão de acordo com as nossas ações, pois, se não agimos negativamente, em função do nosso atraso espiritual, nos aproveitamos e nos solidarizamos com eles ao darmos audiência aos programas de baixarias, sem qualquer respeito à educação que deveria ser obrigação das emissoras. Onde está a censura e os juizados que não atuam no respeito à família e aos bons costumes?
Os valores morais e espirituais chegaram ao fundo do poço, e, se não fosse à intervenção divina, determinando o nascimento (reencarnação) de Espíritos mais evoluídos, para promoverem a reformulação do mundo, o caos em que nos encontramos seria pior. Estamos vivendo uma situação difícil, de aferição de valores, onde devemos priorizar os valores morais que nos livrarão de sermos levados de roldão pelas forças desagregadoras que atuam no mundo, ao saberem chegado o final dos tempos, do reinado do mal e de suas conseqüências. Transformações e acontecimentos nunca vistos estão se processando no mundo, para libertá-lo dos espíritos inferiores que ainda habitam entre nós, e prepará-lo para receber novos habitantes que farão deste, um mundo de regeneração, onde a educação será a mola propulsora da evolução.
Que o Senhor nos permita passar por essa turbulência sem afetar nossos valores.
Jc.
S.Luis, 13/1/1996
domingo, 10 de janeiro de 2010
A CURA PELO ESPIRITISMO
A CURA PELO ESPIRITISMO
Muitas pessoas procuram a Casa Espírita, sem conhecer nada de sua finalidade ou funcionamento. Geralmente recorrem a ela, como último recurso após terem esgotados todos os outros meios. Esperam então, por milagres ou soluções mágicas, como é prometido em outros lugares, desconhecendo que a Doutrina dos Espíritos é por excelência, a doutrina desmistificadora; uma doutrina esclarecedora, por isso mesmo, a que liberta do jugo da ignorância e do erro.
Todo Centro Espírita, além das preces de abertura e encerramento, das palestras e exposições, dos estudos do Evangelho, oferece ainda o passe, que uma transferência de fluidos magnéticos positivos, provenientes dos Espíritos e da própria Natureza, que o médium ou o passista, repassa para as pessoas necessitadas da assistência espiritual, diminuindo e as vezes eliminando as influências negativas de espíritos sofredores e inferiores, assim como vibrações negativas de atos contrários a boa moral, praticados pela própria pessoa beneficiada. Como complemento do passe, e por ser a água um dos corpos mais receptivos da Terra, pode ser fluidificada, transformando-se em portadora de energias e recursos medicamentosos, tanto físico como psíquico, sendo ela largamente utilizada no meio espírita. A água pode ser fluidificada no Centro Espírita como também em casa, na reunião do Evangelho no Lar, mediante a prece, pois é uma tarefa executada pelos Espíritos.
E por que a prática do passe, nos Centros Espíritas? Porque Jesus nos recomendou que assim o fizéssemos, e Ele mesmo com freqüência aplicava os passes, como se lê nos Evangelhos: - Impondo as mãos sobre os meninos – Mateus C-19 v-15
- Num leproso - Marcos C-1 v. 41
- Na sogra de Pedro - Mateus C-8 v.15
- Em numerosos enfermos – Lucas C- 4 v.40 - Entre outras passagens.
É natural portanto, que o façamos. Assim também fizeram os apóstolos. Ananias, impondo as mãos sobre Saulo, o curou da cegueira. – Atos C- 9 v.l7 Deus pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas – Atos C-19 v.11.
Uma das condições mais procuradas na Casa Espírita, para resolver os problemas é a do passe; porque o passe é um gênero de auxílio que não tem qualquer contra-indicação, sendo valioso no tratamento de enfermidades, como terapêutica auxiliar ou específica. É uma transmissão de energias psíquicas. Seja através do passe ou da água fluidificada e do esclarecimento evangélico-espírita, as pessoas têm possibilidades de se renovarem. O objetivo é o reequilíbrio orgânico, psíquico e espiritual da pessoa... O fato de muitas vezes esse objetivo não ser alcançado na plenitude, deve-se ao não merecimento da pessoa, o que não invalida o poder do passe.
Sendo a Doutrina dos Espíritos, o Cristianismo Redivivo, como o Consolador Prometido, é justo e oportuno que o passe seja largamente aplicado no nosso meio. Quem se dispõe a cooperar na tarefa do passe, e está preparado para isso, recebe da Espiritualidade recursos que sempre superam a própria energia doada. Assim, o médium ou outra pessoa qualquer que dá o passe, é o primeiro beneficiado. Entretanto, assim como o doente faz uso do remédio de laboratório, na dosagem apropriada, nos horários e dias determinados, bem como nos cuidados especiais para que seja alcançada a cura desejada, assim também, o passe e a água fluidificada para proporcionar o bem estar à pessoa, precisa da colaboração dela para esse fim. E qual são os cuidados que deve ter a pessoa que toma o passe, para que este tratamento lhe traga a melhora? – A pessoa deve passar a ter conduta digna; melhorar a moral, procurar seguir os ensinos de Jesus, evitando fazer o mal aos outros e ajudando de alguma maneira, o seu semelhante, para que na hora em que venha a necessitar, também possa ser ajudado.
Não basta apenas tomar o passe e repeti-lo, pensando que a vida vai melhorar. Para que os efeitos do passe sejam alcançados, é necessário que mereçamos a assistência dos bons Espíritos. Se continuarmos a viver nos vícios, nos erros no egoísmo, de forma alguma seremos merecedores do auxílio das Entidades Superiores. Bem falou Jesus, quando disse: “Em vasos impuros, não colocamos nosso melhor vinho.”
O Espiritismo não faz milagres; usando algumas das leis que regem os fluidos, as aplica em benefício da humanidade sofredora. O Espiritismo não cura todas as doenças. O êxito do tratamento espiritual, dependem do merecimento e da fé consistente do doente. Determinadas doenças são causadas por fluidos impuros que foram assimilados pelo organismo, ou que se produziram nele. Se forem retirados do doente os fluidos impuros que o contaminam, e, no lugar deles forem colocados fluidos puros, a cura se realizará. Este é o fundamento da cura pelo Espiritismo. A condição essencial para que um doente mereça a cura espiritual, é que se moralize, procurando viver de acordo com os ensinos do Evangelho. Dessa maneira o doente afasta os focos de impurezas que prejudicavam a saúde do seu corpo.
José Herculano Pires, que foi no dizer de Chico Xavier, uma das poucas autoridades em matéria de Doutrina Espírita, escreveu a respeito do passe, o seguinte: “O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus. Originou-se no Cristianismo e sua fonte divina foram as mãos de Jesus.” O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações, geralmente ligadas a antigas correntes de origem mágica ou feiticistas. Todo o poder e a eficácia do passe espírita, depende do Espírito protetor e da assistência espiritual do passista, bem como do merecimento e da fé da pessoa. O Codificador do Espiritismo registra a seguinte instrução dos Espíritos: “Se você magnetiza com o fito de curar e invoca um bom Espírito que se interessa por você e pelo doente, ele aumenta seus fluidos e lhe dá as qualidades necessárias.” (Livro dos Médiuns Cap. XIV item 176) Está dito assim, com a maior clareza possível, que não são as mãos do médium passista ou qualquer outra pessoa, que dirigem o fluído, mas sim o Espírito que vem em auxílio, o qual sabe melhor do que a pessoa, qual a necessidade de enfermo beneficiado pela imposição das mãos.
Qualquer doença advém da má distribuição fluídica; ou há fluídos negativos em demasia ou em deficiência; o passe vem cumprir ou corrigir essa distribuição, agindo diretamente sobre o perispírito que transmite às células corporais os recursos necessários, uma vez que está intimamente ligado ao corpo. É preciso que o paciente que deseja o passe esteja disposto a recebê-lo; faça como nos descreve Emmanuel: “Se necessitas de um passe, recolhe-te à boa vontade, centraliza a tua atenção nas fontes celestes do suprimento divino, humilda-te, conservando a receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e, recordando que alguém vai arcar com o peso de tuas aflições, retifica o teu caminho, considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por todos nós.” O passe é assim, um socorro que recebemos.
Quando procurarmos uma Casa Espírita para recebermos o passe, evitemos desentendimentos, atritos, pois esses sentimentos dificultam a recepção. Alimente-se de maneira leve, para evitar o sono, a fim de que possa aproveitar o estudo do Evangelho efetuado antes do passe. Procure ser pontual chegando antes, pois o seu tratamento começa assim que a reunião se inicia. Enquanto espera, procure meditar em algum assunto edificante. Quem recebe o passe deve elevar o pensamento a Deus ou a Jesus, procurando absorver profundamente as energias que lhe estão sendo ofertadas. A faculdade curadora, não é essencialmente mediúnica; todos os que crêem e vivem uma boa moral podem realizá-la, pois Jesus assim afirmou. O passista está apenas exercendo um dom próprio do ser humano; a mãe que acalanta o filho inquieto no seio; o médico à cabeceira do doente, preocupado com sua recuperação; o religioso que ora por alguém; a benzedeira que atende a uma pessoa, todos estão doando o fluído magnético universal curador. O modelo de trabalho magnético nos vem de Jesus, logo quanto mais nos aproximarmos d’Ele, maior será nossa capacidade de doação.
O médium passista tem que estar ciente de que a faculdade de curar precisa de várias circunstâncias que contribuem para aumentar essa força; a pureza de sentimentos, o desinteresse monetário, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa, a confiança em Deus. Não deve o médium, buscar receber passe, após tê-lo aplicado, para se restabelecer, pois isso criaria uma cadeia ininterrupta, onde sempre quem desse o passe deveria recebê-lo. A Espiritualidade se encarrega de restaurar o equilíbrio de quem deu o passe.
A Casa Espírita tem por obrigação proporcionar condições para que os seus médiuns se esclareçam e se eduquem a fim de que melhor possam fazer a aplicação do passe. Os espíritas também necessitam, ocasionalmente, do socorro do passe. Sempre que não conseguem realizar uma prece que os tonifique, quando não conseguem se refazer pelo sono físico ou não conseguem se harmonizar com a leitura do Evangelho, quando sentirem que estão envolvidos por entidades de vibrações inferiores, quando não conseguirem se afastar de idéias de desânimo ou desarmonia, enfim, quando se sentirem impotentes para resolver sozinhos as suas dificuldades. Deve-se ter sempre claro que o passe não substitui o esforço próprio, pois os fluídos, apesar de terem grande poder, podem ser facilmente degenerados, desmaterializados ou desmagnetizados pelo poder mental do paciente.
Ser médium, é ser ajudante do mundo, por isso a necessidade de trabalhar e estudar por amor, para que possa ser instrumento útil aos outros. Sendo o passe e a água fluidificada usados como coadjuvantes do tratamento que é oferecido na Casa Espírita, não devemos apenas estar apegados aos resultados que eles produzem, mas também nos resultados que o estudo, o conhecimento, o trabalho, vão exercer em nossos espíritos. Da mesma maneira não deve o médium prognosticar a cura do doente com tantos passes nem mesmo afirmar que haverá cura, uma vez que o seu papel é de intermediario, visto que a melhora e a cura, são atributos do Pai Celestial, que concede aos que tem fé, pedem misericórdia e possuem merecimento. Acima de tudo, não devemos tomar o lugar do verdadeiro necessitado, tão somente porque viemos ao Centro, visto que o passe exprime também gastos de energias que não devemos desperdiçar abusando das forças cósmicas magnéticas que Deus coloca à disposição do ser humano, para suavizar a sua jornada terrena.
Devemos lembrar sempre da passagem em que Jesus tendo descido da montanha, uma grande multidão de povo o seguiu; e ao mesmo tempo um leproso veio a Ele e o adorou, dizendo-lhe: “Senhor, se quiserdes, podereis me curar”- Jesus estendendo a mão, tocou-o e lhe disse: “Eu o quero, estais curado”, e no mesmo instante a lepra foi curada. Então os discípulos, em particular, perguntaram a Jesus: “Por que não pudemos nós outros fazer o mesmo?” – Jesus lhes respondeu:”Por causa da vossa incredulidade. Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daqui para ali, e ela se transportaria.” Sendo o magnetismo uma das maiores provas do poder da fé posta em ação; é pela fé que o passe aplicado tem o poder curador e produz esses fenômenos que, outrora, eram qualificados de milagres. Existe ainda uma força poderosa com a qual facilmente conseguimos as reservas fluídicas que o Senhor põe à nossa disposição. Essa força, tanto mais potente quanto mais usada é a Prece.
A nossa fé deve ser racional, isto é, devemos saber porque é que temos fé. A fé racional se adquire pelo estudo sistemático das Leis Divinas, tanto no Evangelho como nos ensinamentos do Espiritismo. Ter fé, é ter confiança em Deus; é entregar o nosso destino ao Pai, certos de que tudo que Ele nos der, dores, alegrias, pobreza, riqueza, doença e saúde, tudo é para o nosso bem; porque tudo servirá para a evolução do nosso espírito. Ter fé em Deus, é ser resignado na adversidade e humilde na prosperidade. A fé, é uma força de atração que nos possibilita o socorro divino, e ajuda-nos a amparar aqueles que solicitam o nosso auxílio.
A prece é um ato de fé. Pela prece, adoramos a Deus, agradecendo-lhe as bênçãos que nos proporciona todos os dias e pedimos o que necessitamos. A prece nos religa a Deus. Quando oramos, nosso pensamento, como um raio luminoso, projeta-se pelo infinito indo tocar as regiões de Luz, de onde nos chegam as graças do Senhor. A fé depende da prece, e a prece para ser ouvida precisa da fé. Orar apenas com os lábios nada significa. Devemos sentir a nossa prece; orar de um modo e viver de outro, de nada serve. Se pedimos a Deus que nos livre do mal, é nosso dever não praticar o mal. Se rogamos a Ele que nos dê o pão de cada dia, devemos também ajudar para que não falte o pão a nossos irmãos menos favorecidos; porque a Lei é esta: “Aquilo que quiserdes para vós; isso mesmo fazei-o aos outros.”
Todos possuímos a força magnética que pode ser aumentada pela fé e pela prece. Como é belo e nobre ver uma mãe colocar as mãos sobre a cabecinha de um filho e rogar ao Senhor por ele! A vontade de aliviar, acrescenta ao fluído magnético, propriedades curativas. A irradiação fluido-magnética, vem a ser a medicina dos crentes e dos humildes. Sua aplicação está ao alcance dos mais simples. Como o Mestre e seus apóstolos, todos nós podemos impor as mãos sobre os outros e curar, se tivermos uma moral sadia; amor aos nossos semelhantes e o ardente desejo de auxiliá-los.
Para nos fortalecer e ao nosso magnetismo que é um dom que Deus distribui aos seus filhos, para que se auxiliem uns aos outros, devemos fazer pelo menos, duas preces diárias, uma ao levantar pedindo bênçãos para o nosso dia, e outra ao deitar, agradecendo as bênçãos recebidas. E quando tivermos desenvolvido dentro de nós a fé viva e racional, e, aprendido a orar com o sentimento, certamente seremos mais felizes.
Não adianta passarmos a existência inteira freqüentando o Centro Espírita e tomando o passe e a água fluidifica, achando que cumprimos com nossa obrigação de cristão, se o nosso dia-a-dia não se modificar para melhor. O passe e a água fluidificada ajudam o ser humano nos momentos de perturbação e sofrimentos, mas não serve como remédio definitivo para nossos males. A nossa melhora física ou espiritual, somente será possível, a medida que formos nos desfazendo das nossas imperfeições, da nossa falta de amor ao próximo e também pelo resgate das nossas dívidas para com a Lei Divina, contraídas nesta ou em outras existências. Divaldo Pereira Franco, no livro “Diálogo Com Dirigentes Espíritas”, informa que, “o passe é uma irradiação que penetra o paciente e promove nele uma reativação dos seus pontos energéticos para restabelecer-lhe o equilíbrio da saúde. Não o vamos curar; isto seria muita pretensão. O que ocorre é igual a uma transfusão de sangue. Vamos melhorar o metabolismo do paciente para que o organismo reative as suas funções e, por efeito, readquira o equilíbrio e a saúde.”
Por que nem todos obtêm a cura de suas doenças? Por que umas pessoas conseguem e outras não? – A resposta é: Com exceção das doenças conseqüentes de imprevidência e daquelas comuns e passageiras, as demais enfermidades são programadas na Espiritualidade, antes da reencarnação, para o resgate de débitos contraídos em existências anteriores. Dependendo da programação, a doença pode ser congênita, ou se apresentar durante determinada época e pode perdurar durante algum tempo, ou mesmo durante toda a existência. Nesses casos, por mais fé que tenha a pessoa, por mais adequado o tratamento médico, e mesmo com a assistência espiritual, não se obtém a tão almejada cura. Entretanto, a Providência Divina não deixa a prece e a fé da pessoa sem resposta. Ela lhe proporciona alívio e forças para suportar os sofrimentos. Muitas vezes a pessoa enferma não percebe esse auxílio divino porque só tem em mente a cura. E, se não obtém, pensa que não foi atendida por Deus. Outras pessoas chegam a revoltar-se contra Deus, o que é injusto, porquanto são elas mesmas as responsáveis pelos sofrimentos ao infligirem as normas divinas. Se não criaram essas condições de resgates na existência atual, certamente a criaram em outras. O tempo e a intensidade dos resgates não são inalteráveis. Se a pessoa aceita com resignação e procura a melhora e melhorar-se, praticando o bem e a caridade, aumenta seus créditos. Deus leva em consideração e, o tempo e a intensidade dos sofrimentos são reduzidos de acordo com os créditos adquiridos. Assim, as curas que se realizam com o auxílio do médico e de médiuns nas Casas Espíritas, ocorrem quando a quitação chega ao fim, ou porque Deus, que é justo e misericordioso, permitiu que a pena fosse encerrada, por merecimento do enfermo.
Sendo o passe um remédio, não devemos abusar da sua utilização nem solicitá-lo sem necessidade, assim como a pessoa sadia, não precisa de tomar remédio. Façamos uso no dia-a-dia, da boa moral, dos bons costumes, da fé e da prece consistente, para não precisarmos do passe nem da cura pelo Espiritismo...
Bibliografia:
“O Evangelho”
Livro “Diálogo c/Dirigentes Espíritas”
Acréscimos e modificações.
Jc
S.Luis 20/10/2004
Muitas pessoas procuram a Casa Espírita, sem conhecer nada de sua finalidade ou funcionamento. Geralmente recorrem a ela, como último recurso após terem esgotados todos os outros meios. Esperam então, por milagres ou soluções mágicas, como é prometido em outros lugares, desconhecendo que a Doutrina dos Espíritos é por excelência, a doutrina desmistificadora; uma doutrina esclarecedora, por isso mesmo, a que liberta do jugo da ignorância e do erro.
Todo Centro Espírita, além das preces de abertura e encerramento, das palestras e exposições, dos estudos do Evangelho, oferece ainda o passe, que uma transferência de fluidos magnéticos positivos, provenientes dos Espíritos e da própria Natureza, que o médium ou o passista, repassa para as pessoas necessitadas da assistência espiritual, diminuindo e as vezes eliminando as influências negativas de espíritos sofredores e inferiores, assim como vibrações negativas de atos contrários a boa moral, praticados pela própria pessoa beneficiada. Como complemento do passe, e por ser a água um dos corpos mais receptivos da Terra, pode ser fluidificada, transformando-se em portadora de energias e recursos medicamentosos, tanto físico como psíquico, sendo ela largamente utilizada no meio espírita. A água pode ser fluidificada no Centro Espírita como também em casa, na reunião do Evangelho no Lar, mediante a prece, pois é uma tarefa executada pelos Espíritos.
E por que a prática do passe, nos Centros Espíritas? Porque Jesus nos recomendou que assim o fizéssemos, e Ele mesmo com freqüência aplicava os passes, como se lê nos Evangelhos: - Impondo as mãos sobre os meninos – Mateus C-19 v-15
- Num leproso - Marcos C-1 v. 41
- Na sogra de Pedro - Mateus C-8 v.15
- Em numerosos enfermos – Lucas C- 4 v.40 - Entre outras passagens.
É natural portanto, que o façamos. Assim também fizeram os apóstolos. Ananias, impondo as mãos sobre Saulo, o curou da cegueira. – Atos C- 9 v.l7 Deus pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas – Atos C-19 v.11.
Uma das condições mais procuradas na Casa Espírita, para resolver os problemas é a do passe; porque o passe é um gênero de auxílio que não tem qualquer contra-indicação, sendo valioso no tratamento de enfermidades, como terapêutica auxiliar ou específica. É uma transmissão de energias psíquicas. Seja através do passe ou da água fluidificada e do esclarecimento evangélico-espírita, as pessoas têm possibilidades de se renovarem. O objetivo é o reequilíbrio orgânico, psíquico e espiritual da pessoa... O fato de muitas vezes esse objetivo não ser alcançado na plenitude, deve-se ao não merecimento da pessoa, o que não invalida o poder do passe.
Sendo a Doutrina dos Espíritos, o Cristianismo Redivivo, como o Consolador Prometido, é justo e oportuno que o passe seja largamente aplicado no nosso meio. Quem se dispõe a cooperar na tarefa do passe, e está preparado para isso, recebe da Espiritualidade recursos que sempre superam a própria energia doada. Assim, o médium ou outra pessoa qualquer que dá o passe, é o primeiro beneficiado. Entretanto, assim como o doente faz uso do remédio de laboratório, na dosagem apropriada, nos horários e dias determinados, bem como nos cuidados especiais para que seja alcançada a cura desejada, assim também, o passe e a água fluidificada para proporcionar o bem estar à pessoa, precisa da colaboração dela para esse fim. E qual são os cuidados que deve ter a pessoa que toma o passe, para que este tratamento lhe traga a melhora? – A pessoa deve passar a ter conduta digna; melhorar a moral, procurar seguir os ensinos de Jesus, evitando fazer o mal aos outros e ajudando de alguma maneira, o seu semelhante, para que na hora em que venha a necessitar, também possa ser ajudado.
Não basta apenas tomar o passe e repeti-lo, pensando que a vida vai melhorar. Para que os efeitos do passe sejam alcançados, é necessário que mereçamos a assistência dos bons Espíritos. Se continuarmos a viver nos vícios, nos erros no egoísmo, de forma alguma seremos merecedores do auxílio das Entidades Superiores. Bem falou Jesus, quando disse: “Em vasos impuros, não colocamos nosso melhor vinho.”
O Espiritismo não faz milagres; usando algumas das leis que regem os fluidos, as aplica em benefício da humanidade sofredora. O Espiritismo não cura todas as doenças. O êxito do tratamento espiritual, dependem do merecimento e da fé consistente do doente. Determinadas doenças são causadas por fluidos impuros que foram assimilados pelo organismo, ou que se produziram nele. Se forem retirados do doente os fluidos impuros que o contaminam, e, no lugar deles forem colocados fluidos puros, a cura se realizará. Este é o fundamento da cura pelo Espiritismo. A condição essencial para que um doente mereça a cura espiritual, é que se moralize, procurando viver de acordo com os ensinos do Evangelho. Dessa maneira o doente afasta os focos de impurezas que prejudicavam a saúde do seu corpo.
José Herculano Pires, que foi no dizer de Chico Xavier, uma das poucas autoridades em matéria de Doutrina Espírita, escreveu a respeito do passe, o seguinte: “O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus. Originou-se no Cristianismo e sua fonte divina foram as mãos de Jesus.” O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações, geralmente ligadas a antigas correntes de origem mágica ou feiticistas. Todo o poder e a eficácia do passe espírita, depende do Espírito protetor e da assistência espiritual do passista, bem como do merecimento e da fé da pessoa. O Codificador do Espiritismo registra a seguinte instrução dos Espíritos: “Se você magnetiza com o fito de curar e invoca um bom Espírito que se interessa por você e pelo doente, ele aumenta seus fluidos e lhe dá as qualidades necessárias.” (Livro dos Médiuns Cap. XIV item 176) Está dito assim, com a maior clareza possível, que não são as mãos do médium passista ou qualquer outra pessoa, que dirigem o fluído, mas sim o Espírito que vem em auxílio, o qual sabe melhor do que a pessoa, qual a necessidade de enfermo beneficiado pela imposição das mãos.
Qualquer doença advém da má distribuição fluídica; ou há fluídos negativos em demasia ou em deficiência; o passe vem cumprir ou corrigir essa distribuição, agindo diretamente sobre o perispírito que transmite às células corporais os recursos necessários, uma vez que está intimamente ligado ao corpo. É preciso que o paciente que deseja o passe esteja disposto a recebê-lo; faça como nos descreve Emmanuel: “Se necessitas de um passe, recolhe-te à boa vontade, centraliza a tua atenção nas fontes celestes do suprimento divino, humilda-te, conservando a receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e, recordando que alguém vai arcar com o peso de tuas aflições, retifica o teu caminho, considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por todos nós.” O passe é assim, um socorro que recebemos.
Quando procurarmos uma Casa Espírita para recebermos o passe, evitemos desentendimentos, atritos, pois esses sentimentos dificultam a recepção. Alimente-se de maneira leve, para evitar o sono, a fim de que possa aproveitar o estudo do Evangelho efetuado antes do passe. Procure ser pontual chegando antes, pois o seu tratamento começa assim que a reunião se inicia. Enquanto espera, procure meditar em algum assunto edificante. Quem recebe o passe deve elevar o pensamento a Deus ou a Jesus, procurando absorver profundamente as energias que lhe estão sendo ofertadas. A faculdade curadora, não é essencialmente mediúnica; todos os que crêem e vivem uma boa moral podem realizá-la, pois Jesus assim afirmou. O passista está apenas exercendo um dom próprio do ser humano; a mãe que acalanta o filho inquieto no seio; o médico à cabeceira do doente, preocupado com sua recuperação; o religioso que ora por alguém; a benzedeira que atende a uma pessoa, todos estão doando o fluído magnético universal curador. O modelo de trabalho magnético nos vem de Jesus, logo quanto mais nos aproximarmos d’Ele, maior será nossa capacidade de doação.
O médium passista tem que estar ciente de que a faculdade de curar precisa de várias circunstâncias que contribuem para aumentar essa força; a pureza de sentimentos, o desinteresse monetário, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa, a confiança em Deus. Não deve o médium, buscar receber passe, após tê-lo aplicado, para se restabelecer, pois isso criaria uma cadeia ininterrupta, onde sempre quem desse o passe deveria recebê-lo. A Espiritualidade se encarrega de restaurar o equilíbrio de quem deu o passe.
A Casa Espírita tem por obrigação proporcionar condições para que os seus médiuns se esclareçam e se eduquem a fim de que melhor possam fazer a aplicação do passe. Os espíritas também necessitam, ocasionalmente, do socorro do passe. Sempre que não conseguem realizar uma prece que os tonifique, quando não conseguem se refazer pelo sono físico ou não conseguem se harmonizar com a leitura do Evangelho, quando sentirem que estão envolvidos por entidades de vibrações inferiores, quando não conseguirem se afastar de idéias de desânimo ou desarmonia, enfim, quando se sentirem impotentes para resolver sozinhos as suas dificuldades. Deve-se ter sempre claro que o passe não substitui o esforço próprio, pois os fluídos, apesar de terem grande poder, podem ser facilmente degenerados, desmaterializados ou desmagnetizados pelo poder mental do paciente.
Ser médium, é ser ajudante do mundo, por isso a necessidade de trabalhar e estudar por amor, para que possa ser instrumento útil aos outros. Sendo o passe e a água fluidificada usados como coadjuvantes do tratamento que é oferecido na Casa Espírita, não devemos apenas estar apegados aos resultados que eles produzem, mas também nos resultados que o estudo, o conhecimento, o trabalho, vão exercer em nossos espíritos. Da mesma maneira não deve o médium prognosticar a cura do doente com tantos passes nem mesmo afirmar que haverá cura, uma vez que o seu papel é de intermediario, visto que a melhora e a cura, são atributos do Pai Celestial, que concede aos que tem fé, pedem misericórdia e possuem merecimento. Acima de tudo, não devemos tomar o lugar do verdadeiro necessitado, tão somente porque viemos ao Centro, visto que o passe exprime também gastos de energias que não devemos desperdiçar abusando das forças cósmicas magnéticas que Deus coloca à disposição do ser humano, para suavizar a sua jornada terrena.
Devemos lembrar sempre da passagem em que Jesus tendo descido da montanha, uma grande multidão de povo o seguiu; e ao mesmo tempo um leproso veio a Ele e o adorou, dizendo-lhe: “Senhor, se quiserdes, podereis me curar”- Jesus estendendo a mão, tocou-o e lhe disse: “Eu o quero, estais curado”, e no mesmo instante a lepra foi curada. Então os discípulos, em particular, perguntaram a Jesus: “Por que não pudemos nós outros fazer o mesmo?” – Jesus lhes respondeu:”Por causa da vossa incredulidade. Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daqui para ali, e ela se transportaria.” Sendo o magnetismo uma das maiores provas do poder da fé posta em ação; é pela fé que o passe aplicado tem o poder curador e produz esses fenômenos que, outrora, eram qualificados de milagres. Existe ainda uma força poderosa com a qual facilmente conseguimos as reservas fluídicas que o Senhor põe à nossa disposição. Essa força, tanto mais potente quanto mais usada é a Prece.
A nossa fé deve ser racional, isto é, devemos saber porque é que temos fé. A fé racional se adquire pelo estudo sistemático das Leis Divinas, tanto no Evangelho como nos ensinamentos do Espiritismo. Ter fé, é ter confiança em Deus; é entregar o nosso destino ao Pai, certos de que tudo que Ele nos der, dores, alegrias, pobreza, riqueza, doença e saúde, tudo é para o nosso bem; porque tudo servirá para a evolução do nosso espírito. Ter fé em Deus, é ser resignado na adversidade e humilde na prosperidade. A fé, é uma força de atração que nos possibilita o socorro divino, e ajuda-nos a amparar aqueles que solicitam o nosso auxílio.
A prece é um ato de fé. Pela prece, adoramos a Deus, agradecendo-lhe as bênçãos que nos proporciona todos os dias e pedimos o que necessitamos. A prece nos religa a Deus. Quando oramos, nosso pensamento, como um raio luminoso, projeta-se pelo infinito indo tocar as regiões de Luz, de onde nos chegam as graças do Senhor. A fé depende da prece, e a prece para ser ouvida precisa da fé. Orar apenas com os lábios nada significa. Devemos sentir a nossa prece; orar de um modo e viver de outro, de nada serve. Se pedimos a Deus que nos livre do mal, é nosso dever não praticar o mal. Se rogamos a Ele que nos dê o pão de cada dia, devemos também ajudar para que não falte o pão a nossos irmãos menos favorecidos; porque a Lei é esta: “Aquilo que quiserdes para vós; isso mesmo fazei-o aos outros.”
Todos possuímos a força magnética que pode ser aumentada pela fé e pela prece. Como é belo e nobre ver uma mãe colocar as mãos sobre a cabecinha de um filho e rogar ao Senhor por ele! A vontade de aliviar, acrescenta ao fluído magnético, propriedades curativas. A irradiação fluido-magnética, vem a ser a medicina dos crentes e dos humildes. Sua aplicação está ao alcance dos mais simples. Como o Mestre e seus apóstolos, todos nós podemos impor as mãos sobre os outros e curar, se tivermos uma moral sadia; amor aos nossos semelhantes e o ardente desejo de auxiliá-los.
Para nos fortalecer e ao nosso magnetismo que é um dom que Deus distribui aos seus filhos, para que se auxiliem uns aos outros, devemos fazer pelo menos, duas preces diárias, uma ao levantar pedindo bênçãos para o nosso dia, e outra ao deitar, agradecendo as bênçãos recebidas. E quando tivermos desenvolvido dentro de nós a fé viva e racional, e, aprendido a orar com o sentimento, certamente seremos mais felizes.
Não adianta passarmos a existência inteira freqüentando o Centro Espírita e tomando o passe e a água fluidifica, achando que cumprimos com nossa obrigação de cristão, se o nosso dia-a-dia não se modificar para melhor. O passe e a água fluidificada ajudam o ser humano nos momentos de perturbação e sofrimentos, mas não serve como remédio definitivo para nossos males. A nossa melhora física ou espiritual, somente será possível, a medida que formos nos desfazendo das nossas imperfeições, da nossa falta de amor ao próximo e também pelo resgate das nossas dívidas para com a Lei Divina, contraídas nesta ou em outras existências. Divaldo Pereira Franco, no livro “Diálogo Com Dirigentes Espíritas”, informa que, “o passe é uma irradiação que penetra o paciente e promove nele uma reativação dos seus pontos energéticos para restabelecer-lhe o equilíbrio da saúde. Não o vamos curar; isto seria muita pretensão. O que ocorre é igual a uma transfusão de sangue. Vamos melhorar o metabolismo do paciente para que o organismo reative as suas funções e, por efeito, readquira o equilíbrio e a saúde.”
Por que nem todos obtêm a cura de suas doenças? Por que umas pessoas conseguem e outras não? – A resposta é: Com exceção das doenças conseqüentes de imprevidência e daquelas comuns e passageiras, as demais enfermidades são programadas na Espiritualidade, antes da reencarnação, para o resgate de débitos contraídos em existências anteriores. Dependendo da programação, a doença pode ser congênita, ou se apresentar durante determinada época e pode perdurar durante algum tempo, ou mesmo durante toda a existência. Nesses casos, por mais fé que tenha a pessoa, por mais adequado o tratamento médico, e mesmo com a assistência espiritual, não se obtém a tão almejada cura. Entretanto, a Providência Divina não deixa a prece e a fé da pessoa sem resposta. Ela lhe proporciona alívio e forças para suportar os sofrimentos. Muitas vezes a pessoa enferma não percebe esse auxílio divino porque só tem em mente a cura. E, se não obtém, pensa que não foi atendida por Deus. Outras pessoas chegam a revoltar-se contra Deus, o que é injusto, porquanto são elas mesmas as responsáveis pelos sofrimentos ao infligirem as normas divinas. Se não criaram essas condições de resgates na existência atual, certamente a criaram em outras. O tempo e a intensidade dos resgates não são inalteráveis. Se a pessoa aceita com resignação e procura a melhora e melhorar-se, praticando o bem e a caridade, aumenta seus créditos. Deus leva em consideração e, o tempo e a intensidade dos sofrimentos são reduzidos de acordo com os créditos adquiridos. Assim, as curas que se realizam com o auxílio do médico e de médiuns nas Casas Espíritas, ocorrem quando a quitação chega ao fim, ou porque Deus, que é justo e misericordioso, permitiu que a pena fosse encerrada, por merecimento do enfermo.
Sendo o passe um remédio, não devemos abusar da sua utilização nem solicitá-lo sem necessidade, assim como a pessoa sadia, não precisa de tomar remédio. Façamos uso no dia-a-dia, da boa moral, dos bons costumes, da fé e da prece consistente, para não precisarmos do passe nem da cura pelo Espiritismo...
Bibliografia:
“O Evangelho”
Livro “Diálogo c/Dirigentes Espíritas”
Acréscimos e modificações.
Jc
S.Luis 20/10/2004
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