domingo, 18 de dezembro de 2011

AS IMPERFEIÇÕES E AS MORTES VIOLENTAS

AS IMPERFEIÇÕES MORAIS E AS MORTES VIOLENTAS

Que o planeta Terra é constituído, em grande parte, por espíritos moralmente bastante atrasados, é um fato que poucas pessoas ignoram. Não admira, portanto, ver por toda parte sinais dessa inferioridade, tanto no hemisfério norte como também no hemisfério sul, não importando a filosofia religiosa cultivada por este ou aquele povo. Os desmandos de Kadafi e sua morte trágica, ocorrida recentemente, são mais um exemplo do que dizemos.

Como conseqüência dessa inferioridade moral, são muitos numerosos os espíritos inferiores que habitam o plano espiritual, que é o reflexo do que se verifica no plano terreno, onde vivemos. A ação desses espíritos, capaz de influenciar nossos pensamentos e nossos atos constituem, pois, parte integrante das dificuldades enfrentadas pela humanidade inteira.

Inegavelmente, vivemos um período em que a violência se acentua, tomando conta, quase que inteiramente, dos meios de comunicação. São notícias diárias de seqüestros, assaltos, roubos, estupros, homicídios e mortes causadas por acidente de carros. Essa violência é fruto da nossa imperfeição moral; da predominância dos instintos agressivos adquiridos pelos espíritos (nas vivências evolutivas no reino animal), que a razão ainda não converteu em expressões de amor.

Neste período de transição planetária, vivenciamos o ápice das provas e expiações, de forma que a violência atinge índices alarmantes, praticada por espíritos ainda primários, que não desenvolveram os sentimentos nobres, os quais nesse processo de expurgo evolutivo (separar o joio do trigo) após a desencarnação, já não terão mais condições vibratórias de reencarnar no planeta Terra, como ensinava Jesus. Lembramos outra assertiva de Jesus quando disse: “Os mansos herdarão a Terra”.

A razão deste artigo é abordar a incidência do planejamento nos casos de mortes violentas, isto é: A vítima teria que desencarnar dessa maneira? E o agressor também teria assumido o papel de algoz antes de reencarnar? Alguns espíritas, defendem a idéia de que a morte causada pela violência alheia não fazia parte do contexto reencarnatório, em virtude de que ninguém reencarna para fazer o mal, portanto o agressor não havia planejado matar alguém, de tal sorte que a vítima desencarnaria em função do mau uso do livre-arbítrio do agressor. Respeitamos os que nutrem esse tipo de vista, porém, sabemos que as vítimas que falecem como conseqüência da violência alheia estão inseridas, basicamente, em três tipos de situações:

1)- Prova – a vítima vivencia uma situação de violência que gera a sua desencarnação, o que lhe trará um teste, um desafio para que ela exercite as virtudes no sentido de perdoar sinceramente o agressor, gerando aprendizado, evolução, tendo esse tipo de morte sido solicitado pela vítima antes da sua encarnação. Lembremos que prova pressupõe avaliação, ou seja, colocar em teste as virtudes aprendidas. Caso vença moralmente a situação, podemos dizer que o espírito alcançou determinada virtude.

2)- Expiação – são as situações mais freqüentes. A vítima de hoje, foi autora de violência em existências anteriores que lesou alguém e, como não se liberou desse compromisso através do amor, sofre as conseqüências na atual existência. Expiar é reparar, quitar, harmonizar-se com as leis divinas.

3)- Missão – algumas almas nobres morrem de forma violenta, uma vez que seus exemplos de amor e tolerância geram simpatias nas pessoas mais embrutecidas; e como exemplo, citamos os casos de Jesus e Gandhi.

Ao abordarmos a questão das violências mais graves, que acabam gerando a desencarnação, não esquecemos as violências menores que vivenciamos em nosso cotidiano, tais como calúnias, traições, indiferença e outras situações que são circunstâncias naturais da existência, num mundo atrasado como o nosso, a estimular nosso aprendizado espiritual, (questão nª 859 do “Livro dos Espíritos”, lembrando o que Jesus já nos alertava: “No mundo só tereis aflições”. Dessa forma, à luz da Doutrina Espírita e da Justiça Divina (a cada um segundo suas obras), temos a certeza de que a desencarnação violenta fazia parte de seu cronograma reencarnatório.

O Livro dos Espíritos, na questão nº. 853-a, nos ensina que nós somente desencarnamos quando chegar a nossa hora, com exceção dos suicidas. Não há acaso, mesmo nas hipóteses de “bala perdida” e erro médico. Não existe desencarnação casual, produzida por falha de terceiros ou mau uso do livre-arbítrio alheio. Assim, no caso de não ter chegado à hora da desencarnação, os benfeitores espirituais interferirão para evitar essa afronta às leis divinas, como numerosos casos que se conhece (capítulo X – Lei de Liberdade – 3ª parte de “O Livro dos Espíritos”, no sub-capítulo “fatalidade”).

A questão crucial diz respeito aos autores dessas violências graves. É da lei divina que ninguém reencarna com o compromisso de matar outra pessoa (veja questão nº. 86l do Livro dos Espíritos). Quando, por exemplo, um agressor optar por assassinar alguém, ele o faz em virtude de sua inferioridade espiritual; ou quando atropela alguém por estar alcoolizado e/ou em excesso de velocidade, o faz em razão de sua imprudência, de forma que, em ambas as hipóteses, está usando indevidamente sua liberdade de escolha e ação, o que lhe gerará compromissos expiatórios. Em virtude de ser o mundo de provas e expiações, há muitos espíritos na faixa evolutiva do primarismo, que se comprazem na violência e na imprudência, de forma que não faltarão matéria-prima nem instrumentos para que se cumpram às leis divinas, quando algum espírito necessite desencarnar de forma violenta.

Assim sendo, quando a vítima reencarna com o compromisso de morrer violentamente, não haverá nesse momento algum espírito pré-determinado a matá-la, que tenha assumido esse compromisso reencarnatório antes de nascer, mas haverá na Terra, inúmeros espíritos atrasados que, ao dar vazão à sua inferioridade (violência ou imprudência), ceifarão a existência daquela pessoa, sua vítima. Esses autores da violência funcionarão como instrumentos das leis divinas. Entretanto, tal situação não os isentará das conseqüências morais e espirituais de suas ações, pois, repita-se, os agressores não estavam pré-determinados a agirem dessa forma; poderiam ter escolhido outro tipo de conduta, e foi Jesus quem nos ensinou que “os escândalos eram necessários, mas ai de quem os causar”.

Como exemplo do ensino, recordemos o recente e trágico caso da escola de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro. O assassino poderia ter deixado de agir daquela forma, pois ele não havia planejado aquilo na espiritualidade (antes de nascer), e se não tivesse adentrado na escola e efetuado os disparos, os menores (espíritos) que morreram naquela circunstância continuariam a existência, mas, mais adiante (dias, semanas, meses ou anos), desencarnariam em outra situação violenta, porquanto não sabermos qual o dia e a hora certa para a desencarnação, Poder-se-ia perguntar: Mas como o agressor identifica a pessoa que deve desencarnar? – Aprendemos com a Doutrina dos Espíritos, que a pessoa que deve desencarnar de forma violenta, notadamente no caso de expiação, tem uma vibração espiritual específica, que denuncia e reflete essa dívida com a justiça divina, de forma que o agressor, inconscientemente, identifica-se com ela e promove-lhe a desencarnação.
É essa particularidade vibracional que, da mesma forma, explica outros tipos de violências (estupros, roubos, seqüestros , etc.), fazendo com que o autor do delito aja contra aquele que deve vivenciar a situação traumática. É dessa maneira que compreendemos a Justiça Divina, mas convém enfatizar que a lei divina maior, é a lei do amor. Portanto, conforme assevera o apóstolo Simão Pedro, o amor cobre uma multidão de erros, de tal sorte que, aquele que venha com o compromisso expiatório de desencarnar de forma violenta, poderá amenizar ou diluir integralmente esse débito com as leis divinas, através do bem que realize em sua existência, podendo liberá-lo de uma desencarnação violenta.

Saibamos, portanto, que ninguém neste mundo, passa por algum problema ou situação difícil que não haja criado essa situação, em anos anteriores ou em outra existência. E para que possamos viver em paz, precisamos praticar o bem ao nosso semelhante, criando créditos que serão abatidos de nossas dívidas para com a justiça divina. Lembremo-nos das palavras de Jesus: “A cada um, segundo as suas obras”. Somente Espíritos Superiores que encarnam na Terra como missionários, isentos de resgates, podem sofrer violências para demonstrar aos seres humanos, a resignação, a conformação e a aceitação das situações que devem passar para alcançar a evolução espiritual. O melhor exemplo disso foi o que se passou com Jesus...


Bibliografia:
Astolfo de Oliveira Filho
Alessandro Viana Vieira de Paula
Jornal “O Imortal – 11/2011
Pequenos acréscimos e modificações


Jc.
S.Luis, 12/12/2011

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