sexta-feira, 30 de agosto de 2019

O SEXO E O AMOR





 
O sexo é uma atividade e uma necessidade do organismo humano, com a finalidade de perpetuar a espécie humana na Terra. O Amor é um sentimento que atrai e harmoniza as criaturas, dando a elas o sentido divino do ser.
Nossa sociedade vive o fenômeno da “multidão solitária” em que as pessoas convivem lado a lado, mas dificilmente aprofundam contatos, o que torna cada vez mais raro o relacionamento genuíno entre duas pessoas. O ardor hedonista de satisfação imediata dos ímpetos sexuais tornou a figura do parceiro apenas um objeto de consumo. A psicanalista Maria Rita Kehl é categórica ao afirmar: “A aliança entre a expansão do capital e a liberação sexual fez do interesse das massas consumidoras pelo sexo um ingrediente eficiente de publicidade. Tudo o que se vende tem apelo sexual; um carro, um liquidificador, um comprimido contra dor de cabeça, um provedor da internet, um tempero industrializado. A imagem publicitária evoca o gozo que se consuma na imagem, ao mesmo tempo, que promete fazer do consumidor um ser pleno e realizado. Tudo evoca o sexo na medida em que a mercadoria se oferece como presença segura, positivada no real, do objeto de desejo”.
O consumo está tão enraizado em nossa sociedade que as pessoas estão se consumindo como se fossem mercadorias. As pessoas se tornam coisas que podem ser adquiridas, consumidas e descartadas ao gosto do usuário, trocando-o por outro que aparentemente se demonstre mais “interessante” no momento. Nessa dinâmica existencial, ninguém é considerado insubstituível e toda ideia de valorização se torna um argumento vazio. Nesse processo de dissolução da dignidade humana “a pessoa não se preocupa com sua existência e felicidade, mas em tornar-se vendável”. As relações se tornam apenas um meio de obtenção imediata de prazer sexual, e de modo algum, uma genuína interação interpessoal pautada pelo respeito e pela afirmação do valor humano do outro. Conforme argumenta a socióloga Eva Illouz, “na cultura do capitalismo afetivo, os afetos se tornaram entidades a ser analisadas, inspecionadas, discutidas, ignoradas, negociadas, quantificadas e mercantilizadas”.
Obviamente que todo ser humano tem o direito de experimentar, exaustivamente, as relações afetivas em busca da sua realização amorosa, mas o elemento criticável na conjuntura capitalista inserida na sociabilidade decorre da irresponsabilidade ética para com a figura do outro, imputada como desprovida de sentimentos e valores. Querendo gozar a existência plenamente mesmo que através da degradação do outro e sem que corra os riscos provenientes das incertezas decorrentes de toda relação, o outro é considerado apenas como uma peça, que rapidamente entra em processo obsoleto na frívola experiência afetiva, para que logo após se possa descartá-lo tal como um bagaço de laranja atirado ao lixo, sem que haja qualquer crise de consciência da parte do indivíduo ávido de experiências, em cometer tal ato para com o parceiro amoroso com quem se relaciona.
Hoje, tudo é permitido no sexo; troca-se de parceiro como se troca de peça de vestuário. Tememos o envolvimento com o outro, pois ele, na visão distorcida que dele fazemos, traz sempre consigo uma sombra ameaçadora, capaz de desestabilizar a nossa frágil existência, a nossa atividade profissional e a nossa organização familiar.  Tudo isso é apenas desejo sexual, não é o Amor.                       
A vivência do amor genuíno se enraíza através da afirmação da alteridade, capacidade de compreender a interioridade do outro: o amor é, assim, uma experiência que preconiza os sentimentos, comunicando-se então os afetos de pessoa para pessoa. “Se eu amo o outro me sinto um só com ele, mas como ele é, e não na medida em que preciso dele como objeto para meu uso”. Existe amor quando os envolvidos na relação visam no parceiro um complemento existencial, e não um suporte para o preenchimento do vazio interior.
O amor autêntico por uma pessoa não pode se fundamentar apenas em um contrato moral-jurídico-religioso, mas sim em uma poderosa celebração de sentimentos regida pela afinidade, espontaneidade e alegria. O respeito verdadeiro pelo ser amado não brota pelo cumprimento de um formalismo contratual, mas sim pelo cuidado para com o outro, nascido pelo sentimento que nasce da afetividade.
Na Doutrina dos Espíritos, a união de duas pessoas que se amam, o que é divino além do sentimento de amor é a união dos sexos para criar novas criaturas a fim de substituírem os seres que morrem. Deus quis que os seres humanos estivessem unidos não somente pelos laços da carne, mais pelos laços da alma, para que a afeição mútua se transportasse também aos filhos.
Jesus ao responder aos Fariseus, sobre qual o mandamento maior da lei, lhes respondeu: “Amareis a Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito, sobre todas as coisas; e o segundo; amareis o vosso próximo como a vós mesmos”. No início da sua criação, o ser humano só tem instintos; mais avançado, ele tem sensações; mais evoluído, tem sentimentos, e o sentido mais delicado do sentimento é o Amor. Quando Jesus pronunciou essa divina palavra – amor – ela fez estremecer toda a humanidade... Assim, não devemos dar o nome de amor a um simples ato sexual, porquanto o Amor não se faz; ele é um sentimento divino. O sexo pode ser praticado, pelos que se amam como um complemento do sentimento de Amor existente entre ambos.

Fontes:
Revista “Filosofia” – 06/2013
Renato Nunes Bitencourt
“Evangelho Segundo o Espiritismo”
+ Pequenas modificações

Jc.
São Luís, 24/10/2013

terça-feira, 20 de agosto de 2019

O MAL E O BEM





 
Allan Kardec na pergunta 629 de “O Livro dos Espíritos”, faz a indagação: “Que definição se pode dar a moral?” Resposta dos Espíritos Superiores: “A moral é a regra para se conduzir bem, quer dizer, a distinção entre o mal e o bem. O ser humano se conduz bem, quando faz tudo em vista e para o bem de todos, porque, então ele observa a lei de Deus. Assim, fazer o bem é se conformar com a lei de Deus; e fazer o mal é infringir essa lei. Quando comeis muito, isso vos faz mal. É Deus que vos dá a medida do que vos é necessário. A lei natural traça ao ser humano, o limite de suas necessidades. E quando ele a ultrapassa, é punido pelo sofrimento. Deus deixa à pessoa, a escolha do caminho; tanto pior para ela, se toma o caminho do mal; sua peregrinação será mais longa e penosa. É preciso que o espírito adquira experiência, e para isso, é necessário que ele conheça o mal e o bem. Aquele que não faz o mal, mas que aproveita do mal feito por outro, é como se o cometesse; aproveitar é participar do ato.  Talvez tenha recuado diante da ação, mas encontrando-a pronta, ele a usa, comprovando que o faria ele mesmo, se pudesse”.

O Evangelho nos fala do bem e do mal sofrer; de pagar o mal com o bem. Porém, o que é o bem? – O bem é tudo o que faz bem? – O que é o mal? – O mal é tudo o que faz mal?  Nem sempre... Às vezes um aparente bem, pode se transformar num mal; assim como de um mal pode proceder a um bem. Exemplifiquemos para melhor compreensão: Quando castigamos uma criança, aparentamos uma atitude maldosa; porém é para o bem dela. Quando a sociedade manda para a prisão uma pessoa, está possibilitando a ela a oportunidade de se regenerar, e não lhe castigando ou fazendo o mal. Quando deixamos de autorizar uma filha a ir a um determinado lugar, parece que estamos fazendo um mau o que na verdade se faz é que por uma intuição tivemos um aviso de fizemos um bem. Tomemos outro exemplo: Um ladrão que rouba o salário de uma pessoa está fazendo um bem para si, embora esteja praticando um mal ao seu irmão. Ao darmos demasiada liberdade aos nossos filhos ainda adolescentes, acreditamos estar praticando um bem; e essa liberdade pode levar a excessos e a prática do mal. Um estuprador se sente bem, praticando o mal em sua vítima.  Assim, é preciso entender o que seja o bem e o mal, e como proceder durante a nossa existência na Terra.

Diz uma lenda que ao conceber o quadro “A Última Ceia de Jesus”, Leonardo da Vinci deparou-se com uma dificuldade: pintar o bem na imagem de Jesus, e o mal na figura de Judas, o amigo que o traiu. Ele interrompeu o trabalho até encontrar os modelos ideais. Certo dia, assistindo a um coral, viu em um dos rapazes a imagem perfeita para Jesus. Convidou-o então para o ateliê e reproduziu seus traços para o quadro. Passaram-se alguns anos e a “Última Ceia” estava quase pronta, mas Leonardo ainda não encontrara o modelo ideal de Judas. Um dia ele encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbedo, esfarrapado, barbudo, atirado na sarjeta. Pediu ele que levassem aquele homem até a igreja. Da Vinci passou então a copiar o rosto de miséria, tão bem delineado na face do bêbedo, que mal conseguia o homem ficar em pé. Quando Leonardo terminou, o jovem, já um pouco refeito da bebedeira, notou o quadro à sua frente, e disse: “Eu já vi esse quadro antes!” – “Quando?” Interrogou Da Vinci. O homem respondeu: - “Há alguns anos atrás, antes de ficar neste estado de miséria, eu cantava, cantava num coro de igreja. Então apareceu um artista e me convidou para posar como modelo para a face de Jesus, e eu assim fiz.” – Temos assim, a face do Bem ou do mal; só depende do nosso proceder...

No início do século XX, na Alemanha, durante uma conferência com universitários, um professor perguntou: “Deus criou tudo o que existe?” – Um aluno respondeu: “Sim, Ele criou.” – O professor disse então: “Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal.” – O jovem ficou calado e o professor feliz de ter provado que a fé era um mito. Outro estudante levantou-se e disse: “Professor, o frio existe?” – O professor disse: “Lógico  que existe; você nunca sentiu frio?” – O aluno respondeu: “O frio não existe. Segundo as Leis da Física, o que consideramos “frio” é a ausência do calor.”  “A escuridão existe”, voltou a perguntar o aluno. O professor respondeu: “Existe.” – O aluno prosseguiu: “O senhor comete um erro; a “escuridão” também não existe. A escuridão na realidade é a ausência da Luz. A luz pode-se estudar; a escuridão não. Finalmente o aluno perguntou: “Senhor, o mal existe?” – O professor disse: “Claro, como disse desde o começo.” – O aluno respondeu: “O mal não existe; o mal é simplesmente a ausência do bem. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existem a Luz e o Calor. O mal é o resultado da Humanidade não ter Deus presente em seus corações, é como o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz”.

Muitas pessoas julgam-se merecedoras de irem para o céu, porque acham que bastará não fazer o mal para ser agradável a Deus. Isso já é bom. Não fazer o mal, livra as pessoas de resgates penosos, evita a possibilidade de atraírem espíritos maldosos que se afinam com os atos, e, arranjarem inimigos na Terra como na Espiritualidade, que lhes atrasem a marcha evolutiva. Entretanto, se não fazem o mal, talvez também não façam o bem.  E não fazendo o bem, nada mais fazem, senão desperdiçar uma existência, apenas satisfazendo as necessidades do corpo, vivendo sem realmente viver a vida real que é a vida do Espírito. E quando chegam à Espiritualidade, a existência lhes é mostrada como o passar de um filme; aí então tomam conhecimento de que nada fizeram, da inutilidade da sua existência; e o arrependimento e a tristeza de não terem feito nada para avançar espiritualmente, os fazem sofrer.

Não há pessoa alguma que não possa fazer o bem. Só o egoísta, não encontra jamais oportunidade para fazer o bem. Cada dia, a vida dá oportunidades a qualquer pessoa que não esteja cega pelo egoísmo, para fazer o bem, que não é só ser caridoso, mas também útil, na medida em que se pode, e que a nossa ajuda é solicitada. O mérito do bem, está na boa-vontade  no trabalho e na dificuldade.  Não há mérito se fazer o bem sem trabalho e quando não nos custa nada. Deus tem mais em conta, o que reparte seu único pão, do que o rico que dá do que lhe sobra. Vejamos o que falou Jesus sobre o óbulo da viúva pobre: Assentado diante do gazofilácio (cofre destinado a recolher donativos para o Templo), Jesus observava  como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos uma viúva pobre, depositou apenas duas pequenas moedas. Jesus chamando os seus discípulos disse-lhes: “Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os demais ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía”.

Como a lei de Deus determina que o espírito deve evoluir sempre, então se não fazemos o bem, estamos parados no tempo; talvez porque o espírito esteja precisando de um pequeno descanso para recarregar  e poder continuar a jornada em seguida; como também pode acontecer que resolvemos estacionar levado pelo nosso comodismo, pela preguiça e pelo desânimo. Nestes casos, mais cedo ou mais tarde, seremos “alfinetados”, devido a nossa imobilidade,  para  retomarmos a  jornada  interrompida  de amor ao nosso próximo, que nos possibilitará galgar os degraus da evolução. Por que então, já que temos a oportunidade e as condições necessárias, não procuramos atender ao determinismo Divino, realizando nossos deveres, evitando novas existências penosas, sujeitos a resgatar pela dor o que recusamos fazer pelo amor?

Segundo a idéia que se fazia antigamente dos lugares de penas e recompensas, era que o céu ficava em cima e o inferno embaixo. Veio a Ciência e provou que a Terra é redonda e um dos menores mundos entre tantos milhões, e que o espaço é infinito; que não há nem alto nem baixo no universo. Assim, fomos forçados a deixar de acreditar que o céu está acima e o inferno nos lugares baixos.

Estava reserva à Doutrina dos Espíritos, dar a todas as coisas, a explicação mais racional e mais consoladora para a Humanidade. Assim podemos dizer que carregamos dentro de nós, nosso inferno, quando fazemos a maldade; e o nosso paraíso, quando fazemos o bem. Nosso purgatório, o encontramos nos sofrimentos e provas das nossas existências corporais. A bem da verdade diz que, o que está acontecendo nestes tempos de renovação, é que os espíritos dos maus que a morte arrebata todos os dias, e todos aqueles que tentam deter a marcha do progresso espiritual, estão sendo excluídos da Terra e afastados do convívio das pessoas de bem, para não lhes dificultar a evolução e a felicidade. Esses espíritos estão indo para mundos menos evoluídos que a Terra, cumprir missões penosas, onde poderão trabalhar para o seu adiantamento e o adiantamento de espíritos ainda mais atrasados.

“Por que Deus permite que seres tão cruéis vivam no nosso mundo?”, certamente é o que nos perguntamos. Seqüestros, atos de terrorismo, assaltos, corrupção, tráfico de drogas, chacinas, etc... Até quando Deus permitirá isso acontecer? – O mal não faz parte da natureza íntima do espírito; é uma anomalia, como o são as enfermidades. O bem, tal como a saúde, é o estado natural, é a condição normal do espírito. Um corpo doente constitui um caso de desequilíbrio, o mesmo acontece com o espírito transviado, rebelde, viciado, criminoso. Há tantas variedades de distúrbios psíquicos quantos distúrbios físicos, a qual a medicina dá variadas denominações. A origem do mal quer no corpo quer no espírito, é a mesma; a infração das leis de Deus, causadas pela  ignorância dos seres humanos, capazes de todas as insânias.

Quando Jesus ensinou o “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos fazem mal”, proclamou um preceito altamente humanitário. A benevolência contrastando com a agressão, é o único processo educativo capaz de corrigir e regenerar o pecador. Para eliminar-se o mal da Terra, é preciso que se apliquem métodos naturais que é a educação do espírito. Com o velho sistema de querer eliminar o criminoso, nada se logrará de positivo, porquanto eles continuarão malfeitores na espiritualidade e reencarnarão na mesma condição. A medicina jamais pensou em eliminação dos enfermos. Toda a sua preocupação está voltada para curar os doentes. O mesmo processo deve tratar os distúrbios que afetam a moral dos indivíduos. Para a sociedade, é muito mais fácil encarcerar ou eliminar o criminoso; educá-lo é mais difícil, mais trabalhoso, demanda tempo. A educação previne o vence o mal. O homem educado conhece o senso da vida, age com critério, com discernimento e é um valor social. Retirem-se os delinqüentes do convívio social, como se faz com o doente que ameaça a saúde pública; mas deve-se prestar a ambos a assistência necessária.

A Doutrina dos  Espíritos  nos oferece muitas  informações   mostrando que o mundo onde vivemos foi reservado para os espíritos menos evoluídos, cujo caráter predomina o mal sobre o bem, o egoísmo sobre a caridade, o ódio sobre o amor. Deus não colocou espíritos cruéis em nosso mundo; nós, por ainda sermos inferiores é que nos condenamos a viver em um mundo onde habitam espíritos cruéis. Não são eles que estão em nosso mundo; nós é que estamos no mundo deles. Outra coisa é a lei do progresso que a tudo rege. Segundo essa lei, não existe o mal eterno. Todas as almas e espíritos um dia estarão voltadas para o bem, único estado espiritual que traduz a harmonia das Leis de Deus.

É pelo progresso moral e pela prática das leis divinas que nós atrairemos para a Terra, os bons Espíritos, fazendo nela reinar, o Amor e a Justiça, que são as fontes do bem e da felicidade. Para a nossa evolução e a condição de escolhidos, precisamos fazer o bem; um pensamento positivo, uma prece, um sorriso, um gesto fraterno, uma boa palavra, um conselho elevado, um simples copo com água, nos faz uma pessoa de bem e nos conduz ao Reino de Deus. Vamos praticar o bem para que a bondade do Senhor também venha até nós.

 Cada criatura neste mundo, se sofre a influência dos espíritos inferiores que tentam  arrastá-la para o mal, também recebe a influência dos bons Espíritos que a estimulam à prática do bem. Segundo os Espíritos Superiores, a Terra cumpre o papel de imenso educandário. Se recebeu no passado, espíritos perseverantes no mal, e que hoje desencarnando não estão voltando à Terra, e os que aqui ainda se encontram em última oportunidade, nunca porém deixou de receber também o socorro de Espíritos evoluídos, para despertar em todos, com seus exemplos de vida, o sentimento da prática da caridade e do amor sublime. Buda, Jesus, Francisco de Assis, Gandhi, Allan Kardec, Divaldo Franco, Madre Tereza de Calcutá, Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier, e muitos outros desconhecidos, foram exemplos de Espíritos enviados por Deus para nos  encaminhar.

Todos nós somos convidados a participar, a colaborar com o mundo em que vivemos, das mais variadas maneiras... Toda hora é hora de praticarmos o bem. Se o mundo continua inferior, é porque nós, que já não temos ódio nem praticamos atrocidades, ainda não tivemos a coragem suficiente para colaborarmos de forma eficiente, a favor de uma humanidade menos primitiva. Somos almas humanas e o que nos falta ainda é o sentimento de fraternidade.

A renovação da Terra está se realizando lenta e progressivamente, pela partida dos espíritos inferiores que estão sendo encaminhados para mundos atrasados, e com a chegada de Espíritos mais elevados e evoluídos moralmente. As novas gerações de Espíritos, que estão se sucedendo, inicialmente inteligentes, depois moralizados e finalmente evangelizados, estão renascendo por toda parte, já possuídos de propostas elevadas e moralizadoras, que farão a transformação do mundo, até aqui voltada para o mal, para um mundo de regeneração, onde o bem será predominante. Os herdeiros da Terra poderão criar uma nova sociedade onde a justiça, a fraternidade, e o amor entre as pessoas e os povos, comprove a evolução do planeta. “Os mansos herdarão a Terra”, disse Jesus. Somente quando os valores morais estiverem na agenda diária de cada um de nós, é que neste mundo haverá menos seres primitivos e mais seres evangelizados. E para que isso aconteça é necessária a nossa colaboração; todos somos convocados a participar dessa tarefa, no sentido de afastar a maldade do nosso convívio com as demais pessoas,, para vivermos uma nova época de regeneração e paz.


Humberto de Campos (espírito), no livro ‘”Boa Nova”, narra que Jesus disse aos seus discípulos: “O ser humano é mais frágil do que mau”, e nos ensina na oração dominical, como evitar o mal, quando dizemos: “Não nos deixeis sucumbir às tentações, mas livra-nos do mal...”  Aqui temos que fazer a distinção entre a palavra mau, com u e mal com l. Mau com (u) é o contrário de bom; significa “ruim”, “de má índole”, enquanto que mal com (l)  é o contrário de bem; significa “erradamente” “desagradável”.

Allan Kardec quando perguntou aos Espíritos Superiores, o que era o Bem. Ora, com nosso conhecimento poderíamos responder: O bem é aquilo que faz bem. Os Espíritos respondem: “O bem é tudo aquilo que está conforme às Leis de Deus”. Kardec fez então outra pergunta: “E o que é o mal?” Os Espíritos respondem: “O mal é tudo o que está contrário a Lei de Deus.” Kardec fez então a terceira pergunta: “Onde está escrita a Lei de Deus?” Os Espíritos respondem apenas: “Na consciência.”

Assim como o mal que fazemos aos outros, pelo pensamento, pelas palavras e pelas ações, ficam gravadas na nossa consciência e retorna a nós; assim também acontece com o bem que fazemos aos outros, que faz bem primeira a nós. Se bem queremos entender, o nosso próximo a quem fazemos o bem, é o instrumento pela qual fazemos o nosso próprio progresso espiritual. Só exercitando o sentimento maior da Lei de Deus, que é o Amor, poderemos ingressar nos planos superiores e sermos realmente felizes e abençoados...

Que a Paz do Senhor esteja em nossos corações.

Jc.
26/10/2004
Refeito em 11/7/2019

O QUE REPRESENTA A RIQUEZA PARA VOCÊ?





 
Esta pergunta foi feita a diversas pessoas de três grupos.
O primeiro grupo, respondeu da seguinte maneira:
Um arquiteto – É ter muitos projetos que me permitam ganhar muito dinheiro.
Um engenheiro – É construir edifícios que sejam úteis e eu muito bem pago.
Um advogado – É defender muitos casos que me deem muito lucro.
Um médico – É ter muitos pacientes e poder ganhar para comprar uma bela e grande casa.
Um gerente – É manter a empresa em alto nível de lucro e créditos.
Um atleta – É ganhar fama e reconhecimento mundial e ter patrocinadores que me paguem bem.

O segundo grupo, respondeu:
Um preso – Seria caminhar livre pelas ruas.
Um cego -  Seria ver a luz do sol e as pessoas que quero bem.
Um surdo-mudo – Seria escutar o som das notas musicais e poder dizer às pessoas o quanto eu as amo.
Um inválido -  Seria poder correr em uma manhã ensolarada.
Um mendigo – Seria poder estar numa mesa cheia de comidas.
Um órfão -  Seria poder ter uma família que me amasse.

O terceiro grupo, respondeu:
Uma pessoa em estado terminal – Seria viver por mais alguns dias.
Uma enfermeira – Seria poder restituir a saúde aos pacientes.
Uma professora – Seria meus alunos nunca serem reprovados.
Um doador de sangue -  Seria poder salvar algumas vidas.
Chico Xavier – O Criador me fez rico, porque a riqueza para mim significa o meu trabalho e o serviço em benefício do meu próximo.
Para muitas pessoas, os amigos sinceros e leais são a maior riqueza que existe neste mundo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo nos informa que a riqueza, sem dúvida, pode ser um meio de salvação nas mãos daquele que dela sabe se servir se é empregada com discernimento, porém é uma prova muito difícil, mais perigosa que a miséria, pelos seus arrastamentos, as tentações que dá e a fascinação que exerce; sendo o excitante supremo do orgulho, do egoísmo e da vida sensual e o laço mais perigoso que liga o ser humano a Terra e afasta seus pensamentos do céu, produzindo tal vertigem que se vê, frequentemente, aquele que passa da miséria à riqueza, esquecer depressa a primeira condição e aqueles que o ajudaram, tornando-se egoísta, insensível e maldoso.

Quando Jesus disse ao jovem que o interrogou sobre os meios de ganhar a vida eterna: - “Desfazei-vos de toda a vossa riqueza e segui-me”, Ele não queria estabelecer como princípio que cada um deva se despojar daquilo que possui, e que a salvação só tem esse preço; mas mostrar que “o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação”. Esse jovem se acreditava quites porque tinha observado certos mandamentos, entretanto, recua ante a ideia de abandonar sua riqueza; seu desejo de obter a vida eterna não ia até esse sacrifício.
A proposição que Jesus lhe fez era para pôr a descoberto o seu pensamento; ele podia ser um perfeito homem honesto, não fazer mal a ninguém e ter todas as demais virtudes, mas não ia até a abnegação. O que Jesus quis demonstrar era uma aplicação do princípio: “Fora da Caridade não há Salvação.”
Se a riqueza é a fonte de muitos males, se ela excita tanto as más paixões, se provoca tantos crimes, é preciso tomar-se não a coisa, mas o ser humano que dela abusa como abusa de todos os dons que Deus lhe dá. Se a riqueza devesse produzir somente o mal, Deus não a teria colocado sobre a Terra. Ela também é um  elemento de progresso material, moral e de progresso intelectual.
A desigualdade das riquezas terrenas é um problema que se procura em vão resolver. A primeira questão que se apresenta é: Por que todos os seres humanos não são igualmente ricos? Não o são por uma razão muito simples: é que nem todos são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos, para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, a fortuna, igualmente repartida, daria a cada um uma parte mínima e insuficiente; que, se essa repartição fosse feita, o equilíbrio estaria logo rompido, pela diversidade dos caracteres e das aptidões, o que causaria o aniquilamento de todos os grandes empreendimentos que concorrem para o progresso  e o bem-estar da humanidade. Se Deus a concentra em certos pontos, é porque daí ela se espalha em quantidade suficiente segundo as necessidades.
Deus não quer que a fortuna fique por muito tempo improdutiva e, por isso, a desloca incessantemente; cada um deve possuí-la  para experimentar servir-se dela e provar o bom uso que dela sabe fazer, e se todos a tivessem ao mesmo tempo, ninguém trabalharia e a humanidade pereceria. Há ricos e pobres porque Deus sendo justo, espera que cada um deve trabalhar a seu turno; a pobreza é para uns a prova da paciência e da resignação; a riqueza  é para outros a prova da caridade e da abnegação. Tanto o pobre, por meio do seu trabalho, da sua inteligência e da sua previdência, pode passar a ter riqueza, como o rico por meio da sua incapacidade e imprevidência, vir a tornar-se um pobre. Porém, o ser humano só pode gozar dos bens materiais durante sua permanência na Terra, enquanto que a riqueza moral, sentimentos nobres e ações beneficentes serão recompensados tanto na Terra como na Espiritualidade, para onde iremos um dia.
“A riqueza não pode e deve ser medida pelo dinheiro, mas por aquelas coisas que você não trocaria por dinheiro nenhum”.
Para mim (Jc), a riqueza significa a minha existência com saúde, a minha consciência em paz comigo mesmo, meus familiares e a humanidade.
Agora eu pergunto: Você que leu o assunto abordado e todas estas respostas, o que representa para você a riqueza?
Fontes:
Internet
Evangelho de Jesus
“Evangelho Segundo o Espiritismo”
+ Acréscimos e modificações.

Jc.
São Luís, 11/8/2015
Refeito em 07/9/2017

domingo, 11 de agosto de 2019

O NOSSO MUNDO ATUAL






 
Sabemos pelas informações da Espiritualidade que estão reencarnando, há algum tempo, no planeta, muitos Espíritos evoluídos, para fazerem a transformação do mundo e também outros ainda inferiorizados que estão tendo suas últimas oportunidades de se reabilitarem. Torna-se fundamental os cuidados e os exemplos para a educação deles, a fim de que possamos orientar e educar esses espíritos, que são vítimas, muitas vezes, da incúria ou do desmazelo dos seus pais, que estão mais preocupados com o sucesso social do que com a felicidade dos filhos. Chico Xavier, certa vez comentando sobre a violência, disse: “O que mais dói ver na periferia das cidades, não é tanto a fome, mas a ignorância; porque a ignorância é que é a responsável pelos arrastões. Se pudéssemos, ao invés de distribuir sopa, gostaríamos de distribuir trabalho. Se pudéssemos criar escolas edificaríamos e instituiríamos cursos diversos profissionalizantes, procurando tirar das ruas, que são as Universidades do Crime, essas crianças, resolvendo o problema da miséria social e moral que nos desafia.”

Por que há tanta violência no mundo? – A violência atual é própria de um mundo de provas e expiações. Muitos indivíduos ainda se deixam dominar por seus instintos inferiores e cometem crimes porque não têm consciência do bem ou do mal, assim como o desconhecimento da vida espiritual colabora para o desequilíbrio emocional e moral de muitos, que se deixam envolver pelo mal. A banalização da violência nos jornais e na mídia reforça condutas agressivas e só tem destaque porque tem audiência significativa. A violência física nos lares é produto da vibração prejudicial das novelas que estão cheias de exemplos negativos. Como autoeducação, vamos deixar de sintonizar esses programas de baixo nível, baixarias e voltados para o mal, escolhendo melhor o que entra em nossos lares. Quando não tivermos na TV um programa que possa nos instruir ou educar, outras opções existem para ocupar nosso tempo, inclusive, a leitura ou a conversação com os familiares. O aparente caos que se verifica na atualidade apenas demonstra o desespero dos que se recusam a aceitar a
marcha inevitável do  progresso que se  está desenvolvendo,

pois é fruto do amadurecimento moral e intelectual das novas gerações que estão chegando à Terra.

Se o progresso material espanta-nos, diariamente, e o aprimoramento apresenta-se mais lento, isto indica que falta-nos apenas a decisão individual de mudar no sentido do bem, de vencer as tendências inferiores, de lutar por ser melhor a cada dia, respeitando o semelhante e seus direitos. Todo esse conforto material trará condições para que a criatura humana tenha mais tempo para dedicar-se ao seu autoconhecimento e, verificando isso, interessar-se mais pelo amparo aos que se encontram ainda em situações difíceis de sobrevivência na Terra, fazendo assim a sua evolução.

Quando poderíamos imaginar ao tempo de Kardec, ou mesmo até a poucos anos atrás, o potencial das comunicações e da Internet? Quando poderíamos imaginar que discos magnéticos poderiam armazenar imagens, sons e movimentos, transformando-se em arquivos úteis e poderosos para uso de todos? Quem poderia imaginar a existência dos celulares e outras utilidades na atualidade? Falta, entretanto ao ser humano, acompanhar esse progresso e efetivamente mudar sua existência para melhor. Aprimorar os sentimentos, os relacionamentos, reconhecer nossa condição de seres espirituais, e o simples conhecimento da nossa imortalidade já nos deve provocar mudanças de comportamento.

Entretanto, o excesso de tecnologia que já existe no mundo, como uma verdadeira parafernália de instrumentos que lentamente vão substituindo o próprio ser humano, vem anulando-lhe a capacidade de pensar, raciocinar e agir. A comunicação virtual, diante do computador, isolando a pessoa do mundo de relacionamento humano, ajuda-o a sonhar e, em delírios inconsequentes, faculta-lhe viagens para fora, em conquistas afetivas, porém, distante das pessoas, sem uma correspondente convivência saudável, afetiva e emocional. A imaginação passa a substituir a relação pessoal, sentimental,
fantasiando  a mente com a  necessidade  de  encontrar o seu
parceiro ideal, sem a preocupação de,  por sua vez,  tornar-se
esse companheiro para aquele a quem busca. Lentamente uma grande aridez  está  tomando  conta  do  sentimento  humano,
produzindo á dolorosa e lamentável crise existencial que se observa nas pessoas. Essa situação está trazendo sérias dificuldades para o relacionamento humano...

Por outro lado observamos que o País vive entregue à corrupção, a ganância e a impunidade, à desordem, à vontade dos grupos dominantes, levando ao desespero milhões de pessoas dominadas, que não encontram condições de sobrevivência. Se alguém se incomoda com essa situação desastrosa, sem perspectiva, sem esperança para milhares de pessoas, e emite opinião contrária, logo surgem os defensores do regime vigente e de suas posições privilegiadas. Lamentavelmente, não vemos condições de melhoria a curto ou médio prazo dessa situação caótica, a não ser que surja um verdadeiro líder nacionalista que empunhe a bandeira da renovação moral, ou que de repente surja uma medida Celestial, para nos desviar do abismo para onde estamos sendo levados.

É natural que busquemos solução para os tormentos que  nos  afligem,  porém,  grande parte da sociedade se tornou imediatista, o que fez com que procurassem soluções rápidas, fáceis e sem esforço. Por causa disso, aparecerem espertalhões que prometem resolver todas as situações infelizes, como: amores não correspondidos, fortuna terrena fácil, curas milagrosas, e até lugares especiais no céu ao lado de Deus, desde que se tenha dinheiro para pagar, porque dizem que esse mesmo deus, deles, não dá nada de graça para ninguém.

A crescente falta de estabilidade, ameaçando o emprego de quem ainda o tem, fragilizando os laços de família, promovendo o aumento da marginalidade, associado a esse imediatismo, mostram que o processo de desagregação tende a aumentar, tornando-se uma epidemia global. O momento reclama de todos nós mudanças, moralidade, trabalho e acima de tudo, confiança na Providência Divina.

Há necessidade de nos prepararmos para mais tempos de adversidades, onde o bem será esquecido e o mal aclamado. É a crise que foi predita por Jesus. Hoje, mais do que nunca, precisamos manter a nossa fé e a esperança em Deus, para suportarmos esses tempos difíceis. Só com o amparo de Jesus, conseguiremos superar essas aflições e cumprir nossas tarefas de cristãos, até que a transição que trará mudanças necessárias conduza o mundo para uma nova ordem, fundamentada na moral e no amor, ensinados e vivenciados por Jesus.

Que a Paz do Senhor nos ampare nessa transição para que possamos nos manter fiéis aos nossos compromissos.


Bibliografia:
Jornal “A Voz do Espírito”
+ complementos

Jc.
S.Luis, 29/6/1999
Refeito em 04/6/2019                                                                                                                            

DÊ UMA CHANCE A VOCÊ MESMO





 
Certamente você já tenha feito perguntas a si mesmo, como as que estão abaixo:
De onde vim ao nascer?  Para onde irei depois da morte?  O que há depois dela? Por que uns sofrem mais do que outros?  Por que uns têm determinada aptidão e outros não?  Por que uns nascem em lares ricos e outros em lares pobres? Por que uns nascem cegos, aleijados, débeis mentais, enquanto outros nascem saudáveis e inteligentes? Por que, uns que são maus, sofrem menos que outros, que são bons?  Por que Deus permite tamanha desigualdade entre seus filhos?...
A maioria das pessoas, vivendo a existência atribulada de hoje,  não está interessada nos problemas fundamentais da existência. Elas se preocupam apenas com seus negócios, seus problemas particulares, seus prazeres, e acham que questões como “a existência de Deus” e “a imortalidade da alma” são da competência de sacerdotes, de religiosos e de teólogos.
Quando tudo vai bem, elas nem se lembram de Deus, de agradecer por tudo de bom que lhe acontece; quando se lembram, é apenas para ir a um templo fazer uma oração, como se tal atitude fosse simples obrigações das quais todos têm que se desincumbir de uma maneira ou de outra, sem qualquer outro sentido. A religião para elas é mera formalidade social, alguma coisa que as pessoas devem ter, e nada mais; no máximo será um desencargo de consciência, para estar de bem com Deus. Tanto assim, que muitas pessoas que se dizem religiosas, nem sequer alimentam firme convicção naquilo que professam, carregando sérias dúvidas a respeito de Deus e da continuidade da vida após a morte.
Quando, porém, tais pessoas são surpreendidas por um infortúnio; uma queda financeira desastrosa, a perda de um ente querido, uma doença incurável – fatos que podem acontecer na existência de qualquer pessoa – não encontram em si mesma, a fé necessária, nem a compreensão e resignação para enfrentar o problema com coragem, caindo, invariavelmente, no desespero... E aí se perguntam?  Onde podem encontrar a orientação e a solução dos problemas?
Há uma Doutrina que atende a todos esses questionamentos. Ela se chama: Doutrina dos Espíritos.  O conhecimento espírita abre-nos uma visão ampla e racional da vida, explicando-nos de maneira convincente e nos permitindo iniciar a nossa transformação íntima. Conselhos provocam mudanças, mas o primado é da reflexão. Ignoramos o tesouro que traz, os conhecimentos libertadores da Doutrina Espírita, um manancial que esclarece,  consola, orienta e que nos dá a base segura para prosseguir na jornada terrena. Ela não é um adorno, mas uma ferramenta de evolução, colete salva vidas nas situações difíceis, farol nas nossas indecisões e chave libertadora dos nossos medos, problemas e sofrimentos.
A prática espírita nos apresenta ferramentas que trazem autonomia ao religioso, como o estudo que fomenta a reflexão, a prática da caridade que abranda a consciência e o coração, e a assistência dos bons Espíritos para nos direcionar e auxiliar nas nossas dificuldades. . . É necessário reconhecer a dádiva que a Doutrina dos Espíritos nos proporciona na encarnação. Fórmulas mágicas, rituais, simbolismos e outros elementos naturais não podem nos escravizar. A prática espírita vem munida da reflexão vinculada à prática do bem e tem um caráter libertador, que nos possibilita prosseguir a passos firmes, no caminho da evolução.
Cada credo, cada segmento religioso trabalha a espiritualidade dos seus adeptos de acordo com a cultura, com a afinidade, a sua conveniência e a história e o seu grau de entendimento. A Doutrina Espírita apresenta um caminho que possui os elementos necessários para a nossa libertação e crescimento espiritual, nos possibilitando avançar com firmeza, fé e determinação, a caminho de nosso Pai Celestial. Quem nunca esperou uma palavra orientadora e consoladora dos Espíritos?  O convite está feito e a Doutrina é um dos caminhos que nos permite isso de maneira autônoma, consciente, rumo á evolução que realizamos pouco a pouco, dia a dia, existência a existência...
Fonte:
Federação Espírita do Paraná
Jornal “Brasília Espírita”-  5/6-2015
Marcus Vinicius de Azevedo Braga
+ Modificações e acréscimos.

Jc.
São Luís, 29/5/2015
Refeito em 16/5/2019

quarta-feira, 31 de julho de 2019

REFLEXÕES SOBRE OS VALORES





 
Vivemos num mundo conturbado por valores morais negativos. Nesta época de competições desenfreadas e desonestas; de jogos, loterias e bingos por toda parte; onde grande parte do povo acha que tudo é lícito para conseguir a posse efêmera e transitória dos bens materiais; só a Doutrina dos Espíritos nos ensina a conquistar pela Verdade, Bondade e Amor, os bens imprescindíveis, legítimos e eternos, que nos darão a felicidade, que o dinheiro da Terra não compra o ladrão não rouba a traça não rói a ferrugem não ataca e o tempo não consome e nem a morte arrebata, conforme nos asseverou o nosso mestre Jesus.

Nos tempos atuais, em que o valor da criatura humana está invertido, porque desceu da cabeça, sede da inteligência e da razão, passou pelo coração, sede da virtude, do sentimento e do amor, e, foi alojar-se nos pés; isto porque o homem ou a mulher que chuta uma bola de couro cheia de ar, com certa habilidade, tem muito mais valor e ganha muito mais do que um sábio, um cientista ou um missionário, que sacrificam a existência, em favor da humanidade e de muitos ingratos; só a Doutrina Cristã-Espírita, identifica e reconhece o mérito das verdadeiras criaturas de valor, enaltecendo e glorificando-as diante de Deus.

Nestes dias de frivolidades excêntricas, de rádios-manias, de um futebol agressivo, de festivais carnavalescos, de baixos valores, de promiscuidade, onde pessoas passam a cultuar com um fanatismo exagerado, os ídolos de carne e osso, que se exibem por toda parte, com requebros e malabarismos, ao som enervante de músicas estridentes, alucinantes, com letras na maioria vazias de conteúdo e as vezes imorais; parece que os filhos de Deus, exilados neste mundo de provas e expiações, perderam mesmo o significado da existência e o bom gosto pelas coisas simples, boas e belas; somente a Doutrina dos Espíritos nos orienta para  os  exemplos  dignificantes
da existência terrena.

Na atualidade, em que uma luta de boxe, espetáculo deprimente da barbárie, exibida pela televisão, em que duas pessoas, por posses terrenas, se agridem, chegando às vezes até a se matarem; imitando os tempos bárbaros dos gladiadores da antiga Roma, assistida e aplaudida por milhões de pessoas, que vibram com o sofrimento alheio, numa afronta aos nossos princípios cristãos; só a Doutrina Cristã-Espírita, nos dá a noção perfeita e exata de tudo aquilo que é nobre, bom, belo, grandioso e sublime, nos proporcionando a paz de espírito e o bem-estar.

Nestes dias, em que a luta pela sobrevivência, nos sobrecarrega de muitos trabalhos, problemas e responsabilidades, em que os verdadeiros valores morais são substituídos pelo “jeitinho” e pela “lei de Gerson”, que consiste em se levar vantagem em tudo e sobre todos, por todos os meios, incluindo a desonestidade, a ganância, as injustiças e também falta de respeito aos semelhantes; só a Doutrina dos Espíritos, nos conforta e nos dá a forças para prosseguirmos para a frente e para o alto, rumo aos planos espirituais elevados de que nos falou Jesus.

Parece que o mundo às vezes está à beira do caos e que não há mais jeito de melhorar. Ás vezes pensa-se que nada mais conseguirá reverter à confusão que se instalou. Outras vezes, nem é bom pensar, nem ler os jornais ou assistir os noticiários da televisão. Guerras, misérias, violências, crimes, corrupção, impunidade, privilégios, ganância, desumanidade e dor, são as manchetes de cada dia. Parece até que não há mais pessoas de bem e nada de bom neste mundo...

Entretanto, o bem existe. Ele não faz alarde, apenas acontece e não faz notícia. O amor ainda existe e impulsiona as pessoas ao seu progresso, à busca de sua espiritualidade, à caridade legítima e mantêm acesa a chama da esperança, porque Jesus está presente. Ele não se ausentou da Terra, como muitos pensam. Ele permanece a inspirar o ser humano para o seu destino de progresso, através dos seus ensinos.  Muitas e muitas vezes o ser humano infringe as Leis de Deus e recebe sempre o retorno do que praticou. O sofrimento e a dor não tem assim, uma função punitiva, mas sim, reparadora e educativa.

A destinação do ser humano é o bem, o progresso, o amor e a felicidade. A violência de todos os níveis em que se manifesta, é fruto da ignorância, da falta de amor, e da falta do conhecimento das Leis Divinas. A miséria social é decorrente da miséria moral. O ser violento e sem valores morais é alguém em profunda ignorância e miserabilidade espiritual, merecendo nossas orações.

Vivendo atualmente tantos problemas, as pessoas vão ficando mais pessimistas, mais descrentes e mais desanimadas. Parecem que estão esperando sempre grandes calamidades. Será que algum dia as coisas vão melhorar?- O pessimista só pensa assim, sem esperança em nada, nem nas pessoas e muito menos em Deus.  O pessimismo é um sentimento tão nocivo que nunca devemos estimular. Diante de tanta amargura, o pessimista chega à conclusão de que desse jeito não vale a pena viver... Quando é muito forte e constante esse sentimento, pode levá-lo até ao suicídio, e aí meus irmãos, o sofrimento aumenta.  

O mundo inteiro está em convulsões e o momento histórico que vivemos é típico dos tempos de avanço. Vivemos o final de uma era e, quando se vai reformar uma casa, primeiro é preciso quebrar o que está prejudicando para depois melhorar. É o que está acontecendo com o mundo atualmente. A sociedade não pode ir bem, quando o ser humano vai mal. Do ponto de vista prático, o pessimismo tem sido até de alguma utilidade. Acreditando que os governos não vão mesmo solucionar os problemas, resolve então as pessoas irem à luta por conta própria, mesmo reclamando de tudo e de todos. . .

Emmanuel nos esclarece sobre o momento atual, dizendo: “O materialismo está dominando muitas pessoas e espalhando a dúvida e o pessimismo em toda parte; mas existem os que conservam a sua fé; são os que sabem separar as coisas, e é com essa sabedoria que foge do pessimismo, apesar de todo o mal que os cerca. As ameaças de guerras, as enfermidades sem cura, as violências ameaçando a todos nós, os exemplos negativos de corrupção de quem deveria ser modelo, as provações e resgates que merecemos, devemos enfrentar com a certeza de que tudo há de passar com o tempo”, conforme a resposta de Maria de Nazaré a Chico Xavier.

Temos convivido com as crises reais e, muito mais intensamente, com as crises do “ouvi falar”. Melhor será para nós, se formos realistas; nem otimismo ilusório, nem pessimismo desencorajador. Que fazer então para que essa situação negativa não nos atinja? – É simples: Não valorizar tanto as desventuras, próprias do nosso planeta, por causa de nossas imperfeições. Quanto mais pensarmos e falarmos de coisas negativas, mais iremos atraindo vibrações negativas, que só nos prejudicam. Vamos trabalhar pela nossa melhora moral e espiritual, sem nos preocupar tanto com o que dizem por aí. Tenhamos fé para sabermos esperar que a “onda difícil” passe, porque tudo passa com o tempo. O que não pode acontecer é ficarmos parado, esperando que tudo nos venha do céu. Os que assim procedem não são otimistas nem pessimistas; são apenas preguiçosos e inúteis à sociedade da qual fazem parte.

Coube à Doutrina dos Espíritos relembrarem para toda a humanidade, a mensagem legítima de Jesus. Este, ainda é o grande esquecido, sempre trocado pelas convenções e pelas formas ritualísticas. Jesus não necessita de tantas celebrações mundanas; pede-nos apenas que pratiquemos a caridade ao próximo, o perdão sem cobranças, o bem que se possa faz e toda ação em nome do Amor, e não se admire se a pessoa mais feliz for você. A pessoa que é distanciada das aquisições dos valores morais e espirituais prioriza a existência física, fugaz e depois chora a sua própria imprevidência. Só nessas horas, recorda-se de que existe um Ser Superior que o ampara e protege e nessa hora certamente vai ouvir a voz de Jesus ressoando no seu íntimo, a dizer-lhe: “Filho eu estou contigo”.

Se existem pessoas que animadas de puro propósito se interessam em aprender as coisas boas que o Mestre Amado legou à humanidade, e que não se afinam mais com essas situações infelizes, é realmente um acontecimento notável e alentador. Certamente já se encontram um pouco adiante dos seus semelhantes. O nosso Pai Celestial certamente os amparará e lhes dará forças para perseverarem nos bons propósitos até o fim. Vamos, portanto, viver no mundo, deixando aos mundanos, os prazeres inferiores, porque a nós, outros prazeres virão ao praticarmos o amor e a caridade aos nossos irmãos necessitados. Vem a propósito, a advertência de Paulo, quando disse: “Tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convêm, para nosso próprio bem”.

Precisamos estar preparados para enfrentar essas situações, sem nos envolvermos, sem vacilar nas nossas convicções e valores. Para que isso aconteça, é preciso termos força de vontade e conhecimento do que somos e pretendemos ser, auxiliados pela fé que nos dará as condições necessárias para resistirmos a esses exemplos inferiores. Sobre o assunto, é ainda Emmanuel quem nos dá outro conselho: “Que sejamos doadores de paz.” E como fazer isso, num mundo de intranquilidade? - É simples: Quando falarmos, que nossa palavra seja de concórdia, harmonia e benevolência; quando escrevermos, que seja sobre o bem, a fraternidade e o amor.
Quem vive em paz, está sempre pronto a entender os outros aliviando seu trabalho, suas angústias e seus sofrimentos. Jesus costumava dizer: “A minha Paz vos dou; mas não a paz que o mundo dá.” Isto porque a paz do mundo é passageira, enquanto a Paz do Mestre Amado é eterna; é a paz de consciência sem mácula.  Apesar dos sofrimentos tão naturais neste mundo, devemos ter como meta, fazer o bem, sem ostentação ou exibicionismo, porque o bem que se faz por pensamentos, palavras e atos, faz bem primeiro a quem o faz. Imaginemos Jesus, se tivesse se preocupado com o reconhecimento de seus atos. Hoje não teríamos o seu Evangelho, iluminando nossos caminhos e nosso destino...

Quando Jesus recomendou aos que tivessem olhos, que vissem, aconselhava que observássemos a nossa existência, não regredindo nos nossos valores, não sonhando com facilidades que atrasam nosso progresso moral e espiritual. A posse de bens materiais nos proporciona o conforto e o luxo; mas essa mesma posse sem exercitarmos a caridade, nos proporciona sempre a ociosidade e estagnamos espiritualmente. Seremos verdadeiramente otimistas e felizes, quando aceitarmos as situações e colocarmos mãos à obra, no sentido de solucionarmos, pelo menos, os nossos próprios problemas...

Como colaborar com o nosso semelhante, afirmando que vamos nos esforçar, mas de antemão, acreditamos que não vai adiantar. Esse otimismo vacilante de quem engana não apenas os outros, mas a si mesmo, está longe de construir alguma coisa duradoura. Todos os dias, muitas pessoas reencarnam e outras retornam à espiritualidade. Todos os dias, alguém inicia um trabalho e outro termina uma obra; todos os dias alguém se casa e nesse mesmo dia um lar é desfeito; alguém se cura e outro adoece; alguém planta uma árvore e outro a derruba; alguém pratica a caridade, enquanto outro passa ao largo indiferente a dor do semelhante; alguém sorri e outro chora; estamos realizamos progressos em nossa existência e desperdiçamos outras preciosas oportunidades; alguém agradece a Deus pelas bênçãos recebidas, enquanto outro ofende o Criador, por se julgar abandonado por Ele. Todos os dias, acontece de tudo.  

Cabe a nós escolher como devem ser os nossos dias, os nossos pensamentos, as nossas palavras e os nossos atos. Ter a certeza de que Deus observa, permite e está presente em todos os acontecimentos e que eles são úteis lições, necessárias para o nosso engrandecimento espiritual. Deus que vive em nós, nos ajuda, nos ampara e quer o bem de todos os Seus filhos. Não há privilégios nem excluídos. Não há esquecidos ou desamparados, mesmo os mais ingratos ou ignorantes são assistidos, porque um dia, estarão voltando para Ele.

Vamos refletir sobre os valores morais e espirituais que queremos para nós, e tenhamos confiança, certos de que tudo está conforme o Determinismo Divino, e que somos chamados a colaborar com otimismo, na implantação do Seu Reino de Paz e Amor na Terra. Não vamos ser pessimistas ao ponto de dizer que Deus, nas roseiras, colocou espinhos... Mas sim, otimistas, afirmando que Deus até nos espinheiros colocou rosas perfumadas.

Que a Paz do Senhor, sempre permaneça em nossos corações.

Bibliografia:
“Doutrina dos Espíritos”
“Evangelho de Jesus”
Irene Cunha – Octavio Serrano
+ Acréscimos

Jc.
21/05/1997
Refeito em 09/06/2019

CULTIVAR A ESPERANÇA




 
Observamos recentemente,  milhares de pessoas que, de modo pacífico, demonstrando a boa índole do povo brasileiro, foram às ruas, pedindo um país sem corrupção, um país honesto. Representava, naquelas massas, grande parte da população brasileira, insatisfeita com a situação atual, pedindo um país melhor, independentemente da posição política de cada um. Foi um movimento sem conotação política, apenas querendo uma situação melhor.
Na questão 791 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec pergunta se a civilização se depurará um dia, fazendo desaparecer os males e os Espíritos Superiores respondem que sim; quando a moral estiver desenvolvida quanto a inteligência. Na questão seguinte, de número 792, Kardec pergunta ainda por que a civilização não realiza imediatamente todo o bem que ela poderia produzir, e eles respondem que é porque o ser humano ainda não se encontra em condições para tal, nem disposto a obter esse bem. Quando os seres humanos entenderem a necessidade do bem, tudo melhorará.
Vimos nessas manifestações de ruas, pais com seus filhos de seis, sete anos de idade, respondendo aos jornalistas, em entrevista, que estavam levando os filhos para que desde cedo compreendessem a importância da honestidade nas ações. Teremos um país melhor, na medida em que moralmente o Cristianismo estiver sendo vivenciado pela sociedade e honrado no comportamento de cada um. A vivência cristã de modo verdadeiro é a resposta para todos nós.
Na questão 793 da obra acima citada, Kardec pergunta por quais sinais se podem conhecer uma civilização completa, e a resposta dos Espíritos não deixa dúvidas: - “Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Acreditais estar muito adiantados por terdes feito grandes descobertas e invenções maravilhosas; porque estais mais bem instalados e melhor vestidos que os selvagens; mas só tereis verdadeiramente o direito de vos dizer civilizados, quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e quando passardes a viver como irmãos, praticando a caridade cristã.  Até esse momento, não sereis mais do que
povos esclarecidos, só tendo percorrido a primeira fase da civilização”.
Estamos longe dessa realidade no nosso Brasil, mas o anseio para tal se revela. Uma boa semente foi lançada para um futuro melhor. O desejo de um país honesto, sem corrupção e impunidade, é um desejo da grande maioria da população. Caminhemos praticando o bem, para que um dia a atual situação seja, nos registros históricos, apenas uma remota lembrança. Hoje, como dizem os Espíritos Superiores, conhecemos a sociedade só imperfeitamente. Um dia no futuro, teremos informações que soarão estranhas aos ouvidos daqueles que vivem. Informações que terão de uma época mais atrasada do Brasil e da Terra.
Um futuro de correção, fraternidade, caridade, benevolência e amor, será o destino de todos, na humanidade do porvir, na civilização adiantada, que virá suceder à atual. Hoje, isso parece ser um sonho; agora pode ser, mas com a melhora das novas gerações que estão chegando à Terra, de espíritos evoluídos, que estão chegando para concorrerem a um mundo de regeneração, um dia isso será a realidade; a realidade que todos sonhamos.
Para tal, é necessário que cada um exemplifique o aprendizado que adquiriu com os conhecimentos do Evangelho de Jesus. Palavras corretas, atitudes corretas, consciência reta, pensamentos retos, são indispensáveis para todos nós. É preciso, como se vê, cultivar a Esperança...

Fonte:
Editorial do jornal “O Imortal”- abril/2015
+ Pequenas modificações e acréscimos.

Jc
São Luís, 16/4/2015
Refeito em 10/3/2019