sexta-feira, 20 de abril de 2018

O SONO E O MANUAL DO USUÁRIO





 
Não há uma atividade que tome mais tempo de nossa existência do que dormir. Essencial para ter a saúde em dia, o descanso é ignorado em decorrência dos compromissos profissionais e sociais. Entenda as consequências dessa privação e o que você pode e deve fazer para ter o repouso necessário e noites bem dormidas.
Como a idade influencia e as particularidades do sono em cada faixa etária.
Crianças - Recém-nascidos chegam a dormir até 80% do dia. Na infância, o repouso no colchão dura por volta de 10 a 11 horas.
Adolescentes - A noite é o período em que o corpo cresce e se desenvolve. Pela ação dos hormônios, existe uma tendência de adormecer e acordar mais tarde.
Adultos -  A necessidade diária  varia de acordo com cada um – a maioria fica entre 7 e 9 horas. O trabalho e as preocupações costumam prejudicar o descanso noturno.
Idosos -  Com o avanço dos anos, os idosos dormem menos e acordam mais cedo. O sono fica mais fragmentado, daí o costume de tirar uma soneca á tarde.
Agora, misture doses generosas de estresse, preocupação e ansiedade típicas das cidades grandes; acrescente altas taxas de obesidade e uma crise financeira; adicione ainda porções de sons de aparelhos eletrônicos. Pronto, eis a receita de um problemão que assombra o Brasil e o mundo:  as pessoas não conseguem dormir bem, acordam cansadas pois não conseguiram relaxar na noite anterior. A ciência já comprovou que a qualidade do descanso noturno vai de mal a pior. Em 2007, o médico Sérgio Tufik, diretor do Instituto do Sono, em São Paulo, levou mais de mil voluntários para seu laboratório, onde realizou uma batelada de exames. Com os laudos nas mãos, ele descobriu que um terço das pessoas tinha apneia do sono, distúrbios marcados por roncos e pela interrupção do fluxo respiratório na madrugada, e 32% sofriam de insônia.
Mas calma que a coisa vai piorar. Em 2017, o especialista reavaliou o mesmo grupo de voluntários e se deparou com uma queda geral dos índices de saúde. “Para termos uma ideia, 62% não apresentavam apneia há dez anos. Hoje esse número se reduziu para 31%. Aqueles que possuíam o problema em estágio moderado
passaram de 7 para 19%. Tudo  isso  em  apenas  uma  década.  As apneias do sono são:
Definição – Trata-se da obstrução total ou parcial do fluxo de ar na garganta enquanto se dorme o que não deixa o sono ser reparador. É a dificuldade de pegar no sono e há aqueles que despertam  antes da hora.
Sintomas – Quem dorme ao lado é acordado frequentemente pelos roncos. A pessoa sente cansaço e sonolência de dia. Cansaço extremo, falta de foco, irritabilidade, lentidão e dor de cabeça no corpo por vários dias.
Causas -  O principal fator  é a obesidade. O excesso de peso faz a língua ficar maior e mais pesada – daí ela cai em direção à faringe e fecha a passagem do oxigênio. A condição pode estar relacionada a maus hábitos no período noturno ou transtornos de ansiedade.
Riscos -  Vários estudos comprovam a relação da apneia com a maior propensão a problemas cardiovasculares e neurológicos. A pouca concentração causa acidentes no trabalho ou nas vias públicas. A insônia pode levar a doenças respiratórias e cardíacas.
Diagnóstico -  Feito pela polis sonografia. É preciso ficar a noite no laboratório com equipamentos que medem diversos parâmetros. O médico, por meio de um questionário simples flagra essa encrenca na consulta. Em alguns casos é preciso recorrer a polis sonografia.
Tratamento -  O CPAP, um aparelho que joga uma corrente de ar pela boca é o principal. Mas há casos que pedem de aparelhos bucais a cirurgias. A terapia cognitivo-comportamental ajuda a pessoa  a organizar seus hábitos. Remédios podem ser indicados.
A seguir, vão alguns conselhos se você quiser dormir melhor.
  Não leve as preocupações para a cama. Anote todos os afazeres do dia seguinte num caderninho – e durma bem!
  Tenha um travesseiro que se encaixe bem entre a cabeça e o ombro para lhe dar conforto durante a noite.
  Só vá para a cama quando sentir que está com sono. A pior coisa é ficar revirando na cama de um lado para o outro por horas.
  Se você acorda mais tarde, instale uma cortina que tampe a claridade exterior para não ser despertado.
  Gosta de ler à noite? Faça essa atividade numa boa poltrona. Assim você já vai se preparando aos poucos para dormir.
  Outra tática que dá resultado é tomar um banho de água morna a fim de se relaxar, minutos antes de ir para a cama.
  Se você não tem problema com o açúcar, tome um pouco de água açucarada antes de ir dormir e acorde no dia seguinte.
  Se quiser ver algum programa de TV, fuja de coisas tensas ou assustadoras, dando preferência por coisas leves e divertidas.
  Exagerar no tempo de dormir também é prejudicial. Segundo pesquisas, quem ultrapassa sempre 10 horas deitado, tem uma mortalidade 38% maior devido a doenças do coração, explica a biomédica Lenise Jihe Kim.
10º  No Brasil, as escolas começam as aulas cedo demais. “Às 7 horas da manhã os alunos não estão aptos a aprender novas informações”, atesta o neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná.
11°  Carro e sonolência não combinam. Mais de 50% dos desastres automobilísticos são devidos ao cansaço de uma noite mal dormida, diz a biomédica Mônica  Anderson, da Universidade de São Paulo.
12  Se você já pôs em prática algumas dessas dicas e mesmo assim não consegue dormir bem, procure fazer uma avaliação com um médico, para resolver seu problema de não dormir bem.

Fonte:
Revista “Saúde é Vital” – 10/2017
+ Alguns acréssimos

Jc.
São Luís, 26/10/2017

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