Diante dos acontecimentos
chocantes do dia a dia e face aos determinados comportamentos equivocados que
recebem aplausos gerais, vem-nos a tentação de criticar. Algumas palavras bem
colocadas, e serão suficientes para desmascarar mandatários inescrupulosos e
indivíduos subservientes de conduta vil. Quase todas as pessoas do círculo onde
eles se movimentam conhecem-lhes as falhas. Não obstante, sorriem com falsa
anuência em relação à sua forma de viver, porém, por trás, os detestando.
Tu, que procuras ser honesto
contigo mesmo e com o teu próximo, ficas magoado, desejoso de te referires às
deficiências que caracterizam essas pessoas e esses fatos. Esse procedimento em
nada ajudará aos criticados, que se irritarão, carregando-se de ódio contra ti
e passando a perseguir-te, piorando a própria situação. A crítica ácida,
inspirada pela revolta ou pelo ressentimento, não contribui para a mudança
delas ou das ocorrências examinadas. Ninguém gosta de sofrer críticas, mesmo
quando merecidas. O exemplo de vida digna e a palavra de ajuda e de
esclarecimento produz melhor efeito do que a acusação irada, a censura severa.
A tua melhor maneira de
criticar o erro será agir com acerto, diferenciando-te pela forma de atuar, em
relação àquele que se comporta irregularmente. A força da retidão se expressa
pela conduta, muita mais do que através das palavras. Evita a crítica, forma
sutil de vingança e, não raro, de despeito sórdido. A tua existência deve
tornar-se uma lição viva de correção e dignidade, sem que estejas apontando os
erros e debilidades alheias.
Quando vemos a violência nas
ruas brasileiras, propagada pela mídia, nas manifestações que andam ocorrendo
há algum tempo, manifestações essas que deveriam ser completamente pacificas, pensamos
no nosso povo. O povo brasileiro sempre foi tido na conta de pacífico e gentil,
a ponto de mesmo os estrangeiros, acostumados a serem bem recebidos no nosso
país, se perguntarem o que está acontecendo com o Brasil.
Ser pacato e bondoso não
significa estar acomodado, nada realizando para melhorar as situações que gerem
desconforto, intranquilidade ou problemas, mas sempre agir com bondade e
cultuar a paz, escolhendo ações não violentas, mas pacíficas, para demonstrar
sua insatisfação. As mudanças se farão maiores quanto
maior for á quantidade de
homens de bem representando o povo.
Na questão 733 de “O Livro
dos Espíritos”, Allan Kardec pergunta se entre os homens na Terra, existirá
sempre a necessidade da destruição, ao que os Espíritos respondem: “essa
necessidade se enfraquece no ser humano à medida que o Espírito sobrepuja a
matéria”. Assim é que dizem eles, como podemos observar o horror à destruição
cresce com o desenvolvimento intelectual e moral. Na questão 735 do mesmo
livro, pergunta Kardec, o que se deve pensar da destruição, quando ultrapassa
os limites que as necessidades e a segurança traçam, ao que eles responderam
que “nesse caso há predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual”.
Assim, toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação às
leis de Deus. Os animais só se destroem para satisfação de suas necessidades,
enquanto o ser humano, dotado do livre-arbítrio, destrói sem necessidade e,
portanto, terá que prestar contas do abuso da liberdade, pois o fato significa
que ele cedeu aos maus instintos.
Quando vemos essas questões
e a necessidade de amor, notamos que há um desvio de conduta no homem, ao
escolher a violência. Nela o ser humano revela o grau de primitivismo em que
ainda estagia. O Brasil é considerado o “Coração de Mundo e a Pátria do
Evangelho” pelos espíritas, e realmente é assim que nos sentimos. Precisamos,
pois, a despeito do que vemos na atualidade, manter a esperança num país
melhor, num futuro melhor, porque assim está determinado. Enquanto houver
baderna e violência, inclusive nas manifestações de rua a que nos referimos, nos
restará este pensamento: Pobre povo da
nação brasileira, ainda tão primitivo nas
atitudes! Procuremos mudar isso com nossa atitude de paz e fraternidade,
pois o destino da nação brasileira entre os povos é de bondade e tolerância, de
boa acolhida e gentileza. Rogamos aos espíritas e aos nossos irmãos seguidores
de Jesus, que sejamos cristãos sejam quais forem ás circunstâncias. Deus
acompanha todas as situações e as pessoas e dará a cada um, no tempo certo, a
necessária correção ou o merecimento que cada um faça jus.
Fonte:
Revista
“O Imortal” 03/2014
Joanna
de Ângelis e Editorial
Jc.
São
Luís, 6/4/2014
Refeito
em 19/9/2017
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