Mais de um terço da população brasileira faz parte do Cadastro Único dos beneficiários sociais, pagos pelo governo, entre eles, Bolsa Família, Luz para Todos, Bolsa Gás, Bolsa Pescador, Minha Casa e outros programas assistenciais. As regiões que mais dependem dos programas federais estão localizadas no Norte e Nordeste com população inscrita acima de 60%, os demais estados com percentuais que variam de 21 a 40% inscritos, com exceção dos estados de São Paulo e Santa Catarina, na faixa de até 20%.
Para termos uma ideia do
valor gasto somente com Bolsa Família, que atende a 50 milhões de beneficiários
e cujo orçamento é de 24 bilhões (em 2013); e o Minha casa que atende a 7
milhões de assistidos, cujo orçamento chega a 73.2 bilhões, totalizando quase
100 bilhões. No campo social, criado durante o governo de Fernando Henrique
Cardoso e ampliado nos doze anos de governo do PT, o assistencialismo afundou
na criação da dependência paralisante – aquele ponto em que para muitos, vale mais a pena viver do repasse do
Governo do que do trabalho. A história é a do populismo baseado na expansão
de gastos públicos e da prioridade das políticas públicas, com efeitos
eleitoreiros. Essa é a situação, porém vai acabar mal, pois o modelo é
insustentável.
Não é viável o país em que o setor produtivo
sustenta o passado, o presente e o futuro de uma máquina pública incontrolável
que aumenta de tamanho todos os anos, que concede aos seus integrantes aumentos
de salário e benefícios a seu bel-prazer, sem a menor consideração por quem
realmente paga a conta: os brasileiros da iniciativa privada que trabalham e
pagam os impostos.
Um dos maiores estudiosos do
mundo no assunto, o economista italiano Vito Tanzi mostrou que o Brasil já
passou do nível em que o aumento de gastos públicos produz proporcional aumento
do bem-estar social. Segundo o economista, gastos públicos ao redor de 35% do
PIB são suficientes para alcançar os objetivos realisticamente esperados de um
governo em uma economia de mercado. O Brasil já está no patamar de 40% do PIB,
com tendência ainda a aumentar. Disse Tanzi à revista “Veja”: “O Brasil gasta
demais. Quando os governos sabem usar os seus recursos de maneira eficiente,
conseguem sanar problemas sociais sem afetar o potencial de crescimento. Quando
o governo não é eficiente, como parece ser o atual governo brasileiro, mais
gastos significarão apenas desequilíbrios fiscais e baixo crescimento”.
O Brasil, porém, está gastando
não a fortuna acumulada pelas gerações passadas, mas consumindo agora e
mandando a conta para as próximas gerações. Como boa parte da arrecadação vai
para funcionários públicos e para esses programas assistencialistas
eleitoreiros, o que se tem é uma injustiça flagrante: empregados da iniciativa
privada contribuem para sua própria aposentadoria, para a aposentadoria dos que
são privilegiados e ainda para manter através do assistencialismo, milhares de
pessoas sem trabalhar, pelos programas sociais para garantir através dos votos,
a permanência no poder, dos integrantes do PT e do PMDB.
O jornalista J.R. Guzzo, no
seu artigo “A Casa não pode cair” pergunta qual é o projeto do PT e hoje do
PMDB? Que diabo seria isso? Ora o projeto deles é não ter projeto algum. Em vez
de trabalhar para construir um Brasil mais justo, confortável e promissor para
os brasileiros, todo o esforço do partido se concentra em não largar o osso, o
governo. O Brasil está em estado de miséria, e o presente já é um caso perdido.
A pergunta, agora, é a seguinte: as coisas vão mudar para melhor depois da
eleição presidencial de outubro ou vão ficar piores ainda?
Vão ficar piores, com
certeza, se o Brasil não sair da armadilha que o governo, do PT, do
ex-presidente Lula, da Dilma e atualmente o Temer montaram: eles têm de ganhar todas, pois não
podem mais admitir a alternância de poder. O problema atual do Brasil é que o
govereno não apenas quer continuar: precisa continuar, pois, se sair, o mundo
de privilégios que construiu para si próprio e os seus nos últimos anos vai
direto para o espaço. Vão-se embora as rosemarys, os youssefs, as Pasadenas, as
fortunas criadas nos porões da Petrobrás, os mensalões, os 39 Ministérios e os 20.000
altos empregos existentes no governo para beneficiar os correligionários e
milhares de outros como eles, que corroem os orçamentos e as finanças do
Brasil.
Fonte:
Revista“Veja”– 23/4/2014
Revista“Veja”– 23/4/2014
Giuliano
Guandalini e Bianca Alvarenga
J.R.Guzzo
Jc.
São
Luís, 22/5/2014
Refeito
em 8/11/2017
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