O que está acontecendo com o nosso planeta? Por que em curto espaço de tempo, está ocorrendo terremotos, erupções vulcânicas, deslizamento de terras e enchentes, trazendo muito dor, sofrimentos e morte? Será o fim do mundo, ou o sinal dos tempos, dizem os alarmistas. Nós, espíritas o que dizemos?
Dentre
as muitas obras doutrinárias que abordam esse tema, vale ressaltar o livro
“Emmanuel”, psicografado por Chico Xavier e publicado em 1938 pela Federação
Espírita Brasileira, que, em vários capítulos aborda a questão do atual estágio
em que se encontra nosso orbe.
“...
a Terra é apenas um minúsculo ponto obscuro no concerto sideral... região de
provação de amargura e exílio, constituindo um planeta varrido, muitas vezes, pelos
cataclismos do infortúnio e da destruição...” (pag. 86)
De
fato, o telescópio Hubble, desvendando as fronteiras do Universo, veio
demonstrar a existência de 200 bilhões de galáxias, contendo cada uma delas
vários bilhões de estrelas. Hoje já se tem notícia da existência de quase 500
planetas além do sistema solar. Colocado em escala, o próprio Sol, comparado a
outras estrelas, não passa de um grãozinho de areia no conjunto do Universo.
Além
de ser infinitamente pequena, estima-se que a Terra tenha surgido 9,1 bilhões
de anos depois da criação do Universo. E
se quisermos falar em humanidade, sabemos que o ser humano, na forma como
existe atualmente, pensante, vivendo em sociedade, deve ter aproximadamente 30
mil anos. Comparando-se com a idade do Universo e das infinitas galáxias e
possíveis planetas, chega-se à conclusão de que a vida na Terra é muito
recente.
Emmanuel
afirma que “a Terra está povoada, em quase todas as latitudes, de seres que se
desenvolveram com ela própria e que se afinam perfeitamente às suas condições”.
E mais: que esses seres bem como os seus acompanhantes desencarnados, são
espíritos atrasados em sua evolução, em cujas mentes ainda não se fixaram as
noções de moralidade e dever, e sob a influência desses espíritos do além, que
se comprazem em atrasar a marcha do progresso da humanidade terrena, grandes
massas de pessoas se sintonizam, retardando também a própria caminhada.
Temos
que admitir que estamos carregando conosco as marcas do estágio evolutivo
terreno e nosso próprio. Sem termos as corretas noções do dever, andamos
tropeçando nos nossos próprios passos, cometendo erros e equívocos e temos que
retornar para consertá-los em novas encarnações expiatórias.
Mas
a Terra, além de lugar de expiação, é também o palco de novas provas muitas
delas estão relacionadas com as condições do planeta que sofre ainda as
injunções da sua própria evolução. As ocorrências catastróficas que nela
ocorrem são contingências do seu próprio estágio. O mesmo se pode dizer para a
maioria dos seres que aqui habita. Viver nesse tipo de mundo é estar á mercê
dos incontroláveis fenômenos da natureza que aqui ocorrem, é sofrer-lhes os
danos e esse sofrimento pode ser, simplesmente, prova necessário ao nosso
adiantamento. Ainda que não passemos diretamente por tais provas, o fato de
constatá-las no próximo é um convite a que reflitamos sobre a sua dor.
Sabermos
que podemos ser passíveis de também sermos atingidos por tais fenômenos nos faz
menos arrogantes e nos torna mais fraternos. Não é, pois, sem razão que
Emmanuel afirma que “a experiência é necessária como chave bendita que descerra
as portas da compreensão”. Cada uma das dificuldades que vivemos, nos ajuda a
alargar nossa capacidade de compreender o próximo. Quanto mais ricas e
diversificadas forem ás circunstâncias das nossas diferentes reencarnações,
maiores são as nossas possibilidades de nos tornarmos pessoas melhores. A
questão é saber aproveitá-las. Não podemos esquecer que trazemos dentro de nós
os germes da perfeição e o nosso destino é, de acordo com esse mentor,
“conhecer as alegrias perfeitas da harmonia da vida”. Isso, porém, não nos será
dado sem a contrapartida do nosso esforço. Temos que fazer a nossa parte,
ampliando nosso grau de consciência e sintonizando nossas antenas para ouvir as
palavras dos muitos espíritos evoluídos que, desde os tempos antigos, têm vindo
a Terra ou nos enviado suas mensagens de orientação e estímulo. E Emmanuel é um
deles.
Diz
ele: “Nossa palavra é para que a Terra vibre conosco nos ideais sublimes da
fraternidade e da redenção espiritual. Se falamos de mundos felizes é para que
o planeta terreno seja igualmente venturoso; se dizemos do amor que enche a
vida inteira da Criação Divina, é para que o ser humano aprenda também a amar a
existência e os seus semelhantes, se discorremos acerca das condições
aperfeiçoadas da existência em planos superiores do Universo, é para que os
habitantes da Terra ponha em prática essas mesmas condições”.
Diante,
pois, das calamidades que atingem contingentes de pessoas, e tendo a certeza de
que Deus está no comando e compreendendo que tudo faz parte da nossa evolução,
aproveitemos as oportunidades para fazer brilhar a nossa luz sob a forma de
fraternidade e amor...
Bibliografia:
Lucia Moysés
Boletim do Serviço Espírita
de Informações
+ acréscimos e modificações
Jc.
São Luís, 13/05/2009
Refeito em 7/6/2016
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