ASSUNTOS
DIVERSOS
JESUS E A HISTÓRIA
A História nada diz a
respeito de Jesus. Nenhuma referência, nenhuma frase, nenhuma palavra sobre o
maior vulto, e a mais superior entidade que passou pela Terra. Mas, afinal, que
importa esse desdém da História, se é precisamente através dessa falha que se
vê a figura majestosa do querido Mestre ostentar-se em pleno fulgor, igual ao
Tabor, Que outra individualidade logrou
impor-se como Jesus Cristo? Quem, como Ele, conseguiu assinalar sua
travessia por este orbe, com passagens indeléveis e imorredouras? Onde aquele
cuja memória se haja perpetuado como a sua, acentuando-se cada vez mais nos
corações, à medida que o tempo passa?
Os séculos que se sucedem
sobre as gerações que passam, longe de empanarem o brilho do seu nome, faz-no,
antes, refulgir cada vez com mais esplendor. Só Ele é o astro cujo brilho se
vem intensificando sempre, ao invés de esmaecer como sucede àqueles que a
História insculpiu no firmamento de suas páginas. Jesus, por isso, prescinde,
sem prejuízo, de tudo que a seu respeito pudesse, porventura, dizer a História.
Ele encerra em si mesmo a verdadeira história da Humanidade. Jesus é a história
viva do homem.
A História são relatos do
passado da Humanidade. Jesus é a história do passado do presente e do futuro. A
História diz o que fomos; Jesus diz o que seremos. A História reflete as
máculas de nossa natureza inferior; Jesus assinala as belezas de nossa natureza
superior. A História falseia em muitos pontos, arrastada pela influência de paixões rasteiras; Jesus é
sempre a expressão da verdade para os
que têm olhos de ver. A História é letra; Jesus é vida. A História é o
repositório das contradições, dos atos de egoísmo, das lutas fraticidas; Jesus
é o conjunto das harmonias, é o altruísmo, é o fiel reflexo do Supremo Amor.
De tal sorte, porque havia
Jesus de figurar na História, se Ele mesmo é a verdadeira História? História
viva, completa, sem lacunas, sem erros; história que não se limita ao registro
de um pretérito mesquinho, mas se desdobra em páginas brilhantes, que nos acena
com um porvir de felicidade. Quando o ser humano compreender o Filho de Deus, e
puder tirar de seus olhos o véu que lhe oculta o futuro, saberá que Jesus que
está excluído da História dos homens, é em verdade, a História da Humanidade...
A História nada diz também
sobre o trabalho de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec) que publicou
o “Livro dos Espíritos” em 18 de abril de 1857, tendo codificado a “Doutrina
dos Espíritos”, enquanto que Charles Darwin lançou o livro “A Origem das
Espécies”, muito depois, em 22 de novembro de 1858 e foi condecorado e
homenageado na História...
O BOM SENSO
“Tu, porém, guarda o bom
senso em todas as coisas”. Paulo.
O pedreiro, no desempenho do
seu labor, lança mão, a cada passo do nível e do prumo; o navegante tem os olhos
na bússola que lhe dirige para o rumo. Manejando o leme, os condutores imprimem
a direção a várias embarcações e veículos; tanta na terra, como nos mares e nos
ares. Graças ao movimento do pêndulo, os relógios marcam as horas, com exatidão
nas mínimas frações do tempo.
Da mesma maneira, existe
algo no ser humano que orienta seus passos, que determina a natureza de sua
conduta, que regula suas palavras, que fiscaliza seus pensamentos: é o bom senso.
Sem esse predicado, tão
modesto que qualquer pessoa pode possuir, o ser humano é o pedreiro sem prumo e
sem nível, é o barco sem rumo, é o navegante sem bússola e o relógio sem pêndulo.
O bom senso é que valoriza as qualidades do Espírito. Onde não há bom senso, os
mais preciosos predicados se desmerecem, os mais brilhantes dons se desluzem.
Sem eles, que valor tem as terras, por mais férteis e produtivas que sejam? Do
mesmo modo, que valor tem a inteligência, o saber e a erudição, sem ao menos
uma dose de bom senso? Que falta ao rico avarento que imobiliza sua fortuna, e
ao rico perdulário que dissipa seus bens em orgias? Um e outro carecem de bom
senso.
O critério em tudo se faz
necessário. Com ele as coisas boas são mesmo boas; sem ele as coisas boas e
belas se desvirtuam e se deslustram. O trabalho, que é uma virtude, sem o bom
senso torna-se infrutífero. Quantas pessoas há que trabalham desde o nascer do
Sol até que ele se põe, sem que, de tanta faina, lhe advenha o desejado
conforto material, o almejado sossego espiritual? Qual a causa do insucesso? A
carência do bom senso no trabalho.
Por que umas pessoas que
ganham pouco vivem bem, e outras que ganham muito vivem mal? É porque aquelas
têm e estas não têm o bom senso necessário para equilibrar o ganho com a
despesa. A própria fé, despida do bom senso, ao invés de elevar o crente à luz,
precipita-o nas regiões confusas e infelizes do fanatismo.
O que denominamos
inteligência, razão, consciência, vontade, etc., não são manifestações do
Espírito. A religião do Espírito promove a nossa autoeducação, aclara a razão,
afirma a vontade, desenvolve a inteligência, aperfeiçoa a consciência e cria o
bom senso.
A Doutrina dos Espíritos com
bom senso restaura o Cristianismo. Flammarion, apelidando Kardec de “bom senso
encarnado”, falou como profeta.
PATRIOTISMO
Estudar, assimilar e
praticar o Evangelho de Jesus faz patriota, porque, consolidando o caráter,
torna as pessoas independentes e honestas;
e tais não são os que, de fato, promovem
o bem e a grandeza da Pátria? – O hipócrita, o bajulador e o parasita são os
três grandes inimigos da Pátria. Só o Evangelho alterando a condição moral das
pessoas, pode destruir essa nefasta tríade, ruína e opróbrio das nações.
O trabalho fecundo do povo
enriquece e eleva a Pátria. As classes parasitárias, que consomem e esbanjam,
sem produzir coisa alguma, originam o desequilíbrio e dele, vem á fome, a
peste, á guerra que assolam as nações. A
falsa política, aliada como sempre à falsa fé, constitui o maior e mais
perigoso elemento de corrupção social. O país onde semelhante fator de
dissolução impera, será sempre pobre, viverá sempre humilhado e cheio de
dívidas; jamais se elevará nas asas do progresso, ainda que dotado de todos os
favores da Natureza.
É preciso sanear a política
e a religião afastando os hipócritas, os parasitas e os religiosos que
mercantilizam de todas as espécies. Só assim, a Pátria será livre e respeitada,
porque do caráter do povo depende sua emancipação e dignidade, visto que, o
caráter não se consolida numa atmosfera de vilanias e de mentiras, como a
gerada pela falsa política que gera a impunidade e a corrupção que se verifica
atualmente, aliada com a falsa fé dos religiosos.
Os homens guiam-se pelas
ideias, movem-se pelos sentimentos, agem de acordo com princípios dignos,
desenvolvendo o civismo levantando o
moral do povo. Só assim é que o patriotismo se manifesta numa sociedade...
REZAR E ORAR
Rezar é repetir palavras
segundo fórmulas determinadas. É produzir eco que a brisa dissipa como sucede
ao som do sino que no espaço se espraia e morre. Orar é sentir. O sentimento é
intraduzível. Não há palavra que o
defina com absoluta precisão. O vocabulário mais rico do mundo é pobre para
traduzir a grandeza de um sentimento. Os impostores, os supersticiosos, os
hipócritas quando rezam, dirigem-se à sociedade em cujo meio vivem. Os crentes
oram a Deus; orar é irradiar para Deus. Os fariseus rezavam em público para
serem vistos, admirados e louvados. Jesus amava a oração e dizia aos seus
discípulos: Orai e vigiai constantemente para não cairdes em tentação. Não
deveis tão pouco, usar repetições ociosas, como fazem os gentios, que entendem
que pelo muito falar serão ouvidos. “Vosso
Pai sabe o que vos é necessário,
antes mesmo que o peçais”. Aprendamos, portanto, com Jesus a amar a oração e repudiar
a reza.
A LUZ EXTERIOR E A INTERIOR
Em tempos remotos, usava-se
para iluminação o azeite recolhido em recipientes desengonçados aos quais se
dava o nome de lamparina ou candeeiro. A luz que deles se irradiava era
fumegante, baça e fétida, impregnando a atmosfera de fumo e de odor
nauseabundo. Mais tarde, passou-se a empregar para aquele fim o petróleo na
forma de querosene. Os lampiões, que vieram a substituir os candeeiros,
possuíam melhoramentos apreciáveis, como a graduação da chama, para mais ou
menos claridade.
Descobriu-se depois no
correr dos tempos, o processo de extrair do carvão de pedra, o carbureto de
hidrogênio, empregado na iluminação tanto pública como particular. O gás então
substituiu o petróleo das cidades e das residências. Mais ainda não era tudo. A
ciência continuou marchando na conquista do melhor. Aparece, finalmente, a
eletricidade destronando o gás, apresentando vantagens indiscutíveis: é clara,
é límpida, é inodora, é inócua. A eletricidade hoje é o Sol das nossas noites.
Ora, se em matéria de luz
artificial se verificou um progresso contínuo, sucedendo-se os sistemas numa
ascensão para melhor, não há de suceder o mesmo no que diz respeito à luz
espiritual? Iluminar o interior das pessoas não será, acaso, um problema mais
sério e mais importante que iluminar o exterior? Eliminar as trevas do cérebro
e do coração não será trabalho mais valioso que afastar as trevas que nos
envolve por fora?
A alvorada da mente iluminada, esclarecida e liberta da
escuridão não é mais necessária e algo mais belo e empolgante do que a alvorada
anunciadora de um novo dia q ue desponta?
O sol interior que, ilumina, aquece e vivifica as almas, não será mais
majestoso, que o sol que ilumina, aquece e vivifica o corpo? Como então
descurar da conquista do melhor, no gênero de luz espiritual, se tudo foi feito
para alcançar o melhor no gênero de luz material?
Se, deixamos o azeite, o
petróleo e o gás pela eletricidade, porque então não fazer o mesmo com relação
aos velhos e carcomidos dogmas que herdamos dos nossos antepassados? Se nos
despegamos dos candeeiros sem que saudades nos deixassem, por que não nos
desprendemos também das superstições, dos falsos credos e da falsa fé? Se o
problema da iluminação exterior mereceu da parte do ser humano tanto esforço de
inteligência e de raciocínio como então desprezar o problema da iluminação
interior?
Se, tratamos de nos precaver
contras as sombras da noite, antes que elas nos envolvam, ou como nos deixarmos
ficar às escuras, mergulhados nas trevas densas da noite moral? E que a noite
imoral cobre a Terra, como negro manto, quem o contesta? Que a Humanidade
tateia na tenebrosa escuridão da ignorância, do vício e do crime, quem ousará
negá-lo?
Por que fazer tudo pela luz
que perece, e nada, ou quase nada, pela
luz que permanece? Volvamos, portanto, nossas atenções para a luz
espiritual. Busquemo-la com o interesse
de quem tem fome e sede de luz, de verdade e de justiça, e seremos saciados.
Desvencilhemo-nos dos dogmas
arcaicos, dos preconceitos, das
crendices, das atitudes dúbias e hipócritas, das várias mentiras convencionais,
e procuremos obter uma luz cada vez mais intensa, cada vez mais bela, cada vez mais brilhante, para iluminar os
recônditos do nosso “eu”, como recomendou Jesus, ao nos dizer: “Brilhe a vossa luz”...
OLHOS BONS E OLHOS MAUS
“Os olhos são a luz de teu
corpo; se não forem simples e bons, todo o teu corpo estará em trevas. Vê,
pois, bem se a luz que em ti há, são trevas”,
disse Jesus.
Os olhos são a luz do corpo.
É por meio deles que o ser humano se orienta e se guia, não só nos seus passos
como no juízo que faz das coisas. Se os olhos são bons, seus passos são
acertados e seus juízos retos; se os olhos forem maus, seus passos são dúbios e
seus juízos falhos, visto como tudo depende dessa circunstância capital. Ora, é
precisamente isso o que se observa. Os atos dos seres humanos, a maneira de
verem e julgarem as coisas estão sempre em relação direta com a sua moral.
Assim como o corpo dispõe
dos órgãos da visão para o plano físico,
da mesma forma a alma possui
também órgãos visuais para o plano espiritual.
E tais órgãos sofrem naturalmente a influência do progresso e da
evolução que o Espírito vai realizando através dos tempos. É por isso que o
mesmo fato pode ser julgado sob diferentes prismas. As facetas de um mesmo
acontecimento assumem proporções diversas consoantes á natureza dos olhos
espirituais que as observam.
Olhos há que só veem o lado
mau das pessoas e das coisas. São pessimistas e não podem deixar de o ser,
porque é uma questão de defeito moral. Por mais que se esforcem, a perspectiva
que abrangem é tão pequena que não lhes permite divisar além. Daí conduzirem-se
por veredas escusas; daí a origem dos juízos temerários; das blasfémias; da
covardia moral; da intolerância e do desânimo que degradam e aviltam os
caracteres.
Outros olhos existem que observam
sempre a parte sã, o prisma bom de tudo que observam – pessoas e coisas. Esses
são otimistas, O poder visual de que se acham dotados desgasta o mal, visando o
bem que fatalmente há de existir, ainda que em início. Todas as pessoas têm uma
qualidade boa qualquer. Mesmo aqueles assinalados com o terrível estigma de
bandidos e celerados, tem algo de bom e de puro. No meio dessas trevas, existe
infalivelmente um ponto luminoso, uma réstea de luz. E como não ser assim, se
Deus palpita em todas as obras da criação?
Leon Tolstoi legou-nos a
seguinte fábula que se enquadra perfeitamente nas considerações que acabamos e
falar em torno desse assunto: - Jazia um cão morto, estendido sobre uma
rua, já em estado de decomposição. Sobre
aquele corpo, esvoaçava e zumbia um enxame de moscas. Todos os que por ali
passavam, levavam o lenço às narinas, deixando escapar, indignados, exclamações
como estas: Que imundice! Que podridão! Que fedor! Jesus, transitando por
aquele local, volve seu doce olhar para as ruínas do animal que se decompunha,
e diz: - “Pobre cão; que belos dentes ele tinha”. E foi assim que o Mestre
soube descobrir no meio da podridão alguma coisa cuja pureza e beleza tinham
escapado às vistas dos demais.
“É que os olhos dos justos
são puros, e, por isso, só veem o bom e o belo e o bem, enquanto que o dos
ímpios embaciados pelo mal, só distinguem o horrendo e o mal”. Portanto,
consideremos estas palavras do Mestre: “Vê, pois, bem, se a luz que em ti há,
são trevas”.
OS PUROS DE CORAÇÃO
Todas as tradições
religiosas e espirituais ensinam que após á morte física a jornada evolutiva do
Espírito continua em outra dimensão. Um ponto em que todas as religiões
concordam é que a morte física não
representa o fim de tudo. A existência terrena no espaço e no tempo é apenas
uma parte de nossa vida. Gerações e gerações nos antecederam nessa jornada;
igualmente, gerações sem fim nos sucederão...
Saberemos aproveitar a nossa
passagem por este mundo tão belo, escrevendo histórias nobres no livro da nossa
existência? O que significa cuidar adequadamente da nossa interioridade?
Saberemos cultivar os lírios da Compaixão? As orquídeas da Generosidade? As Rosas
do amor ao próximo? Lograremos ouvir e valorizar o suave canto da nossa alma?
Qual a minha missão, a minha razão de estar neste mundo?...
Muitos participaram do meu
primeiro nascimento... Mas o segundo nascimento é o despertar espiritual, o
despertar para as verdades do Espírito que constitui o nosso verdadeiro
nascimento. A cada novo dia, devemos refletir: Para onde está conduzindo a
estrada do meu viver? Onde encontrar a minha “Bem-aventurança”. Como posso na
senda do Espírito, evoluir? Como posso aqui, o Paraiso sentir? É preciso amar
as pessoas como se não houvesse o amanhã, ensinou-nos o poeta.
Ao final da jornada terrena,
tudo se resumirá ao Amor que não soneguei e à Compaixão que manifestei. Se
pudéssemos ver a realidade das coisas com os olhos da alma, faríamos de nossa
existência uma peregrinação diária rumo ao melhor de nós mesmos. O nosso
coração mais puro, a nossa alma mais generosa. A existência é breve e não pode
ser desperdiçada.
Ao mundo chegamos frágil,
como ave imatura tão distante de saber voar. A voz do Espírito nos convida a
vivermos de tal modo que venhamos a fortalecer as nossas asas espirituais, e,
desenvolvê-las significa enriquecermos em valores espirituais. Alegria,
bondade, compaixão, gratidão, generosidade, perdão e amor. “Bem-aventurados os
que buscam com mãos puras”; assim como: “Bem-aventurados os puros de coração”.
O ABRAÇO DO
“TIO VIANA”
Dentre as inúmeras
recordações da minha infância, retiro com cuidado, das minhas lembranças, o
abraço do “Tio Viana”.
Interessante refletir no que
é dito, sem dizer, dentro de um abraço... No silêncio de um abraço, há melodia,
o pulsar da alegria... O que cabe no lapso do tempo, dentro de um abraço?
Certamente, há mais que o símbolo do laço que aproxima, recolhe e abriga quem
nele se acolhe... Quando há no peito tanto querer, tanto gostar, tanto amar,
daqueles quem sem cerimônia, sem preconceito, arrumam sempre jeito, para o
afeto demonstrar. O abraço aquece a alma, e, dentro dele, nos acalmamos e nos
enriquecemos de paz...
Eu, reconhecidamente pequenino, com tantos
perigos no mundo, admirado, desejava no fundo, ser tão grande como o “Tio
Viana”. Ele nos avistava e não apenas nos enxergava. Pois todos nós, para não
nos sentirmos sós, desejamos ser reconhecidos, observados com cuidado e
atenção, para que nosso coração seja sentido por outros corações... Ele então
abria largo sorriso e nos chamava pelo nome, ligeirinho: - Venha cá, Mauricinho! – Disparávamos em sua
direção para receber com o seu abraço, também o seu carinho...
Ele, alto, se abaixava até
alcançar a altura do nosso olhar, indo até o nosso nível, sem titubear... E
quem com ele estivesse teria, pelo menos um pouco, que esperar até que aqueles
segundos de alegria pudessem terminar.
O abraço é o instante da
celebração da afetividade, que na legitima prática da fraternidade, deve
permear as nossas relações. O abraço que acolhe, reforça o sentido de
fraternidade, à família, ao grupo, à Casa Espírita... Não apenas por um
momento, mas aceitando com empatia, respeitando a individualidade, envolvendo
em harmonia, toda a diversidade, construindo pontes de afetividade para a promoção dos ajustes fraternos, na
sedimentação dos valores morais e eternos da existência partilhada entre
aqueles que se buscam...
Então nossos braços se
entrelaçam e nos traziam ao encontro do peito. E com sadia travessura, nos
erguia todo satisfeito, até estarmos no nível de sua altura. A acolhida sincera
sempre se esmera para ninguém constranger. Com delicadeza e cordialidade,
ergue-nos para do mais alto apreciarmos novos horizontes de paz.
Recolocando-nos de volta ao
chão, renovada sensação nos envolvia. Estimulado, eu prosseguia, sorrindo e
gratificado por saber-me querido e amado e até hoje, sinto-me imensamente
envolvido por inúmeros abraços, aos quais igualmente, repasso com júbilo
indefinível...
Consciente do dever que
assumimos como cristãos espíritas, de amarmo-nos uns aos outros como irmãos,
cientes de que não são poucos os que padecem em grandes aflições, não sai de
nossa mente a lembrança daqueles abraços e suas luminosas lições...
Haverá, certamente, quem
desdenhe com acidez, menosprezando com
insensatez, de tão singelo gesto, o abraço, por mais humilde e belo que seja.
Talvez essa pessoa não esteja em condições de apreciar a riqueza e o bem-estar
de abraçar... Quem pouco ama ou pouco é amado, não consegue pelo sentimento
limitado, perceber, que de um coração que tanto amor emana, pode realizar um
abraço igual ao abraço do “Tio Viana”...
Jornal: Brasília Espírita- Maurício Curi + pequenas modificações.
OS
QUATRO ACORDOS
O escritor mexicano Miguel
Ruiz, escreveu um livro com o título “Os Quatro Acordos” que serviu de assunto
para uma palestra de Raul Teixeira. Nesse livro, o escritor ensina quatro
propostas da filosofia Tolteca para que a pessoa seja feliz na existência.
Nessa palestra Raul Teixeira
explica cada um dos acordos, fazendo analogias com os ensinamentos de Jesus e
da Doutrina Espírita. Ele explica que viver na Terra é difícil porque, durante
a existência, tomamos decisões que podem nos afastar do caminho do bem. Para
nos auxiliar, a Providência Divina envia mensageiros do bem que nos indicam os
rumos mais seguros. Eles têm orientado a humanidade durante milênios.
Nas tradições dos povos
antigos que habitaram o México, Miguel Ruiz buscou os ensinamentos para
elaborar o livro “Os Quatros Acordos”. De forma geral, acordos são aprendizados
adquiridos, muitas vezes sem percebermos, sem avaliarmos e que passam a reger a
nossa existência. Esses acordos podem nos tornar felizes ou infelizes. No livro
o autor selecionou os quatros acordos que podem nos ajudar a termos uma
existência mais feliz.
O primeiro acordo para que a
pessoa seja feliz é “falar de forma impecável, para que o nosso falar construa
o bem, a paz e a felicidade”. As nossas palavras estão revestidas de energia.
Quando falamos agressivamente e humilhamos uma pessoa, estamos, junto com as
palavras, enviando energias que poderão influenciar negativamente aquela
pessoa. Quando nos dirigimos a nós mesmos com palavras pessimistas, estamos
atraindo energias envenenadas. Por isso, esse primeiro acordo nos remete ao
cuidado que devemos ter com as nossas palavras, para que elas carreguem sempre
energias benéficas.
O segundo acordo é “não
tomar nada pessoalmente”. Temos o hábito de levar tudo para o lado pessoal,
reagindo mal às ocorrências da existência. Se formos ofendidos, não devemos
levar a ofensa para o lado pessoal. Devemos verificar se a crítica tem algum
fundamento e aproveitá-la para nossa modificação. Não devemos nos ofender e
absorver o desequilíbrio espiritual do ofensor, que nos faz entrar em uma
vibração ruim e nos deixa infelizes. Devemos desenvolver maneiras para lidar
com as críticas e com os elogios, de forma a não ficarmos arrasados ou
vaidosos.
O terceiro acordo é “não
fazer suposições”. Costumamos fazer suposições sem averiguar, sem ajuizar e sem
procurar confirmação. Normalmente não
temos vontade nem coragem de verificá-las. Temos a pretensão de que, em todas
as circunstâncias, o nosso juízo esteja sempre correto. Com essa postura,
criamos uma série de problemas que dificultam o nosso relacionamento com outras
pessoas. Não devemos “achar”, mas ao contrário, devemos sempre confirmar.
O quarto acordo é “faça o
melhor no tempo disponível”. Devemos, assim, nos esforçar para que o nosso
trabalho tenha qualidade; devemos nos dedicar às nossas tarefas de forma a
utilizar o tempo destinado a elas para fazermos o nosso melhor. Mas não devemos
nos alongar nas tarefas. Elas têm o tempo certo para a execução e devemos fazer
o nosso melhor nesse tempo. O que não for possível, deixemos para outra
ocasião.
Jornal:
Brasília Espírita-
Rosana Itajahy
O
VÔO DA ÁGUIA
NA DECISÃO DE UMA ÁGUIA, UM ENSINAMENTO
PARA NÓS. A ÁGUIA
É A AVE
QUE CHEGA A
VIVER ATÉ 70
ANOS. MAS, PARA
ISSO
ACONTECER, POR
VOLTA DOS 40
ANOS, ELA PRECISA TOMAR
UMA
SÉRIA E DIFÍCIL
DECISÃO. NESSA IDADE, SUAS UNHAS ESTÃO
COMPRIDAS E MUITO FLEXÍVEIS; NÃO
CONSEGUE MAIS AGARRAR
AS PRESAS DAS QUAIS
SE ALIMENTA; SEU
BICO, ALONGADO E
AINDA PONTIAGUDO CURVA-SE;
AS ASAS, ENVELHECIDAS
E JÁ
PESADAS,
EM FUNÇÃO DA ESPESSURA DAS
PENAS, APONTAM
CONTRA
O SEU PEITO;
VOAR JÁ É
DIFÍCIL...
NESSE MOMENTO
CRUCIAL DE SUA EXISTÊNCIA A ÁGUIA TEM
DUAS ALTERNATIVAS:
NÃO FAZER NADA E ESPERAR
A MORTE,
OU ENFRENTAR
O DOLORIDO PROCESSO
DE REFORMA QUE SE
ESTENDERÁ POR CERCA
DE 150 DIAS.
A NOSSA ÁGUIA
DECIDIU
ENFRENTAR ESSE DESAFIO.
ELA VOA
PARA O ALTO DE UMA
MONTANHA E RECOLHE-SE
A UM NINHO EXISTENTE
PRÓXIMO
NO PAREDÃO,
ONDE NÃO PRECISARÁ VOAR. ALÍ, ELA
COMEÇA A
BATER COM
O BICO NA
ROCHA ATÉ CONSEGUIR ARRANCÁ-LO.
EM SEGUIDA, A ÁGUIA
ESPERA NASCER UM
NOVO BICO, COM O
QUAL VAI
ARRANCAR AS VELHAS UNHAS.
QUANDO AS NOVAS
UNHAS COMEÇAREM
A NASCER, ELA PASSA A ARRANCAR
AS
VELHAS PENAS. SÓ
APÓS
CINCO MESES, COM PENAS NOVAS,
ELA PODE
SAIR PARA O
VÔO DE RENOVAÇÃO, E ASSIM, VIVERÁ
POR MAIS 30
ANOS...
O CÍRCULO
DO ÓDIO
1 O diretor de
uma empresa gritou com seu gerente porque estava irritadíssimo;
2 o gerente,
chegando em casa, gritou com sua esposa, acusando-a de gastar demais;
3 a esposa,
nervosa, gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão;
4 a empregada
chutou o cachorrinho no qual tropeçara, enquanto limpava os cacos de vidro;
5 o cachorrinho
saiu correndo de casa e mordeu uma senhora que passava pela rua;
6 a senhora
foi à farmácia para fazer um curativo e tomar uma vacina. Ela gritou com o
farmacêutico porque a vacina doeu ao ser aplicada;
7 o
farmacêutico, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não estava
do seu agrado;
8 sua esposa
afagou seus cabelos e o beijou, dizendo: - Querido! Prometo que amanhã farei
seu prato favorito. Você trabalha muito. Está cansado e precisa de uma boa
noite de repouso Vou trocar os lençóis da nossa cama por outros limpos e
cheirosos para que durma tranquilo. Amanhã você vai se sentir melhor. Ela então se retirou e deixou-o sozinho com
seus pensamentos...
9 Nesse
momento rompeu-se o Círculo do Ódio. Esbarrou, ele, na tolerância, na doçura, no
perdão e no amor. Se você está no Círculo do ódio, lembre-se que ele pode ser
quebrado.
Não
mude sua natureza. Permaneça tranquilo. Se alguém te faz algum mal, apenas
esqueça e siga em frente fazendo o bem. Algumas pessoas buscam a felicidade e
não a encontram, enquanto outras a possuem.
Preocupe-se
mais com sua consciência do que com a sua reputação. Porque sua consciência é o
que você é, e sua reputação, é o que os outros pensam de você. E o que os
outros pensam, É PROBLEMA DELES...
( Autor desconhecido)
S. Luís, 7/9/2012
VENENO LIVRE
Os
Espíritos se manifestam sobre o álcool, sobre os arrastamentos do álcool,
dizendo: “É muito difícil enfileirar palavras e lhe definir a influência e as
suas consequências. Basta lembrar que a cobra, nossa velha conhecida,
cujo bote só alcança uma pessoa, é combatida a porrete, pedra e fogo, vigiada
pela gritaria dos meninos, pela cautela das donas de casa e pela defesa civil;
mas o álcool, que destrói milhares de criaturas, é um veneno livre, onde quer que esteja, e, em
muitos casos, quando se fantasia de champanhe ou de uísque, chega a ser
convidado de honra, consagrado em eventos sociais.
Escorrega
na goela de ministros com a mesma sem-cerimônia com que desliza na garganta de
malandros de rua. Endoidece artistas notáveis, desfibra o caráter de abnegados
pais de família, favorece as doenças e engrossa as estatísticas dos manicômios;
no entanto, diga isso num banquete de luxo e tudo vai indicar que você, a
conselho dos amigos mais generosos, será conduzido ao psiquiatra, se não for
parar no hospício.
Ninguém
precisa escrever sobre o álcool, tenha ele o nome de suco de cana, vodca, rum
ou conhaque, de vez que as crônicas vivas, estão nos próprios consumidores,
largados à bebedeira, nos crimes que a imprensa faz sensacionalismo, nos
ataques de violência e nos lares destruídos. E se comentaristas forem chamados
à mesa redonda da opinião pública, é indispensável sejam trazidos à fala as
vítimas de espancamento no recinto doméstico, os homens e mulheres de vida
respeitável que viram de repente a loucura aparecer de chofre no ânimo de
familiares queridos, as crianças apavoradas de terror ante o desvario de pais,
tutores e responsáveis, pelos efeitos do álcool.
Não
acredite que nós, pobres inteligências desencarnadas, possamos falar com mais
vigor os efeitos da calamidade terrível que escorre, de copinho a copinho. À vista disso, quantos se entregam ao vício
da embriaguez, apresentando os trejeitos e os berros sádicos do bode ou a
agressividade do leão, quando não caem na estupidez do porco ou na momice dos
macacos.
Integrados
no conhecimento da reencarnação, estamos cientes de que o álcool, intoxicando
temporariamente o corpo espiritual, arroja a mente humana em primitivos estados
vibratórios, detendo-a, de maneira anormal, na condição de bicho inferior,
ignorante e viciado.
O SEGREDO DA JUVENTUDE
Um Anjo da Justiça, na
balança do tempo, recebia na Espiritualidade, uma pequena multidão de
Espíritos, recém-desencarnados na Terra. Eram pessoas diversas que aguardavam
um juízo rápido como introdução a uma mais ampla análise.
Muitos demonstrando sinais
de angústia congregavam-se ali, guardando as características das enfermidades
que lhes haviam marcado o corpo. Alguns choravam à feição de crianças medrosas,
outros se erguiam com imensa dificuldade, arrastando-se, trêmulos... Conduzidos
a exame, sob a custódia de benfeitores abnegados, acusavam essa ou aquela
diferença para melhor, recebendo cada um, uma ficha explicativa para o início
das novas tarefas que os aguardavam no plano Espiritual.
Um fora um psicopata que
recobrou a lucidez; depois, outro fora um paraplégico recobrando o
equilíbrio... Entretanto, os traços das enfermidades perseveravam quase
intactos, exigindo, longo tempo para serem devidamente desintegrados. Por
último, aproximou-se do Anjo, uma pobre velhinha, humilde e triste. Os cabelos
de prata e as rugas que lhe desfiguravam o rosto denunciavam uns oitenta anos
de luta física na Terra.
Trazida, contudo, à grande
balança, divina surpresa!... De anotação
em anotação, fazia-se a velhinha mais jovem, até que, abençoada pelo sorriso do
Anjo, a anciã converteu-se em bela jovem, nos seus vinte anos primaveris. Toda
a assembleia vibrou de felicidade, ante o quadro inesquecível. Intrigado, o
irmão se achegou ao Anjo e perguntou pela razão da metamorfose. O mentor então
pediu a ficha da criatura, para esclarecer minha ignorância, e, na folha branca
e leve, pude ler admirado:
Nome
- Leocádia
Silva
Profissão
- Educadora
Experiência
terrestre - 701.280 horas
Aplicação das horas:
Serviço de assistência para
a justa garantia no campo da evolução:
1- Mocidade laboriosa 175.200 hrs.
2- Magistério digno 65.700 “
3-
Alimentação e higiene
43.800 “
4- Atividades religiosas 41.900 “
5- Repouso necessário 109.500 “
Serviço extra, completamente
gratuito, em favor do próximo:
1-
Devotamento aos necessitados
85.100 “
2- Movimentação fraterna de auxílio 32.840
“
3- Noites
de vigília aos enfermos 33.000
“
4- Conversação
sadia no amparo moral 54.750
“
5- Variadas
tarefas de caridade 59.490
“
701.280 Hrs.
Compreendeu? – disse-me o Anjo, sorridente. E, ante o meu
assombro, concluiu: - Quem dá o seu próprio tempo a benefício dos outros, não
conta tempo na própria idade, no sentido de envelhecer.
Leocádia cedeu
muitas das suas horas disponíveis no socorro aos irmãos necessitados do mundo.
Esses dias não lhe pesam, assim, sobre os ombros do Espírito...
Meu interlocutor afastou-se para felicitar a heroína, e,
contemplando enlevado o semblante radioso do Mensageiro Sublime que presidia à
grande reunião, compreendi o motivo pela qual os Anjos do Amor Divino revelam
em si a suprema beleza da juventude eterna...
Fonte:
“Contos
Desta e de Outra Vida”
Autor: Irmão X (Espírito)
+
Pequenas Modificações
Jc.
São
Luís, 20/8/2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário