domingo, 10 de abril de 2016

ASSUNTOS DIVERSOS





ASSUNTOS  DIVERSOS  
JESUS E A HISTÓRIA
A História nada diz a respeito de Jesus. Nenhuma referência, nenhuma frase, nenhuma palavra sobre o maior vulto, e a mais superior entidade que passou pela Terra. Mas, afinal, que importa esse desdém da História, se é precisamente através dessa falha que se vê a figura majestosa do querido Mestre ostentar-se em pleno fulgor, igual ao Tabor, Que outra individualidade logrou  impor-se como Jesus Cristo? Quem, como Ele, conseguiu assinalar sua travessia por este orbe, com passagens indeléveis e imorredouras? Onde aquele cuja memória se haja perpetuado como a sua, acentuando-se cada vez mais nos corações, à medida que o tempo passa? 
Os séculos que se sucedem sobre as gerações que passam, longe de empanarem o brilho do seu nome, faz-no, antes, refulgir cada vez com mais esplendor. Só Ele é o astro cujo brilho se vem intensificando sempre, ao invés de esmaecer como sucede àqueles que a História insculpiu no firmamento de suas páginas. Jesus, por isso, prescinde, sem prejuízo, de tudo que a seu respeito pudesse, porventura, dizer a História. Ele encerra em si mesmo a verdadeira história da Humanidade. Jesus é a história viva do homem.
A História são relatos do passado da Humanidade. Jesus é a história do passado do presente e do futuro. A História diz o que fomos; Jesus diz o que seremos. A História reflete as máculas de nossa natureza inferior; Jesus assinala as belezas de nossa natureza superior. A História falseia em muitos pontos, arrastada  pela influência de paixões rasteiras; Jesus é sempre a expressão da   verdade para os que têm olhos de ver. A História é letra; Jesus é vida. A História é o repositório das contradições, dos atos de egoísmo, das lutas fraticidas; Jesus é o conjunto das harmonias, é o altruísmo, é o fiel reflexo do Supremo Amor.
De tal sorte, porque havia Jesus de figurar na História, se Ele mesmo é a verdadeira História? História viva, completa, sem lacunas, sem erros; história que não se limita ao registro de um pretérito mesquinho, mas se desdobra em páginas brilhantes, que nos acena com um porvir de felicidade. Quando o ser humano compreender o Filho de Deus, e puder tirar de seus olhos o véu que lhe oculta o futuro, saberá que Jesus que está excluído da História dos homens, é em verdade, a História da Humanidade... 
A História nada diz também sobre o trabalho de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec) que publicou o “Livro dos Espíritos” em 18 de abril de 1857, tendo codificado a “Doutrina dos Espíritos”, enquanto que Charles Darwin lançou o livro “A Origem das Espécies”, muito depois, em 22 de novembro de 1858 e foi condecorado e homenageado na História... 

O BOM SENSO
“Tu, porém, guarda o bom senso em todas as coisas”.    Paulo.
O pedreiro, no desempenho do seu labor, lança mão, a cada passo do nível e do prumo; o navegante tem os olhos na bússola que lhe dirige para o rumo. Manejando o leme, os condutores imprimem a direção a várias embarcações e veículos; tanta na terra, como nos mares e nos ares. Graças ao movimento do pêndulo, os relógios marcam as horas, com exatidão nas mínimas frações do tempo.
Da mesma maneira, existe algo no ser humano que orienta seus passos, que determina a natureza de sua conduta, que regula suas palavras, que fiscaliza seus pensamentos:  é o bom senso.
Sem esse predicado, tão modesto que qualquer pessoa pode possuir, o ser humano é o pedreiro sem prumo e sem nível, é o barco sem rumo, é o navegante sem bússola e o relógio sem pêndulo. O bom senso é que valoriza as qualidades do Espírito. Onde não há bom senso, os mais preciosos predicados se desmerecem, os mais brilhantes dons se desluzem. Sem eles, que valor tem as terras, por mais férteis e produtivas que sejam? Do mesmo modo, que valor tem a inteligência, o saber e a erudição, sem ao menos uma dose de bom senso? Que falta ao rico avarento que imobiliza sua fortuna, e ao rico perdulário que dissipa seus bens em orgias? Um e outro carecem de bom senso.
O critério em tudo se faz necessário. Com ele as coisas boas são mesmo boas; sem ele as coisas boas e belas se desvirtuam e se deslustram. O trabalho, que é uma virtude, sem o bom senso torna-se infrutífero. Quantas pessoas há que trabalham desde o nascer do Sol até que ele se põe, sem que, de tanta faina, lhe advenha o desejado conforto material, o almejado sossego espiritual? Qual a causa do insucesso? A carência do bom senso no trabalho.
Por que umas pessoas que ganham pouco vivem bem, e outras que ganham muito vivem mal? É porque aquelas têm e estas não têm o bom senso necessário para equilibrar o ganho com a despesa. A própria fé, despida do bom senso, ao invés de elevar o crente à luz, precipita-o nas regiões confusas e infelizes do fanatismo.
O que denominamos inteligência, razão, consciência, vontade, etc., não são manifestações do Espírito. A religião do Espírito promove a nossa autoeducação, aclara a razão, afirma a vontade, desenvolve a inteligência, aperfeiçoa a consciência e cria o bom senso.
A Doutrina dos Espíritos com bom senso restaura o Cristianismo. Flammarion, apelidando Kardec de “bom senso encarnado”, falou como profeta.

PATRIOTISMO
Estudar, assimilar e praticar o Evangelho de Jesus faz patriota, porque, consolidando o caráter, torna as pessoas independentes e  honestas; e tais não são  os que, de fato, promovem o bem e a grandeza da Pátria? – O hipócrita, o bajulador e o parasita são os três grandes inimigos da Pátria. Só o Evangelho alterando a condição moral das pessoas, pode destruir essa nefasta tríade, ruína e opróbrio das nações.
O trabalho fecundo do povo enriquece e eleva a Pátria. As classes parasitárias, que consomem e esbanjam, sem produzir coisa alguma, originam o desequilíbrio e dele, vem á fome, a peste, á  guerra que assolam as nações. A falsa política, aliada como sempre à falsa fé, constitui o maior e mais perigoso elemento de corrupção social. O país onde semelhante fator de dissolução impera, será sempre pobre, viverá sempre humilhado e cheio de dívidas; jamais se elevará nas asas do progresso, ainda que dotado de todos os favores da Natureza.
É preciso sanear a política e a religião afastando os hipócritas, os parasitas e os religiosos que mercantilizam de todas as espécies. Só assim, a Pátria será livre e respeitada, porque do caráter do povo depende sua emancipação e dignidade, visto que, o caráter não se consolida numa atmosfera de vilanias e de mentiras, como a gerada pela falsa política que gera a impunidade e a corrupção que se verifica atualmente, aliada com a falsa fé dos religiosos.
Os homens guiam-se pelas ideias, movem-se pelos sentimentos, agem de acordo com princípios dignos, desenvolvendo o civismo  levantando o moral do povo. Só assim é que o patriotismo se manifesta numa sociedade...

REZAR  E ORAR
Rezar é repetir palavras segundo fórmulas determinadas. É produzir eco que a brisa dissipa como sucede ao som do sino que no espaço se espraia e morre. Orar é sentir. O sentimento é intraduzível. Não há palavra  que o defina com absoluta precisão. O vocabulário mais rico do mundo é pobre para traduzir a grandeza de um sentimento. Os impostores, os supersticiosos, os hipócritas quando rezam, dirigem-se à sociedade em cujo meio vivem. Os crentes oram a Deus; orar é irradiar para Deus. Os fariseus rezavam em público para serem vistos, admirados e louvados. Jesus amava a oração e dizia aos seus discípulos: Orai e vigiai constantemente para não cairdes em tentação. Não deveis tão pouco, usar repetições ociosas, como fazem os gentios, que entendem que pelo muito  falar serão ouvidos. “Vosso          Pai sabe o que vos é necessário, antes mesmo que o peçais”. Aprendamos, portanto, com Jesus a amar a oração e repudiar a reza.

 A LUZ EXTERIOR E A INTERIOR
Em tempos remotos, usava-se para iluminação o azeite recolhido em recipientes desengonçados aos quais se dava o nome de lamparina ou candeeiro. A luz que deles se irradiava era fumegante, baça e fétida, impregnando a atmosfera de fumo e de odor nauseabundo. Mais tarde, passou-se a empregar para aquele fim o petróleo na forma de querosene. Os lampiões, que vieram a substituir os candeeiros, possuíam melhoramentos apreciáveis, como a graduação da chama, para mais ou menos claridade.
Descobriu-se depois no correr dos tempos, o processo de extrair do carvão de pedra, o carbureto de hidrogênio, empregado na iluminação tanto pública como particular. O gás então substituiu o petróleo das cidades e das residências. Mais ainda não era tudo. A ciência continuou marchando na conquista do melhor. Aparece, finalmente, a eletricidade destronando o gás, apresentando vantagens indiscutíveis: é clara, é límpida, é inodora, é inócua. A eletricidade hoje é o Sol das nossas noites.
Ora, se em matéria de luz artificial se verificou um progresso contínuo, sucedendo-se os sistemas numa ascensão para melhor, não há de suceder o mesmo no que diz respeito à luz espiritual? Iluminar o interior das pessoas não será, acaso, um problema mais sério e mais importante que iluminar o exterior? Eliminar as trevas do cérebro e do coração não será trabalho mais valioso que afastar as trevas que nos envolve por fora?
A alvorada  da mente iluminada, esclarecida e liberta da escuridão não é mais necessária e algo mais belo e empolgante do que a alvorada anunciadora de um novo dia q ue desponta? O sol interior que, ilumina, aquece e vivifica as almas, não será mais majestoso, que o sol que ilumina, aquece e vivifica o corpo? Como então descurar da conquista do melhor, no gênero de luz espiritual, se tudo foi feito para alcançar o melhor no gênero de luz material?
Se, deixamos o azeite, o petróleo e o gás pela eletricidade, porque então não fazer o mesmo com relação aos velhos e carcomidos dogmas que herdamos dos nossos antepassados? Se nos despegamos dos candeeiros sem que saudades nos deixassem, por que não nos desprendemos também das superstições, dos falsos credos e da falsa fé? Se o problema da iluminação exterior mereceu da parte do ser humano tanto esforço de inteligência e de raciocínio como então desprezar o problema da iluminação interior?
Se, tratamos de nos precaver contras as sombras da noite, antes que elas nos envolvam, ou como nos deixarmos ficar às escuras, mergulhados nas trevas densas da noite moral? E que a noite imoral cobre a Terra, como negro manto, quem o contesta? Que a Humanidade tateia na tenebrosa escuridão da ignorância, do vício e do crime, quem ousará negá-lo?
Por que fazer tudo pela luz que perece, e nada, ou quase nada,  pela luz que permanece? Volvamos, portanto, nossas atenções para a luz espiritual.  Busquemo-la com o interesse de quem tem fome e sede de luz, de verdade e de justiça, e seremos saciados.
Desvencilhemo-nos dos dogmas arcaicos, dos preconceitos,  das crendices, das atitudes dúbias e hipócritas, das várias mentiras convencionais, e procuremos obter uma luz cada vez mais intensa, cada vez mais bela,  cada vez mais brilhante, para iluminar os recônditos do nosso “eu”, como recomendou Jesus,  ao nos dizer: “Brilhe a vossa luz”...

OLHOS BONS E OLHOS MAUS
“Os olhos são a luz de teu corpo; se não forem simples e bons, todo o teu corpo estará em trevas. Vê, pois, bem se a luz que em ti há, são trevas”,  disse Jesus.
Os olhos são a luz do corpo. É por meio deles que o ser humano se orienta e se guia, não só nos seus passos como no juízo que faz das coisas. Se os olhos são bons, seus passos são acertados e seus juízos retos; se os olhos forem maus, seus passos são dúbios e seus juízos falhos, visto como tudo depende dessa circunstância capital. Ora, é precisamente isso o que se observa. Os atos dos seres humanos, a maneira de verem e julgarem as coisas estão sempre em relação direta com a sua moral.
Assim como o corpo dispõe dos órgãos da visão para o plano físico,  da mesma  forma a alma possui também órgãos visuais para o plano espiritual.  E tais órgãos sofrem naturalmente a influência do progresso e da evolução que o Espírito vai realizando através dos tempos. É por isso que o mesmo fato pode ser julgado sob diferentes prismas. As facetas de um mesmo acontecimento assumem proporções diversas consoantes á natureza dos olhos espirituais que as observam.           
Olhos há que só veem o lado mau das pessoas e das coisas. São pessimistas e não podem deixar de o ser, porque é uma questão de defeito moral. Por mais que se esforcem, a perspectiva que abrangem é tão pequena que não lhes permite divisar além. Daí conduzirem-se por veredas escusas; daí a origem dos juízos temerários; das blasfémias; da covardia moral; da intolerância e do desânimo que degradam e aviltam os caracteres.
Outros olhos existem que observam sempre a parte sã, o prisma bom de tudo que observam – pessoas e coisas. Esses são otimistas, O poder visual de que se acham dotados desgasta o mal, visando o bem que fatalmente há de existir, ainda que em início. Todas as pessoas têm uma qualidade boa qualquer. Mesmo aqueles assinalados com o terrível estigma de bandidos e celerados, tem algo de bom e de puro. No meio dessas trevas, existe infalivelmente um ponto luminoso, uma réstea de luz. E como não ser assim, se Deus palpita em todas as obras da criação?
Leon Tolstoi legou-nos a seguinte fábula que se enquadra perfeitamente nas considerações que acabamos e falar em torno desse assunto: - Jazia um cão morto, estendido sobre uma rua,  já em estado de decomposição. Sobre aquele corpo, esvoaçava e zumbia um enxame de moscas. Todos os que por ali passavam, levavam o lenço às narinas, deixando escapar, indignados, exclamações como estas: Que imundice! Que podridão! Que fedor! Jesus, transitando por aquele local, volve seu doce olhar para as ruínas do animal que se decompunha, e diz: - “Pobre cão; que belos dentes ele tinha”. E foi assim que o Mestre soube descobrir no meio da podridão alguma coisa cuja pureza e beleza tinham escapado às vistas dos demais.
“É que os olhos dos justos são puros, e, por isso, só veem o bom e o belo e o bem, enquanto que o dos ímpios embaciados pelo mal, só distinguem o horrendo e o mal”. Portanto, consideremos estas palavras do Mestre: “Vê, pois, bem, se a luz que em ti há, são trevas”.

OS PUROS DE CORAÇÃO
Todas as tradições religiosas e espirituais ensinam que após á morte física a jornada evolutiva do Espírito continua em outra dimensão. Um ponto em que todas as religiões concordam  é que a morte física não representa o fim de tudo. A existência terrena no espaço e no tempo é apenas uma parte de nossa vida. Gerações e gerações nos antecederam nessa jornada; igualmente, gerações sem fim nos sucederão...
Saberemos aproveitar a nossa passagem por este mundo tão belo, escrevendo histórias nobres no livro da nossa existência? O que significa cuidar adequadamente da nossa interioridade? Saberemos cultivar os lírios da Compaixão? As orquídeas da Generosidade? As Rosas do amor ao próximo? Lograremos ouvir e valorizar o suave canto da nossa alma? Qual a minha missão, a minha razão de estar neste mundo?...
Muitos participaram do meu primeiro nascimento... Mas o segundo nascimento é o despertar espiritual, o despertar para as verdades do Espírito que constitui o nosso verdadeiro nascimento. A cada novo dia, devemos refletir: Para onde está conduzindo a estrada do meu viver? Onde encontrar a minha “Bem-aventurança”. Como posso na senda do Espírito, evoluir? Como posso aqui, o Paraiso sentir? É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã, ensinou-nos o poeta.
Ao final da jornada terrena, tudo se resumirá ao Amor que não soneguei e à Compaixão que manifestei. Se pudéssemos ver a realidade das coisas com os olhos da alma, faríamos de nossa existência uma peregrinação diária rumo ao melhor de nós mesmos. O nosso coração mais puro, a nossa alma mais generosa. A existência é breve e não pode ser desperdiçada.
Ao mundo chegamos frágil, como ave imatura tão distante de saber voar. A voz do Espírito nos convida a vivermos de tal modo que venhamos a fortalecer as nossas asas espirituais, e, desenvolvê-las significa enriquecermos em valores espirituais. Alegria, bondade, compaixão, gratidão, generosidade, perdão e amor. “Bem-aventurados os que buscam com mãos puras”; assim como: “Bem-aventurados os puros de coração”.

O ABRAÇO  DO  “TIO VIANA”
Dentre as inúmeras recordações da minha infância, retiro com cuidado, das minhas lembranças, o abraço do “Tio Viana”.
Interessante refletir no que é dito, sem dizer, dentro de um abraço... No silêncio de um abraço, há melodia, o pulsar da alegria... O que cabe no lapso do tempo, dentro de um abraço? Certamente, há mais que o símbolo do laço que aproxima, recolhe e abriga quem nele se acolhe... Quando há no peito tanto querer, tanto gostar, tanto amar, daqueles quem sem cerimônia, sem preconceito, arrumam sempre jeito, para o afeto demonstrar. O abraço aquece a alma, e, dentro dele, nos acalmamos e nos enriquecemos de paz...
 Eu, reconhecidamente pequenino, com tantos perigos no mundo, admirado, desejava no fundo, ser tão grande como o “Tio Viana”. Ele nos avistava e não apenas nos enxergava. Pois todos nós, para não nos sentirmos sós, desejamos ser reconhecidos, observados com cuidado e atenção, para que nosso coração seja sentido por outros corações... Ele então abria largo sorriso e nos chamava pelo nome, ligeirinho:  - Venha cá, Mauricinho! – Disparávamos em sua direção para receber com o seu abraço, também o seu carinho...
Ele, alto, se abaixava até alcançar a altura do nosso olhar, indo até o nosso nível, sem titubear... E quem com ele estivesse teria, pelo menos um pouco, que esperar até que aqueles segundos de alegria pudessem terminar.
O abraço é o instante da celebração da afetividade, que na legitima prática da fraternidade, deve permear as nossas relações. O abraço que acolhe, reforça o sentido de fraternidade, à família, ao grupo, à Casa Espírita... Não apenas por um momento, mas aceitando com empatia, respeitando a individualidade, envolvendo em harmonia, toda a diversidade, construindo pontes de afetividade para a  promoção dos ajustes fraternos, na sedimentação dos valores morais e eternos da existência partilhada entre aqueles que se buscam...
Então nossos braços se entrelaçam e nos traziam ao encontro do peito. E com sadia travessura, nos erguia todo satisfeito, até estarmos no nível de sua altura. A acolhida sincera sempre se esmera para ninguém constranger. Com delicadeza e cordialidade, ergue-nos para do mais alto apreciarmos novos horizontes de paz.
Recolocando-nos de volta ao chão, renovada sensação nos envolvia. Estimulado, eu prosseguia, sorrindo e gratificado por saber-me querido e amado e até hoje, sinto-me imensamente envolvido por inúmeros abraços, aos quais igualmente, repasso com júbilo indefinível...
Consciente do dever que assumimos como cristãos espíritas, de amarmo-nos uns aos outros como irmãos, cientes de que não são poucos os que padecem em grandes aflições, não sai de nossa mente a lembrança daqueles abraços e suas luminosas lições...
Haverá, certamente, quem desdenhe com acidez, menosprezando  com insensatez, de tão singelo gesto, o abraço, por mais humilde e belo que seja. Talvez essa pessoa não esteja em condições de apreciar a riqueza e o bem-estar de abraçar... Quem pouco ama ou pouco é amado, não consegue pelo sentimento limitado, perceber, que de um coração que tanto amor emana, pode realizar um abraço igual ao abraço do “Tio Viana”...

Jornal: Brasília Espírita-   Maurício Curi + pequenas modificações.

OS  QUATRO  ACORDOS
O escritor mexicano Miguel Ruiz, escreveu um livro com o título “Os Quatro Acordos” que serviu de assunto para uma palestra de Raul Teixeira. Nesse livro, o escritor ensina quatro propostas da filosofia Tolteca para que a pessoa seja feliz na existência.
Nessa palestra Raul Teixeira explica cada um dos acordos, fazendo analogias com os ensinamentos de Jesus e da Doutrina Espírita. Ele explica que viver na Terra é difícil porque, durante a existência, tomamos decisões que podem nos afastar do caminho do bem. Para nos auxiliar, a Providência Divina envia mensageiros do bem que nos indicam os rumos mais seguros. Eles têm orientado a humanidade durante milênios.
Nas tradições dos povos antigos que habitaram o México, Miguel Ruiz buscou os ensinamentos para elaborar o livro “Os Quatros Acordos”. De forma geral, acordos são aprendizados adquiridos, muitas vezes sem percebermos, sem avaliarmos e que passam a reger a nossa existência. Esses acordos podem nos tornar felizes ou infelizes. No livro o autor selecionou os quatros acordos que podem nos ajudar a termos uma existência mais feliz.
O primeiro acordo para que a pessoa seja feliz é “falar de forma impecável, para que o nosso falar construa o bem, a paz e a felicidade”. As nossas palavras estão revestidas de energia. Quando falamos agressivamente e humilhamos uma pessoa, estamos, junto com as palavras, enviando energias que poderão influenciar negativamente aquela pessoa. Quando nos dirigimos a nós mesmos com palavras pessimistas, estamos atraindo energias envenenadas. Por isso, esse primeiro acordo nos remete ao cuidado que devemos ter com as nossas palavras, para que elas carreguem sempre energias benéficas.
O segundo acordo é “não tomar nada pessoalmente”. Temos o hábito de levar tudo para o lado pessoal, reagindo mal às ocorrências da existência. Se formos ofendidos, não devemos levar a ofensa para o lado pessoal. Devemos verificar se a crítica tem algum fundamento e aproveitá-la para nossa modificação. Não devemos nos ofender e absorver o desequilíbrio espiritual do ofensor, que nos faz entrar em uma vibração ruim e nos deixa infelizes. Devemos desenvolver maneiras para lidar com as críticas e com os elogios, de forma a não ficarmos arrasados ou vaidosos.
O terceiro acordo é “não fazer suposições”. Costumamos fazer suposições sem averiguar, sem ajuizar e sem procurar confirmação.  Normalmente não temos vontade nem coragem de verificá-las. Temos a pretensão de que, em todas as circunstâncias, o nosso juízo esteja sempre correto. Com essa postura, criamos uma série de problemas que dificultam o nosso relacionamento com outras pessoas. Não devemos “achar”, mas ao contrário, devemos sempre confirmar.
O quarto acordo é “faça o melhor no tempo disponível”. Devemos, assim, nos esforçar para que o nosso trabalho tenha qualidade; devemos nos dedicar às nossas tarefas de forma a utilizar o tempo destinado a elas para fazermos o nosso melhor. Mas não devemos nos alongar nas tarefas. Elas têm o tempo certo para a execução e devemos fazer o nosso melhor nesse tempo. O que não for possível, deixemos para outra ocasião.
                                                                    Jornal: Brasília Espírita- 
                                                                          Rosana Itajahy

O   VÔO   DA   ÁGUIA
NA DECISÃO DE UMA ÁGUIA, UM ENSINAMENTO PARA NÓS. A ÁGUIA
É  A  AVE  QUE  CHEGA  A  VIVER  ATÉ  70  ANOS.  MAS,  PARA  ISSO 
ACONTECER,   POR  VOLTA   DOS  40  ANOS,  ELA  PRECISA  TOMAR 
UMA  SÉRIA  E  DIFÍCIL  DECISÃO. NESSA IDADE, SUAS UNHAS ESTÃO
COMPRIDAS E  MUITO FLEXÍVEIS;  NÃO  CONSEGUE  MAIS  AGARRAR
AS  PRESAS   DAS  QUAIS  SE  ALIMENTA;  SEU  BICO,  ALONGADO  E
AINDA  PONTIAGUDO   CURVA-SE;  AS  ASAS,   ENVELHECIDAS  E  JÁ
PESADAS,  EM   FUNÇÃO   DA   ESPESSURA   DAS  PENAS,  APONTAM 
CONTRA  O  SEU  PEITO;  VOAR  JÁ  É  DIFÍCIL...

NESSE   MOMENTO  CRUCIAL   DE  SUA   EXISTÊNCIA   A  ÁGUIA TEM
DUAS  ALTERNATIVAS:  NÃO  FAZER  NADA  E   ESPERAR  A  MORTE, 
OU  ENFRENTAR  O  DOLORIDO   PROCESSO  DE  REFORMA  QUE  SE
ESTENDERÁ  POR CERCA  DE  150  DIAS.  A  NOSSA  ÁGUIA  DECIDIU 
ENFRENTAR   ESSE   DESAFIO.   ELA  VOA  PARA   O  ALTO   DE  UMA
MONTANHA   E  RECOLHE-SE   A   UM  NINHO   EXISTENTE  PRÓXIMO
NO  PAREDÃO,  ONDE  NÃO PRECISARÁ VOAR. ALÍ,  ELA  COMEÇA  A 
BATER  COM  O  BICO  NA  ROCHA  ATÉ   CONSEGUIR   ARRANCÁ-LO.
EM  SEGUIDA,  A ÁGUIA  ESPERA  NASCER  UM  NOVO  BICO, COM  O
 QUAL  VAI  ARRANCAR  AS  VELHAS  UNHAS.   QUANDO  AS  NOVAS
UNHAS  COMEÇAREM  A  NASCER,   ELA  PASSA   A   ARRANCAR  AS
 VELHAS   PENAS.  SÓ  APÓS  CINCO  MESES,  COM   PENAS   NOVAS,
 ELA  PODE  SAIR  PARA  O  VÔO  DE  RENOVAÇÃO, E  ASSIM, VIVERÁ
 POR  MAIS  30  ANOS...

                  O  CÍRCULO  DO  ÓDIO
1       O diretor de uma empresa gritou com seu gerente porque estava irritadíssimo;
2       o gerente, chegando em casa, gritou com sua esposa, acusando-a de gastar demais;
3       a esposa, nervosa, gritou com a empregada, que acabou deixando um prato cair no chão;
4       a empregada chutou o cachorrinho no qual tropeçara, enquanto limpava os cacos de vidro;
5       o cachorrinho saiu correndo de casa e mordeu uma senhora que passava pela rua;
6       a senhora foi à farmácia para fazer um curativo e tomar uma vacina. Ela gritou com o farmacêutico porque a vacina doeu ao ser aplicada; 
7       o farmacêutico, ao chegar em casa, gritou com a esposa porque o jantar não estava do seu agrado;
8       sua esposa afagou seus cabelos e o beijou, dizendo: - Querido! Prometo que amanhã farei seu prato favorito. Você trabalha muito. Está cansado e precisa de uma boa noite de repouso Vou trocar os lençóis da nossa cama por outros limpos e cheirosos para que durma tranquilo. Amanhã você vai se sentir melhor.  Ela então se retirou e deixou-o sozinho com seus pensamentos...

9       Nesse momento rompeu-se o Círculo do Ódio. Esbarrou, ele, na tolerância, na doçura, no perdão e no amor. Se você está no Círculo do ódio, lembre-se que ele pode ser quebrado.
Não mude sua natureza. Permaneça tranquilo. Se alguém te faz algum mal, apenas esqueça e siga em frente fazendo o bem. Algumas pessoas buscam a felicidade e não a encontram, enquanto outras a possuem.
Preocupe-se mais com sua consciência do que com a sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação, é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, É PROBLEMA DELES...
                                                   
                                                                    ( Autor desconhecido)

S. Luís, 7/9/2012

VENENO  LIVRE
Os Espíritos se manifestam sobre o álcool, sobre os arrastamentos do álcool, dizendo: “É muito difícil enfileirar palavras e lhe definir a influência e as suas consequências. Basta lembrar que a cobra, nossa velha conhecida, cujo bote só alcança uma pessoa, é combatida a porrete, pedra e fogo, vigiada pela gritaria dos meninos, pela cautela das donas de casa e pela defesa civil; mas o álcool, que destrói milhares de criaturas, é  um veneno livre, onde quer que esteja, e, em muitos casos, quando se fantasia de champanhe ou de uísque, chega a ser convidado de honra, consagrado em eventos sociais.
Escorrega na goela de ministros com a mesma sem-cerimônia com que desliza na garganta de malandros de rua. Endoidece artistas notáveis, desfibra o caráter de abnegados pais de família, favorece as doenças e engrossa as estatísticas dos manicômios; no entanto, diga isso num banquete de luxo e tudo vai indicar que você, a conselho dos amigos mais generosos, será conduzido ao psiquiatra, se não for parar no hospício.
Ninguém precisa escrever sobre o álcool, tenha ele o nome de suco de cana, vodca, rum ou conhaque, de vez que as crônicas vivas, estão nos próprios consumidores, largados à bebedeira, nos crimes que a imprensa faz sensacionalismo, nos ataques de violência e nos lares destruídos. E se comentaristas forem chamados à mesa redonda da opinião pública, é indispensável sejam trazidos à fala as vítimas de espancamento no recinto doméstico, os homens e mulheres de vida respeitável que viram de repente a loucura aparecer de chofre no ânimo de familiares queridos, as crianças apavoradas de terror ante o desvario de pais, tutores e responsáveis, pelos efeitos do álcool.
Não acredite que nós, pobres inteligências desencarnadas, possamos falar com mais vigor os efeitos da calamidade terrível que escorre, de copinho a copinho.  À vista disso, quantos se entregam ao vício da embriaguez, apresentando os trejeitos e os berros sádicos do bode ou a agressividade do leão, quando não caem na estupidez do porco ou na momice dos macacos.
Integrados no conhecimento da reencarnação, estamos cientes de que o álcool, intoxicando temporariamente o corpo espiritual, arroja a mente humana em primitivos estados vibratórios, detendo-a, de maneira anormal, na condição de bicho inferior, ignorante e viciado.

O SEGREDO DA JUVENTUDE
Um Anjo da Justiça, na balança do tempo, recebia na Espiritualidade, uma pequena multidão de Espíritos, recém-desencarnados na Terra. Eram pessoas diversas que aguardavam um juízo rápido como introdução a uma mais ampla análise.
Muitos demonstrando sinais de angústia congregavam-se ali, guardando as características das enfermidades que lhes haviam marcado o corpo. Alguns choravam à feição de crianças medrosas, outros se erguiam com imensa dificuldade, arrastando-se, trêmulos... Conduzidos a exame, sob a custódia de benfeitores abnegados, acusavam essa ou aquela diferença para melhor, recebendo cada um, uma ficha explicativa para o início das novas tarefas que os aguardavam no plano Espiritual.
Um fora um psicopata que recobrou a lucidez; depois, outro fora um paraplégico recobrando o equilíbrio... Entretanto, os traços das enfermidades perseveravam quase intactos, exigindo, longo tempo para serem devidamente desintegrados. Por último, aproximou-se do Anjo, uma pobre velhinha, humilde e triste. Os cabelos de prata e as rugas que lhe desfiguravam o rosto denunciavam uns oitenta anos de luta física na Terra.
Trazida, contudo, à grande balança, divina surpresa!...  De anotação em anotação, fazia-se a velhinha mais jovem, até que, abençoada pelo sorriso do Anjo, a anciã converteu-se em bela jovem, nos seus vinte anos primaveris. Toda a assembleia vibrou de felicidade, ante o quadro inesquecível. Intrigado, o irmão se achegou ao Anjo e perguntou pela razão da metamorfose. O mentor então pediu a ficha da criatura, para esclarecer minha ignorância, e, na folha branca e leve, pude ler admirado:
Nome -                           Leocádia Silva
Profissão -                     Educadora
Experiência terrestre -  701.280 horas
Aplicação das horas:
Serviço de assistência para a justa garantia no campo da evolução:
                   1-   Mocidade laboriosa                       175.200   hrs.
                   2-   Magistério digno                               65.700     “
                   3-   Alimentação e higiene                     43.800    “
                   4-   Atividades religiosas                        41.900    “
                   5-   Repouso necessário                      109.500    “

Serviço extra, completamente gratuito, em favor do próximo:
1-  Devotamento aos necessitados             85.100   “
2-  Movimentação fraterna de auxílio          32.840   “
3-  Noites de vigília aos enfermos                33.000   “
4-  Conversação sadia no amparo moral    54.750   “
5-  Variadas tarefas de caridade                  59.490   “
                                                                    701.280  Hrs.

Compreendeu? – disse-me o Anjo, sorridente. E, ante o meu assombro, concluiu: - Quem dá o seu próprio tempo a benefício dos outros, não conta tempo na própria idade, no sentido de envelhecer.
Leocádia  cedeu muitas das suas horas disponíveis no socorro aos irmãos necessitados do mundo. Esses dias não lhe pesam, assim, sobre os ombros do Espírito...

Meu interlocutor afastou-se para felicitar a heroína, e, contemplando enlevado o semblante radioso do Mensageiro Sublime que presidia à grande reunião, compreendi o motivo pela qual os Anjos do Amor Divino revelam em si a suprema beleza da juventude eterna...

Fonte:
“Contos Desta e de Outra Vida”
Autor:  Irmão X (Espírito)
+ Pequenas Modificações

Jc.
São Luís, 20/8/2015


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