segunda-feira, 23 de março de 2015

CÁLCULOS RENAIS - PEDRAS NOS RINS





 A dieta que detona pedras.  Mais líquidos frutas cítricas, iogurtes...  e menos  bifes e embutidos. Acredite: O cálculo renal é um tormento que pode ser combatido à mesa. Este é um problema que dá as caras principalmente no verão; época de sol, praia e também pedras nos rins. Quando as temperaturas sobem, as visitas de pessoas com cálculo renal ao pronto-socorro aumentam em média 20%. Isso acontece porque costumamos transpirar bem mais no calor. “Em contrapartida, a hidratação não ocorre de forma adequada”, explica o nefrologista Daniel Ricardi.  Afinal, a urina fica concentrada demais e aqueles elementos que poderiam ir embora pela urina acabam se aglomerando e formando as pedrinhas.
Entendam como elas se formam e por que causam tantas dores.
1- Nossos rins são dois grandes filtros. Além de água para formar a urina, eles eliminam diversos elementos, entre eles cálcio, ácido úrico, oxalato...    2- Às vezes essas moléculas estão em grande quantidade (por causa do abuso do sal ou proteína, por exemplo) e há pouco líquido para dissolvê-los.    3- Aí as partículas se agregam originando os cálculos. Eles provocam dor quando se movimentam dos rins em direção à bexiga e também quando impedem a saída da urina da bexiga. Essas pedras, menores de 5 mm tendem a ir embora pela urina; se tiverem de 5 a 6 milímetros, cai para 50% a chance de isso acontecer; as maiores de 7 mm costumam sair apenas com intervenção médica.
A pedra nos rins ou bexiga tem míseros milímetros; mesmo assim, é capaz de fazer um adulto urrar de desespero. Não é atoa, o que dizem por aí que essa dor é a mais próxima da dor do parto, que um homem pode sentir, com a diferença de que, depois do martírio, não há um bebê lindo para olhar. Mas, se você não quer sofrer com o aparecimento de um cálculo renal, saiba que, em grande parte dos casos, está em suas mãos, ou melhor, em sua dieta, uma maneira de se prevenir do problema.
Para que os rins não sejam terreno propício à formação de pedras, a primeira regra é ingerir bastante líquido. Quanto? Segundo o Colégio Americano de Médicos que acaba de publicar uma diretriz para evitar a reincidência dos cálculos, beba o suficiente para expelir pelo menos, 2 litros de urina por dia.
“Quando há urina em quantidade adequada, é maior a chance dos elementos presentes nos rins serem dissolvidos antes de se agregarem e virarem pedras”,  informa Daniel Rinaldi, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Como não dá para saber quanta urina vai embora a cada visita ao banheiro, um jeito simples de ter noção se está tudo dentro dos conformes é espiar sua cor. “A urina deve ser clarinha; se estiver muito amarelada, significa que está bem concentrada; aí o risco dos cristais se juntarem cresce”, esclarece o nefrologista Oscar Pavão, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. A produção de urina não depende somente de água pura e fresca. Para fechar a conta de líquidos, valem sucos, sopas, frutas, verduras, chás e até café, de acordo com o nefrologista Pietro Ferraro, da Universidade Católica italiana.  
Entretanto, nem tudo o que é líquido merece o pedestal; caso dos refrigerantes, principalmente os do tipo cola. Os cientistas americanos encontraram evidências de que tomar essas bebidas açucaradas com frequência pode ameaçar os rins. ”Provavelmente porque mais cálcio vai parar na urina”. Ao avaliar um levantamento com um total de 217.883 participantes, ele concluiu o seguinte: quem consumia mais café, tinha um risco de 31% menor. “É que a cafeína deixa a urina mais diluída”, disse Ferraro.
Enquanto o café surge como novidade nessa seara,  outro tipo de bebida já caiu nas graças dos experts em rins: é o suco de frutas cítricas, como laranja e limão. “São alimentos que têm citrato, um elemento protetor, e na prática, essa molécula tem afeição pelo cálcio. Ao se juntar a ele, gera um composto solúvel, facilmente liberado pela urina. Assim, o cálcio não fica livre para formar as pedras. Verduras, legumes e frutas também têm suas doses do bendito citrato”, informa a nutricionista Larissa Vendramini, da Universidade Federal de São Paulo.
Outra confusão que deve ser desfeita é a história de que cortar os lácteos da rotina é uma atitude protetora. “Como as pedras são formadas principalmente por cálcio, há essa ideia de que parar de consumir queijos, leite e iogurte, fontes do mineral, seria positivo. Além desse comportamento abrir a porta para a osteoporose, ele só traz prejuízos para os rins”, afirma o nefrologista João Egídio Romão Junior, do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. 
Acompanhe o raciocínio: No intestino, há grande quantidade de um composto chamado oxalato. Quando ele está sozinho, acaba partindo para o sistema urinário, onde gruda no cálcio, formando a temida pedra. “Porém, se o indivíduo capricha na ingestão de cálcio contida nos lácteos, essa junção do oxalato com o cálcio ocorre já no intestino e eles dão origem a um complexo solúvel que sai pelas fezes”, informa Larissa. Ou seja, os dois elementos nem chegam aos rins, onde as pedras ganhariam forma.
Outra orientação essencial é pegar leve no saleiro. “Quando a dieta é rica em sal, a passagem de cálcio para a urina é mais intensa”. Além de diminuir as pitadas, maneire também no consumo de embutidos (linguiça, salsicha, salame), macarrão instantâneo, enlatados... Enfim, itens reconhecidamente cheios de sódio. Acrescento uma recomendação final: Muito cuidado ao tomar Coca-cola em jejum, principalmente como substituto do café matinal ou com o estômago vazio. Esse hábito pode trazer muitas complicações depois de algum tempo, como aconteceu com uma  filha minha. Finalizando, quem diria que as escolhas alimentares tirariam até pedras (dores e outras complicações) do seu caminho?!     

Fonte:
Revista “Saúde é Vital” – janeiro/2015
Thais Manarini
+ Acréscimos e pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 26/01/2015   

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