quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

AS RELIGIÕES NO MUNDO

AS RELIGIÕES NO MUNDO

As terminologias religiosas

Religião – Conjunto de crença, leis e ritos, que dizem respeito a um Ser considerado pelos humanos como Supremo, do qual se julga dependente e com o qual pode até entrar em relação.

Deísmo - Crença num Deus sem atributos morais e intelectuais. Este Deus não intervém na criação e também não se manifesta.

Teísmo - Crença num Deus, distinto dos outros seres, pertencente a uma ordem transcendental. Ele é o criador do universo e o princípio da vida.

O teísmo se divide em:
Monoteísmo: Onde há um só Deus.
Politeísmo: Onde há vários deuses.

Panteísmo – Tudo é Deus: a natureza, o universo e Deus são a mesma coisa.

Ateísmo - Deus não existe, para os materialistas.

Animismo - Atribui alma (espírito) a todos os objetos e fenômenos naturais; e estes espíritos, em certas ocasiões e em determinadas condições podem entrar em contato direto com o ser humano.

Magismo - Afirma a existência de uma força ou poder escondido, superior às forças naturais; certos homens podem produzir efeitos extraordinários. Magia branca: aquela que procura o bem da pessoa. Magia negra: é usada para prejudicar as pessoas.

Manísmo – Culto às almas dos defuntos, para os quais se costuma oferecer sacrifícios.

Fetichismo – Culto de objetos materiais, considerados às vezes como encarnação dos espíritos, ou em ligação com ele, capazes de determinadas virtudes.

Mito – Narrativa de significação simbólica e referente a deuses da natureza e/ou de aspectos da condição humana. Entende-se
também como representação de fatos ou personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela tradição, etc.

Mitologia – História fabulosa dos deuses, semi-deuses e heróis da antiguidade grego-romana, representando também o conjunto dos mitos próprios de um povo, de uma civilização, de uma religião.

Religiões de Integração – São as religiões dos povos primitivos, cuja organização não vai além da forma tribal. A vivência religiosa esgota-se nas exigências imediatas da sobrevivência, como por exemplo, a fecundidade da mulher, a caça e as colheitas, que os alimentam. Esta é a religião dos africanos, cujos primeiros habitantes da África, foram os pigmeus.

Religiões de Servidão – Nestas os deuses aparecem como grandes senhores do céu, da terra e das regiões inferiores, aos quais os homens devem servir e homenagem, em troca de benefícios imediatos. Esta foi a religião do antigo Egito, dos antigos gregos e romanos, da antiga China, do antigo Japão, dos astecas, maias e incas.

Religiões de Libertação – Nestas os homens se encontram numa situação de desgraça, de castigo. A religião serve para libertá-lo. As causas desta situação ruim são apresentadas de diversos modos, conforme as idéias e às atitudes que pode e deve tomar para a sua existência no aquém e sua sobrevivência no além. Esta é a religião do Hinduísmo, do Budismo, do Confucionismo, do Taoísmo, da Igreja Messiânica, etc.

Religiões de Salvação – Os elementos destas religiões são: - a existência de um Deus único, santo e criador. O ser humano se encontra numa situação de pecado, por ser desobediente a preceitos divinos, ou contrário à ordem moral ou natural estabelecida por Deus. Deus santo e justo é também misericordioso e amoroso, perdoando o pecador que se redime. É de salvação porque não é o homem que se justifica perante Deus, mas o próprio Deus que quer a sua reabilitação. Esta é a religião de Israel, do Cristianismo, do Islamismo.

Religiões Afro-brasileiras – Por religiões afro-brasileiras entendemos aquelas formas religiosas que os antigos escravos negros trouxeram da África e que houve no Brasil um trabalho de cristianização, originando a Umbanda, o Candomblé e a Quimbanda ou Macumba. Na Umbanda existem elementos de
origem africana (fetichismo), elementos da bruxaria européia
(livro de S. Cipriano) e elementos das superstições (mau-olhado, encruzilhada; os lugares onde se realizam os cultos chamam-se terreiros, onde se encontra a casa de orixá, das almas e do exu. O altar é cheio de imagens de santos, flores e retratos. O Candomblé com seus orixás com nomes de santos da igreja católica, é uma interpretação das crenças do catolicismo, numa “visão africana”. O chefe do terreiro é babaloô, pai-de-santo, e se for mulher, mãe de santo. O médium quando incorporado chama-se cavalo. Cada orixá tem suas preferências: de objetos ou animais para o sacrifício, de lugar (por exemplo, Yemanjá ; nas águas).

Religiões Espiritualistas – No século passado surgiram movimentos religiosos a respeito do problema do Espírito, do transe e dos fenômenos mediúnicos. Deste, fazem parte:

A Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo – Suas crenças contemplam a existência de um Deus inteligente, criador de tudo o que existe; a existência da alma (espírito encarnado), sua imortalidade, e por meio de reencarnações sucessivas e progressivas, vai alcançando a perfeição. Acreditam ainda da existência de outros mundos habitados, na comunicação com os “mortos”. Nas sessões espíritas é realizado o “transe mediúnico” em que o médium entra em contato com os espíritos; há também os “passes terapêuticos” e a “água fluidificada”, e ainda a assistência espiritual e material aos necessitados. Esta doutrina com os aspectos científico, filosófico e religioso, surgiu na América do Norte, mas foi na França que o professor Hypólite Leon Denizard Rivail, estudou e codificou a doutrina sob o pseudônimo de Allan Kardec. Os princípios dessa doutrina estão nos cinco livros que formam o pentatéutico kardequiano.

O Teosofismo – Movimento religioso radical que não reconhece a natureza pessoal de Deus e não admite a união substancial entre a alma e o corpo. Em conseqüência, nesse movimento não há culto divino, nem preces, nem redenção porque não existe nas pessoas responsabilidade moral...

Resumo das crenças de cada uma religião

Budismo – Essa religião tem inúmeras correntes, mas todas são espiritualistas, ou seja, acreditam em reencarnação. Para o budismo, vida e morte se repetem formando um ciclo eterno. A
alma recebe o nome de essência da vida e vem a cada existência, em busca do aperfeiçoamento.

Judaísmo – A reencarnação não faz parte da literatura clássica judaica. Os judeus crêem que, após a morte, a alma vai para o paraíso, onde ficará eternamente como uma forma de luz. No judaísmo também não existe distinção entre o céu e o inferno. O inferno, na concepção judaica, consiste basicamente nas más lembranças que um judeu pode deixar na Terra.

Cristianismo – Para uma melhor compreensão do Cristianismo temos que nos ater aos acontecimentos e os desdobramentos que originaram as diversas religiões. Para se ter uma idéia das transformações operadas no mundo pelas ações de Jesus, basta analisar amparados por historiadores, o mundo que recebeu o Cristo, comparar às crenças, os hábitos, as culturas e, observar as transformações produzidas por Jesus. Ele provou que a morte não é o fim e que existe a possibilidade dos “mortos” se comunicarem com os chamados “vivos”, ao reaparecer aos seus apóstolos após sua morte física, e afirmou que Deus é de misericórdia e bondade, e que na casa do Pai há muitas moradas. As conquistas romanas intensificaram as relações comerciais, amenizando as barreiras lingüísticas e culturais. Assim, a dominação romana e a intensificação do comércio promoveram o ajuntamento dos povos. Roma domina, mas respeita a religião dos dominados, o que proporcionou aos apóstolos levarem a doutrina de Jesus por toda parte.

Islamismo – Os muçulmanos não acreditam em reencarnação. Para eles, depois da morte a alma se fixa em uma barreira entre a vida e a eternidade, onde ficará aguardando o dia do Juízo Final, quando Alá fará o julgamento. Aqueles que acreditam na unicidade do Criador, nos seus mensageiros e seguirem seus mandamentos ganharão o paraíso. Para quem não fizer nada disso restará o inferno eterno.

Catolicismo – Esta religião não acredita em reencarnação, mas sim na ressurreição da alma. Ou seja, depois da morte, Deus julga o espírito e o manda para o inferno, purgatório ou céu. Do inferno e do céu, ele não sairá jamais. (Esse Deus é mais impiedoso do que os seres humanos).

Protestantismo Há várias correntes, sob denominações diversas, mas todas partem do mesmo princípio: reencarnação não existe. Para elas, a salvação está em ter Cristo no coração. Quem for bom em sua existência terrena ganhará o céu para sempre. Os maus arderão no inferno eternamente. Não há uma segunda chance.

Doutrina dos Espíritos – Espiritismo – Esta doutrina, no seu tríplice aspecto de Ciência, Filosofia e Religião, na qualidade do “Consolador Prometido” por Jesus, afirma existir Deus, um Pai de infinita misericórdia, permitindo a todos os seus filhos, oportunidades de se redimirem de suas faltas, onde nenhum se perderá, conforme palavras de Jesus. Afirma ainda existir a reencarnação, a comunicação com os “mortos” (mundo espiritual e terreno), existência de vida em outros mundos e a lei de causa e efeito, premiando ou punindo todos os atos.

Umbanda – Acredita em reencarnação, tanto que entidades como caboclos, pretos-velhos e crianças incorporam e falam com as pessoas da Terra. Essas entidades seriam espíritos que já tiveram sua passagem neste planeta. No entanto, estão pagando algum tributo, pois essa vinda a Terra é uma maneira de ajudar e trabalhar. Os seguidores da Umbanda afirmam que os espíritos dizem detalhes de épocas que testemunharam sua passagem por aqui.

Candomblé – Acredita em reencarnação, mas não a cultua. A religião segue a palavra dos orixás, que são forças ligadas à natureza. Na época da escravidão, os orixás foram ligados aos santos da igreja católica para que os escravos pudessem cultuar seus deuses. Mas na verdade eles têm imagens simbólicas ligadas aos elementos naturais como a terra, a água, as matas, o fogo e o vento.

Comentário a mensagem cristã – Leo Buscaglia, escritor ítalo-americano em sua obra “Assumindo a sua personalidade” faz uma breve análise das sete maiores religiões do mundo: Budismo, Hinduismo, Judaísmo, Islamismo, Confucionismo, Cristianismo, Taoísmo; e chega à conclusão que há poucas divergências entre seus preceitos filosóficos/religiosos quanto à forma preconizada ao ser humano para viver bem nas relações consigo mesmo, com o próximo e com a Divindade. A conduta moral do homem, segundo essas religiões, deve ser baseada na caridade, no perdão, na benevolência, o que seria a tradução de uma vida nobre e digna a ser vivida.

Quando estudamos os grandes filósofos da humanidade, como Sócrates, Aristóteles, Platão, e outros, também vemos em seus
princípios a defesa de uma vivência ético-moral semelhante às religiões estabelecidas, como uma forma ideal de viver. A frase mais simples e profunda que traduz esta idéia, considerada o código universal de conduta que deve direcionar o homem de bem, é conhecida como a Regra Áurea: “Fazer aos outros, o que gostaria que te fizessem”.

Se há consenso sobre os pontos mais importantes entre todos estes filósofos e as religiões, PORQUE O SER HUMANO AINDA SE DEGLADIA COM O SEU PRÓXIMO, MUITAS VEZES UTILIZANDO O RÓTULO RELIGIOSO COMO BANDEIRA DE LUTA? – Se o seguidor, crente ou fiel, seguisse os preceitos morais mais elementares de sua religião, certamente não haveria motivos de disputas e desentendimentos entre os seres humanos. Mas, na realidade, desde os tempos antigos aos dias atuais, os princípios firmados pelos fundadores das religiões foram grandemente deturpados, adulterados, distorcidos, tudo para favorecerem os interesses de alguns em proveito próprio.

Há coisa mais absurda do que guerrear em nome de Jesus ou de Deus? Até hoje, esse argumento é utilizado pelos falsos líderes religiosos ou por poderosos políticos para inflamar e iludir o povo sobre as verdadeiras causas das guerras: ambição, orgulho e egoísmo. A maioria das religiões, como são propagandas hoje, são pálidas amostras do que eram na sua origem, e o Cristianismo é um exemplo disso.

A mensagem moral de Jesus, apesar de ainda ser divulgada, na maioria das vezes fica em segundo plano para grande parte dos cristãos, pois foi ela apequenada, adornada e substituída pela orientação das lideranças religiosas, por rituais, fórmulas exteriores de demonstração de fé, deixando a essência de lado, que é a vivência dos postulados do Cristo, o amor ao próximo, a transformação moral íntima, a prática da caridade, o exercício do perdão e da humildade.

Quando, , no século XIX surgiu na Europa, através do fenômeno da mediunidade, a Doutrina dos Espíritos trazendo a renovada mensagem cristã, questionou-se qual seria o objetivo de surgir mais uma doutrina na Terra, que nos aspectos morais, não trazia nenhuma novidade. Allan Kardec, o Codificador dessa nova doutrina filosófica, afirmou que era exatamente porque a moral que Jesus ensinava fora deixada à margem que se fazia necessário revivê-la com o Espiritismo. Mas, além do seu aspecto filosófico-moral, também é uma ciência experimental que, por meio da pesquisa mediúnica, reforça de forma racional os ensinamentos do Mestre, trazendo luz àquilo que havia ficado obscurecido ou fora adulterado pelos dirigentes religiosos. Naqueles dias, no princípio da Era da Razão, os Espíritos Superiores sob as ordens de Jesus, trouxeram a doutrina da fé raciocinada para a humanidade.

A partir de então, compreendeu-se efetivamente a lei da reencarnação (“é necessário nascer de novo”), a lei de causa e efeito (“a cada um segundo suas obras”), a pluralidade dos mundos (“há muitas moradas na casa de meu Pai”), a justiça divina, a comunicação entre os dois mundos: material e espiritual, a imortalidade da alma, o intercâmbio entre o mundo visível e o invisível, a vida espiritual e tantos outros assuntos que, por falta de informação e conhecimento, não se conhecia suficientemente.

O ser humano, agora na fase da Razão, onde a fé cega não tem mais lugar, ao estudar as mesmas recomendações à luz da Doutrina dos Espíritos, não achará mais motivos para contestar o que às religiões há séculos, de forma teórica, já preconizavam... Vai descobrir um Pai justo, amoroso e misericordioso, que não privilegia nenhuma de suas criaturas em detrimento de outra; vai reconhecer Jesus como um dos filhos de Deus que já atingiu a perfeição e nos serve de modelo e guia; vai entender-se como um Espírito imortal em experiência na matéria, cujo objetivo é eliminar imperfeições como o orgulho e o egoísmo, e conquistar as virtudes para atingir a perfeição relativa e a felicidade (“vós sois deuses; vós podeis fazer tudo o que eu faço”). Essa é a mensagem de Jesus: Amar, trabalhar e servir...


Bibliografia:
As grandes religiões do Mundo
Editora “Sem Fronteiras”- Revista “Veja”
Jornal “Seara Espírita” – nº. 129

Se desejar mais esclarecimentos, veja:
“O Cristianismo”- “A Escolha da Religião”
“Doutrina dos Espíritos”-
“O Espiritismo e as outras religiões”

Jc.
S.Luis, 7/01/2012

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