segunda-feira, 30 de maio de 2011

MAHATMA GANDHI

MAHATMA GANDHI


Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948) nasceu na Índia, por volta de 1869, e aos treze anos se casou e, logo já tinha quatro filhos. Por volta de 1888, com 19 anos de idade foi para Londres estudar Direito. Em 1899 retornou para a Índia, mas não obteve sucesso na profissão por ser tímido e por entender que a função de advogado é de ajudar o tribunal a chegar à verdade, o que, geralmente, não era o objetivo dos seus clientes. Em 1901 recebeu um convite e foi trabalhar em Dunhar, na África do Sul, onde havia uma grande comunidade de indianos. Recordou-se então, do momento que iniciou a sua missão. Certa vez, numa viagem de trem, recebeu a ordem de passar de um vagão da primeira classe para um da terceira, pois aquele era reservado exclusivamente a pessoas brancas e ele não era assim considerado devido à sua cor morena, típica dos hindus. Recusou-se a atender e foi expulso na primeira estação. Ele passou a noite a pensar no que fazer. Desistir, retornando à Índia, ou permanecer e lutar. Pela manhã a decisão estava tomada. Ficar e lutar contra o preconceito.

A partir daí surgiu uma grande questão que o consumiu: como lutar? Ele era contra a violência. Já havia lido o “bhagavad-Gitta”, a “Canção Celestial”, a famosa epopéia indiana, e o “Sermão da Montanha”, no qual Jesus afirmava ser necessário resistir ao mal com o bem. Mas como colocar esses ensinamentos em prática na sua luta? – Desorientado e até desanimado, em certo dia de 1903, recebeu um livro, recém-publicado, que o iluminaria e lhe mostraria o caminho a seguir. Esse livro tinha o título: “O Reino de Deus está dentro de vós”, do famoso escritor russo Leon Tolstoi.

Em janeiro de 1908, estava preso numa cela quente e suja em Transval, na África do Sul e passava por momentos difíceis. Pensava preocupado em sua família e como chegara àquela situação. Na sua cela, Gandhi escreveu uma carta para Tolstoi; em 1909, remeteu outra carta; em 1910, teve a grata alegria de receber uma carta do grande literato Tolstoi, escrita pouco antes da sua desencarnação. Assim, Mohandas Gandhi, que passou a ser conhecido como Mahatma (grande alma) Gandhi, lutaria dez anos na África do Sul contra o preconceito, libertando 250 milhões de indianos do jugo inglês.

Mohandas Gandhi é considerado o criador de um modelo de revolução não violenta, que nos dias atuais inspira atitudes de protesto contra qualquer forma de agressão, e influenciaria dois outros grandes missionários, o norte-americano Martin Luther King e o africano Nelson Mandela. Ele acreditava que, quando uma pessoa deixa de reagir a uma agressão, acaba tirando a razão do agressor. Como conseqüência, mais cedo ou mais tarde o agredido termina ganhando a causa. Na Índia, Gandhi é conhecido como aquele que, com sua resistência pacífica pôz fim ao colonialismo britânico no país, cuja independência foi concedida em 1947.
Segundo o livro “Great Soul – Mahatma Gandhi and His Struggle with Índia” do escritor, Joseph Lelyveld que foi correspondente do jornal “The New York Times”, na África do Sul e na Índia, paises onde, respectivamente, Gandhi iniciou e culminou sua carreira política. Ele não esconde sua admiração por Gandhi, mas o resultado de sua investigação meticulosa em documentos históricos e em cartas pessoais, revela fatos tão incômodos que a venda desse livro foi proibida no estado indiano onde Gandhi nasceu.

Para quem ficou conhecido como um opositor do imperialismo britânico, Gandhi foi submisso aos interesses ingleses, e fez tudo para ser reconhecido como um deles. Em 1918, um ano antes de ganhar o título de Mahatma (grande alma), Gandhi iniciou uma peregrinação pelos povoados do distrito de Kheda, centro da Índia. A missão era árdua e consistia em recrutar 20 soldados em cada uma das 600 vilas (12.000), para lutar e morrer pelo império inglês, na 1ª Guerra Mundial. Gandhi apelava para a espiritualidade hindu, dizendo para as mulheres liberar seus maridos para combater na Europa, ao dizer: “Eles serão de vocês na próxima encarnação”.

Essa não foi á única vez que Gandhi ofereceu seus préstimos a campanhas militares inglesas. A primeira vez foi na Guerra dos Bôeres (1899 a 1902). A segunda vez foi na repressão à rebelião dos zulus que empunharam lanças contra os colonizadores em 1906. No posto de sargento-mor comandou um pelotão, e sobre esse episódio, escreveu: “Para a comunidade indiana, ir para o campo de batalha, deve ser uma decisão fácil. Por que temer a morte? – Nós temos muito que aprender com o que os brancos estão fazendo”.

Somente em 1908, Gandhi começou a demonstrar sua insatisfação com as políticas raciais dos colonizadores ingleses, expondo seus preconceitos: “Nós entendemos o fato de não sermos classificados como brancos, mas, nos colocar no mesmo nível dos nativos é demais. Os Kaffirs são problemáticos, muito sujos e vivem quase como animais”.

Após a guerra contra os zulus, alegando querer se dedicar a uma vida de pobreza e meditação, Gandhi anunciou à sua mulher Kasturba, que se tornara um celibatário. A partir de então abandonou sua esposa e os quatro filhos e, quando seu irmão reclamou da sua negligência para com a família, ele retrucou que “sua família passava a englobar todos os seres vivos” e também passou a definir o sexo como fonte dos impulsos violentos do ser humano. A noção de que a abstinência sexual era algo a ser exercitado como uma virtude acompanhou o líder indiano até o fim da sua existência.

Gandhi voltou à Índia justamente quando começou a primeira grande Guerra. Em 1946, dois anos antes de ser assassinado por um hindu enraivecido com seu papel na divisão territorial entre a Índia e o Paquistão, Gandhi requisitou os cuidados pessoais da bela Manu, de 17 anos, filha de seu sobrinho. A jovem era obrigada a dormir ao seu lado semi-nua. Falando sobre esse fato ele disse: “Um homem perfeito é capaz de dormir nu ao lado de uma mulher nua; não importa quão ela seja bela, sem que desejos sexuais apareçam!” – Contava ele nessa época, 77 anos de idade e vivia cercado de belas mulheres jovens.

Gandhi construiu seu mito graças a uma estranha capacidade de transformar argumentos incompreensíveis em credo religioso. Uma forma infalível para gurus aproveitadores... concluiu Lelyveld, em seu livro “Great Soul”.

Concluímos então que Gandhi, apesar de ser considerado uma “grande alma” e possuir evolução espiritual, ainda tinha imperfeições, a exemplo de outros missionários de Deus que vieram à Terra. Eurípedes Barsanulfo, que considero um dos Espíritos mais evoluídos, quando de sua jornada terrena, afirmou: “Tudo o que fiz quase se perde, em virtude de ter sido sincero e honesto, ferindo com as pessoas com as minhas palavras; só salvando a minha existência, pelas obras que realizei”.

Todos os que vieram e estão na Terra, possuem alguma virtude como também outras imperfeições... A única exceção... foi Jesus de Nazaré.


Bibliografia:
Boletim do SEI – nº. 2181 – 31/5/2010
Revista “Veja” – edição 2215


Jc.
S.Luis, 24/5/2011.

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