quinta-feira, 20 de setembro de 2018

OS RICOS E OS POBRES





 
Desigualdade das riquezas é um dos problemas que sempre se procurou em vão resolver, considerando-se apenas a existência atual. A primeira questão que se apresenta é esta:  Por que todos os seres humanos não são igualmente ricos? – Não o são por uma razão muito simples:  É que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Aliás, se a fortuna fosse igualmente repartida, daria a cada qual uma parte mínima e insuficiente; que, supondo-se essa partilha feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade da capacidade e das aptidões, e supondo-se ainda, cada um tendo apenas do que viver, isso seria o aniquilamento de todos os grandes e necessários empreendimentos e descobertas que concorrem para o progresso e o bem estar da humanidade. Por outro lado, cada pessoa possuindo o mesmo que os outros, não mais se sujeitaria a trabalhar para ninguém e quem iria produzir os alimentos e tudo o mais que todos precisam?
A fortuna é um poderoso meio de ação para o progresso e Deus não quer que ela fique muito tempo improdutiva, razão porque a desloca sempre,  porque cada um deve possuí-la para experimentar o bom uso que dela deve fazer, sendo que cada um a possui a seu turno: quem não a tem hoje, já a teve ou terá numa outra existência, e quem a tem agora, poderá não tê-la mais amanhã. Porém, a verdadeira propriedade ou posse o ser humano só possui, aquilo que deve levar deste mundo. O que ele encontrou ao chegar, e o que deixa ao partir, somente se serve do uso durante a sua permanência na Terra. O que possui ele então? –   tudo aquilo que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais, eis o que traz e o que leva e que não está no poder de ninguém lhe  tirar, e que lhe servirá mais ainda no mundo espiritual.
A riqueza que Deus permitiu ser acumulada deve ser utilizada para permitir a outras pessoas o trabalho nobre, pois quem tem riqueza e não sabe ajudar o próximo é pobre; quem guarda com avareza os dons que recebeu de Deus é pobre; quem não sabe dar uma palavra de conforto ou um sorriso de encorajamento, é pobre, quem só possui bens com egoísmo e ganância também é um pobre.
Não se diga jamais que é pobre, porque as condições de liberdade, de saúde, da visão, da audição, da fala, da locomoção  e outros dons são uma riqueza que temos e que muitos desejariam poder ter. Experimente apenas fechar os olhos e finja ser cego. A pobreza não é a falta de dinheiro: a pobreza verdadeira é a falta de compreensão. Todo aquele que compreende a vida espiritual e a existência material, que sabe dizer uma palavra de conforto, que sabe estender a mão ao que sofre, que ajuda com um copo d’água ou com um pão é rico, muito rico de bondade.
Não deseje o que pertença á outra pessoa e nem queira viver dependendo de outra pessoa; tudo o que é seu, por direito divino, lhe há de chegar às suas mãos, na hora oportuna. Procure trabalhar, confiante no Pai Celestial, e não fique ocioso esperando que as pessoas ou governos tenham a obrigação de sustentá-lo e aos seus familiares. Quem assim procede é um parasita que vive a sugar os recursos do trabalho de outras pessoas e atrasando o progresso da Nação.
A verdade é que muitos que vivem na indolência acham que os governos devem sustentá-los por serem pobres, quando o certo é os que governam, criarem condições para que cada pai ou mãe de família, tenha uma ocupação para garantir-lhes as condições de uma existência normal. Certamente não somos contra a assistência social para amparar aqueles que realmente são necessitados, mas prometer bolsas e mais bolsas sem uma averiguação do verdadeiro estado do cidadão beneficiado, isso é pura e simplesmente demagogia, para não dizer compra de votos e deveria ser proibido.
Estamos em época de eleições e os políticos ficam prometendo aos eleitores, ajudas e bolsas de todos os tipos que imaginam na esperança de receberem os votos que os elejam, e depois as promessas feitas se evaporam, e só vão ser novamente prometidas nas próximas  eleições. Como certos brasileiros gostam de ser enganados pelos políticos “promessinhas”.
Enquanto isso, as poucas verbas destinadas aos estados e municípios que são direcionadas à Saúde e à Educação, para benefício de todos os cidadãos,  não são fiscalizadas rigorosamente a aplicação dos recursos, o que ocasiona serem desviadas para outras finalidades.  

Fonte:
Livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Livreto “Minutos de Sabedoria”
+ Acréscimos

Jc.
São Luís, 17/9/2018

A SITUAÇÃO DO NORDESTE NO BRASIL




 
No Brasil, atualmente, são idealizados projetos de grandes obras, não com o propósito de trazer benefícios para o país e melhoria para as populações, mas sim, com a finalidade de serem destinadas vultosas verbas, para que elas sejam desviadas dos seus propósitos, com mínimos gastos nas obras, para enganarem e explorarem os que contribuem compulsoriamente com uma carga enorme de impostos, e o restante dos recursos, vão para os partidos ou nos bolsos dos políticos corruptos, juntamente com os contratados para realizarem as obras, que apenas têm início e não são concluídas, mesmo que acrescentadas com alguns aditivos contratuais, e o custo da obra vai subindo, subindo sempre.
Como exemplo, dou a situação da Refinaria Premium, que deveria ser construída no município de Bacabeira-MA,  anunciada  que foi pela Dilma e colocada  a pedra fundamental pelo Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e que nunca saiu do papel. Mas sempre nos anos em que há eleições, para garantir a sua reeleição, o ex-ministro volta ao assunto da Refinaria, garantindo que dessa vez ela vai ser construída. Essa enrolação já vem se perpetuando há vários anos. Outro exemplo negativo é a situação em que se encontra o Canteiro de obras da Transposição do Rio São Francisco, que foi visitado por Lula quando presidente e Dilma, que deveria estar concluído em 2010, levando benefícios a vários estados e a milhões de nordestinos, propiciando a fixação das populações em sua terra natal, mas que, infelizmente, são obrigados a se sujeitarem a essa situação de dependência da mendicância, quando na verdade deveriam estar produzindo, com a água que deveria ter chegado há oito anos em suas localidades. O mesmo está acontecendo com a Ferrovia Transnordestina, que devia sair da cidade de Elizeu Martins-PI, no sentido de Salgueiro-PE, aonde se dividiria em dois braços, um seguindo no sentido do porto de Pecém-CE, e o outro rumo ao porto de Suape-PE., e que traria uma grande economia para esses estados, que deveria estar também pronta em 2010, mas, infelizmente, foi abandonada pelo governo federal, após ter dado prejuízos aos nordestinos, com a destruição de vilas e casas para dar lugar aos trilhos, sem que até hoje os que foram prejudicados tenham recebido a indenização pelos terrenos e casas. Lembramos ainda da Ferrovia Norte/Sul, que deveria fazer a ligação da cidade de Belém-PA, passando pelos estados do Maranhão, Tocantins, Goiás, até a cidade de Panoramas-SP, que vêm se arrastando desde o governo de Sarney, e até hoje também não concluída pelo governo federal, que geraria uma economia de custos de transportes sem precedentes no país. Essa foi á maneira que os governos do PT trabalharam com as classes sofridas do Nordeste, que em vez de lhes dar condições dignas de vida, lhes oferecem uma esmola mensalmente, e transformam as pessoas honestas e trabalhadoras, em parasitas e em eleitores dependentes, para lhes garantir o poder.
Com raras exceções, hoje no Brasil não existem mais pessoas de moral e honestidade, cuja palavra dada, antigamente, era recebida como garantia e um fio do bigode ou barba representava o fiador do compromisso, porque a impunidade a ganância fez com que a corrupção se espalhasse pelo país e se tornou uma prática normal e ás vezes até elogiada com os títulos de “vivo” e “esperto”, principalmente nos meios políticos. Desde o tempo do império essa situação vem se manifestando, o que obrigou Ruy Barbosa a dizer certa vez: “que de tanto ver triunfar a nulidade, o cidadão sente vergonha de ser honesto”. Hoje, vivemos o agravamento dessa situação, pois não existe um dia em que não vemos na televisão, lemos nos jornais e revistas, casos e mais casos de corrupção, furtos de bilhões, em virtude da impunidade reinante no país.
Os poderes constituídos do país estão falidos, corrompidos, desacreditados pelo povo que não mais acredita em justiça, até mesmo no S.T.F., com raríssimas exceções. Parece que não há mais esperança...
Fazendo parte da população deste país, e acreditando na Bondade Divina que tudo preside, tenho certeza que essas gerações corruptas irão desaparecer e outras gerações virão substituir as atuais, com propósitos altruísticos e fraternais, porque para o Brasil, está destinado o papel de “Coração do Mundo e Pátria do Evangelho”. Até lá, precisamos analisar o que é bom para nós; se continuamos a aceitar pacificamente essa vergonhosa situação de mendicância e dependência, ou se vamos reagir protestando e afastando esses políticos que prejudicam o país e as populações nordestinas. As eleições estão chegando e convido os irmãos nordestinos a darmos um basta a essa situação, não reelegendo aqueles que não se importam com o país e suas populações, visando apenas a si mesmos, ou baixamos a cabeça e aceitamos a situação humilhante que os governos do PT nos submeteram, durante anos, na condição de párias em vez de cidadãos, em nosso próprio Brasil.   NÃO PRECISAMOS MAIS DE ESMOLAS...  DÊ UM BASTA A ESSA SITUAÇÃO NÃO VOTANDO MAIS NO CONTINUISMO DO GOVERNO. VOCÊ NORDESTINO COMO EU, VAMOS RENOVAR O NOSSO PAÍS, ELEGENDO NOVOS CANDIDATOS QUE REALMENTE DEMONSTRARAM TER CAPACIDADE DE ADMINISTRAÇÃO EM SEUS ESTADOS, E NÃOTROQUE O SEU VOTO POR UMA MÍSERA AJUDA QUE OS COLOCA EM SITUAÇÃO VEXATORIA E SEM DIGNIDADE. DEUS COM CERTEZA VAI LHE DAR OUTRA CONDIÇÃO E AMPARÁ-LO A SOBREVIVER, PARA QUE VOCÊ NÃO NEGOCIE O SEU VOTO E A SUA CONSCIÊNCIA...

Jc
São Luís, 11/08/2014  
Refeito em 15/08/2018


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A POLÍTICA E OS ESPÍRITAS





 
Nestes tempos de profundas transformações pela qual a humanidade está passando, é fácil percebermos o grande número de idéias que entram em conflito. Aliás, conflito de opiniões é algo que sempre esteve presente na história da humanidade, justamente por sermos ainda, espíritos com pouca lucidez de consciência e evolução. Os seres humanos buscam muitas vezes sem saber como, uma sociedade mais justa.  Para termos uma sociedade mais justa, é preciso acima de tudo, saber administrar as diferenças. O grande problema é que a sociedade é formada por pessoas, e cada uma delas é um universo muito complexo. Então a sociedade só poderá ser justa, quando os seres humanos que participam dela também foram justos nas suas ações.

Já dizia Allan Kardec: “A educação é a arte de fazer despertar nas pessoas os sentimentos da virtude e abafar os instintos dos vícios”. Além do ensino ministrado nos Centros Espíritas, muitas pessoas reclamam a falta de espíritas na vida política, por desejarem uma atitude firme na batalha contra as injustiças sociais, a corrupção a impunidade e a ganância que lavra atualmente no país.

A nossa luta, entretanto, tem dimensões mais amplas; nosso trabalho realiza-se nos alicerces, na própria base da vida política e da justiça social, correspondendo à orientação e a formação do ser humano de bem, que vai retificar o futuro. Não nos interessam apenas os efeitos superficiais. A Doutrina Espírita pretende remodelar o mundo, a partir da reforma do ser humano e de seus procedimentos. Desde Platão, os homens inteligentes já compreendiam que as verdadeiras transformações sociais e humanas, sempre se realizam pela Educação, Educação com Amor.

Na atualidade vemos vários adeptos de religiões envolvidas com a política e suas igrejas transformadas em bases de confabulos sócio-políticos, modificando as suas verdadeiras finalidades. É comum termos indagações sobre qual a posição da Doutrina Espírita e do espírita, na política, frente às eleições que se realizarão no mês de outubro próximo. A resposta lógica só poderia ser com base nas nossas convicções no Evangelho de Jesus e nas obras da Doutrina Espírita, clareando e objetivando-nos o assunto.

O primeiro ponto a se basear o espírita, é o próprio Jesus (modelo de conduta para todos nós) que se colocou à margem das preocupações políticas do mundo, certamente por considerá-las incompatíveis com a sua grande missão eminentemente espiritual e eterna. Jesus não se envolveu com os dominadores, mas também não usou nem uma só palavra, nem uma só atitude que se comprometesse com a política humana.

Outro ponto importante foi aquele em que Pilatos, curioso por conhecer suas intenções políticas, inquire: E a resposta veio firme, sincera e objetiva: “O meu reino não é deste mundo”. E para os apóstolos que queriam imaginar o Reino de Deus à semelhança dos reinos da Terra, o Cristo esclareceu:   “O Reino de Deus não vem com aparências exteriores”.  E aponta-lhes o caminho a seguir:  “Não o das armas mas o de esclarecer as almas e o Deus que está dentro de vós”. Com Jesus, ficou comprovado que a sua mensagem jamais se dirigiu a reforma das instituições sociais e políticas, mas à transformação íntima do ser humano  fazendo surgir o homem novo que poderá modificar as consciências e as estruturas políticas passageiras.

O ponto seguinte não é o de aconselhar os espíritas a se espalharem pelos partidos políticos, mas resume-se na questão simples e básica da necessidade de levar, cada um deles, através de exemplos e dos ensinos aos nossos semelhantes, os conhecimentos evangélicos, para que os seres humanos transformem a si mesmos para o bem. Essa solução nos conduzirá à equação de todos os problemas da infelicidade dos seres humanos na Terra.

Quanto às obrigações para com o processo eleitoral, os espíritas podem colaborar com a política, cumprindo o seu dever como cidadão, porque entendemos sempre, que a nossa missão Evangelizadora é muito mais delicada e muito mais nobre. Relembramos a advertência de André Luiz, por intermédio de Chico Xavier, no livro Conduta Espírita: “O espírita deve cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os melhores candidatos aos postos eletivos, seguindo os ditames da sua própria consciência”.

Espero que este artigo possa ter possibilitado ao irmão ou irmã, saber qual é realmente o nosso compromisso assumido na espiritualidade e qual a nossa  missão durante a  existência aqui na Terra. . .



Bibliografia:
Revista Cristã de Espiritismo
Francisco Júnior   
Revista  Goiás Espírita
Fábio Oliveira
+ Pequenas alterações.

Jc.
21/6/2010
Refeito em 21/8/2018  

A FAMÍLIA TAVARES DE CASTRO E OS DESCENDENTES





A nossa família se formou com o casamento do nosso pai Edésio Castro com a nossa mãe Joanna Bastos Tavares de Castro, ele natural de Pinheiro e minha mãe natural de Alcântara, municípios vizinhos do estado do Maranhão. Dessa união, nasceram os 12 filhos que passo a mencionar, em ordem de nascimento: Maria Antônia de Castro Bayma, Oliveiros de Assunção Castro (Oli de Castro), Cleonice de Castro Campos, Felizarda Tavares de Castro, José Tavares de Castro, José de Ribamar Castro (falecido em seguida), João Tavares de Castro, Edésio Tavares de Castro, Roldão Tavares de Castro, Inaldo Tavares de Castro, Jurandy Tavares de Castro e Salma de Castro Moraes.
Nossos pais há muito tempo já desencarnaram ambos na cidade de Pinheiro-MA, assim como os meus 11 irmãos, e aqueles cujos nomes seguidos de um (F) significa que também já faleceram, restando apenas eu, Jurandy Tavares de Castro, para contar a história da nossa família, com os poucos conhecimentos que tive na existência, e ainda com algumas informações que me foram passadas pelos parentes.
A 1ª - Minha irmã Maria Antônia era uma bordadeira das boas;  morávamos na linha do bonde, no bairro do Anil. Uma das vezes em que minha irmã estava na porta da casa, passou o bonde e nele estava um fiscal de nome Raimundo de Brito Bayma, que olhou minha irmã e logo sentiu o desejo de conhecê-la. Após algum tempo de namoro eles se casaram e desse casamento nasceram ás filhas: Terezinha(F), Marly, Maria Amélia, Nely e Zely. Por ordem os filhos delas são: Terezinha:  Maria Antônia,  Ana Lúcia,  Hélio(F), Ribamar, Izabel, Cláudia e Margarete.  Marly: Luís Fernando e Sílvia Helena.  Maria Amélia:  Sílvia.  Nely:  Cláudia e Flávia .  
2º - Meu irmão, Oliveiros de Assunção Castro (Oli de Castro), levado pela nossa mãe a um Centro Espírita, lhe foi revelado que tinha uma tarefa em favor dos órfãos e dos necessitados. Aos 17 anos sentou praça no quartel do 24º BC, com destino a Escola de Aviação do Rio de Janeiro, no Campo dos Afonsos em Marechal Hermes. Depois de alguns anos, conheceu uma moça chamada Margarida e com ela se casou. Passado mais algum tempo, como  eles não  tiveram filho  e ele sempre estava a viajar em serviço, resolveram depois se separar. Durante muitos anos em que viajou por muitos estados a serviço da Aeronáutica, também pregava a Doutrina Espírita. Colaborou com o professor  Leopoldo Machado
no “Lar de Jesus” em Nova-Iguaçu, fundou e construiu vários Centros Espíritas e instituições de amparo como o Lar de Maria em Macaé-RJ., Lar de Maria em Ceilândia-Brasília, o Sanatório Espírita de Campo Grande em Mato Grosso e outras entidades, e transferido para Belém do Pará, lá construiu o “Lar de Maria” com 30 lojas para manter a Lar, no bairro de Canudos. Ele foi um dos pioneiros da “Campanha do Quilo”. Musicou  a “Canção da Alegria Cristã”, que foi cantada no 1º Congresso das Mocidades Espíritas do Brasil, onde ele foi eleito vice-presidente do conclave. Serviu na Aeronáutica até se aposentar com a patente de sub-oficial. Então foi morar em Pinheiro, sua cidade natal. Por pressão da prelazia católica, ele teve de se mudar para Belém onde permaneceu por algum tempo. Depois retornou á Pinheiro onde construiu o “Centro Espírita Pinheirense e a Casa Paulo de Tarso”, antigo desejo seu de colaborar com a sua terra natal, com ajuda de alguns companheiros. Certa vez, em que encontrava em São Luís, chegou a pregar na praça João Lisbôa, no centro da cidade. Algum tempo depois voltou para Belém com a segunda esposa Raimunda e filhos, e depois eles se separam e ele foi viver com a terceira companheira chamada Rosinha, com quem teve outros filhos e lá viveram mais alguns anos até que ele veio a falecer, já como tenente. Deixou vários filhos, porém só lembro o nome dos seus últimos três filhos: Angélica, Luciano e Daniel. Para maiores esclarecimentos acesse o “site”: ambcastro.blogspot.com.br
3ª - Minha irmã Cleonice (Nini),  foi empregada nos Correios e depois se empregou nas Lojas Rianil, trabalhando como caixa. Tendo conhecido um colega de serviço chamado Manoel Augusto Campos(F), com ele se casou. Desse casamento nasceram os filhos Lilion(F), Maria Lilian, Iracema, Celina, Rosinha e Zequinha(F).Durante muito tempo eles foram nomeados para dirigir algumas filiais da empresa (ele gerente e ela caixa) em vários municípios, sendo que a última função deles nessa empresa se deu no município de São Bento. Depois, ele ainda trabalhou na Petrobrás, em São Luís, e em seguida se aposentou.  Os netos são pela ordem: Lilion:  Lélio,  Lilion  e  Liliana;   Maria Lilian:  Junior  e Tereza;     Iracema:  Afonso e Carlos Henrique:  Celina:  Fernanda e Emanuel;  Rosinha:  Ricardo, Giselle  e  Girlene:   Zequinha:  Daniel  e  Israel.  
4ª - Nossa irmã Felizarda (Filó), apesar do nome, quando pequena sofreu de congestão que lhe trouxe problemas durante a sua sofrida existência. Permaneceu por muitos anos na Terra, até que enfim veio a descansar dos seus sofrimentos com o seu falecimento.
5º - Meu irmão José (Bentivi), já rapaz, foi levado pelo nosso irmão Oli, que tinha vindo visitar a mamãe, para o Rio de Janeiro onde também foi servir na Aeronáutica e lá se casou com uma moça de nome Virgínia e do casamento nasceram três filhas: Suely, Sandra e Suzete. Depois viveu com outra moça chamada Nilza que lhe ajudou a criar as filhas. Ele trabalhou muitos anos, até que se aposentou e teve ainda a oportunidade de voltar à sua terra natal (São Luís) para recordar sua infância. De retorno ao Rio, ainda viveu algum tempo até que veio a falecer quando morava na companhia das filhas em Bento Ribeiro-RJ.  Os seus netos são:  Suely;  Jorge, Janaina e Fábio.  Sandra:  Fernando e Paulo.
6º - Meu irmão José de Ribamar veio a falecer logo após nascer.
7ª - Meu irmão João (mais conhecido como João Coqueiro) foi criado por nossas tias; se casou com uma moça chamada Ariadne, depois serviu ao exército em São Luís;. Ele fazia artigos que eram publicados no “Jornal Pequeno” desta cidade. Poucos são os assuntos sobre sua vivência que conhecemos em virtude de não ter sido ele criado junto a nós seus outros irmãos. Seus filhos são: Rogério, Eli, Tatiana  e outro filho que não recordo o nome.
8ª - Meu irmão Edésio (soldadinho), quando jovem trabalhou na Western Cabo Submarino, como entregador de telegramas. Trabalhou depois como telegrafista da Estrada de Ferro São Luís-Teresina, em Rosário, onde se casou com a professora Dóris Machado(F), e desse casamento nasceram os filhos: Ricarte,  Maria de Lourdes,  Rinaldi,  José de Ribamar  e  Edésio Filho. Depois fez concurso para o IBGE passou e foi nomeado para trabalhar em Pinheiro. Depois de alguns anos eles se separaram e ele se juntou a outra pessoa chamada Nega, com quem viveu até quando veio a falecer. Tendo criado uma firma de Peças para Carro, por ela se aposentou. Os seus netos são por ordem:  Ricarte: Dóris e Ricardo. Maria de Lourdes;  Gustavo e Sabrina.  Rinaldi; Gabriela, Rodrigo e Rafael.  Edésio Filho:  Ana, Carolina e Edésio Neto.  
9ª - Meu irmão Roldão (Bruto) se alistou na Marinha, indo para a Escola de Aprendiz de Marinheiro no Ceará onde seguiu a carreira. Depois, contraiu núpcias com uma moça chamada Nadir (F), e dessa união nasceram ás filhas: Angélica e  Helena. Viajando pelo país, com o passar do tempo, foi servir em Belém do Pará aonde chegou ao posto de subtenente e se aposentou. Constantemente vinha a São Luís, na época dos festejos de São João, apreciar a exibição dos Bumba-meu-boi e outras atrações juninas. Sua filha Angélica, vindo a Belém para visitá-lo, vendo-o viúvo e solitário resolveu então levá-lo para São Paulo, para viver com as filhas e netos, e tempo depois veio ele a falecer. Seus netos são: Helena:  Daniel  e  Bruno.  
10ª - Meu irmão Inaldo (Micuim), cresceu junto comigo e sempre trabalhamos no comércio. Em 1949 fomos morar no Rio de Janeiro, na cidade de Nova Iguaçu, levados pelo irmão Oli de Castro. Em 1950, voltamos, eu, minha irmã Salma e mamãe para o Maranhão  e o Inaldo ficou com uma família de amigos, porque estava trabalhando e não quis voltar. Tempos depois conheceu uma moça  de nome Tereza(F), e com ela se casou e tiveram três filhos: José Roberto(F), Maria Helena e Ana Lúcia. Depois de muitos anos trabalhando como vendedor se aposentou e devido ao uso do cigarro contraiu uma doença e veio a falecer. Os netos dele são: José Roberto; Nícolas. Maria Helena  Rafael,  Roberto  e  Ricardo.  
11º - Eu sou Jurandy Tavares de Castro (Bolo grosso), historiador. Depois que cheguei á juventude passei a trabalhar no comércio e depois fiz prova para o Banco da Lavoura de Minas Gerais (na época), e fui contratado e trabalhei nele por sete anos. Nesse período contrai núpcias com Maria da Conceição Pinheiro Pereira(F), e tivemos dois filhos; Douglas e Ana Maria. Mudando-nos para Niterói-RJ., onde ainda trabalhei no Banco Mercantil de Niterói.  Nesse período tivemos mais dois filhos; Raimundo e Luís Cesar. Depois por indicação de meu irmão Inaldo, fui trabalhar como vendedor das Indústrias Granfino S/A. para a filial em São Gonçalo. Depois de nove anos, sentindo-me cansado e não tendo mais condições de viajar como vendedor  adquiri um comércio onde trabalhei por mais sete anos até me aposentar. Por causa de problemas com a minha saúde (sofria muito de asma) me separei da esposa e voltei para morar no Maranhão. Posteriormente ela veio a São Luís e resolvemos nos divorciar o que foi feito. Meus netos:  Raimundo:  Mateus;   Luís Cesar:  Carolina.
Na minha volta a São Luís, eu andei frequentando a casa noturna “Tom Marrom”. Depois, eu me integrei novamente na  Associação Espírita Lar de José, (instituição de amparo a crianças pobres),  da qual tinha sido um dos fundadores, passei também a visitar o Azilo de Mendicidade, adotando uma idosa (Vicentina) como minha mãe,  e reapresentei  o programa “Luz na Penumbra” de conteúdo espírita na Rádio Timbira, durante alguns anos. Depois, frequentando o “Lar de José” conheci uma moça chamada Carmem Maria que tinha sido criada juntamente com a irmã gêmea na entidade, e começamos a nos entender o que terminou por me casar pela segunda vez. E, em consequência dessa união, passei a ter, além dos quatro filhos com a primeira esposa mais uma filha chama Ana Carmem Gizelly, com a segunda esposa, que me deu mais dois netos:  Lucius  e  Heitor.
Depois, conheci o “Centro Espírita Graça de Jesus”, onde me integrei e colaboro até hoje, sendo seu vice-presidente. Passado mais algum tempo, a convite do sobrinho Rinaldi, conheci  a Associação Espírita “Lar de Maria”, no bairro da Vila Nova, onde passei a prestar minha modesta colaboração, o que faço até hoje.  
12ª  - Minha irmã Salma, sempre foi muito querida pelos seus irmãos e era a companheira da mamãe e estimada também pelos nossos parentes, principalmente pela Marly. Ela era uma pessoa simples, sem muita vaidade, comprovando ser um Espírito bem elevado. Viveu algum tempo em São Luís, depois em Rosário e novamente em São Luís. Ao resolver nossa mãe ir morar em Pinheiro, onde já moravam o Edésio e o Oli, ela levou consigo a Salma. Passado algum tempo, Salma foi trabalhar na Coletoria e conheceu um rapaz de nome Pedro Moraes(F), com quem se casou e teve três filhos: José Alfredo, Selma e Yara. Os seus netos na ordem, são: José Alfredo: Tiago.   Selma:  André.   Yara:  Luciana.  
Desejo a todos os parentes que tomarem conhecimento deste relato, muita Paz, Harmonia e Saúde, para si e seus entes queridos.
Obs: Peço desculpas aos meus parentes se porventura esqueci algum detalhe sobre alguém ou algum fato, em virtude do desconhecimento, mesmo recorrendo a alguns parentes para complementar este relato.   
E se alguém desejar entrar em contato com os descendentes dos meus irmãos ou falar comigo pode ligar para o telefone 98- 3245-8606 que eu informarei o número do telefone deles para contato.

Jurandy Tavares de Castro      
  (  ortsac1331@gmail.com  )                    

São Luís, 27 de abril de 2018
Refeito em  9 de setembro de 2018

OS PERIGOS DE FICAR PARADO





 
Esses perigos no metabolismo, causam o envelhecimento celular, redução da imunidade, aumento do risco de diabetes tipo 2, aumento de gordura no corpo, aumento do colesterol e maior risco de câncer. No cérebro, desânimo, preguiça, letargia, aumento do risco de depressão e demência senil; no coração, aumento do risco de doenças cardíacas e problemas circulatórios; nos pulmões, redução da capacidade física e pulmonar; nos ossos e articulações, são mais fracos e sujeitos a fratura e lesões, aumentando o risco de osteoporose: nos músculos, ficam mais atrofiados.
A Organização Mundial da Saúde já considera o impacto do sedentarismo tão maléfico para o organismo quanto o vício do fumo. Já ser ativo, além de evitar problemas de saúde no corpo, colabora para a saúde mental, pois a liberação de endorfina (o hormônio do bem-estar) que a atividade física provoca ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, colaborando na redução de dores e quadros de depressão e de demência.
A atividade física influencia ainda na produção de outros hormônios, como o cortisol, que ajuda a regular o sono, a pressão e processos inflamatórios do corpo. “Pessoas sedentárias costumam ter um descompasso muito grande no cortisol, ficam mais desanimadas, sonolentas, “lenificadas”, sem dinamismo”. Conforme a pessoa se exercita, a liberação do cortisol a ajuda a ter ainda mais disposição para se movimentar, explica Roberto Rached, médico fisiatra no Hospital das Clínicas de São Paulo.
A conta de uma existência sedentária geralmente chega quando o envelhecimento se acentua, porém a sarcopenia – o processo de perda muscular ao longo dos anos - comum em idosos,  tem seu pico por volta da sétima década da existência, segundo Rached. Por conta da perda muscular, temos também perdas nos tendões, que ficam mais fracos, menos nutridos, menos hidratados e causam mais lesões por enfraquecimento. “Estamos vendo com mais frequência esse quadro em pacientes jovens e em pessoas que trabalham em escritórios ou que estão sempre sentados em linha de produção. A musculatura do pescoço também se mostra mais enfraquecida e ocorrem alterações de articulações nos joelhos e quadris” observa ainda Rached.
O impacto na musculação assim como na corrida e na caminhada fortalecem os ossos. Nas pessoas que ficam sentadas ou deitadas o dia todo, eles se enfraquecem, e com isso o risco de fratura aumentam, sobretudo na terceira e quarta idade. Há também um aumento nos casos de osteopenia e osteoporose.  Atividades físicas habituais podem até mesmo alterar as características celulares. Um estudo liderado pela Universidade Stanford (EUA) que analisou dados de saúde de mais de 500 mil pessoas, apontou que tanto homens como mulheres com herança genética de doenças cardíacas, porém com melhor condicionamento físico e capacidade aeróbica, reduziram pela metade as suas chances de terem problemas cardiovasculares. Outra pesquisa, da Universidade da Califórnia, mostrou que pessoas sedentárias podem ser biologicamente dez anos mais velhas do que aquelas que se exercitam. A explicação estaria no processo de renovação celular impulsionado pelas atividades físicas.
“Temos milhões de motivos para nos exercitar”, afirma Ricardo Munir Nahas, coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. A inatividade física responde por mais de cinco milhões de mortes no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, que já considera o sedentarismo tão maléfico quanto o fumo. A última pesquisa sobre o tema feito pelo Ministério do Esporte do Brasil não é animadora: 45% dos entrevistados não praticam qualquer atividade física, mesmo sabendo dos riscos de uma existência sedentária. Esse comportamento, aliado a uma alimentação rica em calorias que geralmente extrapolam os limites de gordura, sal e açúcar, e ao tabagismo, é como uma bomba-relógio. A boa notícia é que ela pode ser desarmada a qualquer tempo – quanto antes será melhor.
Quando surgiram na Terra, há cerca de 180 mil anos, os seres humanos precisavam conservar as energias (calorias) para suportar períodos de alimentação mais escassa, já que na época conseguir comida não era algo fácil.  Também, nesse processo evolutivo foi importante o melhor preparo físico, fazendo do corpo humano “uma máquina extremamente ágil e inteligente”. É só dar um comando que ele (o corpo) responde. E responde sempre melhorando o funcionamento e nos melhorando a saúde.
Mas, quando sedentário, é como se o corpo interpretasse não ter necessidade de funcionar no melhor de suas possibilidades de desempenho, e aí ele começa a eliminar os excessos, como músculos, células e a armazenar gordura. Na sociedade pós-revolução industrial, exercitar-se passou a ser cada vez menos necessário, enquanto conseguir comida ficou cada vez mais fácil e abundante, e fomos, então, nos tornando cada vez mais inativos, o que tem trazido consequências negativas diretas para a nossa saúde. Para romper a inércia tem que ter uma razão positiva. Além disso, as pessoas são muito imediatistas. Infelizmente, os cuidados com a saúde em geral têm resultados em médio prazo. E para piorar, não é fácil ser um ativo.
A sociedade caminha no sentido de se tornar cada vez mais comodista, e ao mesmo tempo, já se tornaram comuns as rotinas cada vez menos pesadas, com menos horas dedicadas ao trabalho e aos exercícios. A OMS recomenda pelo menos 150 minutos de práticas físicas por semana, ou seja, 30 minutos por dia ou de três a quatro vezes na semana. “Tem que entrar na nossa agenda diária, como alimentar-se, dormir, tomar banho, ou seja, tornar-se um hábito” informa Timóteo Araújo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul. “Não tem desculpa para não fazer, e não é para virar um super-herói ou um atleta de ponta, mas, se mexer o suficiente para não levar uma existência sedentária”. Atividade física significa atividade moderada com o corpo em movimento que gaste energia como caminhar, correr, dançar ou praticar algum esporte com atividades que exigem esforço muscular. . .

Fonte:
Revista “Planeta”- edição 541/2018
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 20/6/2018

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

ORAÇÃO PELO BRASIL





 
A época é de transição política. Aproxima-se o momento em que a população brasileira vai escolher seus novos governantes. O povo clama por moralidade e justiça. A população do País, com sentimentos bons e fraternos em sua maioria, anseia que o novo governo de seu país o represente como ela o é, de modo correto, honesto e digno. Talvez essa seja a mais importante escolha brasileira dos últimos tempos, uma busca ao retorno da moralidade e do bem estar. Mantenhamo-nos em orações, pedindo a Jesus e seus emissários que envolvam e inspire nosso povo, nossos dirigentes, nossa nação, para que os interesses coletivos possam ser atendidos. Oremos pelos nossos políticos para que sejam envolvidos pelos benfeitores espirituais que assistem o Brasil.
Leon Denis, no livro “O Problema do ser, do destino e da dor” escreveu em 1908, em sua introdução, um assunto que nos parece mais atual do que nunca: “Fala-se muito de progresso, mas o que se entende por progresso? É uma palavra vazia e sonora na boca de oradores materialistas ou tem de verdade um sentido determinado?”... A fé no progresso não caminha sem a fé no futuro, no futuro de cada um e de todos. Os homens não progridem e não se adiantam, senão crendo no futuro e marchando com confiança, com certeza para o ideal entrevisto... A civilização não pode se engrandecer e a sociedade não pode subir, sem um pensamento cada vez mais elevado, se uma luz mais viva não vier inspirar, esclarecer os espíritos e tocar os corações, renovando-os... Um tempo se acaba; novos tempos se anunciam. A hora em que estamos é uma hora de transição dolorosa... A origem de todos os males está em nossa falta de saber e em nossa inferioridade moral. Toda a sociedade permanecerá débil, impotente e dividida durante todo o tempo em que a desconfiança, a dúvida, o egoísmo, a inveja, a corrupção, a ganância e o ódio a dominarem... Não se transforma uma sociedade por meios de leis... “Qualquer que seja a forma política e a legislação de um povo, se ele possui bons costumes e fortes convicções, será sempre mais feliz e poderoso do que outro povo de moralidade inferior...”.
Neste momento crucial para a existência do nosso país, conhecido como o “Brasil, Pátria do Evangelho e Coração do Mundo”, está nas mãos de seu povo. Cabe a cada um analisar de modo correto e cristão como melhor agir, que melhor escolha fazer, para que o bem possa vencer. Evitemos reeleger aqueles políticos que sempre estão se elegendo porque eles só se lembram de fazer promessas na época das eleições, e depois viram as costas preocupados que estão apenas com as mordomias para si mesmos. Estamos em transição para um mundo melhor e cada pequeno país desta Terra é de importância para os interesses do Cristo quanto à evolução moral e o progresso do planeta. Compete a cada brasileiro que tem a capacidade de escolha responsabilizar-se por uma escolha justa e boa para todos os brasileiros e não somente para si mesmo. Analisemos tudo com a luz do raciocínio lúcido. Pensemos nas palavras de Léon Denis e nos guiemos somente pela nossa consciência, amparados pelo Cristo e em vigilância e oração pelo Brasil.                                                                                                                                   
Fonte:
Jornal  “O Imortal” – 9/2014
+ pequenas modificações.

Jc.
S.Luís, 24/9/2017
Refeito em 21/8/2018


ESCRAVOS DO SÉCULO XXI




 
Calcula-se que mais de 160.000 brasileiros trabalhem em condições deploráveis – e o Brasil que já foi exemplo mundial de combate a essa chaga, está ficando cada vez pior, em razão de escassez de verbas para as equipes de fiscalização. A revista “Veja”, publica a foto de 48 pessoas, que formam uma galeria que o país não gosta de ver. São vários Francíscos,  Antônios, Josés, Carlos, Luís, Joãos, uma Vicentina e outros, que mostram um grande drama brasileiro: o trabalho em condições sub-humanas, e análogas às de escravidão. Sim, todas essas pessoas foram escravizadas – em pleno século XXI. Enredadas em algumas dívidas impagáveis, manipuladas pelos patrões e submetidas a situações bastante deploráveis de trabalho, elas chegaram a beber a mesma água que os porcos, e algumas delas sofreram a humilhação de serem espancadas, para não falar de constantes ameaças de morte.
Quando os livros escolares informam que a escravidão foi abolida no Brasil em 13 de maio de 1888, há exatos 130 anos, fica faltando dizer que se encerrou a escravidão negra – e que, ainda hoje, a escravidão persiste, só que agora é multiétnica. São muitos os que vivem no país em condições semelhantes às de escravidão – ou seja, estão submetidos a trabalhos forçados, servidão por meio de dívidas, jornadas exaustivas e várias circunstâncias degradantes em relação aos trabalhos, descanso,  moradia e alimentação, por exemplo.  Comparados aos milhões de africanos trazidos para o Brasil para trabalhos escravos, a cifra atual poderia indicar alguma melhora, mas abrigar 160 mil  pessoas escravizadas é um escândalo humano de proporções lamentáveis. 95% são do sexo masculino, 65% identificam-se como pardos e negros, 32% são analfabetos, 75% trabalham no setor agropecuário, e 22% nasceram no Maranhão, origem da maior parte da mão de obra ilegal, e 59% dos que chegam a ser registrados, voltam a trabalhar nas mesmas condições escravas. “Levei muitos pontapés e ainda coronhadas no peito. Até hoje eu ainda sinto as dores dessas pancadas”, comenta José Francisco de Sousa, piauiense de 46 anos. O pior foi ouvir do chefe que os porcos eram mais limpos do que nós. Tomávamos banho depois deles, na mesma água”, informou José Maria de Sousa, maranhense de 28 anos.
A reportagem flagrou também escravos urbanos, no coração
de São Paulo, vítimas do mesmo terrível crime, no campo. Em bairros nobres de São Paulo, como o das Perdizes, famílias de alto poder aquisitivo mantiveram domésticas filipinas em condições de escravidão. A Superintendência Regional do Trabalho e a Defensoria Pública da União revelaram o caso depois que uma das mulheres fugiu do quarto onde era subjugada, em um condomínio de luxo, e fez a denúncia às autoridades. Uma das trabalhadoras que pediu para não ser identificada, contou que fingia preparar mais comida para o cachorro da casa a fim de poder ter “uma refeição melhor”. A metrópole também concentra 12 mil oficinas ilegais de costura que abastecem as lojas no Bom Retiro e no Brás. Quase sempre são os imigrantes que trabalham nelas – sem documentação legal.
Em 1995, o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu oficialmente a continuidade desse crime – e criou uma comissão destinada a fiscalizar o trabalho escravo. O pior é que, em vez de melhorar, a situação está ficando mais grave. O país caminhava razoavelmente bem no combate à prática até 2013, quando o número de ações de fiscalização começou a cair drasticamente. Naquele ano houve verba para 185 autuações contra o trabalho escravo. Em 2014, registrou-se a queda de 14%  com apenas 160 autuações. Em 2015, foram só 155. Em 2016, foram apenas 106. No ano passado, realizaram-se somente 88 fiscalizações, e todas de menor porte em relação às executadas anteriormente, sendo 341 os resgatados.
A queda no número de autuações seria uma notícia boa se não representasse, na verdade, o contrário do que se imaginava: não é a escravidão que está retrocedendo, mas sim, o dinheiro para fiscalizá-la que está minguando. Em agosto do ano passado, o Ministério Público do Trabalho entrou com uma ação civil pública contra a União para garantir verba mínima até o fim de 2017, diante da ameaça de paralização total das ditas atividades. O chefe da Divisão de Fiscalização para  o trabalho escravo, André Roston, afirmou que o departamento tinha então menos de 7 mil reais em caixa, enquanto que, o valor médio de uma única ação, gira em torno de 60 mil reais. Em outubro, Roston foi exonerado, porque incomodava. Entre os ex-colegas, circula a versão de que Roston era “dedicado demais” à defesa do conceito de escravidão e muito atento aos abusos. Para funcionários do Detrae ouvidos pela “Veja”, a falta de verbas é resultado de uma dupla razão.  O combate  à escravidão não rende votos em eleições, e a bancada governista nunca escondeu seus laços com os ruralistas, que se habituaram a usar a mão de obra em situação deplorável.
Como exemplo, citamos o caso de Sebastião Cunha, de 48 anos e seu filho Geovane, de 25 anos. Eles vivem em Monção, município de 30 mil habitantes, a 300 quilômetros de São Luís, capital do Maranhão. Começaram a trabalhar na roça da família aos 9 anos, idade na qual os meninos da região costumam cair na labuta. Nela permaneceram até o fim da adolescência, e aí, saíram em busca de emprego. Trocaram o serviço doméstico pelo mercado e viram-se obrigados a se sujeitar ao regime da escravidão. “Pela falta de oportunidades, sempre aceitei o que aparecia, na terra dos outros”, conta o pai. Até 2007, Sebastião não tinha noção de que trabalhava em condições ilegais. Foi então que os fiscais o encontraram pela primeira vez, submetido a um regime análogo ao de escravidão. Estava magérrimo, passava fome e tinha febre. Em duas outras oportunidades ele seria flagrado na mesma situação. Ele não é exceção: a reincidência atinge algo em torno de 60% das vítimas da escravidão.
Mesmo nos dias atuais, com plena ciência do problema, ele admite que voltaria a se entregar àquela situação degradante, e até mesmo apanhando, pois se julga como que acorrentado a um destino cruel. “Todos os dias, pela manhã, bem cedo, minha filha de 6 anos me acorda e me pede pão”, relata ele. “Como é que vou dizer a ela que não tenho dinheiro para comprar pão? Então tenho que aceitar qualquer coisa, mesmo que caia novamente na escravidão, para garantir o pão de minha filha”, diz Sebastião. Em Monção, mais da metade da população vive na linha de pobreza (renda inferior a 140 reais por mês), 31% estão em condições consideradas pela ONU como de extrema miséria e 64% não têm ocupação.
A revista “Veja” visitou, no Maranhão e no Piauí, meia centena de municípios, onde os indivíduos como os Cunhas, foram retirados pela Justiça, de trabalhos degradantes. 75% dos trabalhadores em regime semelhante ao de escravidão, atuam no setor agropecuário. A arregimentação dos trabalhadores segue idêntica a que existia em 1995, quando o governo FHC
iniciou o ataque a essa prática. Um recrutador, chamado “gato” chega à região-alvo com a promessa de uma boa oportunidade de trabalho. Normalmente o patrão paga os custos da viagem até o local do trabalho, e esse valor acaba por se tornar a primeira de muitas dívidas que o empregado acumulará. Quando ele chega à fazenda onde vai trabalhar, a comida e as ferramentas também  passam a ser cobradas – e o desconto  é feito no pagamento. Em pouco tempo ele deve mais do que recebe, num processo que o põe inteiramente nas mãos do patrão. A rotina desses trabalhadores é por si só, abominável. Eles saem para a labuta, nas primeiras horas do dia, com apenas um café no estômago. No almoço, ao meio dia, comem arroz, feijão e farinha, em quantidade mínima. No fim do dia, vão dormir em um barracão coberto somente por uma lona. Não há camas, só redes, no meio das quais é comum ver porcos passeando. Muitas vezes, a única água é a dos córregos – em que os animais bebem para matar a sede e quase sempre urinam e defecam. Se a imagem de uma senzala veio a sua mente, saiba que não há exagero – as senzalas ou casas-grandes eram um pouco bem melhores.
A evidência de que o Brasil retrocedeu para valer na questão do trabalho escravo veio à tona em 16 de outubro do ano passado, quando foi publicada no Diário Oficial da União a portaria de nº 1129, que alterou o conceito de trabalho escravo e as regras para a inclusão de empresas que o adotavam em uma lista suja. O texto eliminava os termos “jornada exaustiva” e “condições degradantes” da caracterização da prática, limitando à escravidão à restrição de liberdade de ir e vir. A tal lista suja, a cargo do Ministério do Trabalho, passaria a ser atualizada apenas duas vezes ao ano. Antes dessa portaria, ela era de responsabilidade da Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), e a atualização poderia ocorrer a qualquer momento.
A medida de 16 de outubro de 2017 tinha o propósito de socorrer o presidente Temer, que tentava no Congresso votos para arquivamento da segunda denúncia contra ele por obstrução da Justiça e organização criminosa. O assunto virou moeda de negociação com a bancada ruralista da Câmara, cujos integrantes representam proprietários rurais. Essa barganha durou pouco: pois em 24 de outubro, a ministra Rosa
Weber, do STF, suspendeu a portaria casuística por considerar que ela vulnerabilizava “princípios basilares da Constituição”. A suspensão e as pressões que o governo enfrentou acabaram levando-o a ceder – ele publicou em dezembro uma nova portaria, que recolocava as coisas nos devidos eixos. Desde 1988, a Comissão Pastoral da Terra vinha fazendo várias denúncias contra a Brasil Verde, que se converteram em sucessivas fiscalizações em 1989, 1992 e 2000. Em 2016, vários anos após o último resgate na Brasil Verde, o Estado foi condenado por negligência. A indenização a 128 trabalhadores ultrapassou o valor de 4 milhões de dólares. O Brasil que foi o último país das Américas a abolir a escravatura negra, tornou-se o primeiro a ser condenado pela OEA por trabalho escravo.
Segundo a ONU, em todo o mundo os lucros obtidos com os cerca de 30 milhões de trabalhadores escravos chegam a 150 bilhões de dólares ao ano. Com a evolução tecnológica, os custos operacionais ficaram mais baixos. Antigamente, o trabalho escravo oferecia algo entre 15% e 20% de retorno anual. Hoje, esse número fica dentro de uma margem que vai de 300% a 500%. Sob essa lógica perversa, a escravização vale a pena. Não é de estranhar, portanto, que a resistência a combatê-la seja tão grande. Mesmo que isso signifique ter no país milhares de biografias devolvidas a um passado vergonhoso. . .

Fonte:
Reportagem Especial
Revista “Veja” de nº 2581 -9/5/2018
+ Acréscimos

Jc.
São Luís, 22/5/2018