Nestes
tempos de profundas transformações pela qual a humanidade está passando, é
fácil percebermos o grande número de idéias que entram em conflito. Aliás ,
conflito de opiniões é algo que sempre esteve presente na história da
humanidade, justamente por sermos ainda, espíritos com pouca lucidez de
consciência e evolução. Os seres humanos buscam muitas vezes sem saber como,
uma sociedade mais justa. Para termos
uma sociedade mais justa, é preciso acima de tudo, saber administrar as
diferenças. O grande problema é que a sociedade é formada por pessoas, e cada
uma delas é um universo muito complexo. Então a sociedade só poderá ser justa,
quando os seres humanos que participam dela também foram justos nas suas ações.
Já
dizia Allan Kardec: “A educação é a arte de fazer despertar nas pessoas os
sentimentos da virtude e abafar os instintos dos vícios”. Além do ensino
ministrado nos Centros Espíritas, muitas pessoas reclamam a falta de espíritas
na vida política, por desejarem uma atitude firme na batalha contra as
injustiças sociais, a corrupção a impunidade e a ganância que lavra atualmente
no país.
A
nossa luta, entretanto, tem dimensões mais amplas; nosso trabalho realiza-se
nos alicerces, na própria base da vida política e da justiça social,
correspondendo à orientação e a formação do ser humano de bem, que vai
retificar o futuro. Não nos interessam apenas os efeitos superficiais. A
Doutrina Espírita pretende remodelar o mundo, a partir da reforma do ser humano
e de seus procedimentos. Desde Platão, os homens inteligentes já compreendiam
que as verdadeiras transformações sociais e humanas, sempre se realizam pela
Educação, Educação com Amor.
Na
atualidade vemos vários adeptos de religiões envolvidas com a política e suas
igrejas transformadas em bases de confabulos sócio-políticos, modificando as
suas verdadeiras finalidades. É comum termos indagações sobre qual a posição da
Doutrina Espírita e do espírita, na política, frente às eleições que se
realizarão no mês de outubro próximo. A resposta lógica só poderia ser com base
nas nossas convicções no Evangelho de Jesus e nas obras da Doutrina Espírita,
clareando e objetivando-nos o assunto.
O
primeiro ponto a se basear o espírita, é o próprio Jesus (modelo de conduta
para todos nós) que se colocou à margem das preocupações políticas do mundo,
certamente por considerá-las incompatíveis com a sua grande missão
eminentemente espiritual e eterna. Jesus não se envolveu com os dominadores,
mas também não usou nem uma só palavra, nem uma só atitude que se comprometesse
com a política humana.
Outro
ponto importante foi aquele em
que Pilatos , curioso por conhecer suas intenções políticas,
inquire: E a resposta veio firme, sincera e objetiva: “O meu reino não é deste
mundo”. E para os apóstolos que queriam imaginar o Reino de Deus à semelhança
dos reinos da Terra, o Cristo esclareceu:
“O Reino de Deus não vem com aparências exteriores”. E aponta-lhes o caminho a seguir: “Não o das armas mas o de esclarecer as almas
e o Deus que está dentro de vós”. Com Jesus, ficou comprovado que a sua
mensagem jamais se dirigiu a reforma das instituições sociais e políticas, mas
à transformação íntima do ser humano fazendo
surgir o homem novo que poderá modificar as consciências e as estruturas
políticas passageiras.
O
ponto seguinte não é o de aconselhar os espíritas a se espalharem pelos
partidos políticos, mas resume-se na questão simples e básica da necessidade de
levar, cada um deles, através de exemplos e dos ensinos aos nossos semelhantes,
os conhecimentos evangélicos, para que os seres humanos transformem a si mesmos
para o bem. Essa solução nos conduzirá à equação de todos os problemas da infelicidade
dos seres humanos na Terra.
Quanto
às obrigações para com o processo eleitoral, os espíritas podem colaborar com a
política, cumprindo o seu dever como cidadão, porque entendemos sempre, que a
nossa missão Evangelizadora é muito mais delicada e muito mais nobre.
Relembramos a advertência de André Luiz, por intermédio de Chico Xavier, no
livro Conduta Espírita: “O espírita deve cumprir os deveres de cidadão e
eleitor, escolhendo os melhores candidatos aos postos eletivos, seguindo os ditames
da sua própria consciência”.
Espero
que este artigo possa ter possibilitado ao irmão ou irmã, saber qual é
realmente o nosso compromisso assumido na espiritualidade e qual a nossa missão durante a existência aqui na Terra. . .
Bibliografia:
Revista
Cristã de Espiritismo
Francisco
Júnior
Revista Goiás Espírita
Fábio
Oliveira
+
Pequenas alterações.
Jc.
21/6/2010
Refeito
em 21/8/2018
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