quinta-feira, 16 de junho de 2016

O INFINITO





  Respondendo à questão nº 2 de “O Livro dos Espíritos”, codificado por Allan Kardec: “Que se deve entender por infinito?”, os Espíritos Superiores esclareceram: “O que não tem começo nem fim”.
Aos menos atentos, esse tema não se revestiria de tanta importância, mas ele toca numa questão filosófica relevante que se entrelaça com a questão religiosa e científica.
No aspecto religioso, somente com o espírito de humildade é possível aceitar o infinito com tranquilidade e confiança no Criador. Diante do infinito o ser humano treme e se sente apequenado, pois se vê arrebatado pela grandiosidade do Universo, que evoca profundas reflexões, por exemplo, quando descortina o firmamento povoado de trilhões de estrelas ou quando está diante da morte física inevitável.
No âmbito científico, o infinito é um convite permanente ao investigador sedento de saber, o qual, mesmo diante do incognoscível, não desiste e continua procurando respostas para suas desafiantes pesquisas.
A resposta dos amigos espirituais está envolta em uma aparente obviedade, contudo, seu alcance é bem mais amplo, pois vai além de um simples jogo de palavras. O infinito nos remete ao que é incalculável, que não pode ser mensurado, aquilo que não tem limites. Amadurecida a compreensão na maioridade mental, percebe o ser humano a sua própria pequenez à frente do Infinito. Observa que o planeta, grande e sublime pelas oportunidades de elevação que nos oferece, é um simples grão de areia quando comparado ao imenso Universo. Cercado por sóis e mundos incontáveis, ergue-se dentro de si mesmo, para indagar quanto aos problemas do destino, da dor e da morte... Suas perguntas silenciosas atravessam o Espaço incomensurável, em busca das eternas revelações...
Na tentativa de solucionar esta simples informação, inúmeros sistemas foram construídos, muita tinta se gastou para explicar o que, por enquanto, é inexplicável. Outros, que se supunham dotados de grande inteligência, chegaram a enlouquecer de tanto pensar nisso, porque a razão é, ainda, impotente para entender o infinito. Tal circunstância apenas demonstra a nossa indigência intelectual, para não dizer espiritual, quanto ainda estamos longe de compreender os segredos da criação do Universo.
Observação – Se há um mistério insondável para o ser humano, é o princípio e o fim de todas as coisas. A visão do infinito lhe dá vertigem. Para compreender, são necessários conhecimentos e um desenvolvimento intelectual e moral que ainda está longe de se possuir, malgrado o orgulho que nos leva a julgar-nos chegado ao topo da escala humana. Entretanto, em relação a certas ideais, estamos na posição de uma criança que quisesse fazer cálculo diferencial e integral antes de saber as quatro operações.
Quando, por exemplo, o ser humano cria leis como o aborto, a pena de morte, a eutanásia, com o propósito de controlar a população mundial, conter o crime e evitar o sofrimento, está dando mostras de sua enorme ignorância e limitação, de que não consegue enxergar de que no infinito estão soluções mais dignas e simples para esses problemas. Quando o ser humano cria sistemas, como o capitalismo e o socialismo, os quais não resolvem as questões da economia, do bem-estar social e da criminalidade, nem evitam as guerras e a miséria, é porque ignora que há outras maneiras mais aperfeiçoadas de fazer o que deve ser feito.
O Espírito de Bezerra de Menezes escreveu interessante mensagem, com que inaugura o livro “O Espírito da Verdade”, oferecendo solução para os problemas da humanidade. Nela, mostra que o mundo está repleto de ouro, de espaço, de cultura, de teorias e de organizações, apontando-as como impotentes para resolver os dilemas humanos. Ao concluir a sublime mensagem, o venerando Espírito indica um roteiro infinito de bênçãos não encontradas em nenhum compêndio científico e que está ao alcance de todos: “Para extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a miséria; para dissipar a sombra da cobiça, que gera a ilusão; para exterminar o monstro do egoísmo, que promove a guerra; para anular o verme do desespero, que promove a loucura e para remover o charco do crime, que carreia o infortúnio, o único remédio eficiente é o Evangelho de Jesus no coração humano”.  
Enquanto alguns se perdem nas cogitações, e outros mergulham nas festas ruidosas do mundo, numa busca frenética e incessante da felicidade, o infinito aponta outros caminhos para a redenção humana. Assim, podemos dizer que o infinito é um emblema do Criador a nos lembrar que, incessantemente, vivemos mergulhados em abundância material e espiritual. Se, sofremos se vivemos na miséria, se somos limitados, ainda presos a alguma coisa, ansiosos e aflitos em virtude de dificuldades que não conseguimos superar, é porque o egoísmo tolda nossos olhos e nossa inteligência; é porque a ignorância não nos deixa sondar o destino glorioso que nos está reservado no infinito e que compete a nós construir...

Fonte:
Revista “O Reformador” – 02/2014
Chistiano Torchi
+ Supressões e pequenas modificações

Jc.
São Luis, 11/5/2014

DESIGUALDADES






  No Dicionário Ilustrado da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, o termo “desigualdade”, é definido como: condição, estado e qualidade de desigual; falta de igualdade, diferença.
Por que na existência dos seres humanos na Terra, existem tantas e variadas desigualdades? Por que essas desigualdades? Por que existem pessoas que nascem com doenças e deformidades e outras que nascem sem problemas nenhum de anomalias ou de saúde? Por que umas nascem bonitas como anjos e outras horríveis como monstrengos? Por que umas nascem brancas e outras pardas, amarelas, vermelhas e negras? Por que umas nascem em berço de ouro e outras nascem em situações as mais miseráveis? Por que umas são acolhidas com imenso carinho e amor, e outras são abortadas nas suas pretensões de vida, ou, quando chegam a nascer, são tratadas como indesejáveis e detestáveis?
Desigualdades de caráter, de vocações, de moralidade, de sentimentos, de conhecimentos, de afinidades, do próprio corpo, da estatura, da cor dos cabelos, dos olhos, das famílias, enfim, são tantas as desigualdades que nos remete a fazer perguntas, tais como: - Se somos criador pelo mesmo Pai Celestial, por que tantas desigualdades? Quais as razões para tudo isso? Porventura, todas essas desigualdades, são uma determinação ou uma Lei de Deus? O que você tem a dizer sobre o assunto? Você tem alguma opinião ou explicação para essas desigualdades?
Vejamos o que aconteceu num reinado, onde as pessoas foram se queixar ao rei de que ele não era justo, porquanto, nos seus domínios, algumas pessoas viviam nababescamente bem, na fartura, outros mais viviam em boas condições e a grande maioria vivia com o mínimo possível e às vezes, em condições precárias. O rei então lhes perguntou o que sugeriam para o problema, e eles responderam: Que todos os bens fossem repartidos, igualmente, para todos. O rei respondeu-lhes que estudaria o assunto e se pronunciaria posteriormente. Ele então analisou as condições que existiam no seu reinado, onde tanto os ricos, os remediados bem como os pobres, todos trabalhavam e viviam dependendo do que era produzido ali mesmo, sem depender de outros reinos. Então ele convocou o povo e lhes disse que atenderia ao pedido que lhe fora feito, repartindo todos os bens existentes no seu reinado, com todos os habitantes. Ele recolheu todos os bens e dividiu, igualmente com todos, de maneira que um não possuía mais que outro, e mandou fechar as fronteiras do seu reino para que não entrasse alimentos e nem saísse ninguém dos seus domínios.
Cada um, satisfeito e possuidor de bens iguais aos outros, passou a não se sujeitar e nem a trabalhar para ninguém, pois possuía tanto quanto os outros. Todos passaram então a consumir e ninguém a produzir. Em pouco tempo, tudo o que existia de alimentos foi consumido e a escassez se fez presente. O povo na dificuldade voltou à presença do rei para pedir que ele permitisse que fossem comprados nos reinos vizinhos, os alimentos que tinham acabado, pois todos tinham condições, mas não havia mais alimentos para comprar e o povo estava passando fome. O rei então respondeu: No meu reino, havia a prosperidade; todos viviam, todos trabalhavam e os alimentos e as demais necessidades que eram produzidas, satisfaziam a necessidade de todos, sem depender de outros reinos. Vocês queriam dinheiro e bens; dinheiro e bens, eu como rei confisquei dos que tinham muito para repartir com todos vocês. Se agora ninguém trabalha e nem produz, e está passando fome, a culpa é de vocês mesmos que, movidos pela inveja e ambição, reclamaram a mim, contra os que tinham muitos bens, que lhes proporcionava o trabalho e a oportunidade de viveram de acordo com seus esforços e aptidões. Vocês pediram bens e dinheiro e eu os atendi, agora comam os bens e o dinheiro que vocês pediram.
O povo, arrependido, implorou pela volta do antigo sistema em que todos viviam de acordo com a disposição e o esforço de cada um, e o rei feliz por ter dado uma lição a eles, demonstrou que tudo que Deus faz é o melhor para todos, e que a desigualdade é necessária para a harmonia do todo. O rei então recolheu tudo e deu a cada um, os bens, de acordo com o que possuíam antes, e o seu reinado voltou a ser próspero e o povo mais feliz do que anteriormente, porquanto houve a  conscientização de que do esforço próprio e do trabalho, dependia a melhora de vida de cada um.    
A Doutrina dos Espíritos, por meio da sua Ciência e da Filosofia, nos dá as explicações de todas essas diferenças, principalmente da desigualdade das posses terrenas.  No “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XVI, no título que fala das “Desigualdades das Riquezas”, encontramos a seguinte explicação:
“A desigualdade das riquezas, é um desses problemas que se procura em vão resolver, considerando-se apenas a existência atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que todos os seres humanos não são igualmente ricos? – Não o são por questões muito simples: é que eles não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar. Acrescente-se que, matematicamente demonstrado, a fortuna, igualmente repartida, daria a cada pessoa, uma parte mínima e insuficiente, que, supondo-se essa repartição feita, o equilíbrio estaria rompido em pouco tempo, pela diversidade das capacidades e das aptidões; e supondo-se possível e durável, cada um tendo apenas do que viver, isso seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem-estar da Humanidade. Se Deus a concentra em certos pontos, é porque daí ela se expande sempre em quantidades suficientes segundo as necessidades”.
Dando ao ser humano o livre arbítrio, quis  que  ele  alcançasse,  por sua própria experiência e sabedoria, a distinção entre o bem e o mal, e que a prática do bem fosse resultado da sua vontade e dos próprios esforços. Se ele fosse conduzido fatalmente ao bem ou ao mal, seria apenas um instrumento passivo e irresponsável, como os animais. A fortuna é um meio de prová-lo moralmente, e ao mesmo tempo, um meio de ação para o progresso. Deus não quer que ela fique por muito tempo, improdutiva, e por isso, desloca-a incessantemente. Cada um que a possui, deve servir-se dela, e saber o que dela fazer; sabendo utilizá-la para o bem de todos, ela pode proporcionar a felicidade e a evolução espiritual. Deus sendo justo obriga que cada um trabalhe a seu turno; a pobreza é para uns a prova da resignação e da humildade; a riqueza é para outros a prova da abnegação e da caridade.
Entretanto, é deplorável e lamentável o uso que certas pessoas fazem de sua fortuna, e se pergunta se Deus é justo em dar riqueza a tais pessoas. Se o ser humano tivesse apenas uma só existência, nada justificaria essa repartição dos bens da Terra; mas considerando-se o conjunto das existências, vê-se que tudo se equilibra com justiça. Todos a possuem a seu turno: quem não a tem hoje, já a teve anteriormente ou poderá tê-la amanhã. Assim, o pobre de hoje não tem mais motivo para acusar a Providência Divina, nem para invejar os ricos, e os ricos não têm mais do que se orgulhar pelo que possuem.
A fonte de todo mal está no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão por si mesmos quando os seres humanos se regerem pela lei do amor e da caridade. A verdadeira propriedade consiste apenas no que se pode levar deste mundo. O que encontramos ao chegar e o que usamos durante nossa permanência na Terra apenas somos  usufrutuário e não proprietário. Os conhecimentos e as qualidades morais, eis o que se traz e o que se leva que nos servirá mais na Espiritualidade do que neste mundo. Saindo mais rico nesses valores em nossa partida do que em nossa chegada, é que vai determinar nossa posição futura.
Assim sendo, ao ser humano usufrutuário dos bens da Terra, Deus lhe pedirá severas contas do emprego que dele tiver feito da fortuna, em virtude do seu livre arbítrio. “Aquele á quem mais é dado, muito lhe será cobrado”...
Bibliografia:
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”
+ Pequenas modificações

Jc.
S. Luís, 22/03/2013
Refeito em  12/6/2016

terça-feira, 7 de junho de 2016

DEUS, VINGATIVO OU DE AMOR E BONDADE ?




 Pitágoras, que viveu no século VI antes de Cristo, foi um dos mais lúcidos Espíritos da antiga Grécia. Chamado sábio pelos seus discípulos, respondia que era apenas um filósofo, um amigo do saber. Para Plantão, outro grande sábio grego, a filosofia devia ser exercitada não por mero prazer, mas como uma necessidade básica do ser humano, em busca da Verdade. – “Quem sabe de onde veio, situa-se melhor; quem sabe por onde anda não se perde nos caminhos; e quem sabe para onde vai, não experimenta o desalento”. Na grande maioria, os filósofos procuram o saber, não por amor à sabedoria como Pitágoras; nem por amor a Verdade, como Platão. Vaidosos de si mesmos, os filósofos e cientistas pretendem decifrar os enigmas do Universo, a partir da exaltação da própria vaidade. Quase sempre cometem um erro fundamental: Ignoram a presença de Deus no Universo, pretendo explicar a criação sem um Criador.
Diz Jesus, narrado por Mateus, C-11 V-25: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos”.
Não menos importante é exercitarmos a razão para apreciar a Regência Divina. Sem esse empenho, incorreremos no milenar erro: conceber um deus, de barro, feito à nossa imagem e semelhança, governando a vida universal, sob a inspiração de paixões típicas da inferioridade humana. Jeová, o todo poderoso senhor bíblico, vingava-se até a quarta geração daqueles que o ofendiam e determinava que os judeus passassem a fio de espada, em terras inimigas, tudo o que tivesse fôlego, todos os viventes, fossem homens, mulheres, velhos, crianças, etc. O “deus” que muito cristãos ainda aceitam não é melhor do que esse.
Em nome de Deus, durante séculos e séculos, imensas hordas humanas fanáticas e desvairadas, perseguiram e assassinaram       milhares de pessoas nas  antigas “guerras santas”.  Em nome de  Deus,  violentos conflitos feudais fizeram no Velho Mundo, um rio de sangue. Em nome de Deus, as truculências da Inquisição, torturaram, queimaram e mataram milhares de pessoas. Em nome de Deus, terríveis conflagrações religiosas ensanguentaram a Europa. Em nome de seu Deus, “aiatolás” distribuem sentenças de morte e promovem mundo afora, criminosos atentados terroristas. Em nome de Deus, se cometem, em toda parte, as mais insidiosas perfídias e agressões aos seres humanos. Em nome de Deus, digladiaram-se os chamados cristãos na Irlanda, e digladiam-se até hoje, judeus e palestinos, e em disputas propagandísticas aqui no Brasil. Todas essas violências foram e são praticadas em nome de Deus, por aqueles que se diziam e dizem serem seus representantes, muito embora Deus ou Jesus, nunca tenha passado procuração a ninguém nesse sentido.
Deus, criador e único, de extremo amor, bondade e misericórdia, manifestou-se através de Moysés, para fazer-se conhecer, não somente aos Hebreus, mas ainda aos povos pagãos. A Lei de Deus, conhecida como o “Decálogo” ou Dez Mandamentos, recebido por Moysés no Monte Sinai, é um código moral com alguns aspectos religiosos e não nos ameaça com sofrimentos eternos, nem recomenda a prática do mal. A ordenação do “dente por dente” e “olho por olho”, ou mesmo a matança de outras pessoas sob qualquer alegação ou justificativa, foi criada por Moysés para conter os excessos do povo ignorante e embrutecido. Assim, se falta aos filósofos e cientistas a religiosidade, carece de fraternidade os religiosos que se digladiam sem respeitar os direitos das demais pessoas, por não aceitarem suas normas.
Allan Kardec, ao começar seu trabalho da Codificação da Doutrina dos Espíritos, teve o bom senso de partir da ideia fundamental – DEUS.  A primeira pergunta que formulou as Entidades Elevadas foi:  “Que é Deus?” Normalmente de perguntaria:          quem é Deus? – No entanto, qualquer estudante secundário sabe que há uma diferença fundamental entre os pronomes – que e quem. O pronome –quem- identifica alguém. Quem é Jesus?  Um judeu, nascido em Belém,  filho de José e sua esposa Maria.  Já o pronome, –que-  define atividade, condição, qualificação. Por isso Allan Kardec, sabiamente, não perguntou quem é Deus. Onde nasceu? Qual sua origem? Quem são seus pais? – Limitou-se ele a perguntar, quanto à qualificação de Deus e não quanto a sua identificação. – “Que é Deus?” – Os mentores espirituais ao responder, dizem que Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas, esgotando o assunto, nos limites do saber humano.
Após a partida de Allan Kardec para o mundo espiritual, Gabriel Delanne, em reunião realizada em Paris, lançou luzes sobre a Doutrina Espírita, dizendo: “Estudaremos sob a direção dos Espíritos Superiores, as questões que tratam da busca da Verdade, porém convém nos entendermos sobre o ponto de partida de nossos trabalhos. A questão da existência de Deus é a primeira que se apresenta. Todas as religiões antigas fizeram uma falsa ideia da Divindade; elas lhe reconhecem um poder superior ao da Humanidade, mas, ao mesmo tempo, lhe atribuíam a maior parte das paixões. Essa concepção era a resultante do estado geral dos espíritos. O ser humano, devendo sofrer evoluções sucessivas não podia, nas primeiras idades, oferecer uma ideia justa do Ser Supremo a que chamamos Deus”.
Quanto mais o Espírito progride, desenvolve suas faculdades intelectuais, favorecendo a evolução de novas ideias, e a Ciência, ampliando a compreensão humana engrandece a noção da Divindade, reconhecendo um Deus que reina não apenas em nosso pequeno mundo, mas na imensidão do Universo. É diante desses horizontes, abertos à investigação humana, que o Espírito maravilhado, descobre o Criador, tão acima de nós, onde a ordem, o trabalho, a grandeza, a majestade reinam por toda parte; tudo demonstrando a bondade e justiça de Deus.
Esse Deus não é mais o deus implacável e vingativo, que condenava eternamente o ser humano pela falta de um momento. Não é mais o Jeová rancoroso, que ordenava a degola dos que não acreditavam nele. Esse Deus atual apresentado por Jesus  nos aparece como a Inteligência Suprema, se manifestando no admirável conjunto das forças que dirigem o Universo; sua bondade, pela lei da reencarnação, nos permite resgatar nossas faltas e nos elevar, gradativamente, até sua Infinita Majestade. Em face desses novos ensinos de amor e bondade, caem as velhas lendas que faziam mergulhar nossos espíritos num dogmatismo absurdo, enigmático e tirânico.
Neste pequeno globo em que vivemos, a Terra mostra sem cessar, aos nossos olhos, o emocionante quadro de transformações. As estações seguem seu curso, os corpos se atraem a vida circula sobre o planeta, juntando e desagregando moléculas, segundo leis supremas. Entretanto, as leis que produzem esses fenômenos demonstram uma identidade de origem. Todas elas se cumprem maravilhosamente. Além disso, na Natureza, tudo é harmonia; os corpos se unem em proporções definidas, havendo para cada corpo uma determinada quantidade de matéria que se combina. Tudo vibra na Natureza, em condições determinadas por uma Inteligência, sendo a causa maior que o efeito.
Se essas observações são verdadeiras no mundo material, elas o são igualmente no mundo espiritual, cuja existência nos é demonstrada de uma forma irrecusável, pois faz parte de nossa crença. Sabemos, pelos Espíritos Superiores, que eles próprios obedecem a regras que lhes são impostas e leis às quais é necessário obedecer e que são evidentemente superiores. Disso resulta que o Deus que descobrimos é de Infinita Grandeza, de Infinito Poder, de Infinita Justiça e de Infinita Bondade. É o Deus que paira acima da Criação, que a envolve com seus fluidos; é por Ele que o Universo se formou; é por Ele que os planetas gravitam nos espaços, em torno dos focos luminosos, formando brilhantes auréolas de sóis. É por Sua vontade que as admiráveis leis imutáveis desenvolvem no Infinito, as combinações maravilhosas que produzem tudo quanto existe. É por sua justiça que traçou as leis de fraternidade e solidariedade que se fazem sentir entre os seres humanos e os mundos; e por Sua vontade, deu ao ser humano o meio de conseguir a felicidade através das reencarnações. É O Deus da vida eterna; é o Deus cuidando da Criação. Desde a tenra e pequenina erva do campo, passando pelas aves e animais, tudo é cuidado com Amor por Ele. Ninguém é órfão, ninguém está desamparado. Deus cuida do que é melhor para nós e todas as facilidades nos serão concedidas para vivermos e progredirmos para uma vida melhor. Assim é o Determinismo Divino ao qual estamos sujeito, e, possuidores do “livre arbítrio”, escolhemos como viver e progredir. Podemos galgar planos superiores se agirmos conforme as Leis Divinas, evitando reencarnações e sofrimentos desnecessários.
Para se crer em Deus e na sua Infinita Bondade, basta lançar os olhos sobre as obras da Criação. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e acreditar e aceitar que o nada pôde fazer tudo isso que aí está.  A propósito da existência de Deus, conta-se a historia de um velho árabe analfabeto que orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o chefe da caravana onde ele servia, chamou-o a sua presença e lhe perguntou: - Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabe ler? O crente fiel respondeu: -  Senhor conheço a existência de nosso Pai Celestial, pelos sinais dele. – Como assim? – indagou o chefe admirado. O servo humilde explicou então: - Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu? – Pela letra e assinatura - respondeu o chefe. – Quando o senhor ouve passos de animais ao redor da tenda, como sabe depois, se foi um carneiro ou um camelo? – Pelos rastos - respondeu o chefe intrigado. Então o velho crente convidou-o a sair da tenda e, mostrando-lhe o Céu, onde brilhava a lua cercada de muitas estrelas; exclamou respeitoso: -  Senhor, por aqueles sinais, lá em cima, que não foram feitos pelos homens, reconheço a existência de Deus...
Quanto maiores os efeitos, mais potente é a causa. Deus não se mostra, mas se revela pelas Suas obras. Quem não se curva reverente, ante a grandiosidade do Universo?  E diante dos micro-organismos que não vemos a olho nu, e que julgávamos não existir? As Leis de Deus são todas plenas de sabedoria e bondade, e sua misericórdia se revela tanto nas pequeninas como nas grandes coisas, e não devemos duvidar da Sua Existência.
Ainda sobre a existência de Deus, conta-se a história de uma professora que estava tendo problemas em sua classe com os alunos. Um deles, de família afastada de religião e com ideias negativas, afirmava para as outras crianças, que Deus não existia; era apenas uma invenção dos homens. As outras crianças, surpresas e inquietas, não sabiam como desdizer as palavras do colega e começaram a se sentir inseguras na sua fé. Chegando ao conhecimento da professora, ela preocupada com o problema de esclarecer a existência de Deus, pensou e afinal teve uma ideia.
Avisou aos alunos que no dia seguinte iriam fazer uma experiência e disse ela às crianças, que deveriam trazer qualquer objeto, - brinquedo, relógio, rádio, etc. que estivesse quebrado e também que deveriam trazer uma caixa em que coubesse o objeto. No dia seguinte, compareceram os alunos portando um objeto solicitado, e intensa era a expectativa. A professora mandou então que todos colocassem o objeto quebrado dentro da caixa com todas as peças e pedaços e tampasse a caixa. Em seguida ela mandou que agitassem a caixa, tentando fazer com que as peças e pedaços se encaixassem em seus lugares e os mecanismos voltassem a funcionar. Findo algum tempo, a professora pediu que parassem de agitar e abrissem as caixas para ver o resultado. – Como estão os brinquedos e aparelhos? – perguntou a professora. As crianças olharam o conteúdo de suas caixas, e uma delas desanimada, respondeu: - Continuam quebrados. Ela então perguntou à classe: - Ninguém conseguiu consertar o seu objeto? Todos responderam negativamente. Um deles afirmou convicto: - Nem que ficássemos agitando o dia inteiro, conseguiríamos consertá-los dessa maneira. – E por quê? – voltou a perguntar a professora. Outro aluno então respondeu: - Porque para que funcione é preciso que “alguém” coloque as peças no lugar e ponha em movimento. A professora voltou a falar: - Vocês concordam que é preciso uma pessoa que conheça o mecanismo e saiba fazer o serviço? Todos os alunos concordaram. Satisfeita, a professora então falou: - Muito bem. É preciso o esforço de alguém para que alguma coisa funcione. Fez uma pequena pausa e concluiu: -  E o Universo que é tão grande, quem fez? Quem pode me dizer quem faz o Sol nascer todas as manhãs? Quem faz as plantinhas brotarem? As árvores darem frutos, as chuvas banharem a terra e as marés subirem e descerem? Quem criou os minerais, os vegetais, os animais? E os peixinhos do mar...? Então, quem fez todas essas coisas maravilhosas? – Todos responderam: - DEUS!  - Muito bem, Deus criou tudo o que existe, até nós mesmos. Ele é o nosso Pai e devemos sempre lembrar que Deus nos ama a todos, e não quer o nosso mal, porque Ele é Bom,  Amoroso e Misericordioso...
Aqui acaba essa historia e nos deixa uma pergunta: Por que o medo de Deus é a principal causa de estresse em criança de 7 a 10 anos de idade, segundo pesquisa realizada pela psicóloga Marilda Novaes? De acordo com a psicóloga, as crianças recebem dos pais ou escolas, a imagem de um Deus que pune aqueles que não obedecem às suas leis. Na pesquisa, muitas crianças disseram ter a sensação de estarem sendo “vigiadas” por um Deus capaz de castigá-las, se não agissem de acordo com os padrões determinados pelos pais, escolas e religiões. Algumas religiões exageram, e acabam criando nas crianças um medo real de ir para o inferno. O fato de crianças nessas idades serem vítimas de estresse compreende-se: os pais passam para elas, esta imagem deformada do Criador.
Faço minhas as palavras do irmão Delmo Ramos, quando diz: - Nestes séculos, o Deus mostrado pelas outras religiões, é ainda aquele adotado por Moysés, para conter os excessos de um povo ignorante e atrasado intelectual e moralmente. Esse ainda é o Deus vingador e impiedoso que condena seus filhos ao fogo eterno no inferno; que admite privilégios de castas; que quer ser adorado e louvado com a vaidade digna dos seres humanos; o Deus que criou o demônio, criatura tão poderosa que desafia o Criador; enfim, o Deus que ainda é mostrado para muitas pessoas, feito de barro ou metal, a imagem e semelhança do homem, pelo próprio homem, com a figura de um velho de longas barbas.
 As religiões durante séculos nos levaram a temer a ira do Senhor, ao invés de mostrar-nos a Sua Bondade, a Sua Justiça, a Sua Misericórdia e o Seu Amor. Um dia, Deus na Sua Infinita Bondade, permitiu ao ser humano ver a Verdade dissipar as trevas. Esse dia foi o advento do Cristo. Jesus foi o iniciador de uma nova era de moral mais pura e mais sublime. Os seus exemplos, os seus atos e ensinamentos permanecem até os nossos dias, nos chamando a uma reflexão. Ao se despedir dos seus apóstolos, promete que pediria ao Pai, para enviar outro Consolador para fazer recordar (só se recorda aquilo que foi esquecido), tudo o que Ele havia dito e ensinar todas as coisas. A Doutrina dos Espíritos, considerada o “Consolador Prometido”, nos libertou das trevas, e nos veio revelar o verdadeiro Deus de Bondade, Misericórdia e Amor, oculto durante milênios, que dá aos seus filhos, tantas oportunidades quantas forem necessárias, por meio da reencarnação, para resgatarem suas faltas cometidas contra o próximo. Assim sendo, não castiga, apenas submete todas as suas criaturas às suas Leis, dentre elas, a lei de “Causa e Efeito”, também conhecida como a lei de “ação e reação”. São palavras de Jesus:  “A cada um será dado, segundo as suas obras”, que confirmam esta verdade.
O ser humano foi criado por Deus à sua imagem e semelhança, conforme afirmação evangélica, ocasionando daí o fato de muitos entenderem e retratarem Deus, como sendo igual ao homem. Tal imagem reduziria a grandeza do Criador, a mera condição humana, o que é inconcebível, fruto da concepção de mentes ainda muito ignorantes. Essa semelhança entre o Criador e a criatura, é de ordem espiritual apenas, porque Deus é Espírito, e, sendo suas criaturas espíritos inteligentes, é nesse sentido que nos assemelhamos a Deus. Semelhantes, mas não iguais, porquanto Deus é imutável, único, criador de todas as coisas, enquanto nós seres humanos, ou espírito, somos mutáveis, sujeitos a existências na matéria, a fim de fazermos a nossa evolução. Deus é Espírito e a sua criação, o homem também o é, essa é a semelhança que muitos não compreendem.
Finalizando, vamos dar carinho, amor e bons exemplos aos nossos filhos a fim de não precisarmos fazer de Deus,  nosso substituto nessa tarefa, e nem façamos do nosso Pai Criador, o disciplinador das faltas dos nossos filhos, função que é de responsabilidade dos pais, perante as Leis de Deus...

Bibliografia:                                                                                                       Evangelho de Jesus                                                                                               “Livro dos Espíritos”                                                                                  

Jc.
S. Luís, 22/09/2004
Refeito em 17/03/2016



quinta-feira, 2 de junho de 2016

O MOSQUITO AEDES AEGYPTI E AS DOENÇAS TRANSMITIDAS





O mosquito não habita só em regiões pobres. Fora do Brasil ele se alastrou por centenas de outros países. “O clima quente, as chuvas, a água exposta e a urbanização favorecem sua reprodução e é praticamente impossível erradicá-lo nessas condições”, informa Rodolfo Telarolli, especialista em saúde da Universidade Estadual Paulista em Araraquara. Mas dá para controlar a disseminação com iniciativas que envolvam a eliminação de criadouros, no ano todo e interferências rápidas em locais que passam a registrar Dengue, Zika e Chikungunya. 
Nosso país está no centro da epidemia. Estimativas apontam que 1,5 milhão de brasileiros foram atingidos pelo mosquito, portador dessas doenças. Nenhuma outra nação apresenta números assim. “É, portanto, a comunidade científica brasileira que terá de trazer respostas para esse terrível cenário”, avalia Paulo Zanotto, coordenador da Rede, para estudar e combater o problema. 
O Aedes Aegypti é um mosquito de apenas 7 milímetros, capaz de transmitir numerosas doenças diferentes. Entre elas se destacam estas quatro: A dengue, o Zika Vírus, a Febre amarela e o Chikungunya.
No Brasil o Instituto Butantan pretende adaptar seu imunizante contra o Aedes aegypti – em face final de estudos. Até o segundo semestre de 2015, o Aedes era visto como uma Dengue leve, em virtude de manchas vermelhas, febre e coceira, com baixíssima mortalidade, não geravam tanta preocupação. Já em fevereiro de 2016 o mesmo Aedes foi tachado pela Organização Mundial de Saúde como o estopim de uma emergência internacional, tudo por causa do aumento explosivo de mulheres que tiveram bebês com microcefalia e que manifestaram sinais de infecção na gravidez. “Fomos pegos de surpresa pela doença” comentou o virologista Zanotto.
O foco de combate da população deve estar na contenção do mosquito e dos males que ele propaga, e para esse combate todos estão convocados a não ter qualquer tipo de água expostas que possa se converter em um criadouro do mosquito.
A Dengue se manifesta por meio de uma febre que dura 7 dias, com dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e músculos, dor atrás dos olhos, provocando prostração, indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos. Algumas pessoas podem apresentar manchas vermelhas no tórax e braços. É importante destacar que a Dengue se diferencia de gripes e resfriados por não apresentar sintomas respiratórios.
Não existe tratamento específico. Diante da suspeita de Dengue não utilize remédio a base de àcido acetilsalicílico. Beba bastante água e consulte um médico. A prevenção consiste em evitar qualquer tipo de água exposta que possa servir como criadouro para o mosquito. Roupas que façam exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, podem ser picadas. Repelentes podem ser aplicados na pele.
No início da pandemia da Aids, muitas pessoas atribuiu a disseminação do HIV a uma arma biológica, mas o vírus veio de macacos e se espalhou entre os humanos por meio de relações sexuais desprotegidas  e compartilhamento de seringas com sangue infectado. Mais de 30 anos depois, a história se repete com o Zika vírus e outra consequência da pesada, a microcefalia.
O Zika vírus  -- Sintomas.  A febre pelo Zika vírus é uma doença pouco conhecida e sua descrição está limitada a relatos de casos e investigação de surtos. Com bases nesses dados, os sinais e sintomas incluem exantema maculapapular  de início agudo (erupção cutânea com pontos brancos  ou vermelhos) e pode ser acompanhada de febre, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia ou artrite, mialgia, cefaleia e dor nas costas. Com menor frequência, há relatos também de edema, dor de garganta, tosse, vômitos e hematospermia.
Microcefalia Pesquisa realizada pelo CDC nos Estados Unidos, demonstrou que existem fortes evidências da relação entre a microcefalia e o Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O vírus foi encontrado na placenta de algumas mulheres que tiveram abortos espontâneos e no cérebro dos recém-nascidos que morreram após os partos, foram eles diagnosticados com microcefalia. A microcefalia caracteriza-se pelo perímetro cefálico igual ou inferior a 32 centímetros, e consiste na má formação congênita, desenvolvimento anormal e irreversível do cérebro durante o período gestacional. Ver uma onda de recém-nascidos com deformações no crânio causa mesmo pavor.
O tratamento  É sintomático e baseado no uso do remédio ‘Paracetamol”, para a febre e a dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de àcido acetilsalicílico  e drogas anti-inflamatórias, devido os riscos aumentados de complicações hemorrágicas como ocorre com a Dengue. Procure orientação médica.
A decisão de ter um filho parte do casal. Dito isso, ao adiar um pouco esse sonho, você dá um tempinho para a ciência calcular o real risco de o zika vírus gerar deformações e para determinar fatores que aumentem ou reduzam essa consequência. “Além disso, empurrar o início da gravidez para épocas frias e com menos chuvas faz subir a chance de não ser infetada”, informa Coríntio Mariani Neto, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.
 A decisão de ter um filho parte do casal. Dito isso, ao adiar um pouco esse sonho, você dá um tempinho para a ciência calcular o real risco de o zika vírus gerar deformações e para determinar fatores que aumentem ou reduzam essa consequência. “Além disso, empurrar o início da gravidez para épocas frias e com menos chuvas faz subir a chance de não ser infetada”, informa Coríntio Mariani Neto, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.
Muitos  dos médicos acreditam que a microcefalia vai acarretar maiores e
mais transtornos se a futura mãe for picada pelo Aedes aegypti no primeiro trimestre --- pelo menos é isso que costuma acontecer em outras infecções congênitas. 
O elo desse vírus com a microcefalia e a sua propagação pelo mosquito Aedes aegypti impõem desafios que não podem ser ignorados. Conheça as questões suscitadas pela epidemia e como poderemos vencê-la. A microcefalia surge por vários fatores, como uso de drogas na gravidez, desnutrição e até rubéola.  Entre as mulheres que já estão ficando barrigudas, a ordem é vestir roupas compridas, aplicar repelentes direto e evitar aglomerações.
Chikungunya  -- Sintomas.  São febre, vômitos, dores musculares e nas articulações, cefaleia e exantema e costuma durar de 3 a 10 dias e sua letalidade, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, é rara e menos frequente que nos casos de Dengue, porém, aqui no Maranhão, a doença se alastrou de tal maneira que é quase impossível ter uma residência que ela não tenha se manifestado.
O tratamento recomendado para combater os sintomas é com o analgésico  “Paracetamol”, hidratação adequada, apenas com água  e muito repouso.  
No Brasil há duas regiões em situação mais graves; o Norte e o Nordeste, que estão totalmente dominadas pelo mosquito. Uma das características do mosquito é a preferência por períodos chuvosos seguidos de calor, quando ocorre a eclosão das larvas. Em uma semana de temperatura alta o mosquito intensifica a sua reprodução. As ações de prevenção e combate devem existir o ano todo, cada um fazendo a sua parte para eliminar esse flagelo que nos atormenta atualmente...
Eu que contrai o Chikungunya, relato o que se passou comigo: Na quinta-feira ( 21/04 ) minhas mãos, minhas pernas e meus pés começaram a inchar; na sexta-feira assistindo a um filme deitado no sofá, fiquei alternando dormida e vigília. Quando o filme terminou tentei me levantar e senti o corpo como se tivesse levado uma surra, minhas articulações desde o ombro até os pés doíam e as pernas não sustentavam o meu corpo. Aí eu descobri que estava infectado, porque tive que ser carregado para a cama. A minha esposa quis logo me levar para o hospital, mas como já estava anoitecendo, disse a ela que deixasse para a manhã seguinte, sábado; foi a pior coisa que sugeri, porque durante a noite deitado não conseguia mexer com as pernas, os braços, nem me virar e com as dores a me perturbar. Foi uma noite de sofrimentos.  No dia seguinte, fui carregado para o carro que nos levou até o hospital, e lá, sentei numa cadeira de rodas e fui levado ao consultório do médico que me encaminhou logo para tomar duas injeções, um soro fisiológico e dois comprimidos de Ranitidina, e me receitou dois comprimidos pela manhã outros dois na parte da tarde, e ainda, por cinco dias, do remédio Prednisona 20 mg, dipirona 500 mg para o caso de febre e Dramin-B6 para o caso de vômitos. Voltei do hospital carregado até o carro e depois até a cama como um paralítico. Recomendou-me o médico repouso absoluto. No domingo, estava com alguma melhora, porém as pernas não conseguiam sustentar o meu corpo. Somente hoje, já decorridos 32 dias, é que estou andando com certa dificuldade, porém, ainda continuo com o rosto, os braços as pernas e os pés inchados e com fraqueza. Passados mais 10 dias e eu me sentindo fraco e com a inchação resolvi voltar ao médico, que me receitou o remédio Ibuprofeno 600 mg. de 12/12 horas, por 5 dias e a injeção Betatrinta;   como eu sou alérgico, resolvi tomar também o remédio Maleato de Dexclorfeniramina + betametasona 2mg+0,25 mg. Não sei qual desses remédios, resolveu  porque hoje estou quase livre da inchação e da fraqueza, razão porque  resolvi  refazer este artigo para orientação das pessoas, que por infelicidade venham a ter esse mesmo problema...  Assim que sentirem a ameaça, procurem imediatamente um médico.
- O Aedes Aegypti tem causado grandes dificuldades à Humanidade. Como explicar tantos males?
Uma senhora perguntava ao seu marido por que Deus fez um inseto repugnante como á barata, que nenhuma utilidade tem, e ele respondeu-lhe bem humorado, que seria, talvez, para ela cuidar melhor da higiene da casa. O Aedes Aegypti bem pode estar também enquadrado nesse objetivo – estimular-nos a cuidar da limpeza urbana.
- O Criador está usando essa situação para nós educar?
 Até que seria bom. Deus nos concede o dom da viver, mas, ás condições e a qualidade de vida dependem de nós.  A Natureza faz o mato crescer; se o mato invade nossa casa, a responsabilidade é somente nossa.
- Os males provocados pelo Aedes não seriam, portanto, do tipo “cavaleiros do apocalipse?”
De forma alguma. Basta lembrar que esse mal prospera apenas em países de clima quente.  Países de clima frio aprontam até mais. Basta lembrar as duas  guerras mundiais,  autênticas hecatombes que mataram cerca de setenta milhões de pessoas. Assim considerando, os europeus seriam muito mais merecedores dos problemas gerados pelo perigoso mosquito.
- No caso de ocorrer uma gravidez não planejada, pode-se cogitar do aborto terapêutico, sugerido por muitos médicos, evitando possíveis complicações provocadas pela picada do Aedes?
Isso seria trocar a possibilidade de um mal menor pela certeza de um mal maior que é o aborto, um crime de lesa-humanidade, como destacam as religiões, principalmente a Doutrina dos Espíritos, que nos oferece uma  visão muito objetiva de suas lamentáveis consequências.
- E se exames durante a gestação detectarem o zika vírus no feto, até mesmo no início da microcefalia, não será prudente o aborto?
A posição da Lei é bem clara: Aborto só quando houver risco de vida para a gestante. Além do mais, a presença desse vírus no feto não significa que vá instalar-se a microcefalia. Pretender simplesmente o sacrifício da criança afetada, é nos igualarmos aos nazistas, que eliminavam os  deficientes físicos e mentais sem nenhuma preocupação de caráter moral. Devemos ter a fé no Pai Celestial e evitar esse tipo de comportamento que nos conduz de volta à barbárie.
A prudência recomenda que as mulheres adiem a maternidade, como está acontecendo, até que o mosquito seja controlado ou tenhamos uma vacina contra os males que produz esse mosquito.

Fontes:
Revista “Saúde é Vital” – março/2016
Revista “Extrafarma” – Edição 04-05/2016
Internet – Dengue, Zika e Chikungunya
Meu depoimento sobre a doença.
Revista Internacional de             Espiritismo

Jc.
São Luís, 25/4/2016
Refeito em 02/06/2016


segunda-feira, 16 de maio de 2016

FONTE VIVA




  Glorifiquemos   “Orar a nosso Pai e Deus; seja  dada glória para todo e sempre” – (Paulo aos Filipenses, 4:20)
Quando o barro se retirou da cerâmica, dizia sem palavras: - Bendito seja o fogo que me proporcionou a solidez.
Quando o arado se ausentou da forja, afirmava em silêncio: - Bendito seja o malho que me deu forma.
Quando a madeira aprimorada passou a brilhar no palácio, exclamou sem voz: - Bendita seja a lâmina que me cortou cruelmente, proporcionando-me a beleza.
Quando a seda luziu, formosa, no templo, asseverava no íntimo: - Bendita seja a feia lagarta que me deu vida.
Quando a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu apressada: - Bendita a terra escura que me encheu de perfume.
Quando a enfermeira recuperou a saúde do paciente, gritou feliz:- Bendita seja a dor que trouxe a lição do equilíbrio.
Tudo é belo, tudo é grande, tudo é santificado por Deus. Agradeçamos a tempestade que renova a luta que aperfeiçoa o sofrimento que ilumina. Bendita a alvorada maravilhosa que no céu vem após a noite.
Que em todas as nossas dificuldades e sombras seja nosso Pai Celestial glorificado para sempre.
FRATERNIDADE   “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos; se vos amardes uns aos outros”.   Jesus
Desde a vitória de Constantino, que descerrou ao mundo cristão as portas da hegemonia política, temos ensaiado  diversas experiências para demonstrar na Terra a nossa condição de discípulo de Jesus. Organizamos célebres concílios, formulamos atrevidas conclusões acerca da natureza de Deus, da Alma, do Universo e da Vida.
Incentivamos guerras arrasadoras que implantaram a miséria e o terror naqueles que não tinham nem podiam crer pela nossa fé. Disputamos a morte do divino Mestre pela espada mortífera e ateando o fogo devorador. Criamos as disputas religiosas.
Acendemos fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplícios  e construímos prisões para quantos discordassem dos nossos pontos de vista. Estimulamos insurreições que criaram o embate de irmãos contra irmãos, em nome do Senhor que testemunhou na cruz o devotamento à humanidade. Edificamos palácios e basílicas, famosas pela suntuosidade e beleza, pretendendo lhe reverenciar a memória, esquecidos de que Ele não possuía uma pedra onde repousar a cabeça. 
E, ainda hoje,  alimentamos a separação e a discórdia, criando trincheiras de incompreensão e animosidade, uns contra os outros, nos variados setores da existência. Não nos faremos  titulares da Boa Nova simplesmente por atitudes exteriores... Precisamos sim, da cultura, da inteligência, da justiça que sustentam a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de assembleias que favoreçam a fraternidade; no entanto, toda a movimentação humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras...
Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que começa no nosso íntimo. Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente... Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa. Aprendamos com humildade e servindo onde estivermos, recordando as palavras do Mestre que afirmou: “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
OBREIRO SEM FÉ   “E eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”  -  (Tiago, 2:18)
Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando a inquietação e o desânimo. Devota-se ele a determinado serviço de caridade e abandona-o, logo em seguida, murmurando: “Para quê? O mundo não presta”.
Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz demissionário das suas obrigações, alegando: “Não nasci para o servilismo desonroso”. Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando: “Tudo isso é mentira e complicação”. Se é convidado à posição de evidência, repete o velho estribilho: “Não mereço! Não quero!”  E transita de situação em situação, entre lamúria e indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado. Em toda parte, é o trabalhador que não termina o serviço por que se responsabilizou.
Não seja igual a ele; não se concentre na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, e não se consagre à ação, sem fé no Poder Divino e em seu próprio esforço. O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e do trabalho no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem esmorecer e sem escravizar-se.
Revelemos a nossa fé, por intermédio das nossas obras, na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa existência o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, saúde e beleza...
ALGUMA COISA   “Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos”  -    Jesus
Quem sabe ler, não se esqueça de amparar aquele que ainda não se alfabetizou. Quem dispõe da palavra esclarecida, ajude ao irmão, ensinando-lhe a ciência da frase correta. Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a oportunidade de auxiliar o doente.
Quem conseguiu acender alguma luz de fé no próprio espírito, suporte com paciência o infeliz que ainda não tem a noção do Senhor, auxiliando-o a se desvencilhar das trevas.
Quem possui recurso de trabalho, não olvide o irmão carente, oferecendo-lhe uma atividade digna.
Quem estime a prática da caridade, compadeça-se das almas endurecidas, beneficiando-as com algo disponível ou com as vibrações de uma prece.
Quem seja detentor da bondade não recuse assistência aos maus, uma vez que a maldade resulta da revolta ou da ignorância.  Quem estiver em paz, ajude os desesperados.
Asseverou o Senhor que os sãos não precisam de médico, mas sim os enfermos.  A existência não reclama o teu sacrifício integral, em favor dos outros, mas, em benefício de ti mesmo, por isso, não deixes de fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.
SIRVAMOS   “Servindo de boa vontade ao Senhor, e não aos homens”  -  Paulo (Efésios, 6:7)
Se legislas, mais não aplicas a Lei, segundo os desígnios do Senhor, que considera as necessidades de todos, caminhas entre perigosos abismos, em virtude de tuas criações indébitas, sem recolheres os benefícios de tua missão na ordem coletiva.
Se administras,  mas não observas os interesses do Senhor, na posição de mordomo da vida, em caprichos escusos, ameaças o coração sem desfrutares as bênçãos da função pública.
Se julgas os semelhantes e não te inspiras no Senhor, que conhece todas as particularidades dos processos, vives na possibilidade de cair na mesma senda a que se acolhem os que não recebem a Justiça que conservas em tua inteligência.
Se trabalhas na cor ou no mármore, na melodia ou no verbo, sem traduzires em tuas obras a correção, o amor e a luz do Senhor, guarda a responsabilidade de quem cria imagens delituosas, perdendo, em vão, a glória que te enriquece os sentimentos.
Se fostes  chamado à obediência no mundo sem o espírito de compreensão com o Senhor, vives entre os fantasmas da indisciplina e do desânimo, sem desenvolver o talento que repousa em tuas mãos. A passagem na Terra é aprendizado sublime e o trabalho é sempre o instrutor do aperfeiçoamento. Sirvamos, em qualquer parte, de boa vontade, como ao Senhor, e o Senhor nos conduzirá para os cimos da existência.
SE SOUBÉSSEMOS   “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.    -    Jesus
Se o homicida  conhecesse,  de  antemão,  o  tributo de  dor  e sofrimento  que a  existência lhe cobrará, no reajuste  do  seu destino preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe enlouquece a razão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a penas, a fim de não se confiar à acusação descabida.
Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que as trevas lhe furtarão o contentamento da existência, se deteria feliz, sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não praticaria o delito da indiferença.
 Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda,  nunca se afastaria da prática da fraternidade e da cooperação.
Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte,  renderia culto invariável à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às leis divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto. Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal, não sabem o que fazem.
TENHAMOS FÉ   “... Vou preparar-vos lugar”.   -   Jesus
Sabia o Mestre que, até a construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem na pregação viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia,  “sem lugar” adequado aos sublimes ideais  que entesouram. Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido:
Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos:
Se exercita a caridade, é sempre tido à conta de exibido.                       Se adota a existência simples, é acusado de relaxamento.       Se busca ser bondoso, é categorizado por tolo.                         Se administra dignamente, é julgado orgulhoso.                       Se obedece a tudo que é justo, é considerado servil.                       Se usa sempre de tolerância, é visto como incompetente.                         Se  trabalha  devotado, é interpretado por vaidoso.                   Se procura melhorar-se, assumindo responsabilidades no esforço das boas obras ou das preleções consoladoras, é indicado por fingido.
Se tenta ajudar o próximo, com o seu gesto de bondade muitas vezes é tachado de personalista e oportunista, atento aos seus
interesses próprios...
Apesar de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo em nome do Senhor. Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores distanciados do verdadeiro lar.
“Há muitas moradas na casa do Pai”.  E Jesus segue servindo, adiante de nós.
DIANTE DO SENHOR  -  “Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra”.   Jesus
A linguagem de Jesus sempre se afigurou a muitos aprendizes, estranha e indecifrável.
Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.  Emprestar sem exigir retribuição. Desculpar incessantemente.  Ajudar ao próximo.
Muitas pessoas escutam a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos. Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental nas coisas terrenas. Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e a aplicação das Leis Divinas. A preocupação das posses terrenas lhes absorve a existência.
Reclamam o ouro, o pão, o linho, o prazer dos sentidos, a saúde, a felicidade e a consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de simples e modesto usufrutuário das coisas do mundo em que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de todos os bens materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar  adequado clima de trabalho na caridade, para engrandecimento do espírito eterno.
Percebem, mas não ouvem; informam-se, mas não entendem. Conservam, às vezes, enorme potencial de bondade, contudo, a mente vive empenhada no jogo das posses terrenas. Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assimilar a palavra do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração e a mente vazio de resíduos da Terra, para poder receber em espírito e verdade, a palavra divina...
AVANCEMOS  “Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja ainda
alcançado  a perfeição;  esqueço-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que estão diante de mim”.   -  Paulo
Na estrada cristã, somos defrontados por grande número de irmãos que se aquietaram á sombra da improdutividade e se declarando acidentados por desastres espirituais. É  alguém que chora a perda de um parente querido; é o trabalhador que se viu dilacerado pela incompreensão de um amigo; é o missionário que se imobiliza em face de uma calúnia; é alguém que lastima a deserção de um companheiro da boa luta; é o operário do bem que clama contra a fuga da companheira que não lhe percebeu a dedicação afetiva; é o idealista que espera uma fortuna para dar início às realizações que lhe competem.
Perdem precioso tempo em palavras ferinas enegrecendo  as intenções dos outros; queixam-se de tudo e de todos. Espalham emanações de má-fé, estendendo o desânimo e a desconfiança contra a prosperidade do irmão que pratica o bem, procurando aniquilar os frutos da caridade. Semelhantes aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem, afiguram-se, de fato, a sepultos abertos...
Quando te desviares para o terreno das lamentações e das acusações, quase sempre indébitas, reconsidera as tuas palavras e recorda que a nossa fala deve ser consagrada ao bem, pois só assim se expressará por ela, o verbo do Senhor...
ESTÍMULO FRATERNAL  “O meu Deus suprirá todas as nossas necessidades em glória a Jesus”   -   Paulo
Não te julgues sozinho na luta, por q        uê o Senhor suprirá  todas as  nossas  necessidades. Ergue teus olhos para o alto  e,  de quando em quando contempla a retaguarda. Se te encontras em posição de servir, ajuda sempre que possível. Recorda o irmão que se encontra sem recursos, na indigência; no irmão que ouve o soluço dos filhinhos, sem poder enxugar-lhes o pranto; observas o enfermo que as circunstâncias levaram ao leito do lar; pensas nos corações de mãe, torturados pela escassez de harmonia e pão no santuário doméstico; interrompe o passo apressado  a fim de auxiliares o cego que tateia no escuro. É possível que ao presenciares esses sofredores, endereça a eles um olhar de simpatia e uma oração, e certamente, a tua dor venha a desaparecer.
Quando conseguires superar as tuas aflições, ao criares a alegria dos outros, a felicidade alheia te buscará, onde estiveres a fim de improvisar a tua ventura. Que a tristeza e a enfermidade nunca te impeçam a jornada; sejas o anjo de fraternidade para os que se encontram dominados pela aflição, ignorância e padecimentos. Quando plantares a alegria nos corações que te cercam, as flores e os frutos de tua sementeira te enriquecerão a jornada terrena.
ESTÁS DOENTE?   “E a oração com fé salvará o doente, e o Senhor o levantará”    -   Tiago
Todas as criaturas humanas adoecem, entretanto, são raros os que cogitam da cura real.  Se te encontras enfermo, não acredites que somente a ação medicamentosa, através da boca te possa restaurar integralmente. O comprimido ajuda, a injeção melhora, porém, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração. A mente é fonte criadora. De que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insubmisso?
Outras vezes, pedes o socorro de médicos ou de benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade. Como ter a saúde, se perde longas horas na posição de cólera ou do desânimo? A indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de consequências imprevisíveis. Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico se não sabes calar, agradecer nem se humildar para aceitar os desígnios superiores e nem procuras se harmonizar.
Se estás doente, acima de qualquer medicamento, aprende a se resignar, entender  e iluminar a mente e o coração, convicto de que, se cultivas a oração com fé e tendo merecimento, aqui ou ali o Senhor te amparará.
NÃO TE CANSES   “Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos”.    -    Paulo
Quando o buril começou a trabalhar o bloco de mármore bruto, a pedra em desespero,  clamou contra o próprio destino, mas, depois, ao se perceber admirada, encarnando uma peça artística do mundo, louvou o cinzel que a dilacerara. A lagarta arrastava-se com extrema dificuldade, e, vendo as flores tocadas de beleza e perfume, revoltava-se contra o corpo disforme; contudo, um dia a massa feia em que se amargurava converteu-se em uma graciosa e ágil borboleta e, então, enalteceu o feio corpo com que a Natureza lhe preparara o voo feliz. O ferro rubro, colocado na bigorna espantou-se e sofreu inconformado; todavia, quando se viu desempenhando importante função nas máquinas do progresso, sorriu para o fogo que o purificara e o engrandecera. A semente lançada na cova escura chorou atormentada, e indagou por que motivo era levada, assim, ao extremo abandono; entretanto, vendo-se transformada em árvore, avançou para o Sol e fez-se generosa  e respeitada, abençoando a terra que a isolara no seu seio.
Quem hoje não te compreende a boa vontade, amanhã te louvará o esforço e o devotamento. Não olvides que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amor e luz, mas só alcançarás a divina colheita, se continuares perseverando entre a labuta o suor e a confiança, sem desistir...
DIANTE DA MULTIDÃO   “E Jesus vendo a multidão, subiu a um monte”.   -    Mateus, 5:1
O procedimento dos homens cultos para com o povo experimentará elevação crescente à medida que o Evangelho se estenda nos seus corações. Infelizmente, até hoje, a multidão não tem encontrado, nesses homens o tratamento  a que faz jus. Muitos sobem ao monte da autoridade e da fortuna, da inteligência e do poder, mas simplesmente para humilhá-la ou esquecê-la depois. Sacerdotes inúmeros enriquecem-se do saber e buscam subjugá-la ao seu prazer. Políticos astuciosos lhe exploram as paixões sempre em proveito próprio. Tiranos disfarçados em condutores lhe envenenam a alma e arrojam-na ao despenhadeiro da destruição, à maneira dos algozes de rebanho que conduzem as reses ao matadouro. Juízes menos preparados para a dignidade das funções que exercem, lavram sentenças por estarem confundidos no raciocínio. Assim também os administradores menos escrupulosos criam efeitos contrários ao progresso.
Em todos os tempos, vemos o trabalho dos legítimos missionários do bem prejudicados pela ignorância e má fé que cria perturbações e dificuldades para o povo no sentido do progresso.  Ajudemos o povo a pensar, a crescer e aprimorar-se, auxiliando a todos para que todos se beneficiem e se elevem, tanto quando nós desejamos melhoria e prosperidade para nós mesmos, que constitui o bem estar.
Em todo lugar movimentam-se milhares de seres humanos em posição inferior à nossa. Estendamos os braços, alonguemos a fraternidade, irradiemos o coração no entendimento de ajuda-las sem exigir condições. Vendo a multidão, Jesus sobe ao monte. Quando o cristão pronuncia as sagradas palavras “Pai nosso”, está reconhecendo não somente a Paternidade de Deus, mas aceitando por sua família a Humanidade inteira...
NA OBRA DA SALVAÇÃO   “Porque Deus nos tem designado para a aquisição da salvação”.      -    Paulo
Por que não somos compreendidos? Por que motivo á solidão nos invade a existência? Por que razão as dificuldades nos cerca? Por que tanta sombra e tanta aspereza em torno de nossa jornada e de nossos passos?
E a cada pergunta, feita de nós para nós mesmos, seguem-se comumente, o desespero  e a não conformação, reclamando, sob os raios mortíferos da cólera, as vantagens de que nos sentimos credores. Declaramo-nos decepcionados com a nossa família, desamparados pelos nossos companheiros,  incompreendidos pelos nosso amigos e até perseguidos por nossos irmãos.
A intranquilidade mental carreia para nosso íntimo os espinhos do desencanto e os desequilíbrios orgânicos, transformando a nossa existência num rosário de queixas preguiçosas e enfermiças. Isso acontece porque não fomos designados pelo Senhor para o despenhadeiro da ira, mas para a obra da evolução. Ninguém restaura um serviço sob as trevas da desordem. Ninguém sai ferindo sistematicamente pelo simples prazer de dilacerar. Ninguém abençoará as tarefas do dia, se amaldiçoá-las, ao mesmo tempo. Ninguém pode ser ao mesmo tempo amigo e inimigo.
Se, temos conhecimento do Evangelho, preparemo-nos para auxiliar infinitamente... A Terra é a nossa escola e a nossa oficina de trabalho. A Humanidade é a nossa família. Cada dia é a oportunidade de aprender, ensinar e auxiliar o nosso próximo. Por mais difícil seja a nossa situação, sempre haverá muitos outros em pior situação que esperam agirmos no abençoado serviço de salvação a que o Senhor nos convocou...  Estamos sempre em qualquer situação, acima de muitos outros e também abaixo de outros mais. Aqui estamos nesta existência para trabalhar pela nossa evolução, e para isso é necessário que pratiquemos a fraternidade, a caridade, a simplicidade, a humildade,  nas nossas ações cotidianas, como verdadeiros e fieis seguidores de Jesus, que nos ensinou e exemplificou essas virtudes, para a nossa ascensão espiritual ao Reino de Deus...

Fonte:
Livro “Fonte Viva”
Ditado pelo Espírito de Emmanuel
Psicografia  de Chico Xavier
+ Pequenas modificações e acréscimos.

Jc.
São Luís, 10/4/2016