sábado, 5 de fevereiro de 2011

A MÚSICA E O ESPÍRITO

A MÚSICA E O ESPÍRITO

Encontramos em “O Livro dos Espíritos”, questão 251, formulada pelo Allan Kardec, a seguinte pergunta: “São sensíveis à música os Espíritos?”

A resposta dada pelos instrutores do Plano Espiritual é esclarecedora, trazendo em seu bojo, séria restrição à música em uso na Terra. Eis a resposta: “Aludes à música terrena? – Que é ela comparada à música celeste? A esta harmonia de que nada na Terra vos pode dar idéia? Uma está para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Entretanto, espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir certas músicas, por lhes não ser dado ainda compreender outra música mais sublime”.

Sabemos, sem dúvida, que a música exerce profunda influência na evolução do Espírito. As pesquisas tecnológicas e os estudos psicológicos atestam a importância da música sobre a estabilidade orgânica e psíquica do ser humano. A educação do ouvido começa, realmente, no ventre materno, onde são captadas as vibrações musicais das cantigas entoadas pelas mães, além de outros sons, e vai pelo tempo afora, do berço até o túmulo.

Nas maternidades e clínicas infantis, a música na sala de espera e nos gabinetes médicos, e mesmo no berçário, ela é suave possibilitando a calma e o bem estar. Nas lojas, escritórios, edifícios também é usada á música ambiente durante o horário de trabalho. Nesses locais, reina um clima de tranqüilidade e a produtividade é elevada; as relações entre as pessoas, por esse mesmo motivo, são mais cordiais. Existem pessoas que estudam, trabalham e escrevem ouvindo músicas; outras ao se prepararem para dormir, buscam ouvir música suave que acalma o sistema nervoso.

Infelizmente, porém, viver em certos centros urbanos desenvolvidos, quase sempre implica sujeitar o ser humano à audição de ruídos violentos, grosseiros, irritantes, incômodos, proporcionados por tocas-fitas, rádios, aparelhos de som em carros e nas televisões, em alto volume, além de buzinas, sirenes, apitos, gritos e outros sons urbanos, todos provocando níveis de barulho causadores de sérios distúrbios físicos e espirituais, levando à pessoa a elevados patamares de nervosismo e agressividade. Sabe-se também que a poluição sonora, pelos efeitos prejudiciais e quase sempre irreversíveis, é tão grave e condenável como à poluição dos rios, do ar e dos mares.

A Organização Mundial de Saúde determinou um limite de tolerância, com o qual os órgãos auditivos podem conviver: 70 decibéis, o equivalente a uma conversação normal. Fora disso, o ouvido humano pode sofrer danos com a exposição cotidiana de ruídos de 80, 90 e 100 decibéis. Algumas ruas de tráfico intenso, buzinas de carros e carros com som podem atingir até 125 decibéis. Vejamos a Natureza que oferece poucos sons violentos, agressores de nossa audição: Trovoadas, cachoeiras, explosões vulcânicas. Notamos que, quando andamos pelo campo, pela floresta, os sons captados pelos nossos ouvidos são delicados, agradáveis, e se compararmos com os sons provocados pelos seres humanos, observamos logo a grande diferença.
Atualmente é cada vez maior o número de pessoas atingidas por problemas auditivos; uma parcela considerável de pacientes é constituída de jovens devido o uso de aparelhos de sons em alto volume e a freqüência às discotecas, que estão levando muitos deles, ainda começando seus estudos, ao tratamento médico especializado e até ao uso de aparelhos para surdez.

Nosso espírito é sensível à música e sua natureza especial requer música especial. Desde cedo aprendemos a ouvir variados tipos de sons e identificando-os, selecionamos aqueles que nos agradam e procuramos nos livrar daqueles que nos causam desconforto. Em nível da Natureza, amamos o canto dos pássaros, enternecemo-nos com o farfalhar de folhas e ramos de árvores, o correr das águas nos riachos. Ao contrário, se nosso ouvido convive com música barulhenta, tornamo-nos pouco a pouco mal humorado, agressivo ou deprimido. Façamos um pequeno teste: Experimentemos almoçar com música barulhenta para ver como fica nossos nervos. Por outro lado, faça uma refeição, ouvindo música suave. Em ambos os casos, o nosso espírito reage de formas opostas, e, sem dúvida, a última (suave) é superior e a mais agradável a nós.

A enxurrada de sons horríveis, de músicas barulhentas, trios elétricos com altíssima amplificação do som, vêm causando sérias preocupações aos pais, médicos, educadores e entidades que fiscalizam essa infração, pois além dos efeitos físicos como surdez progressiva, mal estar, agressividade, também os efeitos espirituais, de natureza duradoura, afligem o ser humano, dificultando sua ascensão na escala evolutiva. A parafernália de ruídos produzida por pessoas ignorantes e mal educadas, em desrespeito ao seu semelhante, demonstra falta de moral e comprova que ainda é um espírito muito atrasado.

“A finalidade do Espírito é a perfeição, e esta se realiza á medida que a vivência de encarnações sucessivas vai purificando os sentimentos, entre eles o de apreciar e sentir a boa música”.

Não é sem motivo que hoje existe a “Lei do Silêncio” coibindo os abusos e excessos de poucos indivíduos que não respeitam os direitos ao silêncio de muitos.

É por isso que em algumas Casas Espíritas, ouve-se música suave para a preparação do ambiente e dos trabalhos a serem realizados, o que não seria possível se houvesse barulho impedindo a manifestação dos Mentores Espirituais.



Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos”
Oswaldo Novaes Castro

Jc.
S.Luis, 09/2/2006

JC - MEUS CONTATOS COM O ESPIRITISMO

Jc = MEUS CONTATOS COM O ESPIRITISMO

Nasci e me criei no bairro do Anil, na cidade de São Luis-MA., fazendo parte de uma família muito pobre e humilde, constituída de 12 irmãos, cujos pais Edésio Castro e Joana Tavares Castro, já desencarnaram. O meu pai não cheguei a conhecer, porquanto quando ele faleceu na cidade de Pinheiro-MA. para onde tinha ido para se tratar, e lá faleceu, eu tinha apenas 1 ano de idade. Minha mãe ficou viúva sem qualquer condições e por isso passamos muitas privações e necessidades, mas graças a Jesus de quem ela era muito devota, as suas orações e seus exemplos de resignação, humildade, honestidade e trabalho, com muitas dificuldades, porquanto não existia nenhuma forma de assistência social naquele tempo (1931/32), conseguiu criar os seus filhos, sem que qualquer um deles se tornasse marginal, por força da criação austera e dos exemplos dignificantes que nos transmitiu. A minha mãe católica, conheceu o Espiritismo e a ele se integrou; e dos filhos, apenas três adotaram essa doutrina como fé religiosa; o Oliveiros de Assunção Castro (mais conhecido na doutrina como Oli de Castro), o Roldão Tavares de Castro, ainda na existência terrena, morando em Belém-PA., e eu, Jurandy Tavares de Castro.

Com a idade de 4 a 5 anos, levado pela minha mãe, por ser o caçula e não poder ficar só em casa, iniciei o meu contato com uma Casa Espírita. Na verdade o que eu queria era ficar brincando com as outras crianças, ou mesmo dormindo na minha rede. Pois as sessões espíritas eram realizadas a noite e em local fechado em virtude da perseguição ao Espiritismo, movida pela Igreja Católica, que dizia ser coisa do demônio, e era apoiada pelo governo. Geralmente, no início das sessões, a curiosidade me aguçava os sentidos, pois via as pessoas (médiuns), umas gemendo, outras falando e eu não entendia nada daquilo. Depois a imobilidade me causava sono e sempre acabava dormindo, até o final, quando era acordado pela minha mãe para voltarmos para casa. Nessa idade, é comum as crianças, quando estava deitado tive a visão de um velhote barbudo e sorrir para mim no telhado da nossa casa. No dia seguinte nossa mãe me levou a Igreja e o reconheci na imagem de S. José.

Na minha juventude, sempre acompanhado da irmã Salma e da nossa mãe, freqüentávamos o Centro Espírita “Olhar de Maria” do Mansueto, ou o Centro do Waldomiro Reis, na Rua dos Afogados, e algumas vezes, a Juventude Espírita Maranhense, no Anil, da qual fizemos parte como fundadores, eu, e meus irmãos Inaldo e Salma, e hoje conhecida como “Associação Espírita Lar de José”.

No ano de 1949, meu irmão Oli de Castro que morava em Belém-PA., passou por São Luis, de volta do Rio de Janeiro, onde fora participar do 1º Congresso Espírita Brasileiro, e nos levou (mamãe, meus irmãos Inaldo, Salma e eu) para Belém. Lá passamos a freqüentar a Mocidade Espírita Paraense e fazíamos a Campanha do Quilo, para ajudar na construção do “Lar de Maria”. Depois de meses, viajamos para o Rio de Janeiro e fomos morar em Nova Iguaçu, onde passamos a freqüentar o Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, e, novamente ingressamos na Campanha do Quilo, para a manutenção do “Lar de Jesus”, naquela cidade. Naquela ocasião, participando do movimento espírita, tivemos a satisfação de conhecer vultos importantes do Espiritismo: Professor Leopoldo Machado, Atlas de Castro, Alziro
Zarur e outros que não recordo os nomes.

Em 1950, regressamos ao Maranhão (mamãe, eu e minha irmã Salma), e como não tínhamos casa em São Luis, fomos morar no interior, na cidade de Rosário, onde esquecido o Espiritismo, passei a viver os prazeres da juventude e abusar da bebida. Dois anos depois, resolvido a acabar com aquele tipo de vida, pedi a minha mãe e viemos morar em São Luis. Nesta cidade, a minha existência se modificou e após me integrar no “Lar de José”, criei e mantive no ar, durante anos, pela Rádio Timbira, o programa “Luz na Penumbra”.

Em 1961, já casado e com dois filhos, resolvi tentar a vida no Rio, a convite do meu irmão Inaldo que tinha ficado em Nova Iguaçu, quando fomos com o Oli. No Rio de Janeiro fiquei com a família (esposa e 4 filhos) durante 25 anos. Apesar do meu trabalho de vendedor das Indústrias Granfino S/A, muito cansativo, e da minha vida desregrada e de envolvimento com mulheres, freqüentava de vez em quando, a Federação Espírita Fluminense, tendo nessa época, passado a assistir a uma velhinha e ajudado o Abrigo Cristo Redentor, instituição beneficente localizada em São Gonçalo-RJ.

Em 1986, forçado por crises de asma, deixei a minha família no Rio, e regressei ao Maranhão, para viver os meus últimos anos de vida. Aqui chegando, mais uma vez enveredei pelos caminhos dos prazeres do mundo, chegando a freqüentar o então existente clube noturno “Tom Marrom”, a semana inteira. Entretanto, existia na minha mente, a convicção de que não era aquela a vida que deveria levar e tinha me feito voltar para o Maranhão, mas que havia algo de mais nobre a realizar. Procurei então o “Lar de José” e comecei a me integrar no trabalho assistencial ali desenvolvido. Voltei a me tornar sócio contribuinte e sempre que possível, lá estava a levar bombons e a brincar com as crianças internas, levando a minha colaboração e participando das feijoadas beneficentes.

No, Natal de 1988, resolvi para alegrar as crianças, me fantasiar de “papai-noel”, levando saquinhos de doces para as crianças do “Lar de José” e para os idosos do “Asilo de Mendicidade”, instituição em que já prestava também a minha humilde colaboração. Em 1990, foi a vez de me aproximar da “Escola de Cegos” e passar a prestar a minha ajuda aos irmãos deficientes da visão. Em 1991 resolvi não mais me fantasiar de “papai-noel” por achar que estava promovendo um símbolo que representava o consumismo, em vez de representar o Natal do Senhor. Até hoje tenho o costume que aprendi com a minha mãe, de montar um Presépio na nossa casa, não só para lembrá-la, como também para homenagear o Mestre Amado Jesus.

Em 1992, voltei a apresentar pela Rádio Ribamar, o programa Cristão-Espírita “Luz na Penumbra”, que permaneceu no ar até agosto de 1994, quando a estação de rádio saiu do ar. Em 1993, a convite do meu sobrinho Rinaldi, conheci o Centro Espírita “Lar de Maria”, no bairro da Vila Nova em São Luis, e a esta casa de caridade e amor, passei também a prestar minha humilde colaboração. Em 2005, fui eleito para a Diretoria da Associação Espírita Lar de José, exercendo o cargo de Tesoureiro até o ano de 2008, quando findou meu mandato. Durante esse período procurei fazer o melhor que pude não só para as crianças internas, as idosas assistidas, os funcionários e a própria Entidade, deixando-a em situação bem estável.

Findo meu mandato na “Associação Espírita Lar de José”, continuei a prestar minha colaboração à “Associação Espírita Lar de Maria”, à “Seara Espírita Deus, Cristo e Caridade”, passei a dar maior apoio ao “Centro Espírita Graça de Jesus”, que conheci quando convidei os seus dirigentes para participar do programa “Luz na Penumbra” que apresentava na Rádio Ribamar. Posteriormente, me associei ao mesmo e atualmente estou exercendo o cargo de vice- presidente, onde iniciamos um trabalho que realizávamos no “Lar de José” com as idosas e também começamos com aulas de evangelização para crianças. Atualmente, juntamente com a esposa, estamos também freqüentando a “Associação Espírita Emmanuel”, localizada no Cohatrac IV, as quartas-feiras.

Por seis vezes, portanto, entrei no Espiritismo, mas somente na sexta vez, foi que o Espiritismo entrou em mim, me auxiliando a tentar me tornar uma nova pessoa, conforme disse o discípulo Paulo, pela orientação dos livros espíritas e exemplos de muitos irmãos. Dada a minha condição de espírito ainda imperfeito, no meu dia-a-dia, sobram atos de ignorância, de impaciência, de incompreensão, de intolerância e de desamor, e, faltam expressões de humildade, de paciência, de compreensão, de tolerância, de amor e de perseverança, para com meus atos em relação aos outros, a fim de que possa evoluir sem a necessidade de sofrimentos.´Apesar de todas essas minhas imperfeições, e, confiado de que “o verdadeiro espírita é aquele que tenta se livrar das suas imperfeições”, me considero uma Nova Pessoa, porque tomando conhecimento da filosofia espírita, compreendi e achei as respostas a muitas indagações do meu espírito; porque entendi que somente fazendo aos outros o que quero para mim, poderei evoluir espiritualmente; passei a adorar um Deus-Pai, um Deus de Amor, de Bondade, de Misericórdia, que sempre tem me amparado e aos meus familiares, ao contrário de um deus carrancudo, ameaçador, injusto e vingativo
que aprendi nas aulas de catecismo, na época da minha infância.

Sou melhor hoje? – Tento ser, apesar das minhas imperfeições como qualquer outro ser humano; porque, como ensina a Doutrina dos Espíritos, cada existência é sempre uma nova etapa de evolução do espírito; estou conseguindo pelo exercício da fraternidade, em vez de ser pela reparadora dor. Nas minhas orações, todos os dias estou pedindo ao Pai Celestial, forças para ser melhor a cada dia; para ter pensamentos melhores; para proferir palavras menos rudes e ofensivas, para ajudar outros que estejam necessitados de uma orientação; para finalmente praticar atos que me torne um cristão, e não apenas ter o rótulo de cristão.

Para neutralizar minhas atitudes negativas, tento emitir pensamentos positivos e saudáveis, mesmo sem o domínio completo dos meus pensamentos que às vezes ainda se apegam a coisas negativas; com relação as palavras, algumas vezes melhor seria se a minha língua, que vive numa caverna, fosse privada da fala, porque é por meio dela que criamos a maioria dos nossos débitos; já os meus atos, tomo cuidados ao praticá-los, mas mesmo assim, alguns são realizados impulsivamente, sem reflexão, pelos quais sou responsabilizado e colherei os frutos da minha atitude...ainda sou muito pecador, lutando para melhorar. Graças a Doutrina dos Espíritos, já sei que os Espíritos Superiores se comunicam também pelo pensamento. Assim sendo, na jornada evolutiva tenho o dever de tentar o domínio dos pensamentos, vigiar as palavras e ocupar o tempo disponível que ainda tenha na Terra, no trabalho abençoado da caridade e da fraternidade aos meus semelhantes.

Leon Denis, na obra “Depois da Morte”, diz: “Lembra-te de que a existência é curta. Enquanto ela durar, esforça-te por adquirir o que vieste procurar neste mundo: o verdadeiro aperfeiçoamento. Possa teu espírito daqui sair melhor e mais puro do que quando entrou! Acautela-te das armadilhas da carne; reflete que a Terra é um campo de batalha onde a alma é á todo momento assaltada pela matéria e pelos sentidos. Luta corajosamente contra as paixões vis; luta pelo espírito e pelo coração; corrige teus defeitos, abranda teu caráter, fortifica tua vontade. Eleva-te pelo pensamento, acima das vulgaridades terrestres; dilata as tuas aspirações sob o céu luminoso.” Esse é o meu objetivo na presente existência, caindo e levantando, fracassando e prosseguindo sempre.

Há poucos dias, criei um ”site” na Internet para que não se perdesse os artigos que vêm me servindo nas minhas exposições nos Centros Espíritas, e também para que outras pessoas possam tomar conhecimento dos mesmos. Para que isso seja possível, basta apenas digitar: http://ortsac.blogspot.com

Meditando nas palavras do Divino Mestre Amado Jesus, tenho procurado fazer do trabalho, da caridade e da oração, o vínculo a me aproximar do nosso Pai Celestial.
Obrigado, obrigado, obrigado Senhor meu Deus, meu Pai meu Criador, por mais esta existência, por mais este dia e por todas as bênçãos que tens proporcionado a mim e aos meus familiares. Obrigado, Senhor pela família que me destes, obrigado Senhor, pelo teto, pelo agasalho, pelo alimento, pela paz, pela saúde, pelas expiações que tenho passado, pela minha melhora espiritual, obrigado enfim, por tudo o que me concedestes que, como a minha mãe, creio em ti, Senhor da minha vida...

Esta é a minha história esta é a minha existência,
Jurandy T. de Castro
Jc.
21/12/2009 Refeito em 12/ 2010

OBS:
Quando iniciei a confecção destes artigos, apenas para exposições nos Centros Espíritas desta cidade (São Luis), usei trechos de artigos e livros diversos sem me preocupar de mencionar os autores. Com o passar do tempo, juntei mais de 140 artigos e, como não desejo que se perca esse trabalho de tantos anos, resolvi criar um blog para que outras pessoas possam tomar conhecimento dos assuntos tratados nos mesmos. Assim sendo, uma vez que atualmente me é impossível nomeá-los, venho pedir desculpas aos seus autores, por ter usado textos que não são meus, nos artigos.

Jc.

domingo, 23 de janeiro de 2011

A GLOBALIZAÇÃO E A FAMÍLIA

A GLOBALIZAÇÃO E A FAMÍLIA

Para Anthony Giddens, diretor da Escola de Economia e Ciências Políticas, de Londres, autor de dezenas de livros sobre esses assuntos, focalizado na revista “Isto É” de nº. 1659, diz ele “que a globalização é, antes de tudo, um fenômeno de comunicação. Embora sua feição mais visível seja a das relações econômicas e financeiras, é comprovado que esse aspecto da globalização mais divide do que une, uma vez que o jogo bruto do mercado, se nutre da desigualdade que fomenta, com regras que esmagam as economias emergentes, e aumentam a pobreza na face do planeta”.

Os mais acesos debates têm servido apenas como combustível para polêmicas de caráter político, muitas das vezes manipuladas por indivíduos interessados em defender posições aparentemente ideológicas, ou preservar e ainda conquistar fatias do poder. Por isso, uns assumem o papel de defensores, outros de adversários da globalização, como se esta, fosse produto criado por este ou aquele segmento político ou ideológico. Ao contrário, a globalização tem seus fundamentos mais consistentes na dinâmica com que circula a informação, que estabelece ou intensifica ligações entre os povos, aproximando pessoas até pouco tempo separadas pelas barreiras territoriais, de idioma, de raça e pela ação religiosa.

O ser humano é o mesmo nos quatro cantos do mundo. Sua busca de integração vem dos tempos ancestrais, quando procurava aventurar-se além dos limites do seu povoado, de sua tribo, seguindo a trilha de seu destino rumo ao desconhecido. Logo que lhe foi possível, aventurou-se nos caminhos do mar, afastando cada vez mais os limites de seus domínios. É certo que sempre o dominou a idéia de conquista, o que transformou sua história numa aventura econômica, mais do que ideológica. Entretanto, nem sempre os povos conquistados foram derrotados em seu espírito. Conquistadores e conquistados, em todos os tempos, terminaram por escrever histórias comuns de crescimento e influência mútua.

Austregésilo de Athayde, ilustre pernambucano que presidiu por mais de 30 anos a Academia Brasileira de Letras, disse: “A minha maior preocupação enquanto participei dos trabalhos de elaboração da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, foi à criação de um vínculo moral e espiritual entre os diversos povos do mundo; isto é, estabelecer a universalidade do entendimento do espírito”. E conclui: “Os laços econômicos e políticos não bastam e são precários. É preciso buscar, além e mais alto, numa concepção mais larga do destino humano. A razão da paz e da fraternidade está fora dos códigos dos homens”.

É sob essa forma que deve ser observado o fenômeno da globalização, porque não há sujeições nem dominações, mas se concretiza o sonho de uma sociedade igualitária e justa, cujos membros são identificados como portadores de iguais sentimentos e aspirações. Somente por isso, a globalização veio para ficar. O mundo moderno não comporta mais o isolamento das sociedades e os meios de comunicação estão cumprindo o seu papel. Cada vez mais a sobrevivência da humanidade está a depender do entendimento que constitui a aspiração maior do mundo moderno. Quem não se adaptar a essa nova realidade estará desperdiçando precioso tempo. Por tudo isso são cada vez mais universais os dramas localizados aqui e ali, chegando até nós os gritos de dor e revolta de povos que se trucidam em guerras fratricidas, fomentadas por interesses mesquinhos; sejam elas de ordem econômicas, políticas ou religiosas. Da mesma forma perdemos o sono ante a tragédia da fome, da miséria e do sofrimento que se abate sobre os nossos vizinhos de quarteirão, nas favelas, nas encostas dos morros, onde a dignidade do ser humano é espezinhada.

Depois de milênios, a família humana começa a estruturar-se e a fomentar novos interesses. Mais cedo do que se imagina, o interesse coletivo começará a prevalecer nas relações entre os seres e as nações. Este não é o futuro sonhado, é o futuro possível, o que equivale dizer que não haverá futuro sem o entendimento entre todas as sociedades humanas. Novos parâmetros medirão as sociedades, que não serão mais divididas entre ricos e miseráveis.

Há batalhas importantes a superar. Os males da sociedade moderna são partilhados por pobres e ricos. Por enquanto ainda existe uma geografia da fome e da miséria material localizadas. Mas há outros padecimentos que se universalizam, levando a dor e a incerteza para o centro das sociedades mais evoluídas do planeta. O esfacelamento do núcleo familiar, com o recrudescimento do egoísmo, a evolução lamentável da violência sob variadas formas, o terrorismo, o surgimento sem controle do uso de drogas, compõem um quadro de graves preocupações. Emmanuel comenta: “Esse quadro material que existe na Terra, não foi formado pela vontade de Deus; ele é o reflexo da mente humana, desvairada pela ambição e pelo egoísmo”. Mas, a vontade de Deus prevalecerá, e o primeiro passo para a construção de um novo tempo, está na universalização do espírito, sob um novo aspecto onde deverá ser vivenciado o fenômeno da globalização. Até que prevaleça essa nova visão, muito sofrimento ainda existirá.

A experiência dolorosa descerrará as portas da compreensão necessária à definitiva constituição da família verdadeiramente cristã. As Casas Espíritas, núcleos humildes de irradiação do ideal cristão, têm uma grande colaboração a prestar. Praticando um conceito de religião liberto das formas exteriores, baseiam suas ações no verdadeiro amor ao próximo, construído sob a tolerância e a caridade. Com tais inspirações, mais do que simplesmente procurar mitigar a fome e as dificuldades materiais, dos que lhes batem à porta. Esses núcleos cristãos disseminam os ideais de um novo mundo, em que a colaboração que constrói a fraternidade substituirá o egoísmo que esmaga o espírito. Será lento esse trabalho? Sem dúvida. Porém seus frutos são compensadores e deles resultará um novo conceito de sociedade, globalizada; base de uma verdadeira família humana cristã...

Bibliografia:
Revista Espírita de Campos

Jc.
02/05/2002

O BULLYING E OS ENSINOS DE JESUS

O BULLYING E OS ENSINOS DE JESUS

Vivemos nos tempos atuais uma verdadeira crise existencial, onde as inimizades, o egoísmo, o vício, a corrupção, a impunidade e a violência, dominam parte da humanidade, trazendo aflições e sofrimentos para muitos, próprio de uma época de transformações por que passa, para surgir um mundo melhor.

Apesar de recebermos uma avalanche de más notícias todos os dias, através dos meios de comunicação, temos visto que ultimamente boa parte das pessoas, vem tentando resgatar valores morais até então esquecidos, em busca da qualidade nos relacionamentos e de uma melhor convivência em todos os setores, seja na família, no trabalho, em sociedade e, principalmente, esta revisão de conceitos vem ocorrendo também nas escolas. A letargia moral que vinha envolvendo a sociedade, que destaca maio o verbo “ter” no lugar do “ser”, parece finalmente ceder por ter chegado a um ponto insuportável, infelizmente, causando efeitos colaterais em nossas crianças e adolescentes.

De forma mais impactante, no ano que passou, a imprensa trouxe à tona a questão do Bullying, que é definido como “atos agressivos feitos de forma verbal ou física, repetidamente contra crianças e adolescentes, por parte de uma ou mais pessoas”. As vítimas são quase sempre crianças obesas, tímidas, fracas, pobres, de cor, não afeitas à prática de esportes, podendo portar deficiências visuais ou físicas, e que na maioria dos casos não há motivo que justifique as agressões. O Bullying representa uma coação, a intimidação, a manipulação e o domínio do mais forte sobre o mais fraco fisicamente ou aquele que não apresenta resistência. Os agressores também são crianças e adolescentes que não receberam limites, que desde muito cedo apresentam um perfil agressivo e dominador, que em muitos casos apenas espelham a convivência conturbada de suas famílias, pois o aprendizado do ser humano é dado também pelos exemplos que eles recebem.

Os especialistas apontam o Bullying com suas bases fincadas na intolerância e no desrespeito às diferenças, e por isso podemos dizer que ele é a antítese do que Jesus nos ensina no Evangelho, e que está na contramão do “amai-vos uns aos outros”. Numa das reportagens, uma jornalista fez o seguinte comentário: “este problema tem mostrado que a criança não é tão inocente e imaculada como pensávamos”. A Doutrina dos Espíritos trata essa questão elucidando-nos que a criança é um espírito que viveu muitas existências e experiências, e que, apesar de estar vestindo hoje um corpo infantil, essas experiências são do passado e podem influenciar os atos do presente, principalmente se não recebem uma educação adequada no lar.

Allan Kardec, com todo o seu cabedal de conhecimentos e, especialmente, pelo fato de ter sido um adepto dos métodos de educação de Pestalozzi, nos deu orientações importantes quanto ao tratamento que devemos dar às crianças. No Livro dos Espíritos, na questão 383, ele pergunta qual a utilidade de se passar pela infância, e a resposta dos Espíritos Superiores é clara: “Encarnamos para nos aperfeiçoar e nessa condição, estamos mais acessíveis, no qual devem contribuir aqueles que são os responsáveis e encarregados da educação das crianças”.
A importância da educação aplicada de forma mais ampla na família, visa não somente esta existência, mas a evolução espiritual dos seres humanos. Pais, avós e professores formam esse grupo de encarregados. Os pais são os principais, e não podem deixar esses espíritos que vêm em forma de filhos, entregues simplesmente às mãos de empregadas, ou sob a perigosa tutela da televisão que, na maioria das vezes, mais prejudica do que auxilia na educação. Como na vida moderna, o tempo é escasso, vivemos fugindo das responsabilidades, e, em muitos casos, a família vive sob o mesmo teto, divide a mesma mesa, tem o mesmo sobrenome, mas seus membros não se conhecem, por faltar o fundamental que é o diálogo, e somente ele, pode aproximar as pessoas e fazê-las compartilhar idéias e sentimentos.

Os encarregados da educação desses espíritos devem estar atentos às tendências que as crianças apresentam desde cedo, incentivando os pontos positivos e fazendo-os refletir sobre os pontos negativos de sua personalidade, a fim de ficarem convencidos da necessidade de melhoramento. E o mais necessário para essa reflexão é o Evangelho no Lar, em que a família se reúne para estudar as palavras de Jesus – o médico das almas. A criança precisa participar do estudo do Evangelho em casa ou na Casa Espírita, porque assim terá acesso a valores morais e espirituais que semeados em seu coração, permanecerão para sempre. Espíritos que se encontram na fase da infância estão totalmente receptivos, abertos ao aprendizado, e é nesse período que o Evangelho deve ser apresentado, por meio de histórias, brincadeiras e exemplos, e vislumbrando as experiências de outras pessoas, elas aprenderão mais facilmente as lições de respeito, fraternidade e amor.

Eurípedes Barsanulfo nos deu a receita de educarmos nossas crianças dando a elas a visão de que são espíritos eternos, e que devem viver dentro das leis divinas. Se aprenderem isso, elas saberão lidar com as diferenças e não receberão o triste rótulo de autores do Bullying. Se apresentarmos Jesus de maneira viva e atual como o melhor exemplo, elas irão entender a lei da semeadura e compreenderão a responsabilidade que têm diante de seus atos, descobrindo seus direitos e seus deveres e não terão heróis da violência a seguir, procurando fazer aos outros o mesmo que gostaria que fizessem a elas. Esta é a visão que leva a criança e o adolescente a conhecer e exercitar os pontos positivos de sua personalidade, e, joga luz as suas más tendências, trabalhando-as na chamada reforma íntima, que, quanto antes iniciar será melhor para si e para todos que convivem com ela.

Se ficarmos protelando e não tratarmos essas más tendências, na infância e adolescência, que é a fase de eclosão dos sentidos, nossas crianças crescerão como carros desgovernados em plena ladeira. Quando os pais ignoram e não procuram reprimir as más tendências dos filhos, eles poderão manter uma falsa aparência em casa, mas quando estiverem lá fora, poderão dar vazão a elas com atitudes reprováveis como o Bullying, que ganhou contornos altamente nocivos e tem incomodado a pessoas em todo o mundo, e, de maneira alguma, devemos encarar como uma brincadeira de criança. Á médio e longo prazo as vítimas podem apresentar desinteresse pela escola, depressão, pânico, e fobia social. Em casos mais graves, podem ocorrer suicídios e homicídios.
Muitas das vítimas crescem e superam o Bullying com o chamado “efeito elástico”, que é a capacidade de ser testado ao limite e não ter a sua constituição emocional alterada, mas grande parte delas ficarão com traumas e inseguranças para o resto da existência. Os agressores, que chegarão à fase adulta dotados dessa carga de violência e desrespeito, desprovidos de limites e valores morais, que são essenciais à evolução como cidadãos e espíritos que também o são, serão os agentes desprezados pelas pessoas e pela sociedade que agridem, originando a criação de leis severas como punição por seus atos.

O Conselho Nacional de Justiça lançou recentemente uma Cartilha de Combate ao Bullying, que já vem sendo distribuída em todas as escolas da rede pública e particular, além dos órgãos de proteção ao menor. Apesar de todos os esclarecimentos e fatos lamentáveis de agressões e violências, apresentados pela televisão, ainda há pessoas que consideram um exagero o posicionamento da justiça, dizendo que é inofensivo, sem se darem ao trabalho de perguntar como se sentem as crianças e adolescentes que são alvos dessa violência.

Todas estas características inferiores são inerentes a um planeta de provas e expiações, e o cenário dos relacionamentos somente mudará, na proporção em que o ser humano modificar seu interior; no dia em que descobrir e procurar trabalhar os seus sentimentos, passando a ter como objetivo principal a sua evolução espiritual, através do exercício do bem e da caridade, ensinado por Jesus. . .



Bibliografia:
“O Livro dos Espíritos”
Eurípedes Barsanulfo
Juliana Demarchi


Jc.
S.Luis, 20/01/2011

SIMPLICIDADE E HUMILDADE

SIMPLICIDADE E HUMILDADE

Em algumas áreas do Espiritismo, especialmente entre os integrantes dos grupos que se julgam em maior sintonia com as descobertas mais recentes da ciência e da tecnologia, observa-se uma fascinação por todo e qualquer tipo de novidade. A simplicidade, uma das características mais marcantes de Jesus, parece desagradar a tais pessoas, que, por uma interpretação distorcida e equivocada do caráter progressivo da Doutrina, trazem para dentro dela, uma enormidade de absurdos e de extravagâncias decorrentes do modismo passageiro e inconseqüente. A pureza e a simplicidade dos primeiros tempos do Cristianismo, retomadas pelo Espiritismo, está cedendo lugar em nosso meio, em alguns casos, a uma série de procedimentos que não encontra o menor respaldo doutrinário. Servem no que diz respeito ao Espiritismo, para atrair público para as reuniões e para desviar as atenções para temas e assuntos que são estranhos à Doutrina Espírita.

As sessões de cromoterapia, regressão de memória e outras ramificações da chamada medicina alternativa, estão sendo indevidamente introduzidas e praticadas por alguns, de forma indiscriminada, na Casa Espírita. As dificuldades e problemas que esses procedimentos poderão acarretar para a Doutrina dos Espíritos são facilmente previsíveis, e, aqueles que persistirem nessa prática, estarão fatalmente sujeitos às conseqüências danosas de suas ações, em face da lei de “causa e efeito”.
Como se não bastassem tais inconvenientes, desponta agora, como grande inovação, o costume de se substituir a tradicional terminologia espírita, por uma outra mais consentânea com a tão reclamada modernidade. Trata-se de mais uma imposição do modismo fútil. Assim, fala-se já em fluidoterapia quando se faz alguma referência ao tradicional passe. Nesse modismo, dentro em breve, os médiuns passarão a ser chamados de fluidoterapeutas, e os locais do passe serão transformados em gabinetes destinados às sessões de fluidoterapia. Nesse modismo, os Centros Espíritas passariam a promover cursos específicos, formando os profissionais da terapia fluídica, e não haveria surpresa se estes devidamente diplomados e habilitados resolvessem se unir em torno de uma organização social, e mais ainda, cobrarem pelos seus serviços.

E ainda, como se isso não bastasse para descaracterizar a Doutrina, a mediunidade, dentro de pouco tempo, passaria a ser conhecida pelo nome científico de transcomunicação-interpessoal, integrando juntamente com a instrumental já existente, o Departamento de Transcomunicação, tudo, evidentemente, feito em função da modernidade do Espiritismo. Os que não concordassem com tais procedimentos, mantendo as normas tradicionais, seriam tidos à conta de superados e velhos. A permanecer essa inovação, em pouco tempo a simplicidade dos temas evangélicos-espíritas seria fatalmente substituída por pretensiosos e complicados assuntos, tendo em vista a necessidade de evolução e progresso reclamada por alguns inconformados seguidores da Doutrina dos Espíritos. Jesus, prevendo isso já nos advertia: “Pois se nem ainda podeis fazer as coisas mais simples, por que estais ansiosos pelas outras?” Lucas C-12 v-26.

Tais tendências vêm ocorrendo no Espiritismo, devido ao entusiasmo excessivo de
alguns, pelas novidades introduzidas pela mídia. Isso não implica que devemos abrir mão das novas técnicas de comunicação e das conquistas do saber humano. Se tal ocorresse, estaria configurado um contra-senso e uma demonstração de atraso. O que não se pode admitir é que tudo que desponta como novo, moderno, aceito por alguns, ou por grupos restritos, de áreas também restritas, passe a integrar o quotidiano das instituições espíritas, em detrimento das posturas mais singelas adotadas pelo verdadeiro Cristianismo, de que o Espiritismo é o mais autêntico e legítimo sucessor. Cautela e prudência jamais poderão faltar a todo e qualquer empreendimento realizado pelo ser humano, assim já recomendava a velha sabedoria romana. Jesus, ao se referir à prática de Seus ensinamentos, recomendou igual procedimento aos seus seguidores.

Também a humildade, parece ser uma virtude que não é devidamente apreciada por alguns companheiros, principalmente pelos mais afoitos que não conseguiram ainda superar a fase inicial de encantamento com a Doutrina dos Espíritos. Sentem uma atração pela rapidez com o que acontece nas chamadas atividades assistenciais. Por outro lado, é comum encontrar-se no meio delas, as pessoas que se orgulham de, numa arrancada só, terem lido a Codificação e as obras complementares, julgando que, com essa atitude, terem as condições de profundos conhecedores da Doutrina, sem se darem conta da necessidade de assimilar os conceitos e a necessidade da modificação moral, da simplicidade e da humildade indicadas por Jesus.

Conquanto não se possa generalizar, condutas dessa espécie estão se tornando cada vez mais comuns, não só no que se refere às pessoas isoladamente, como também entre os componentes de algumas instituições, que se consideram como organizações, melhor estruturadas e superiores às demais. Nessas duas situações, o orgulho e a vaidade, mesmo que inconscientes, imperam soberanos e se constituem na causa principal desse tipo de comportamento. O único remédio nesses casos é o estudo a compreensão e a assimilação dos postulados evangélicos de simplicidade e humildade, visto que somente através de sua vivência, é que se conseguirá a eliminação dos defeitos, vícios e erros humanos que todos nós carregamos fruto do nosso atraso espiritual. Apesar de tal medicamento se achar ao alcance de todos nós, ele permanece desconhecido e pouco utilizado.

O Evangelho, como norma de conduta moral por excelência, continua sendo o grande desconhecido, e dessa situação até mesmo muitos espíritas não conseguem escapar. Ainda persiste o velho hábito de ignorar ou fingir ignorar as próprias limitações e imperfeições, e a necessidade de procurar na existência, praticar os ensinamentos evangélicos. A simples leitura da Codificação e de vários outros livros, não é suficiente para se dizer que o leitor conhece a Doutrina dos Espíritos, sem que a Doutrina tenha determinado a transformação moral indispensável à sua qualificação como verdadeiro espírita.

“Pois, se nem ainda podeis fazer as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas
outras”, disse Jesus. . .

Jc.
S.Luis, 20/02/2003

domingo, 16 de janeiro de 2011

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

AS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Apresentação

Há 25 anos, quando da chegada da Aids ao Brasil, e a divulgação dos primeiros casos da doença e das imagens dos seus primeiros pacientes no hospital, provocou entre a população, um forte impacto e um medo dessa nova e desconhecida doença, associada a uma experiência dolorosa, que provocava a morte rápida e inevitável.

Essa visão ameaçadora da Aids, que se espalhou entre as pessoas, finalmente, foi minimizada pela recente descoberta da terapia combinada de medicamentos anti-retrovirais, distribuídos de graça pelo Estado aos portadores do vírus de imunodeficiência humana, o HIV, agente infeccioso causador da síndrome da imunodeficiência adquirida, popularmente conhecida entre nós com o nome de Aids. Trata-se de uma doença incurável que atinge cada vez mais jovens, mulheres e crianças, principalmente das classes sociais mais pobres, obrigando o Governo a enfrentar um grande desafio: Como fazer chegar ao cidadão comum informações corretas sobre a Aids e as outras doenças sexualmente transmissíveis, as chamadas DST; e principalmente como convencê-lo da necessidade da adoção de novos comportamentos para que se previna das DST e evite se infectar pelo HIV.

O Ministério da Saúde em parceria com outras entidades, produziu o livro “Aprendendo sobre a Aids e as Doenças Sexualmente Transmissíveis”. Daqui por diante, será o companheiro constante de quem precisar da orientação mais segura para proteger a sua saúde e bem-estar destes tempos de epidemia de Aids.

José Serra – Ministro da Saúde. (2000)

Vamos agora, como se fossemos um Agente Comunitário de Saúde, falar sobre alguns esclarecimentos desse livro, para sabermos como nos prevenir dessas doenças, porque algumas são graves e outras ainda não têm cura. Inicialmente chamamos a atenção para duas coisas: A prevenção, isto é, como tomar cuidado para não pegar os micróbios que causam as doenças; a solidariedade, que é o amor, o apoio da família e dos amigos para com as pessoas que estiverem com uma dessas doenças. Vamos então abordar primeiro as Doenças Sexualmente Transmissíveis, mais conhecidas como DST. Para falar dessas doenças vamos ter que falar de coisas relacionadas com sexo. Muitas pessoas têm vergonha ou não gostam de falar disso, mas o sexo faz parte da existência, como sentir, pensar, beber, comer e dormir.

Falaremos do parceiro sexual, isto é, o companheiro ou companheira de uma pessoa na relação sexual; tanto faz ser homem ou mulher. As pessoas precisam conhecer bem seu corpo, principalmente seus órgãos genitais, pois é nos órgãos genitais que as DST mais aparecem. Os órgãos genitais do homem e da mulher se apresentam de duas maneiras: - os que nós vemos, chamamos de órgãos genitais externos; - outros que só podem ser vistos por exames médicos ou com o auxílio de certos aparelhos e chamados de órgãos genitais internos.

As informações que passaremos a descrever devem contribuir para que você possa se prevenir das DST e do vírus da Aids, e orientar o que fazer, quando se tem uma DST ou o vírus da Aids, e ajudar os que necessitam de auxílio. O que são as Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST? - São doenças causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios e transmitidas, principalmente, nas relações sexuais. Muitas pessoas chamam de doenças venéreas, doenças de rua, doenças do mundo. Ter relação sexual faz parte da existência das pessoas. Cada pessoa escolhe com quem quer ter relação sexual. Assim, temos a relação de homem com mulher, de homem com homem, de mulher com mulher. Em qualquer relação sexual podemos pegar ou passar uma DST. A cada dia tem mais pessoas pegando uma DST. E por que isso acontece? Porque muitas pessoas não sabem o que são as DST. Como a pessoa que está infectada pode não aparentar ou sentir nada, considerando-se, dessa forma, saudável, pode não adotar cuidados de prevenção.

Quem é mais atingido pelas DST? – Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas que tem relações sexuais sem proteção da camisinha. – Essa é a moral que prescrevem; ela poderia ser bem aceita nos tempos antigos, onde era desconhecida a moralidade e os ensinos de Jesus. Hoje, entretanto, o melhor conselho é evitar o máximo possível às relações com outras pessoas, a não ser um único parceiro sexual. Assim se elimina qualquer risco de contágio.

Como saber se estamos com uma DST? – Existem alguns sinais e sintomas que determinam uma DST, porém só os profissionais de saúde sabem identificar corretamente a doença e indicar o remédio certo. Não devemos fazer tratamento receitado por amigos parentes ou pelo atendente de farmácia. Se tomarmos o remédio errado ou o remédio certo em dose errada, por um período de tempo, a doença pode até melhorar, mas voltará em pouco tempo. Esse erro pode fazer o micróbio ficar mais forte e, por isso, resistente ao tratamento certo. O tratamento certo cura e DST e evita passar a doença para outras pessoas, em relações promíscuas.

Quais são os sinais da DST? - os sinais e sintomas aparecem, principalmente, em nossos órgãos genitais, podendo aparecer também em outras partes do nosso corpo.
Eles se apresentam como feridas, ou úlceras, onde o micróbio da doença entrou no corpo, e podem ser uma ou várias feridas, podendo doer ou não, e aumentando o risco de pegar o vírus da Aids; corrimentos, que podem ser amarelos com pus e esbranquiçados, alguns tendo cheiro forte e ruim. Tem pessoas que não sentem nada. Na mulher, quando o corrimento é pouco, só é visto pelo profissional de saúde ao fazer o exame ginecológico; verrugas, que são caroços enrugados que não doem, às vezes dão coceiras ou irritação. O tratamento não mata o vírus da DST, só destrói a verruga. É preciso o acompanhamento do médico para que as verrugas não
aumentem as chances de câncer do colo do útero e do pênis, e nas gestantes, podem causar sangramento e infectar o bebê.

Quais são os sintomas das DST? – Ardência ou coceiras; esses sintomas podem ser
sentidos ao urinar ou durante as relações sexuais; - dor ou mal-estar , que podem se
manifestar embaixo do umbigo ou na parte mais baixa da barriga.

O que devemos fazer estando com um sinal ou sintoma da DST? – Devemos procurar logo um serviço de saúde. Se estivermos com uma DST: a- temos que: falar com quem se tem relação sexual para ir também ao serviço de saúde; b- fazer o tratamento indicado pelo serviço de saúde, até o fim; c- evitar ter relação sexual; d- voltar ao serviço de saúde para fazer a revisão (controle de cura), sendo que as mulheres devem fazer também o exame preventivo de câncer de colo do útero, e mantê-lo em dia conforme indicação do médico. Existe tratamento para quase todas as DST; são fáceis, e se curam, quando se descobre e se trata logo a doença.

Como fazer o tratamento da DST? – Tomando de forma correta o remédio indicado pelo serviço de saúde. Cada DST tem um tipo de tratamento e só o profissional de saúde poderá avaliar e fazer a indicação. Para fazer o tratamento certo é preciso: a- tomar o remédio indicado; b- tomar o remédio na quantidade e nas horas certas; c- continuar o tratamento até o fim, mesmo que não se tenha mais nenhum sinal ou sintoma; d- exigir do parceiro sexual que também faça o tratamento, evitando a reincidência e passar a doença para outras pessoas.

O que acontece quando não se faz o tratamento certo da DST? – Temos complicações graves da doença e estamos em risco de pegar outra DST, ou o virus da Aids. Essas complicações podem ser: a- esterilidade no homem e na mulher, não podendo mais ter filhos; b- inflamação dos órgãos genitais, com infecção em todo o corpo; c- mais chances de ter câncer de colo do útero e do pênis; d- nascimento de bebês antes do tempo, com defeito e até a morte do bebê na barriga da mãe.

Que situações aumentam o risco de se pegar uma DST? - a- Relações sexuais com várias pessoas, o que caracteriza uma pessoa adúltera e sem princípios morais, e sem a camisinha preconizada pelo MS; b- usar drogas injetáveis, compartilhando agulhas, isto é, várias pessoas usando as mesmas agulhas; c- pessoas que tomam transfusão de sangue que não foi testado. A Aids, a sífilis e as hepatites B e C são DST graves, porque podem levar às complicações e até à morte.

Como fazer a prevenção da DST? – Segundo o Ministério da Saúde, basta apenas usar camisinha nas relações sexuais. Para os cristãos sinceros a recomendação vai mais além: Ter moral, não ser adúltero, evitando ter relações com outras pessoas, que não seja o companheiro ou a companheira.

O que é sífilis? – A sífilis é uma DST, que se propaga principalmente durante as relações sexuais. A sífilis tem cura e seu tratamento é simples, barato e rápido.
O que é sífilis congênita? – É a sífilis que o bebê pega da mãe durante a gravidez.
A mãe passa o micróbio pelo sangue, através da placenta, para o bebê. Como já dissemos, o tratamento da sífilis é simples, já o tratamento da sífilis congênita é mais complicado, castigando muito o bebê e é caro. Então, para evitar que o bebê pegue sífilis, os médicos recomendam que toda gestante faça exames para sífilis. O pré-natal é muito importante, porque a gestante faz o exame para saber se tem sífilis e para descobrir se tem outros problemas.

Como saber se temos sífilis? – Somente fazendo um exame de sangue. Muita das
vezes a pessoa infectada pelo micróbio da sífilis não sente nem percebe nada em seu corpo. Para saber se está infectada, é necessário fazer um exame de sangue. Outras vezes a pessoa desconfia que está com sífilis quando observa uma única ferida que não dói, nos órgãos genitais, ou ainda quando vê manchas pelo corpo, nas palmas da mão e na sola dos pés. O exame e o tratamento da sífilis, principalmente para as gestantes, toda mulher que quer engravidar e seus parceiros sexuais, devem fazer o exame que é gratuito na rede pública de saúde. Exija, é um direito seu.

Como a sífilis se apresenta no corpo? – A sífilis é uma doença traiçoeira que vai atacando o corpo aos poucos. Ela se não for tratada em tempo, se apresenta em três fases: a- Aparecimento de uma ferida no lugar onde o micróbio da sífilis entrou no corpo; isso acontece nas 2 ou 3 semanas depois da infecção. A ferida não dói e some sem tratamento, mas o micróbio continua no corpo da pessoa e ela pode infectar outras pessoas; b- manchas no corpo, febre e mal-estar; esses sintomas podem aparecer até 6 meses depois da infecção pelo micróbio; c- o micróbio da sífilis ataca os ossos, o coração, a mente e faz com que a pessoa fique aleijada, doente do coração, com problemas mentais e até provoca a morte. A terceira fase da sífilis não tem cura; o remédio mata o micróbio, mas não conserta os estragos que causou no corpo da pessoa.

Como é o tratamento da sífilis da gestante? – a- Ele é feito com penicilina, porém se a mãe for alérgica à penicilina, ela toma outro remédio, nesta caso o bebê não será tratado. b- Ela tem que fazer o tratamento completo e com orientação do médico para curar também o bebê; c- o companheiro da gestante com sífilis também deve fazer o tratamento. A sífilis tem cura e a gestante que for tratada no início, pode até nem passar o micróbio para seu bebê, pois quanto mais cedo for o tratamento da mãe, maior será a proteção do bebê. A sífilis congênita pode causar deficiências físicas, mentais ou até a morte do bebê.

A maioria das mulheres não sabe direito o que sejam as DST e muitas não sabem que o vírus da Aids se pega, principalmente, por relações sexuais promíscuas, e acham que essas doenças estão muito longe delas e de seus filhos.

O que é a Aids? – A Aids é uma doença causada por um tipo de micróbio, um vírus, chamado HIV. Esse vírus vai tornando a pessoa fraca e assim ela pode pegar várias doenças. Ela é traiçoeira, ataca e vai destruindo os globos brancos, que são as células que fazem a defesa do corpo contra as doenças, e quando entra no corpo a pessoa pode não sentir nada. Essa pessoa é chamada de portadora do HIV ou soropositiva para o HIV, e quando pega várias doenças se diz que ela tem Aids. Os portadores do HIV, no início da infecção, são pessoas que aparentam ter saúde, e por estarem infectadas, podem passar a doença para outras pessoas.

Que exame se faz para saber se tem o vírus da Aids? – O exame de sangue, o teste anti-HIV. Antes e depois do teste, a pessoa deve fazer um aconselhamento, conversando com um profissional de saúde, um médico. O aconselhamento antes do teste ajuda a pessoa a tirar dúvidas sobre a transmissão e a prevenção do HIV e de
outras DST, para saber se está ou não infectada pelo HIV ou outro micróbio.

Como podemos pegar o vírus da Aids? – O HIV passa de uma pessoa infectada para outra, através de quatro líquidos produzidos pelo nosso corpo: a- sangue; b- esperma; c- líquido da vagina; d- leite do peito da mãe infectada para o bebê. O vírus da Aids se transmite, principalmente, pela relação sexual. Também é transmitida quando usamos drogas injetáveis, compartilhando agulhas e ainda, durante a transfusão de sangue. Se pega a doenças, como o vírus das Hepatite B e C e o vírus da Aids, usando objetos que furam ou cortam, sem serem esterilizados. Sendo assim, tatuadores, manicures, médicos, dentistas e outros que trabalham com objetos que cortam ou furam, precisam esterilizar seus instrumentos. A mãe infectada pode transmitir para o seu bebê; na gravidez, no parto e na amamentação.

Onde fazer o teste anti-HIV? - Pode ser feito em alguns hospitais e Centros de Saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento. Nos CTA, se não quisermos, não precisamos dizer o nome; recebemos um número e com ele se faz o teste, que é de graça, e se pega o resultado. Se na sua cidade não houver um local para fazer o teste, os agentes comunitários de saúde podem indicar o local mais próximo.

O que o HIV pode fazer no corpo da pessoa? – O corpo de cada pessoa reage diferente. Tem pessoas que não apresentam nada; outras, em algumas semanas depois, ficam com febre, vermelhidão no corpo, dor de garganta, dor nas juntas, caroços no pescoço, debaixo do braço e na virilha, mas isso desaparece e a pessoa não sente mais nada, e muito delas demoram uns dez anos para começar a apresentar os primeiros sintomas da infecção.

O que acontece com alguém que tem o vírus e não tem acompanhamento médico? - O HIV vai destruindo cada vez mais as defesas do corpo, e se continuar sem tratamento, a destruição dos glóbulos brancos, as células de defesa do corpo é muito grande. Então as doenças oportunistas se manifestam, e as mais comuns são: a- pneumonia; b- tuberculose; toxoplasmose; c- um tipo de câncer de pele chamado Sarcoma de Kaposi. Quanto mais tiver doenças no corpo, mais difícil será controlar as doenças. Os remédios não curam, mas diminuem a quantidade de HIV no corpo. A pessoa que tem o HIV não precisa ser internada porque o tratamento pode ser feito em casa, ficando a internação para a pessoa que precisa de tratamento especializado. Faz parte do tratamento, comer alimentos variados, frescos e tomar banho de sol de manhã. O carinho, o amor da família e dos amigos podem ajudar. A gestante infectada deve tomar o AZT para proteger o seu bebê e evitar que ele nasça com o HIV, e só depois de 18 meses é que vamos saber se ele pegou o vírus.

Como as pessoas podem se proteger? – A melhor forma é a prevenção, evitando as situações de risco: a- Ter relações sexuais seguras com um só parceiro; b- Não compartilhar agulhas; exigir sangue testado; procurar um médico quando suspeitar de algo anormal; e evitar coisas que cortam e furam, usadas por outras pessoas.

Aqui terminam as orientações do livro “Aprendendo sobre a Aids e as Doenças Sexualmente Transmissíveis”, produzido pelo Ministério da Saúde.
André Luiz, no livro “No Mundo Maior”, cap. 11, afirma: “A sede de sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização. Compreendemos que na variação de nossas experiências adquirimos, gradativamente, qualidades divinas, como seja a energia e a ternura, a fortaleza e a humildade, o poder e a delicadeza, a inteligência e o sentimento, a iniciativa e a intuição, a sabedoria e o amor, até lograrmos o supremo equilíbrio em Deus. Mais da metade dos milhões de espíritos encarnados na Terra, de mente fixa nos movimentos instintivos, concentram suas faculdades no sexo, do qual se derivam os mais vastos e freqüentes distúrbios nervosos”.

Em “O Livro dos Espíritos”, nas questões 201 e 203 os Espíritos Superiores esclarecem a Kardec que “o espírito pode reencarnar ora em um corpo feminino e ora em um corpo masculino, considerando-se as provas a cumprir, ou seja, as competências, faculdades, atributos a desenvolver para ampliação de suas potencialidades divinas”. Por fim, lembramos as palavras de Emmanuel no prefácio do livro “Vida e Sexo”: “Não proibição, mas educação; não abstinência imposta, mas emprego digno com o devido respeito aos seus sentimentos e dos outros; não indisciplina, mas controle; não impulso livre, mas responsabilidade”.

Heterossexuais, homossexuais, bissexuais; a revista “Isto É” comenta uma quarta
classificação que se está fazendo notar cada vez mais entre os especialistas do
assunto: os “assexuais”. Dados levantados por pesquisadores e casos de pessoas que, sem estarem sofrendo perturbações emocionais ou sob medicação, simplesmente não possuem libido sexual esperada pelos padrões sociais. É o caso do escritor André Romano, 28 anos, - a sete anos sem fazer sexo – que afirma “Troco o sexo por atividades culturais e sou muito feliz assim, não sinto falta. Tenho sentimentos, não tesão”. A professora Sandra Ramos, 24 anos – há três anos sem sexo – “Troco, por um encontro com os amigos. Nunca foi agradável; para mim era mecânico”. Suzane Frutuoso, autora do artigo na revista, termina afirmando: “Talvez a assexualidade seja apenas o sinal de que um mundo tão sexualizado está à procura de um ponto de equilíbrio”.

A evolução do impulso criador proporciona ao ser humano ser feliz sem sexo. Os assexuais, pessoas que não sentem desejo, começam a assumir sua identidade”. Futuramente essa evolução irá colaborar na extinção das doenças que tanto vem causando sofrimento aos seres humanos. . .


Bibliografia:
Livro: “Aprendendo sobre a Aids e as Doenças”
“ “No Mundo Maior”
“ “O Livro dos Espíritos”
Jornal “Brasília Espírita” nº. 168


Jc.
S.Luis, 10/01/2011

HANSENÍASE - DOENÇA CÁRMICA

HANSENÍASE – DOENÇA CÁRMICA

Cientes de que Deus é Amor, Sabedoria, Misericórdia e Justiça Infinita, chegamos a compreensão de que as doenças cármicas, isto é, aquelas doenças que não sabemos porque as adquirimos, são em realidade a oportunidade de reeducação do espírito desequilibrado. E dentre estas, a hanseníase se apresenta como a de melhores condições para cumprir com o papel de re-educadora, pois que é uma doença benigna; não mata.

Assim, o portador dessa doença terá que conviver, enquanto não vier a cura, com os problemas físicos e morais que ela causa, quais sejam: Deformações nas mãos, pés e vistas os impedem de participar do mercado de trabalho, às vezes, tornando-os dependentes do Estado ou da família, e, em algumas circunstâncias, nem com a família contam, porque esta também o rejeita. Estará ele muitas das vezes confinado a pequena área de uma residência ou de um hospital, pois, além das seqüelas conseqüentes da doença, seu portador se depara com uma desumana rejeição da sociedade, a qual, tendo “lepra” na cabeça, não aceita conviver com aquele que tem hanseníase no corpo.

O nome “lepra”, o mais negativo dos termos médicos, faz reviver os tempos em que os doentes eram expulsos das cidades, obrigados a andarem com sinetas para avisarem que eram portadores da doença e segregados nos “vales dos imundos”. No Brasil, a Lei nº. 9010, de 29 de março de 1995, substituiu a antiga nomenclatura pelo nome de Hanseníase, num resgate cultural à memória do Dr. Hansen, o primeiro a identificar e isolar o bacilo causador dessa doença de pele, que ataca também os membros periféricos; braços, mãos, pernas, pés e rosto. Hoje, todas as doenças de pele têm nomes: Escabiose, Vitiligo, Eczema, Pênfigo, Foliáceo, Lupos e Hnseníase.

Atualmente os antibióticos existentes curam essa doença em curto tempo e, se o tratamento for feito logo no início, quando aparecem os primeiros sintomas, ela não deixa nem marcas, não produzindo seqüelas, não dando oportunidade à rejeição social. Todo o tratamento é ambulatorial, não havendo necessidade de o doente deixar o trabalho, a escola, ou o convívio da família. O tratamento é feito no Posto Médico ou de Saúde que fornece gratuitamente toda a medicação, sendo a própria pessoa a tomar sua dose diária de comprimidos.

A doença é de baixo índice de contágio, pois é preciso uma convivência íntima e prolongada com o portador da doença, para ela ser adquirida e se desenvolver e, muitas das vezes nem existe o contágio. Além disso, mais de 80% das pessoas não desenvolvem a doença; nascem como se fossem vacinadas. Só
20% é que são contagiadas, o que só é explicado pela ciência espírita. Há espíritos que fizeram mal aos seus semelhantes e à Humanidade, não respeitando as Leis Divinas e voltam em nova existência para serem contidos, resgatarem suas dívidas e aprenderem que, acima deles, existe um Ser Superior que dá a cada um segundo as suas obras e para que possam despertar
para a sublime lição do “amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei”.
Toda a atenção deve ser dada a área de insensibilidade (dormência) em qualquer parte do corpo, acompanhada ou não de manchas, cãibras constantes, borda da orelha inchada, caroços na região das sobrancelhas, caroços outros como se fossem uma alergia, porém secos e sem coceiras, queda de pelos das sobrancelhas ou dos cílios, sintomas esses que podem aparecer isolados ou associados, mas que podem comprovar de forma positiva a presença do micróbio.

Esses sinais são o início da doença, alertando-nos a procurarmos o Posto Médico ou de Saúde, na área da dermatologia, que possibilitará comprovar mediante teste, se é a doença ou não, e no caso positivo, tratar-nos e curarmo-nos da doença sem maiores dificuldades. Mesmo que a doença só seja descoberta em estágio mais avançado, a partir do início do tratamento, ou sejas, na primeira semana, já não haverá mais risco de transmissão da doença, pois os antibióticos usados acabam, de imediato, com os micróbios.

Se alguém íntimo foi contagiado, foi antes de iniciado o tratamento, pois, após seu início, não há mais risco para os que trabalham ou convivem com o paciente. Também por esta razão, não há necessidade de separação de corpos, pratos, talheres e roupas de um modo geral, pois o micróbio não vive fora do corpo humano. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a doença – qualquer que seja seu estágio – é curada em 30 dias com aplicações diárias de comprimidos de OFLOXACIN ou PEFLOXACIN.

Diante do quadro atual, entendemos que não havendo mais tantas transgressões contumazes das Leis Divinas como no passado, para resgates nesse sentido, Deus permite a cura nesse curto espaço de tempo. Cessada a causa, cessam os efeitos. Progredindo moralmente, as pessoas melhoram o orbe em que vivem contribuindo para desaparecer essas doenças que são carmas do Espírito.

Como estamos ainda vivendo num mundo de provas, sofrimentos e expiações, outras formas de doenças regenerativas nos visitam, trazendo tristezas, dores e mortes dada a nossa condição de seres ainda imperfeitos e renitentes, afastados das Leis de Deus, enquanto outras desaparecem. Entretanto, no limiar de uma Nova Era que se aproxima, onde a Terra passará por profundas modificações e transformações, dentre estas, a substituição de espíritos inferiores por espíritos mais evoluídos, estas calamidades e outras mais, que se apresentam atualmente, não terão mais razão de existirem em nosso planeta, que passará a ser de regeneração, conforme tem sido anunciado pelos Espíritos Superiores.

Se permaneceremos na Terra, ou se seremos retirados dela para outros mundos, somente nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações poderão responder... Que a Paz do Senhor esteja conosco e a Sua luz nos ilumine.

Jc.
S.Luis, 23/8/2005